Levei um chute no saco.
É o fim de um time para o qual torço desde 2000, quando eu tinha 6/7 anos de idade. Vi esse time passar por alegrias e tristezas. E diga-se de passagem, foram muito mais tristezas do que alegrias. Mesmo assim, eu nunca deixei de amar esse time. Enfrentei muita zoação, muita zoação mesmo, mas eu não liguei, meu coração já era desse time. Ninguém manda no coração. E mesmo se mandasse, eu continuaria torcendo para esse time, pela belíssima história que ele construiu.
Vi esse time passar por momentos vários momentos tristes. Vi o chute milagroso do Petkovic aos 43 do segundo tempo. Lembro que fui para a escola no dia seguinte chorando muito, e sendo muito zoado por um colega flamenguista.
Vi o torcedor ameaçando se jogar do alto de São Januário, após a derrota que sacramentou o primeiro rebaixamento.
Vi o gol perdido de Diego Souza e, posteriormente, o gol do Paulinho aos 43 do segundo tempo.
Vi a briga dos torcedores no jogo que decretou o segundo rebaixamento.
Vi o gol do Márcio Araújo impedido nos acréscimos do segundo tempo.
Vi esse time fazer um primeiro turno horrível, lutar como nunca no segundo turno para tentar escapar do terceiro rebaixamento e não conseguir se salvar no final.
Mas o que aconteceu hoje supera tudo isso. Porque em todas as outras vezes, eu tinha esperança de que esse time se reergueria e daria a volta por cima. Hoje, essa esperança que eu tinha foi destruída.
Infelizmente esse time não resistiu a um câncer contra o qual vem lutado há décadas e que lentamente o corroeu por dentro até consumi-lo de vez. Foi dominado por gananciosos que só pensam em poder e que são apoiados por reacionários.
Toda a belíssima história, todos os títulos conquistados, tudo isso morreu hoje.
O destino desse time? Provavelmente irá acontecer com ele o mesmo que aconteceu com a Portuguesa, que sofreu vários rebaixamentos seguidos, caindo divisão por divisão até ficar sem divisão para jogar.
É com imenso pesar e dor que faço este anúncio: a instituição Clube de Regatas Vasco da Gama morreu hoje, deixando milhões de torcedores órfãos.
É isso.