Protogen
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FIRE EMBLEM FATES
BIRTHRIGHT: 19/02/2016
CONQUEST: 19/02/2016
REVELATIONS: 10/03/2016
Fire Emblem é uma série de jogos de RPG de estratégia (muito mais estratégia do que RPG) que era praticamente desconhecida até 2004 quando o sétimo jogo da série foi localizado simplesmente como Fire Emblem, para o Game Boy Advance. Até então o único contato com a série que os ocidentais tiveram foram tendo o Marth (protagonista do primeiro jogo) e Roy (do sexto) jogáveis no Super Smash Bros. Melee, de Game Cube, lançado aqui em 2001 (sim, quinze anos atrás! Se sentindo velho?).
De lá pra cá muita coisa aconteceu. Depois do 7, foram localizados mais quatro jogos, um de GBA, um de Game Cube, um de Wii e outro de DS. Mas conforme o tempo foi passando, os jogadores foram perdendo o interesse pela série. O golpe de misericórdia foi Shadow Dragon, um remake do primeiro jogo, que além de ser terrivelmente feio era totalmente desbalanceado e tinha decisões esdrúxulas (por exemplo, para evoluir um Pegasus Knight para Falco Knight você precisava de um Elysian Whip. Que só podia ser conseguido entrando na internet às quintas e sábados, acessar uma loja virtual e comprar o item lá). O remake foi um fracasso retumbante de modo que o próximo jogo nem foi localizado.
Os gráficos eram só um problema no Shadow Dragon
Um tempo se passou, nesse meio tempo enterraram de vez Advance Wars, mas resolveram dar uma última chance para a série. Fizeram um brainstorming, pegaram todas as idéias (filhos, recrutar personagens antigos como se fosse um All Stars, casamentos, DLC, postgame com desafios extras), rezaram e tentaram a sorte: Nascia Fire Emblem Awakening em 2013. Se o jogo encalhasse, a série ia ser enterrada junto com Advance Wars.
Fire Emblem Awakening tinha de tudo. Dava até pra invocar e recrutar os personagens dos outros jogos da série e finalmente ter Roy e Marth no mesmo grupo. Mas o que os fãs gostaram muito mesmo foi do fanservice e cruzar personagens pra ter filhos superpoderosos.
Mas deu certo. Muito certo. Alguns tiros arriscados, como personagens muito mais animescos, a inclusão de elementos leves de dating sim e a dificuldade reduzida fizeram o jogo bombar. O postgame e o DLC de desafios extras deram muito certo, e o jogo teve uma vida muito mais longa do que os outros jogos recentes. Então começaram a trabalhar numa sequência apostando em todo o diferencial que deu certo, e três anos depois temos Fire Emblem Fates. Que já começa diferente por ter duas versões e uma terceira como DLC.
O jogo conta a história de Corrin (customizado por você, que decide desde o rosto, passando pela cor dos cabelos e até os parâmetros como pontos fortes e fracos nos stats e classe secundária), um príncipe de Hoshido que é abduzido pelo reino de Nohr quando jovem, e passa muitos anos trancafiado num forte do qual só poderia sair quando derrotasse Xander, seu irmão adotivo, filho do tirano Garon e guerreiro mais forte de Nohr. Corrin finalmente consegue e já é ordenado por Garon a matar seus antigos aliados de Hoshido, numa série de eventos que culmina com você de volta a Hoshido, descobrindo a verdade e tendo que decidir se vai defender Hoshido, se juntar a Nohr na ofensiva ou, no caso da rota DLC, nenhum dos dois. Aos jogadores que comprarem as rotas adicionais, o jogo dá de brinde alguns itens, como botas que aumentam o movimento dos personagens e alguns emblemas que permitem você transformar seus personagens em Dread Fighters (super ninjas imunes à magia) e Dark Falcons (magos montados em cavalos voadores).
Aí que entra a história das versões. Quando você compra uma das versões, Birthright ou Conquest, não existe escolha. Quando o capítulo 6 começa, você automaticamente decide seguir o caminho da sua versão – Hoshido na Birthright e Nohr na Conquest. Depois de comprar uma versão, você pode comprar a versão que não escolheu como um DLC custando 20 dólares, e comprar a terceira rota por mais 20 dólares. Quando você tem mais de uma versão disponível, aí sim você fara uma escolha no capítulo 6.
Sem comprar rotas adicionais, você nem vê essa tela. Mas as três rotas são, de fato, totalmente diferentes umas das outras.
Mas vamos às versões. Birthright é como um Fire Emblem Awakening 2. O jogo é fácil, você pode grindar níveis em batalhas separadas, você recebe muito Gold durante a história e até nas batalhas separadas, e as batalhas são simples, geralmente o objetivo é matar o chefe, matar todos os inimigos, ou usar o comando Seize no trono da fase. Os guerreiros e classes de Hoshido são muito bons, e Ryoma, o rei de Hoshido que se junta a você antes do meio do jogo, é praticamente o Orlandu do Final Fantasy Tactics. Pra se ter uma idéia, jogando no Hard, o último chefe não consegue mais de 15% de chances de acertar ele, de tão rápido que ele é. Ele é mais rápido que um Ninja e tem uma arma especial muito forte que o faz bater como um Great Knight.
Ryoma se esquiva de praticamente qualquer coisa, mas além de ser muito mais resistente que outros swordsmasters, ele tem uma arma de longo alcance muito forte que ainda dá um bônus de ataque e chance de acerto crítico.
Conquest, por outro lado, é um desafio digno dos Fire Emblems que não vieram para o ocidente. Não é possível grindar a menos que você compre o mapa DLC que seja feito pra grindar – porque em qualquer outra batalha, seus personagens não ganham experiência. E as batalhas são muito mais difíceis, recheadas de inimigos com skills passivas que acabam com você, mapas enormes e truncados, muitas vezes com condições de derrota adicionais como não deixar nenhum inimigo chegar no fim do mapa ou um limite de turnos, e se você quer Gold, vai ter que cumprir objetivos extras como visitar vilas antes que elas sejam visitadas por inimigos e abrir baús, que frequentemente não tem chave e exigem algum ladrão. Enquanto em Birthright você vai ter mais dinheiro do que precisa, em Conquest, caso você não consiga cumprir esses objetivos extras, vai passar fome e vai se ver tendo que vender armas pra comprar remédios. E as mesmas classes que você usava e abusava em Birthright vão te fazer arrancar os cabelos aqui. Especialmente ninjas.
Em Conquest, prepare-se para hordas de inimigos te envenenando, causando debuffs, pouco lugar pra se abrigar e limite de turnos.
A versão DLC, Revelations, é a terceira via e tem o verdadeiro final. Enquanto em Birthright você está defendendo Hoshido e Conquest tentando mudar Nohr por dentro (o jogo não esconde que Nohr e seu rei Garon são os bandidos da história), em Revelations você não defende nenhum dos dois, começa atacado por ambos mas acaba reunindo todo mundo para o seu lado e achando o ”verdadeiro inimigo”. Você recruta todo mundo, pode montar o seu castelo com as construções de Nohr e Hoshido, e os mapas são mais difíceis que Birthright, mas mais fáceis do que Conquest, e você pode grindar. E grindar você vai precisar se quiser usar a maioria dos personagens, porque o seu exército cresce muito, muito rapidamente, e os recrutas costumam vir em nível bem baixo.
O mapa de Valla, onde Revelations se passa. As batalhas não costumam ser muito difíceis, mas tem puzzles e mecânicas que tornam difícil atravessar os mapas sem classes voadoras, já que quase todo mapa tem penhascos enormes.
A jogabilidade também mudou drasticamente. Agora, armas não tem um número de usos, mas as armas mais fortes te causam debuffs depois de cada batalha, e as armas de alcance 1-2 como Javelins e Hand Axes não deixam você atacar duas vezes por mais rápido que seja. Isso acaba pesando mais para o seu lado, já que os inimigos tem a função de bater uma ou duas vezes e morrer, mas se você usar a Silver Sword por um turno e for atacado de todos os lados, no final do turno estará causando zero de dano de tanto debuff que vai levar. E na versão Conquest os chefes e até alguns inimigos normais tem acesso a armas que você não pode ter, que funcionam como as Javelins ou Silver Swords sem restrições ou debuffs.
O sistema de Pair Up também foi refeito e agora funciona de duas maneiras: juntando os personagens como você fazia em Awakening é o modo de defesa, em que o personagem da frente ganha um boost nos stats e o personagem de trás defende um golpe tomando 0 de dano ao encher uma barrinha. Mas quando dois personagens que não estejam já em par estejam um ao lado do outro, é ativado o modo de ataque e o personagem ao seu lado também ataca o inimigo, mas causando metade do dano que causaria normalmente. Via de regra, defesa é melhor. E os inimigos também usam pair-up, mas é algo que acontece mais no Conquest, e do Hard pra cima.
Outra função nova é o Meu Castelo. Ganhando batalhas você acumula Dragon Points, que são usados pra construir lojas e outras coisas em seu castelo. A maior diferença é a loja de armas, em Birthright você compra as versões novas das armas (katanas em vez de espadas, naginatas em vez de lanças, clavas em vez de machados e shurikens em vez de adagas), enquanto a de Conquest são as armas tradicionais. Novamente Birthright ganha porque as armas deles tem efeitos secundários, como um bônus passivo de velocidade em espadas e shurikens e defesa com naginatas. Jogando a versão Revelations você tem as duas lojas.
Outro ponto dos castelos são alimentos e pedras preciosas, usadas para melhorar armas. Você é encorajado a usar o aspecto online para buscar recursos porque seu castelo só terá uma ou duas variedades de cada material/alimento. Mas há muitos hackers por aí com castelos com todos os materais e alimentos, basta colocar “resources” na busca e você acha esses castelos.
O "My Castle", onde você pode comprar itens e melhorar suas armas e personagens. Você também pode transformar ele numa fortaleza e desafiar outros jogadores a chegar no trono do castelo, ou visitar os castelos dos outros para pegar recursos e comprar itens e skills.
O jogo também tem bastante fanservice para os padrões da série. Os personagens são majoritariamente bem jovens, e as garotas atendem a todo tipo de gosto, de lolis, passando por quadris largos, cavalas peitudas e até uma MILF. Tem até Nyx, uma mulher de uns 40 anos que foi “amaldiçoada” a não envelhecer e parece uma garota de uns doze anos. Os rapazes também variam bastante, e há desde o herói musculoso Arthur, ao seu servo Jakob e... o Forrest.
A versão japonesa tem até um minigame onde você chama personagens para os seus aposentos e pode tocar nelas com a stylus. Isso foi removido da americana e as personagens só entram na sua sala e você pode ver elas do quadril pra cima.
Nyx, a mulher no corpo de uma garotinha. Na versão japonesa você podia levar ela no seu quarto e molestar ela com a stylus
Forrest. Sim, é um rapaz. E você pode se casar com ele. E na versão japonesa, esfregar sua stylus nele.
Há DLC, mas fora comprar as duas rotas adicionais para ter o jogo verdadeiramente completo, a maior parte dos DLCs são puramente opcionais, cuja função e recompensar o jogador com dinheiro, armas, experiência e algumas classes extras, geralmente muito fortes. Há dois DLCs que têm importância na história, um que explica como Severa, Inigo e Owain do Fire Emblem Awakening foram parar em Nohr e outro estrelando os filhos dos personagens principais, mas não são muito divertidos. Provavelmente ainda será lançado um DLC equivalente ao Apotheosis do Awakening, onde você enfrenta um batalhão de inimigos com status mais altos do que o seu limite encabeçados pela Anna com 99 HP e um monte de skills roubadas, e assim como o Apotheosis no Awakening, grindar sem os estágios DLC será insuportável.
Graficamente o jogo é bonito, os mapas rodam a 60FPS com sprites bonitinhos, os modelos 3D dos personagens são bem detalhados, os cenários (especialmente grama) nem tanto. O estilo dos bustos dos personagens mudou, está mais detalhado do que em Awakening.
A parte sonora está melhor do que Awakening e há algumas músicas com vocal. Em geral, as melodias estão mais agradáveis. Os efeitos sonoros cumprem seu papel e não tem o que reclamar.
Enfim, é um jogo obrigatório para quem tem um 3DS. Um excelente RPG de estratégia, que talvez vá deixar um gosto ruim para jogadores com repulsa de fanservice, mas de resto não há o que reclamar.
BIRTHRIGHT: 19/02/2016
CONQUEST: 19/02/2016
REVELATIONS: 10/03/2016
Fire Emblem é uma série de jogos de RPG de estratégia (muito mais estratégia do que RPG) que era praticamente desconhecida até 2004 quando o sétimo jogo da série foi localizado simplesmente como Fire Emblem, para o Game Boy Advance. Até então o único contato com a série que os ocidentais tiveram foram tendo o Marth (protagonista do primeiro jogo) e Roy (do sexto) jogáveis no Super Smash Bros. Melee, de Game Cube, lançado aqui em 2001 (sim, quinze anos atrás! Se sentindo velho?).
De lá pra cá muita coisa aconteceu. Depois do 7, foram localizados mais quatro jogos, um de GBA, um de Game Cube, um de Wii e outro de DS. Mas conforme o tempo foi passando, os jogadores foram perdendo o interesse pela série. O golpe de misericórdia foi Shadow Dragon, um remake do primeiro jogo, que além de ser terrivelmente feio era totalmente desbalanceado e tinha decisões esdrúxulas (por exemplo, para evoluir um Pegasus Knight para Falco Knight você precisava de um Elysian Whip. Que só podia ser conseguido entrando na internet às quintas e sábados, acessar uma loja virtual e comprar o item lá). O remake foi um fracasso retumbante de modo que o próximo jogo nem foi localizado.
Os gráficos eram só um problema no Shadow Dragon
Um tempo se passou, nesse meio tempo enterraram de vez Advance Wars, mas resolveram dar uma última chance para a série. Fizeram um brainstorming, pegaram todas as idéias (filhos, recrutar personagens antigos como se fosse um All Stars, casamentos, DLC, postgame com desafios extras), rezaram e tentaram a sorte: Nascia Fire Emblem Awakening em 2013. Se o jogo encalhasse, a série ia ser enterrada junto com Advance Wars.
Fire Emblem Awakening tinha de tudo. Dava até pra invocar e recrutar os personagens dos outros jogos da série e finalmente ter Roy e Marth no mesmo grupo. Mas o que os fãs gostaram muito mesmo foi do fanservice e cruzar personagens pra ter filhos superpoderosos.
Mas deu certo. Muito certo. Alguns tiros arriscados, como personagens muito mais animescos, a inclusão de elementos leves de dating sim e a dificuldade reduzida fizeram o jogo bombar. O postgame e o DLC de desafios extras deram muito certo, e o jogo teve uma vida muito mais longa do que os outros jogos recentes. Então começaram a trabalhar numa sequência apostando em todo o diferencial que deu certo, e três anos depois temos Fire Emblem Fates. Que já começa diferente por ter duas versões e uma terceira como DLC.
O jogo conta a história de Corrin (customizado por você, que decide desde o rosto, passando pela cor dos cabelos e até os parâmetros como pontos fortes e fracos nos stats e classe secundária), um príncipe de Hoshido que é abduzido pelo reino de Nohr quando jovem, e passa muitos anos trancafiado num forte do qual só poderia sair quando derrotasse Xander, seu irmão adotivo, filho do tirano Garon e guerreiro mais forte de Nohr. Corrin finalmente consegue e já é ordenado por Garon a matar seus antigos aliados de Hoshido, numa série de eventos que culmina com você de volta a Hoshido, descobrindo a verdade e tendo que decidir se vai defender Hoshido, se juntar a Nohr na ofensiva ou, no caso da rota DLC, nenhum dos dois. Aos jogadores que comprarem as rotas adicionais, o jogo dá de brinde alguns itens, como botas que aumentam o movimento dos personagens e alguns emblemas que permitem você transformar seus personagens em Dread Fighters (super ninjas imunes à magia) e Dark Falcons (magos montados em cavalos voadores).
Aí que entra a história das versões. Quando você compra uma das versões, Birthright ou Conquest, não existe escolha. Quando o capítulo 6 começa, você automaticamente decide seguir o caminho da sua versão – Hoshido na Birthright e Nohr na Conquest. Depois de comprar uma versão, você pode comprar a versão que não escolheu como um DLC custando 20 dólares, e comprar a terceira rota por mais 20 dólares. Quando você tem mais de uma versão disponível, aí sim você fara uma escolha no capítulo 6.
Sem comprar rotas adicionais, você nem vê essa tela. Mas as três rotas são, de fato, totalmente diferentes umas das outras.
Mas vamos às versões. Birthright é como um Fire Emblem Awakening 2. O jogo é fácil, você pode grindar níveis em batalhas separadas, você recebe muito Gold durante a história e até nas batalhas separadas, e as batalhas são simples, geralmente o objetivo é matar o chefe, matar todos os inimigos, ou usar o comando Seize no trono da fase. Os guerreiros e classes de Hoshido são muito bons, e Ryoma, o rei de Hoshido que se junta a você antes do meio do jogo, é praticamente o Orlandu do Final Fantasy Tactics. Pra se ter uma idéia, jogando no Hard, o último chefe não consegue mais de 15% de chances de acertar ele, de tão rápido que ele é. Ele é mais rápido que um Ninja e tem uma arma especial muito forte que o faz bater como um Great Knight.
Ryoma se esquiva de praticamente qualquer coisa, mas além de ser muito mais resistente que outros swordsmasters, ele tem uma arma de longo alcance muito forte que ainda dá um bônus de ataque e chance de acerto crítico.
Conquest, por outro lado, é um desafio digno dos Fire Emblems que não vieram para o ocidente. Não é possível grindar a menos que você compre o mapa DLC que seja feito pra grindar – porque em qualquer outra batalha, seus personagens não ganham experiência. E as batalhas são muito mais difíceis, recheadas de inimigos com skills passivas que acabam com você, mapas enormes e truncados, muitas vezes com condições de derrota adicionais como não deixar nenhum inimigo chegar no fim do mapa ou um limite de turnos, e se você quer Gold, vai ter que cumprir objetivos extras como visitar vilas antes que elas sejam visitadas por inimigos e abrir baús, que frequentemente não tem chave e exigem algum ladrão. Enquanto em Birthright você vai ter mais dinheiro do que precisa, em Conquest, caso você não consiga cumprir esses objetivos extras, vai passar fome e vai se ver tendo que vender armas pra comprar remédios. E as mesmas classes que você usava e abusava em Birthright vão te fazer arrancar os cabelos aqui. Especialmente ninjas.
Em Conquest, prepare-se para hordas de inimigos te envenenando, causando debuffs, pouco lugar pra se abrigar e limite de turnos.
A versão DLC, Revelations, é a terceira via e tem o verdadeiro final. Enquanto em Birthright você está defendendo Hoshido e Conquest tentando mudar Nohr por dentro (o jogo não esconde que Nohr e seu rei Garon são os bandidos da história), em Revelations você não defende nenhum dos dois, começa atacado por ambos mas acaba reunindo todo mundo para o seu lado e achando o ”verdadeiro inimigo”. Você recruta todo mundo, pode montar o seu castelo com as construções de Nohr e Hoshido, e os mapas são mais difíceis que Birthright, mas mais fáceis do que Conquest, e você pode grindar. E grindar você vai precisar se quiser usar a maioria dos personagens, porque o seu exército cresce muito, muito rapidamente, e os recrutas costumam vir em nível bem baixo.
O mapa de Valla, onde Revelations se passa. As batalhas não costumam ser muito difíceis, mas tem puzzles e mecânicas que tornam difícil atravessar os mapas sem classes voadoras, já que quase todo mapa tem penhascos enormes.
A jogabilidade também mudou drasticamente. Agora, armas não tem um número de usos, mas as armas mais fortes te causam debuffs depois de cada batalha, e as armas de alcance 1-2 como Javelins e Hand Axes não deixam você atacar duas vezes por mais rápido que seja. Isso acaba pesando mais para o seu lado, já que os inimigos tem a função de bater uma ou duas vezes e morrer, mas se você usar a Silver Sword por um turno e for atacado de todos os lados, no final do turno estará causando zero de dano de tanto debuff que vai levar. E na versão Conquest os chefes e até alguns inimigos normais tem acesso a armas que você não pode ter, que funcionam como as Javelins ou Silver Swords sem restrições ou debuffs.
O sistema de Pair Up também foi refeito e agora funciona de duas maneiras: juntando os personagens como você fazia em Awakening é o modo de defesa, em que o personagem da frente ganha um boost nos stats e o personagem de trás defende um golpe tomando 0 de dano ao encher uma barrinha. Mas quando dois personagens que não estejam já em par estejam um ao lado do outro, é ativado o modo de ataque e o personagem ao seu lado também ataca o inimigo, mas causando metade do dano que causaria normalmente. Via de regra, defesa é melhor. E os inimigos também usam pair-up, mas é algo que acontece mais no Conquest, e do Hard pra cima.
Outra função nova é o Meu Castelo. Ganhando batalhas você acumula Dragon Points, que são usados pra construir lojas e outras coisas em seu castelo. A maior diferença é a loja de armas, em Birthright você compra as versões novas das armas (katanas em vez de espadas, naginatas em vez de lanças, clavas em vez de machados e shurikens em vez de adagas), enquanto a de Conquest são as armas tradicionais. Novamente Birthright ganha porque as armas deles tem efeitos secundários, como um bônus passivo de velocidade em espadas e shurikens e defesa com naginatas. Jogando a versão Revelations você tem as duas lojas.
Outro ponto dos castelos são alimentos e pedras preciosas, usadas para melhorar armas. Você é encorajado a usar o aspecto online para buscar recursos porque seu castelo só terá uma ou duas variedades de cada material/alimento. Mas há muitos hackers por aí com castelos com todos os materais e alimentos, basta colocar “resources” na busca e você acha esses castelos.
O "My Castle", onde você pode comprar itens e melhorar suas armas e personagens. Você também pode transformar ele numa fortaleza e desafiar outros jogadores a chegar no trono do castelo, ou visitar os castelos dos outros para pegar recursos e comprar itens e skills.
O jogo também tem bastante fanservice para os padrões da série. Os personagens são majoritariamente bem jovens, e as garotas atendem a todo tipo de gosto, de lolis, passando por quadris largos, cavalas peitudas e até uma MILF. Tem até Nyx, uma mulher de uns 40 anos que foi “amaldiçoada” a não envelhecer e parece uma garota de uns doze anos. Os rapazes também variam bastante, e há desde o herói musculoso Arthur, ao seu servo Jakob e... o Forrest.
A versão japonesa tem até um minigame onde você chama personagens para os seus aposentos e pode tocar nelas com a stylus. Isso foi removido da americana e as personagens só entram na sua sala e você pode ver elas do quadril pra cima.
Nyx, a mulher no corpo de uma garotinha. Na versão japonesa você podia levar ela no seu quarto e molestar ela com a stylus
Forrest. Sim, é um rapaz. E você pode se casar com ele. E na versão japonesa, esfregar sua stylus nele.
Há DLC, mas fora comprar as duas rotas adicionais para ter o jogo verdadeiramente completo, a maior parte dos DLCs são puramente opcionais, cuja função e recompensar o jogador com dinheiro, armas, experiência e algumas classes extras, geralmente muito fortes. Há dois DLCs que têm importância na história, um que explica como Severa, Inigo e Owain do Fire Emblem Awakening foram parar em Nohr e outro estrelando os filhos dos personagens principais, mas não são muito divertidos. Provavelmente ainda será lançado um DLC equivalente ao Apotheosis do Awakening, onde você enfrenta um batalhão de inimigos com status mais altos do que o seu limite encabeçados pela Anna com 99 HP e um monte de skills roubadas, e assim como o Apotheosis no Awakening, grindar sem os estágios DLC será insuportável.
Graficamente o jogo é bonito, os mapas rodam a 60FPS com sprites bonitinhos, os modelos 3D dos personagens são bem detalhados, os cenários (especialmente grama) nem tanto. O estilo dos bustos dos personagens mudou, está mais detalhado do que em Awakening.
A parte sonora está melhor do que Awakening e há algumas músicas com vocal. Em geral, as melodias estão mais agradáveis. Os efeitos sonoros cumprem seu papel e não tem o que reclamar.
Enfim, é um jogo obrigatório para quem tem um 3DS. Um excelente RPG de estratégia, que talvez vá deixar um gosto ruim para jogadores com repulsa de fanservice, mas de resto não há o que reclamar.