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Tópico oficial AstrônomOS / FisicuzinhOS | 1a foto de um buraco negro p.35 | Mãe, no céu tem VY Canis Majoris? E morreu p.62 | Fotos TESUDAS James Webb p.63, 64...

Qual o teu nível de conhecimento sobre astronomia?


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Sgt. Kowalski

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E a Greve foi pro espaço
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Postado Por Carlos Cardoso em 28 04 2017 em Espaço


Tudo comunista.

Vida de astronauta não é fácil. e nem digo de astronauta brasileiro, que tem que fugir dos cobradores nos corredores da NASA pois o país deu calote no carnê da ISS. Mesmo os com as contas em dia sofrem. Você tem que usar fraldas, dormir num armário. doar amostras até ficar sem nenhuma e é sondado em orifícios que nem sabia que tinha.

Um dia típico começa 06:00 e termina 21:30. Com 2,5 h no meio disso de exercícios obrigatórios. A culpa é dos custos. Manter uma pessoa na ISS custa US$ 7,5 milhões por dia. Estima-se que se uma empresa quiser contratar um astronauta para um trabalho específico seria cobrado um homem/hora de US$ 1 milhão.

Por isso na ISS os sujeitos trabalham até sábado, mas já foi pior, e chegou ao ponto em que os astronautas precisaram apelar para um recurso popular desde o tempo da Lisístrata: a greve.

Era 1973, a missão: Skylab, a mini-estação espacial lançada com o último Saturno V, reaproveitado depois que as missões Apolo finais foram canceladas. O Skylab estava cheio de problemas, por pouco a missão não se perdeu e grande parte do tempo de vida da estação foi gasto… mantendo ela viva. Por isso as pesquisas científicas foram prejudicadas. O jeito? Apertar o cronograma e espremer as horas dos astronautas.



Foram 84 dias 1 hora e 16 minutos onde Gerald P. Carr, Edward G. Gibson e William R. Pogue trabalharam sem parar. Exceto quando pararam. Uma das reclamações era que o cronograma da NASA era tão apertado que eles não conseguiam tempo nem para… olhar pela janela.

Como disse Gerald Carr, comandante da Missão:

Em terra eu não acho que esperariam que a gente trabalhasse 16 horas por dia por 85 dias, então eu realmente não vejo porque deveríamos sequer tentar isso aqui em cima.

A NASA discordou, e quando o cronograma começou a atrasar a ordem foi para usar o horário das refeições.

Mais que a carga horária o que irritava os astronautas era o microgerenciamento. Cada passo era coreografado e especificado, não havia margem de manobra, espaço para iniciativa individual. Lembre-se, a NASA especifica quantas voltas cada parafuso deve ser apertado. Os astronautas eram tratados da mesma forma.

Até o dia em que eles cansaram de reclamar. Os três, para o desespero da NASA decidiram tirar um dia de folga, no que se tornou a primeira e única greve/motim no espaço. O controle da missão entrou em desespero, mas não havia NADA que pudessem fazer.

Eles aproveitaram o tempo para relaxar. Ed Gibson, que era astrofísico passou o dia no Observatório Solar, fazendo ciência sem seguir as tabelinhas da NASA que diziam quantas fotos deveria fazer e em que momento.

Depois de um dia e percebendo que não podiam fazer NADA, a NASA cedeu, e concedeu aos grevistas suas reivindicações, incluindo mudar algo que só pode ter sido idéia de nerds sedentários: as horas de exercício eram imediatamente após as refeições.

Hoje astronautas não trabalham com horários mais tão puxados e não são mais tratados como robôs. Folgam nos domingos, aos sábados fazem meia jornada e suas tarefas não são definidas minuto a minuto. A ISS tem luxos e eles até assistem filmes. Tá certo que é Gravity

 

Nagareboshi

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Colegas, uma duvida.
Algum de vocês teria algum material (pode ser em ingles) que fale sobre todos os astros no espaço-tempo, no sentindo visual? Por exemplo, digamos que uma estrela esteja a 500 anos luz da terra, isso significa que se ela morresse hoje, ela só desapareceria (visualmente falando) pra nós no ano de 2517. Queria algo mais detalhado sobre isso, principalmente os astros que vemos a olho nu (estrelas, sol, jupiter...).
 


Tilak

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Colegas, uma duvida.
Algum de vocês teria algum material (pode ser em ingles) que fale sobre todos os astros no espaço-tempo, no sentindo visual? Por exemplo, digamos que uma estrela esteja a 500 anos luz da terra, isso significa que se ela morresse hoje, ela só desapareceria (visualmente falando) pra nós no ano de 2517. Queria algo mais detalhado sobre isso, principalmente os astros que vemos a olho nu (estrelas, sol, jupiter...).
Tipo isso?
 

Escape!

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vai rolar o lançamento do satelite brasileiro SGDC!

 

danitokaawa

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Esse satélite é filho unico.O governo brasileiro é tão INCOMPETENTE, que o sucessor do SGDC, ou melhor satélite irmão, ainda esta na fase de projeto e a empresa pode falir por não ter o que fazer.
 

Geo

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Pessoal, quem puder ver agora, Io está projetando sua sombra em Júpiter.
 

danitokaawa

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Eu estou procurando o tópico do Space Engine, mas não estou encontrando.Sabem onde esta?
 

Sgt. Kowalski

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NASA prepara caminhada espacial de emergência para consertar computador quebrado
Início » Energia »
Postado Por Carlos Cardoso em 22 05 2017 em Energia, Engenharia, Espaço



Como a inteligência somada dos computadores da Estação Espacial Internacional não ultrapassa dois ou três comentaristas de portal, a comandante Peggy Whitson não vai sair amanhã em sua 11ª caminhada espacial muito desconfiada, embora as evidências ainda apontem para um motim cibernético.

Neste momento a Estação Espacial corre risco teórico de perder energia e sistemas de refrigeração. Um módulo importante do computador que controla esses sistemas falhou. Pior, ele tinha acabado de ser substituído, na caminhada do dia 30 de março.

Primeiro, o que deu errado?

Foi isto aqui que queimou, um MDM (multiplexer-demultiplexer).



O barramento de dados da porção americana da ISS funciona em três camadas. A principal, que controla todo o complexo, a intermediária, que controla sistemas específicos (navegação, energia, etc) e as locais, que podem ser capilarizadas até experimentos específicos.

Todo esse fluxo de dados é gerenciado por MDMs que recebem os sinais de vários barramentos, os combinam organizam e disponibilizam para o barramento superior. Eles também recebem dados e os enviam para sistemas individuais, assim você não precisa ter um cabo direto entre o computador principal e um sensor de fótons na unidade AE-35.

Da mesma forma que o parafuso sempre cai no buraco mais inacessível do gabinete, e a lâmpada que queima é a do soquete mais alto, o MDM que queimou foi o externo. CLARO, tinha que ser, um dos vários internos seria trivial trocar, mas Murphy não perdoa.

A situação não é crítica, claro, tanto que estão planejando com calma a substituição. Ontem a Peggy montou e testou a unidade de reserva, e todos os sistemas continuam funcionando, pois a ISS é pensada o tempo todo em volta da palavra REDUNDÂNCIA.



São dois MDMs, quando o primeiro abriu o bico, o segundo assumiu as funções. Sem drama, desculpe Sandra Bullock, mas não deixa de ser sério. Se essa unidade falhar entre hoje e amanhã é capaz da Peggy prender a respiração e sair só de camiseta pra instalar a nova.

Ficar sem energia não é o maior problema, os sistemas de suporte de vida podem ser operados manualmente, e (espero) a NASA já aprendeu a não misturar filtros quadrados e redondos. O maior risco dos astronautas é morrer por excesso de… calor.

Costumamos dizer que o espaço é muito frio, mas isso é um erro. O NADA não pode ter temperatura. E se o espaço é tão frio como a Terra não está congelada? Explique essa, Al Gore. A grande diferença do espaço para um objeto na Terra é que calor, que nada mais é que transferência de energia, aqui acontece de três formas:

1 – Condução — quando você entra no ônibus, senta e o assento está quentinho, está em contato direto com a fonte de calor. Ops, tinha um sujeito no banco. Levante-se e peça desculpas. Ou não, sei lá. A gente aqui não julga.

2 – Convecção — é quando você pensa em pedir desculpas mas fica com vergonha e prefere ficar sentado, vai que o sujeito não percebeu, aí ele fala na sua orelha “fique à vontade, a casa é sua”. O bafo quente é transmissão de calor por convecção.

3 – Irradiação — é quando você acorda na masmorra subterrânea do sujeito do ônibus, ele está com um Gimp Suit completo, seus braços e pernas presos por correias de couro. Ele acende um cigarro, aproxima a brasa de seu rosto e você sente o calor. Ao mesmo tempo percebe que não lembra mais da Safe Word…



No espaço dois corpos separados não podem transferir calor entre si por nenhum método que não seja irradiação. Sim, vácuo é um excelente isolante térmico, pergunte pra um cientista ganhador do Nobel ou para sua garrafa térmica.

O resultado é que a única (ok principal) fonte de calor da Estação Espacial é o Sol. A radiação térmica (também conhecida como luz em todas as frequências do espectro) aquele algo diretamente exposto a ele até uns 121 ºC. Se você tampar essa área ela começará a emitir fótons, e se resfriará até – 170 ºC, quando atingirá equilíbrio, sendo aquecida pela radiação térmica da Terra, da ISS, dos astronautas e até a radiação de microondas de fundo do Universo.

Para evitar ser churrasqueada, a ISS é coberta de material refletor e isolante térmico. Naves menores complementam isso com uma manobra frango de padaria, onde giram em torno de seu eixo, expondo todas as partes ao Sol.

No caso da ISS além da camada isolante eles usam radiadores térmicos:


Sim, uma das placas refletoras descolou. Acontece. A foto é antiga.

Esses equipamentos circulam amônia por tubulações, removendo o excesso de calor da estação e jogando no espaço. É basicamente a mesma coisa que a sua geladeira, com o detalhe que a eficiência é muito pior: não há perda por convecção. Note também que eles ficam perpendiculares aos painéis solares, assim absorvem o mínimo de radiação solar. Por isso a serpentina da sua geladeira fica atrás, e não no teto.

Eles vão aproveitar a saída de amanhã para instalar também umas antenas e trocar os cubesats do lançador japonês. Não sei quantos MDMs de backup eles ainda tem no estoque, mas como dia primeiro sobe uma Dragon levando suprimentos, é capaz de encaixarem um ou dois, só pra ficarem seguros.

Esse é o dia-a-dia da ISS, mas não é realmente perigoso. Em último caso eles entram nas Soyuz e voltam pra Terra. Uma nave a caminho de Marte não teria essa possibilidade. Por isso a cena em 2001 faz tanto sentido:



No espaço não tem como chamar um técnico. Astronautas precisam saber como tudo funciona, como diagnosticar problemas e como consertar. Ou seja: quer que seu filho seja astronauta? Compre um Arduíno pra ele.
 

Leeroy

Habitué da casa
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Inscrevi-me no curso de Introdução à Astronomia da faculdade, que é uma das disciplinas optativas pra quem faz física, mas é também pré-requisito pra poder fazer astrofísica. Sinto que começarei a frequentar esse tópico com bastante frequência daqui em diante :kpaixao
 
Ultima Edição:

Geo

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Na notícia tá dizendo que o SETI tá de olho na estrela de novo.
Se hipoteticamente tiver uma civilização ali capaz de construir uma estrutura gigante em volta de uma estrela esse povo ainda acha que eles vão usar sinais de rádio?
Ainda usamos cartas e cabos para comunicação.
 

Sgt. Kowalski

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Ou é um buraco negro nascendo ou alguém completou os 9 bilhões de nomes de Deus
Início » Astronomia »
Postado Por Carlos Cardoso em 26 05 2017 em Astronomia, Destaques



Os Nove Bilhões de Nomes de Deus é um dos (ótimos) contos de Arthur Clarke. Nele dois engenheiros visitam um mosteiro no Himalaia, os monges querem comprar um computador para ajudar no trabalho da Ordem: eles acreditam que Deus tem 9 bilhões de nomes, e é função dos monges compilar cada um deles em pesados livros com capas de couro. Por gerações, os religiosos pacientemente calculavam as permutações, seguindo regras antigas e complicadas. O computador agilizaria imensamente o trabalho.

O computador é vendido, instalado e as listagens começam a sair das impressoras. Um dos engenheiros pergunta o que acontecerá quando o trabalho terminar. O líder dos monges explica que o Universo terá cumprido sua função e acabará.

Os engenheiros começam a ficar preocupados, quando o último nome sair da impressora e nada acontecer os monges podem ficar irritados, culpar o computador e talvez até colocar a vida deles em perigo. Decidem fugir pela trilha de mulas que levava ao mosteiro, ao mesmo tempo em que o trabalho está quase no fim.

Quase chegando na pista de pouso, com o avião de fuga os esperando, um dos engenheiros olha pra cima e percebe que as estrelas estão, uma a uma, se apagando.

Foi exatamente isso que astrônomos testemunharam, na Constelação de Cisne.

Eles estavam acompanhando a galáxia NGC 6946, a uns 20 milhões de anos-luz da Terra. Mais precisamente a estrela N6946-BH1, que estava prestes a se tornar uma supernova, e prestes no sentido “Scotty se você não consertar os motores de dobra AGORA nós estamos mortos!”.

Com massa de 25 vezes a do Sol, era uma ótima candidata a supernova, e em 2009 seu brilho começou a crescer, chegou a vários milhões de vezes o do Sol, quando normalmente é só umas cem mil vezes mais brilhante.

A estrela é das grandes. Para dar uma idéia, esta é Betelgeuse (não vale 3 vezes), que tem METADE da massa de N6946-BH1. Está vendo o pontinho branco? É o Sol, na superfície dela.



Só que em vez de explodir em um apocalipse de energia, a estrela começou a definhar, o brilho foi diminuindo, diminuindo e por volta de 2015 ela simplesmente se apagou.

Poucas coisas fora da ficção científica são capazes disso.



Não é inédito uma supernova dar chabu: às vezes elas não têm a massa mínima pra desencadear a reação, depois que camadas da atmosfera são eliminadas ela não consegue sustentar o processo e se encolhe. Acontece com todo mundo, fale com seu médico, eu falaria.

Só que normalmente sobre uma estrela normal, dizendo que está cansada e estressada por causa do trabalho. Desta vez não havia estrela visível. Telescópios espaciais como o Hubble e o Spitzer foram apontados e começaram a procurar por assinaturas em infravermelho, talvez uma nuvem de poeira resultante da explosão fracassada estivesse ocultando a estrela.

Nada.

Como nem Galactus sumiria com uma estrela, e os cientistas não acreditaram quando Lula disse que foi a Marisa, só sobrou uma explicação: a N6946-BH1 se tornou um buraco negro.


Eu sei.

Quando o núcleo esfriou e não conseguiu conter mais a gravidade da estrela, a matéria se condensou, reativando a fusão nuclear, provocando a primeira explosão, mas aparentemente a reação não conseguiu se manter, e o resto da estrela colapsou sem dó nem piedade, formando o buraco negro, em vez da supernova.

Isso explicaria um fenômeno que intriga cientistas faz tempo: temos muito mais estrelas super-gigantes do que supernovas, os números não batiam. Agora aparentemente está explicada a discrepância: uns 30% das super-gigantes ao invés de explodir, viram direto buracos negros.

A pesquisa foi publicada no artigo “The search for failed supernovae with the Large Binocular Telescope: confirmation of a disappearing star” e claro que temos o link, aqui é o MeioBit, a gente mata a cobra e mostra o fucking paper.
 

Rodrigo Zé do Cx Jr

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Ou é um buraco negro nascendo ou alguém completou os 9 bilhões de nomes de Deus
Início » Astronomia »
Postado Por Carlos Cardoso em 26 05 2017 em Astronomia, Destaques



Os Nove Bilhões de Nomes de Deus é um dos (ótimos) contos de Arthur Clarke. Nele dois engenheiros visitam um mosteiro no Himalaia, os monges querem comprar um computador para ajudar no trabalho da Ordem: eles acreditam que Deus tem 9 bilhões de nomes, e é função dos monges compilar cada um deles em pesados livros com capas de couro. Por gerações, os religiosos pacientemente calculavam as permutações, seguindo regras antigas e complicadas. O computador agilizaria imensamente o trabalho.

O computador é vendido, instalado e as listagens começam a sair das impressoras. Um dos engenheiros pergunta o que acontecerá quando o trabalho terminar. O líder dos monges explica que o Universo terá cumprido sua função e acabará.

Os engenheiros começam a ficar preocupados, quando o último nome sair da impressora e nada acontecer os monges podem ficar irritados, culpar o computador e talvez até colocar a vida deles em perigo. Decidem fugir pela trilha de mulas que levava ao mosteiro, ao mesmo tempo em que o trabalho está quase no fim.

Quase chegando na pista de pouso, com o avião de fuga os esperando, um dos engenheiros olha pra cima e percebe que as estrelas estão, uma a uma, se apagando.

Foi exatamente isso que astrônomos testemunharam, na Constelação de Cisne.

Eles estavam acompanhando a galáxia NGC 6946, a uns 20 milhões de anos-luz da Terra. Mais precisamente a estrela N6946-BH1, que estava prestes a se tornar uma supernova, e prestes no sentido “Scotty se você não consertar os motores de dobra AGORA nós estamos mortos!”.

Com massa de 25 vezes a do Sol, era uma ótima candidata a supernova, e em 2009 seu brilho começou a crescer, chegou a vários milhões de vezes o do Sol, quando normalmente é só umas cem mil vezes mais brilhante.

A estrela é das grandes. Para dar uma idéia, esta é Betelgeuse (não vale 3 vezes), que tem METADE da massa de N6946-BH1. Está vendo o pontinho branco? É o Sol, na superfície dela.



Só que em vez de explodir em um apocalipse de energia, a estrela começou a definhar, o brilho foi diminuindo, diminuindo e por volta de 2015 ela simplesmente se apagou.

Poucas coisas fora da ficção científica são capazes disso.



Não é inédito uma supernova dar chabu: às vezes elas não têm a massa mínima pra desencadear a reação, depois que camadas da atmosfera são eliminadas ela não consegue sustentar o processo e se encolhe. Acontece com todo mundo, fale com seu médico, eu falaria.

Só que normalmente sobre uma estrela normal, dizendo que está cansada e estressada por causa do trabalho. Desta vez não havia estrela visível. Telescópios espaciais como o Hubble e o Spitzer foram apontados e começaram a procurar por assinaturas em infravermelho, talvez uma nuvem de poeira resultante da explosão fracassada estivesse ocultando a estrela.

Nada.

Como nem Galactus sumiria com uma estrela, e os cientistas não acreditaram quando Lula disse que foi a Marisa, só sobrou uma explicação: a N6946-BH1 se tornou um buraco negro.


Eu sei.

Quando o núcleo esfriou e não conseguiu conter mais a gravidade da estrela, a matéria se condensou, reativando a fusão nuclear, provocando a primeira explosão, mas aparentemente a reação não conseguiu se manter, e o resto da estrela colapsou sem dó nem piedade, formando o buraco negro, em vez da supernova.

Isso explicaria um fenômeno que intriga cientistas faz tempo: temos muito mais estrelas super-gigantes do que supernovas, os números não batiam. Agora aparentemente está explicada a discrepância: uns 30% das super-gigantes ao invés de explodir, viram direto buracos negros.

A pesquisa foi publicada no artigo “The search for failed supernovae with the Large Binocular Telescope: confirmation of a disappearing star” e claro que temos o link, aqui é o MeioBit, a gente mata a cobra e mostra o fucking paper.

Sensacional!
 

Tilak

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Third Gravitational Wave Detection, From Black-Hole Merger 3 Billion Light Years Away
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https://www.nytimes.com/2017/06/01/science/black-holes-collision-ligo-gravitational-waves.html?rref=collection/sectioncollection/science&_r=0
 

danitokaawa

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Os simuladores espaciais estão parados.Um dos mais promissores era o russo Space Engine, porém ele depende de doações para seu desenvolvimento.Chegou a 72% da meta e parou.Com isso, esta a mais de 1 ano, sem QUALQUER atualização.Em alguns aspectos, como em planetas extrassolares, o NASA Eyes superou ele.
 

Pimenta_

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Vai ser a primeira vez que uma sonda vai tirar uma foto tão próximo da mancha não? Estou doido pra ver os detalhes...
 

Sgt. Kowalski

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Uma boa parte de nós existiu muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante
Início » Biologia »
Postado Por Carlos Cardoso em 27 07 2017 em Biologia, Espaço



Olhe para sua mão. Aperte seu indicador com o polegar, até que ele fique levemente vermelho. Você acha que está vendo seu sangue dando cor ao dedo, mas não é isso que você está vendo. Diante de seus olhos está o final de uma história que começou muito, muito tempo atrás.

Você está vendo o vermelho da hemoglobina combinada com o oxigênio. Esses átomos não surgiram do nada, não surgiram nem do Big Bang. Na ponta de seu dedo você tem testemunhas vivas, átomos que foram criados bilhões de anos atrás no coração de estrelas moribundas.

Depois de tentar desesperadamente fazer fusão nuclear de carbono, uma estrela não conseguiu mais conter a força da gravidade, e colapsou em direção a seu núcleo. A energia de incontáveis toneladas de matéria acelerando e colidindo gerou tanta pressão e calor que a fusão nuclear voltou a acontecer, inclusive de elementos mais pesados. Átomos de carbono e oxigênio se fundiam criando ferro, níquel, magnésio. Junto com a fusão, ocorreu a liberação de energia, e a estrela explodiu, uma supernova marcando o fim de sua vida.

Os restos dessa estrela e de outras se espalharam pelo cosmos. Com o tempo essas nuvens de matéria se condensaram, criando uma nova geração de estrelas. Entre elas o Sol. As sobras formaram planetas, asteróides, luas e, eventualmente, você.


Uma nebulosa planetária, tudo que sobrou de uma supernova. Isso já foi você.

Agora uma pesquisa intitulada Star formation in simulated galaxies: understanding the transition to quiescence at 3 × 1010 M⊙ mostrou que o chamado “vento intergaláctico” é maior do que se pensava.

Basicamente quando uma supernova explode, ela acelera parte de sua massa além da velocidade de escape de sua galáxia, mandando bilhões de toneladas de elementos pesados para o vazio intergaláctico. Essa matéria percorre milhões de anos-luz até, com sorte, chegar a uma outra galáxia, onde é capturada pelo campo gravitacional de outras estrelas.

Antigamente era assustador e glorioso perceber que não somos feito de barro, mas de estrelas. Hoje descobrimos que não só somos feitos de estrelas, como somos verdadeiros cidadãos do Cosmos. Pelo menos um terço da matéria que nos compõe foi criada em estrelas de outras galáxias. Lavoisier ficaria orgulhoso.

Fonte: The Guardian.
 

danitokaawa

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Versão 3D de Charon ou Caronte:

E de Plutão:

Isso por conta dos mapas de elevação divulgados.
 

danitokaawa

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Morar fora dos EUA/Europa, o problema não é só jogos.Ontem, tentei entrar no site do Space Engine e estava como sem conexão.Consegui entrar hoje, mas ai tinha um unico update que só adianta para o eclipse.Como só vou estar em casa de noite, ja perdi.A conexão com a NASA para acompanhar o eclipse parece estar normal la nos EUA, mas aqui aparece que a conexão esta "quebrada"
Acompanhem, se puderem:
https://www.nasa.gov/
 
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