Dídimo676
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É uma reflexão óbvia, mas que merece ser discutida. Refiro-me à ideia de acharmos que algo é bom quando vemos que muitos acham "esse algo" bom.
No tópico dos jogos, gosto de usar o exemplo de TLOU. Faz alguns anos, só que é uma boa forma de ilustrar aonde quero chegar. Quando TLOU saiu e as críticas e os comentários positivos começaram a aparecer, fui impelido a comprar o jogo. Não só isso, como também, enquanto estava jogando, quase que num nível subconsciente, tentava procurar e ressaltar as qualidades de que tanto comentavam sobre este.
Isso não quer dizer que todos que gostaram de TLOU fizeram isso por essa "mentalidade de manada". É perfeitamente natural perceber qualidades que os outros também perceberam. E também não quero dizer que não existam métodos seguros para se avaliar as qualidades básicas de um jogo. A meu ver, TLOU seria um sólido 7,5 (não tem uma jogabilidade inovadora ou muito interessante, como mencionei em outro tópico, então se destaca pelos aspectos visuais e pelo roteiro; no caso deste, alguns podem gostar, outros não). Não envelhecerá bem, prevejo.
E tudo se dá nos primeiros instantes do lançamento, quase como um caso de sorte. Vamos supor que alguém lance um jogo sólido, que pode ser cultuado por muitas pessoas. Porém, as primeiras pessoas que testam esse título acabam não gostando (talvez por começarem a jogar quando estavam cansadas, de mau-humor, ou até por não gostarem do gênero, nisto pode haver mil e um outros motivos). Pelo fato de esses primeiros comentários que aparecerem ser ruins, há uma grande probabilidade de que outros jogadores, quando forem testar o título, joguem procurando defeitos a todo momento. É bem psicológico e poucos conseguem ter independência mental o bastante para não se deixar levar por "ondas de elogios" ou "ondas de negatividade" a respeito de um jogo.
Não gosto de COD, porém Infinite Warfare é um bom exemplo disso. O nível dos comentários iniciais foi tão ruim que acabou infectando o lançamento tal como um câncer. Muitos que conseguiram se desviar disso - e testaram o jogo - gostaram bastante da experiência.
Outro caso que destaca bem o tema deste tópico é Shadow of Mordor, onde foi descoberto o escândalo da Warner ter remunerado youtubers para fazer críticas positivas (muitos destes não avisaram que eram críticas patrocinadas). Por que a Warner fez isso? Justamente porque ela entende a mentalidade de manada, entende como os momentos iniciais de um lançamento são importantes.
Dito tudo isso, compreendo por que, num país como o Brasil, onde os impostos são viscerais, as pessoas procurem se nortear pela opinião dos outros ao se fazer uma compra. Sem julgamentos, afinal, também existe o outro lado, o dos haters (que vilipendiam algo excessivamente só porque agradou à maioria). Esse tópico não é uma crítica, é uma discussão sobre o elemento psicológico na comunidade gamer.
Irei citar alguns casos pessoais de jogos que gosto (que não foram bem entre a crítica ou entre os fãs):
I - Sonic Unleashed (a maioria odiou quando Sonic se transformava em lobisomem, e eu achei uma grande sacada, algo que alternava muito bem com a velocidade excessiva dos ciclos matutinos).
II - Samurai Shodown VI (meu jogo de luta preferido, o auge do refinamento da franquia, embora não faça parte do cânone).
III - Final Fantasy XII (hoje a situação dele entre os fãs melhorou, mas, quando foi lançado, foi muito subestimado, vilipendiado às vezes, e é o meu segundo favorito da franquia).
IV - Megaman VII (este é um caso que me indigna especialmente; só a música de abertura da primeira fase já é um clássico, a meu ver. Só que muitos fãs quiseram que a CAPCOM voltasse àquele visual do I até o VI, de 8 bits (que foi retomado do IX em diante). Uma pena a empresa ter desistido de aprimorar os sprites por causa de fãs conservadores (ao menos há a série X para se consolar). Um dos meus sonhos é ver Megaman com sprites em alta definição.
Quero que cada um comente sobre algum jogo que gostou, mas que não foi bem nas críticas ou entre a maioria dos gamers. Quem sabe esse título rejeitado não ganhe um novo fôlego? he-he