Exatamente - associado com uma certa imagem vaga que você faz dele, e que você inconscientemente projeta no jogo. O nome disso é "fetiche". Apenas pense em quando o Kojima nos mostrava alguma de suas várias "japonesices": nem sempre o efeito era imediatamente positivo, mas nós ainda assim lhe dávamos o devido crédito - porque, afinal de contas, "é o Kojima!".
Ou seja, nós inadvertidamente já adicionávamos à nossa experiência da identidade do jogo este componente externo e arbitrário ("se é do Kojima, então logo deve ser bom! Mesmo que eu ainda não tenha decifrado o seu apelo!") automaticamente. É neste momento que o famoso "fetiche" é propriamente operacionalizado. É a mesma lógica do copo "meio cheio" ou "meio vazio" - com o fetiche, este misterioso e mágico "algo mais", ele é logo preenchido, e sem o fetiche, logo esvaziado.
O mesmo parece-me também acontecer com este jogo da Konami - nos parece um Metal Gear Solid "objetivamente ruim", mas só porque um copo "meio cheio" também pode nos parecer "meio vazio" quando em certas circunstâncias, mas somos sempre nós, os sujeitos, os agentes a dar a sua medida.