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Meu relato sobre um programa de PhD pós-modernista.
Por Lawrence Belluci.
Há cerca de 4 anos atrás me inscrevi para um programa de PhD de uma conceituada universidade em uma cidade Brasileira cujo nome será suprimido. Estando no sistema educacional brasileiro por toda minha vida, estava bastante ciente da prevalência dos chamados escritores pós-modersnistas nas Faculdades e Universidades.
Gente como Derrida, Foucault, Deleuze e outros “intelectuais” franceses eram praticamente louvados como deuses em Humanas. Pessoalmente, eu sempre fui cético quanto a intelligentsia francesa e isso foi um dos motivos pelos quais desisti de me graduar em psicologia – campo em que, para minha surpresa, o pós-modernismo era endêmico. Eventualmente, me formei em Direito, área que é relativamente livre desse absurdo.
Eu sempre tive interesse em filosofia (filosofia de verdade, não o charlatanismo francês) e na faculdade tive interesse particular na epistemologia jurídica, um assunto em que gostaria de me aprofundar. Depois do bacharelado, se eu quisesse seguir uma carreira acadêmica, eu teria de enfrentar a tolice do pós-modernismo mais uma vez. Apesar de ser um prospecto desagradável, decidi que, a essa altura da minha vida, estava preparado para lidar (e argumentar contra) os franceses. Isso quando da inscrição e posterior aprovação em um programa de PhD em Epistemologia da Interdisciplinariedade. Aquilo com o que eu me deparei não foi exatamente o que eu esperava.
Estava nesse programa por três anos e, coincidentemente, durante esse tempo, notei o crescimento na crença pós-modernista. Os eventos insanos em Berkeley e Evergreenhave trouxe à tona o assunto de preceitos acadêmicos e liberdade de expressão no campus, onde a farsa do “Pênis Conceitual” levou alguns a externalizarem dúvidas quanto a integridade de todo o campo de estudos de gênero. Alguns (mais notavelmente Jordan Peterson) apontam que o pós-modernismo é a principal causa para toda esta insanidade.
Agora, a situação do Brasil não é a mesma que a dos Estados Unidos. Há diferenças significativas quanto a cultura do campus e práticas acadêmicas e falarei um pouco sobre elas. Dessarte, acredito que há semelhanças entre os ativistas ideológicos de ambos os países que, pelo menos, ajudam a explicar a proeminente insanidade que ameaça sucumbir o sistema de educação superior nos Estados Unidos.
Considerando que eu era um intruso neste programa pós-modernista - minha crenças e interesses me separavam de meus colegas e professores – eu via coisas que eram ignoradas ou simplesmente eram tidas como absolutas pelos adeptos. Coisas que, mesmo quando notadas, estes hesitavam em compartilhar com gente de fora. Por outro lado, anos de exposição a ideologia deles permitiram que alcançasse um patamar de compreensão que até mesmo os críticos mais preparados não conseguem alcançar.
Então, antes de tudo, o que é esse negócio de pós-modernismo sobre o qual as pessoas estão falando? Se você perguntar a um bacharel de filosofia, há uma boa chance de que ele dirá que apesar da palavra ser aplicada por historiadores de arte para se referir a alguns movimentos artísticos, é um termo inventado quando o assunto é Filosofia – cada autor normalmente associado com o termo é tão diferente do outro que usar uma única palavra para descrevê-los como um grupo é inútil ou desonesto.
Isso não é necessariamente verdade. Enquanto há diversas distinções e divergências entre os autores, há uma característica singular que é comum a todos os pós-modernistas: eles tem um patamar muito frouxo para justificativas válidas.
Os ditos pós-modernistas possuem um ponto de vista diferente a respeito. Eles aparentemente acham que discutir é um engodo, então decidiram simplificar drasticamente o patamar do que pode ser considerado como um argumento. É por isso que é possível encontrar frases como “o que está em movimento é o próprio horizonte: o horizonte relativo se distancia quando o sujeito avança, mas o horizonte absoluto, nós estamos nele sempre e já, no plano de imanência” (isso é uma frase verdadeira tirada de o que é filosofia?, escrito pela dupla francesa Deleuze e Guattari).
Então, isso traz a questão do porquê alguém aceitaria esse tipo de pensamento. Porquê muitos Mestres aceitariam que alguém pode se livrar do fardo de argumentar suas próprias ideias? É simples: se você aceita que as ideias de Foucault ou Deleuze com pouca ou nenhuma justificativa, então suas ideias precisam de pouca ou nenhuma, também. É por isso que essa é uma oferta que pouca gente recusaria (e não recusam).
Ese é um ponto que a maioria dos críticos e comentaristas do pós-modernismo. Não é o caso de que Derrida e gente de sua estirpe corromperam acadêmicos que outrora eram competentes mas, sim, que acabaram por montar um palco cheio de fumaças e espelhos, onde eles – indivíduos irrelevantes – poderiam fingir que eram o imenso e poderoso Oz; e outros seguiram na esperança de que eventualmente teriam um lugar atrás das cortinas para si próprios.
Não tenho a intenção de ser duro. A maioria de meus colegas e mestres eram gente decente, os quais apreciava em um nível pessoal. Porém deve ser entendido, especialmente por aqueles que se opõem aos ideais pós-modernistas, que isso não é uma mera questão de simplesmente convencer teóricos de gênero e pós-estruturalistas a abandonar suas falsas crenças e ingressar em uma conversa racional – se esses acadêmicos largarem sua crença pós-modernista, não terão mais o que justificar suas cadeiras e fundos para pesquisa.
Notei que comparado com minhas experiências acadêmicas anteriores, as aulas em meu programa de PhD eram mais diretas e claras. Talvez pelo critério de seleção extremamente enviesado (e possivelmente algum viés pessoal, também), a maioria dos candidatos compartilhava da mesma postura política que os mestres. Possivelmente por essa razão que aqueles que ministravam aulas pareciam confortáveis para deixar de lado (ou simplificar consideralvemente, pelo menos) os jargões e se engajar em uma padrão de fala quase normal.
Outro ponto que geralmente é neglicenciado é que os acadêmicos pós-modernistas não são, em princípio, aversos ao debate: eles são apenas muito, mas muito ruins nisso. Quando falam para um grupo de convertidos, em geral o palestrante ou mestre, de início, usa o senso comum e argumentos compreensíveis. Isso transcorre sem problemas já que a maioria dos candidatos já concorda com as ideias sendo apresentadas mas, eventualmente, alguém (geralmente eu) vai discordar.
Isso pode ser uma surpresa para você mas pós-modernistas são virtualmente incapazes de defender suas ideias. Em retrospecto, isso deveria ser óbvio: os franceses ofereceram um aparato de ferramentas retóricas que permitiriam qualquer um parecer erudito sem ter qualquer conhecimento e evitar debates apenas se escondendo atrás de um jargão e frases prontas – quem seria mais suscetível a isso do que gente que tem problema com conhecimento e debate?
Infelizmente, para o ativista pós-modernista, sua principal ferramenta – o relativismo epistemológico (a ideia de que a verdade é uma construção que se apoia em algum fator subjetivo, como a cultura do indivíduo) - pode ser eficiente para silenciar os opositores mas termina por ser um freio quando se tenta coordenar outros para atingir um fim de fato. Isso é óbvio quando se pensa a respeito: se todas as ideias tem o mesmo valor, qual seria o sentido de se dizer algo?
Deve ser por isso que, de início, seus discursos baseados em anticientificismo e relativismo pareciam timidamente esquecidos nas aulas em que estive. Em seu lugar, ideologia partidária crua rondava vez ou outra. Políticos e Professores geralmente confabulavam sobre os aspectos técnicos do ativismo político – especialmente em como “politizar os pobres”, o que era um eufemismo para propagar a agenda política de seu partido. Eufemismos assim eram muito comuns: um mestre em particular encorajava todos os candidatos a “agregar sua pesquisa a causa do proletário”, o que significava que cada projeto deveria incluir algum tipo de crítica ao sistema capitalista, independente do assunto.
Mas, como aprendi, isso não significava que a retórica do relativismo e do anticientificismo foram abandonadas. Note que se a pesquisa científica for útil, os ativistas do pós-modernismo irão usá-la. Apenas quando os dados científicos são inconvenientes, a noção de que o método científico é colonialista será trazida à tona.
Como disse antes, a situação do Brasil não é a mesma que a dos Estados Unidos da América. Apenas agora a interseccionalidade apareceu na mídia e no meio acadêmico, e os campus são parte de um debate sobre liberdade de expressão que borbulha lentamente. Ainda assim, alguns aspectos do Brasil parecem a frente da curva pós-modernista quando comparados com os Estados Unidos da América. O pensamento pós-modernista é prevalente do ensino médio em diante e tenho certeza de que isto é pelo menos uma das razões pelas quais, apesar de investimento pesado em educação e aumento de ingressos em faculdades, o sistema de educação brasileiro parece não ter melhorado em nada na última década.
No mesmo compasso, meus colegas (a maioria professores e mestres) parecem ter sido completamente desiludidos ou agressivamente radicalizados. Aqueles que eram ou viraram verdadeiros adeptos guinaram cada vez mais ao extremo, perdendo qualquer interesse remanescente no diálogo. Apesar de não querer concluir que esta mudança se deve a influência do programa de PhD (a situação política do Brasil mudou drasticamente nos últimos anos e isso deve ter alguma influência), estou certo de que ter professores dizendo que o capitalismo era a única causa de todos os problemas e que qualquer um que não compartilhasse essa ideia era um perigoso inimigo, não ajudou.
Gostaria de dizer para qualquer um que considera ingressar qualquer programa ou área que é influenciada pelo pós-modernismo: não vá. Se for possível, tente outro caminho. Se não pode – ou se já está engajado em algum programa e tem dúvidas – saiba que, apesar das cortinas e fumaças, atrás das cortinas é apenas uma pessoa. Quando se entende suas técnicas, debater pós-modernistas é bastante fácil. Esteja avisado: eles não gostarão de você depois.
____________________________________________________________________________
Fonte: https://areomagazine.com/2017/09/09/my-experience-in-a-postmodern-phd-program/
Texto traduzido "nas coxas" (estou de férias e entediado). Podem haver imprecisões.
Por Lawrence Belluci.
Há cerca de 4 anos atrás me inscrevi para um programa de PhD de uma conceituada universidade em uma cidade Brasileira cujo nome será suprimido. Estando no sistema educacional brasileiro por toda minha vida, estava bastante ciente da prevalência dos chamados escritores pós-modersnistas nas Faculdades e Universidades.
Gente como Derrida, Foucault, Deleuze e outros “intelectuais” franceses eram praticamente louvados como deuses em Humanas. Pessoalmente, eu sempre fui cético quanto a intelligentsia francesa e isso foi um dos motivos pelos quais desisti de me graduar em psicologia – campo em que, para minha surpresa, o pós-modernismo era endêmico. Eventualmente, me formei em Direito, área que é relativamente livre desse absurdo.
Eu sempre tive interesse em filosofia (filosofia de verdade, não o charlatanismo francês) e na faculdade tive interesse particular na epistemologia jurídica, um assunto em que gostaria de me aprofundar. Depois do bacharelado, se eu quisesse seguir uma carreira acadêmica, eu teria de enfrentar a tolice do pós-modernismo mais uma vez. Apesar de ser um prospecto desagradável, decidi que, a essa altura da minha vida, estava preparado para lidar (e argumentar contra) os franceses. Isso quando da inscrição e posterior aprovação em um programa de PhD em Epistemologia da Interdisciplinariedade. Aquilo com o que eu me deparei não foi exatamente o que eu esperava.
Estava nesse programa por três anos e, coincidentemente, durante esse tempo, notei o crescimento na crença pós-modernista. Os eventos insanos em Berkeley e Evergreenhave trouxe à tona o assunto de preceitos acadêmicos e liberdade de expressão no campus, onde a farsa do “Pênis Conceitual” levou alguns a externalizarem dúvidas quanto a integridade de todo o campo de estudos de gênero. Alguns (mais notavelmente Jordan Peterson) apontam que o pós-modernismo é a principal causa para toda esta insanidade.
Agora, a situação do Brasil não é a mesma que a dos Estados Unidos. Há diferenças significativas quanto a cultura do campus e práticas acadêmicas e falarei um pouco sobre elas. Dessarte, acredito que há semelhanças entre os ativistas ideológicos de ambos os países que, pelo menos, ajudam a explicar a proeminente insanidade que ameaça sucumbir o sistema de educação superior nos Estados Unidos.
Considerando que eu era um intruso neste programa pós-modernista - minha crenças e interesses me separavam de meus colegas e professores – eu via coisas que eram ignoradas ou simplesmente eram tidas como absolutas pelos adeptos. Coisas que, mesmo quando notadas, estes hesitavam em compartilhar com gente de fora. Por outro lado, anos de exposição a ideologia deles permitiram que alcançasse um patamar de compreensão que até mesmo os críticos mais preparados não conseguem alcançar.
Então, antes de tudo, o que é esse negócio de pós-modernismo sobre o qual as pessoas estão falando? Se você perguntar a um bacharel de filosofia, há uma boa chance de que ele dirá que apesar da palavra ser aplicada por historiadores de arte para se referir a alguns movimentos artísticos, é um termo inventado quando o assunto é Filosofia – cada autor normalmente associado com o termo é tão diferente do outro que usar uma única palavra para descrevê-los como um grupo é inútil ou desonesto.
Isso não é necessariamente verdade. Enquanto há diversas distinções e divergências entre os autores, há uma característica singular que é comum a todos os pós-modernistas: eles tem um patamar muito frouxo para justificativas válidas.
Os ditos pós-modernistas possuem um ponto de vista diferente a respeito. Eles aparentemente acham que discutir é um engodo, então decidiram simplificar drasticamente o patamar do que pode ser considerado como um argumento. É por isso que é possível encontrar frases como “o que está em movimento é o próprio horizonte: o horizonte relativo se distancia quando o sujeito avança, mas o horizonte absoluto, nós estamos nele sempre e já, no plano de imanência” (isso é uma frase verdadeira tirada de o que é filosofia?, escrito pela dupla francesa Deleuze e Guattari).
Então, isso traz a questão do porquê alguém aceitaria esse tipo de pensamento. Porquê muitos Mestres aceitariam que alguém pode se livrar do fardo de argumentar suas próprias ideias? É simples: se você aceita que as ideias de Foucault ou Deleuze com pouca ou nenhuma justificativa, então suas ideias precisam de pouca ou nenhuma, também. É por isso que essa é uma oferta que pouca gente recusaria (e não recusam).
Ese é um ponto que a maioria dos críticos e comentaristas do pós-modernismo. Não é o caso de que Derrida e gente de sua estirpe corromperam acadêmicos que outrora eram competentes mas, sim, que acabaram por montar um palco cheio de fumaças e espelhos, onde eles – indivíduos irrelevantes – poderiam fingir que eram o imenso e poderoso Oz; e outros seguiram na esperança de que eventualmente teriam um lugar atrás das cortinas para si próprios.
Não tenho a intenção de ser duro. A maioria de meus colegas e mestres eram gente decente, os quais apreciava em um nível pessoal. Porém deve ser entendido, especialmente por aqueles que se opõem aos ideais pós-modernistas, que isso não é uma mera questão de simplesmente convencer teóricos de gênero e pós-estruturalistas a abandonar suas falsas crenças e ingressar em uma conversa racional – se esses acadêmicos largarem sua crença pós-modernista, não terão mais o que justificar suas cadeiras e fundos para pesquisa.
Notei que comparado com minhas experiências acadêmicas anteriores, as aulas em meu programa de PhD eram mais diretas e claras. Talvez pelo critério de seleção extremamente enviesado (e possivelmente algum viés pessoal, também), a maioria dos candidatos compartilhava da mesma postura política que os mestres. Possivelmente por essa razão que aqueles que ministravam aulas pareciam confortáveis para deixar de lado (ou simplificar consideralvemente, pelo menos) os jargões e se engajar em uma padrão de fala quase normal.
Outro ponto que geralmente é neglicenciado é que os acadêmicos pós-modernistas não são, em princípio, aversos ao debate: eles são apenas muito, mas muito ruins nisso. Quando falam para um grupo de convertidos, em geral o palestrante ou mestre, de início, usa o senso comum e argumentos compreensíveis. Isso transcorre sem problemas já que a maioria dos candidatos já concorda com as ideias sendo apresentadas mas, eventualmente, alguém (geralmente eu) vai discordar.
Isso pode ser uma surpresa para você mas pós-modernistas são virtualmente incapazes de defender suas ideias. Em retrospecto, isso deveria ser óbvio: os franceses ofereceram um aparato de ferramentas retóricas que permitiriam qualquer um parecer erudito sem ter qualquer conhecimento e evitar debates apenas se escondendo atrás de um jargão e frases prontas – quem seria mais suscetível a isso do que gente que tem problema com conhecimento e debate?
Infelizmente, para o ativista pós-modernista, sua principal ferramenta – o relativismo epistemológico (a ideia de que a verdade é uma construção que se apoia em algum fator subjetivo, como a cultura do indivíduo) - pode ser eficiente para silenciar os opositores mas termina por ser um freio quando se tenta coordenar outros para atingir um fim de fato. Isso é óbvio quando se pensa a respeito: se todas as ideias tem o mesmo valor, qual seria o sentido de se dizer algo?
Deve ser por isso que, de início, seus discursos baseados em anticientificismo e relativismo pareciam timidamente esquecidos nas aulas em que estive. Em seu lugar, ideologia partidária crua rondava vez ou outra. Políticos e Professores geralmente confabulavam sobre os aspectos técnicos do ativismo político – especialmente em como “politizar os pobres”, o que era um eufemismo para propagar a agenda política de seu partido. Eufemismos assim eram muito comuns: um mestre em particular encorajava todos os candidatos a “agregar sua pesquisa a causa do proletário”, o que significava que cada projeto deveria incluir algum tipo de crítica ao sistema capitalista, independente do assunto.
Mas, como aprendi, isso não significava que a retórica do relativismo e do anticientificismo foram abandonadas. Note que se a pesquisa científica for útil, os ativistas do pós-modernismo irão usá-la. Apenas quando os dados científicos são inconvenientes, a noção de que o método científico é colonialista será trazida à tona.
Como disse antes, a situação do Brasil não é a mesma que a dos Estados Unidos da América. Apenas agora a interseccionalidade apareceu na mídia e no meio acadêmico, e os campus são parte de um debate sobre liberdade de expressão que borbulha lentamente. Ainda assim, alguns aspectos do Brasil parecem a frente da curva pós-modernista quando comparados com os Estados Unidos da América. O pensamento pós-modernista é prevalente do ensino médio em diante e tenho certeza de que isto é pelo menos uma das razões pelas quais, apesar de investimento pesado em educação e aumento de ingressos em faculdades, o sistema de educação brasileiro parece não ter melhorado em nada na última década.
No mesmo compasso, meus colegas (a maioria professores e mestres) parecem ter sido completamente desiludidos ou agressivamente radicalizados. Aqueles que eram ou viraram verdadeiros adeptos guinaram cada vez mais ao extremo, perdendo qualquer interesse remanescente no diálogo. Apesar de não querer concluir que esta mudança se deve a influência do programa de PhD (a situação política do Brasil mudou drasticamente nos últimos anos e isso deve ter alguma influência), estou certo de que ter professores dizendo que o capitalismo era a única causa de todos os problemas e que qualquer um que não compartilhasse essa ideia era um perigoso inimigo, não ajudou.
Gostaria de dizer para qualquer um que considera ingressar qualquer programa ou área que é influenciada pelo pós-modernismo: não vá. Se for possível, tente outro caminho. Se não pode – ou se já está engajado em algum programa e tem dúvidas – saiba que, apesar das cortinas e fumaças, atrás das cortinas é apenas uma pessoa. Quando se entende suas técnicas, debater pós-modernistas é bastante fácil. Esteja avisado: eles não gostarão de você depois.
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Fonte: https://areomagazine.com/2017/09/09/my-experience-in-a-postmodern-phd-program/
Texto traduzido "nas coxas" (estou de férias e entediado). Podem haver imprecisões.
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