Ariel Visual + Deluxe (OVA 2+2 1989-1991)
Caramba, que desperdício esse OVA!
É bobinho, mas bobinho de um jeito bacana. Ele já começa com uma situação estabelecida, tem uma pequena narração no início e só, te joga ali sem explicar e justificar nada. Não é um OVA que se leva a sério, o que é bom, só que... fica aquela sensação de querer ver mais sabe? E isso é um bom sinal, se você quer ver mais é porque você gostou, por isso digo que é um desperdício!
Olha só, apareceu uma nave alienígena gigante na órbita da Terra, e está atacando a Terra.
Obviamente a história se passa no Japão, e tem uma organização chamada SCABEI, liderada por um Dr. Kishida. É ela quem é a responsável por lidar com a situação, e faz isso com um robô gigante que é pilotado pelas três netas do Kishida (Mia, Aya, Kazumi). E isso não é frequente, os ataques são raros, porque o comandante da nave, Albert, não tem orçamento suficiente para uma invasão decente da Terra, e está na coleira da Simone, uma supervisora enviada pelo governo deles.
Os aliens não conseguem atacar, as garotas tem coisas melhores para fazer além de pilotar o robô, há um alienígena misterioso na Terra rondando a situação e no meio desse impasse... etc.
Por que é um desperdício?
No primeiro episódio chega uma nave aliada dos aliens com um amigo do Albert e da Simone, há com ele eles conseguem fazer um ataque direto ao QG do SCABEI. Querendo ou não se concentrar nos estudos a Aya acaba tendo que se juntar as irmãs para pilotar o robô no segundo episódio, só que esse outro aliens, Ragnus, some completamente no Deluxe.
No Deluxe há uma pequena batalha no primeiro episódio, não por um ataque dos aliens, é porque uma sonda acabou caindo da nave se desfazendo lá em cima, e no segundo episódio um ataque de sacanagem do ocidente coloca a mega nave em rota de colisão com Tóquio, o plano para impedir falha mas no último segundo são salvos pelo alien misterioso que está na terra que simplesmente joga a nave de volta para o espaço.
Por que isso é ruim?
Veja só, a série se chama "Ariel", tem um robô gigante chamado Ariel, que tem um design bacanudo e ao mesmo tempo fofo (modelado a semelhança da falecida avó das garotas). Esse robô é bem animado... nas cenas em que aparece, e são poucas. Infelizmente, você quer tanto ver o robô em ação e ele quase não aparece!
E tem coisas que são meio sem explicação, por exemplo, há segredo sobre a presença da nave alienígena, mas por mais que a mídia esconda como pode o povo estar tranquilão e ter dúvidas se é verdade ou não quando veem um robô gigante lutar com monstros gigantes no meio da cidade? No primeiro episódio do Deluxe destroem Shinjuku! Como o povo pode ter dúvidas do que está acontecendo? E aliais isso é algo que chama bastante atenção, no segundo episódio do Visual as garotas chegam voando na cidade para lutar com o mostro na cidade e a Kazumi chega largando o dedo no gatilho acertando os prédios.
Não há preocupação nenhuma em não causar destruição.
Essa falta de atenção também acontece com os aliens.
É interessante essa ideia de uma mega nave alienígena tentar invadir a Terra enquanto passa por uma crise financeira. A nave é uma sucata que a muito deveria ter sido abandonada, e pelo tamanho ela é alto suficiente, há uma população vivendo lá e crise econômica e de emprego assolando a população. Poderíamos ver mais disso mas se limita a ponte de controle e a Simone negando qualquer gasto do Albert.
A relação pessoal deles do Visual foi esquecida no Deluxe.
E o alien misterioso, nunca ficamos sabendo de nada dele, um verdadeiro mistério esse super homem espacial e que acaba tirando parte da glória da Ariel.
Caramba, isso é frustrante, queria ver mais e melhor desse OVA, eu adorei esse robô, poderiam fazer um remake mais completo disso e com mais ação da Ariel.
Sheryl Nome é uma Vanessa Camargo. Ou uma Diana Kihel do Turn A Gundam que canta. Personagem desnecessária, vazia...quase tudo no frontier parece que poderia funcionar, mas não funciona. Mesmo com Yoko Kanno na parte musical acho essa trilha sonora esquecível.
O foco do Macross original era desesperança. Isolamento. Estar distante de casa e tentar retornar a todo custo.
Nesse cenário, sim, uma idol entrou direitinho, naturalmente, para conduzir um fio de esperança na humanidade. Não à toa o título do filme-resumo-remake ser "você se lembra do amor?". E não à tôa que o filme de 1984 é lendário e altamente recomendável de se assistir. Enquanto que 80% da franquia é execrável (e a culpa está em colocar idols à frente de questões mais importantes num anime mecha).
Eu não gostei muito do filme porque simplificou muito a história, tirou muito do "drama humano e zentraedi", detestei o que fizeram com a Terra e novamente, presença alienígena mitológica.
O motivo de eu não gostar dos outros e preferir o original é porque esse elemento da Idol parecia natural.
O povo estava preso na Macross tentando levar uma vida com uma semelhança de normalidade, faz sentido eles investirem um pouco em entretenimento e havia a Lynn querendo ser cantora, funcionou para todo mundo. As letras das músicas eram bacanas e dava a esperança que precisavam na situação, e além disso, era algo que era refletido. Humanos e zentraedi pensavam naquilo, a música causava sensações e eles pensavam em como isso os afetava. Depois ficou banalizado, as idols todas produzidas, virou rotina, algo frio e todo produzido, mantendo apenas a tradição sem pensar no motivo, querendo usar música para tudo na guerra sem pensar nos efeitos...
Enfim, ficou banalizado, virou indústria. Enquanto isso no Macross original na segunda fazendo na Terra a Lynn já tinha se tornado decadente, as pessoas não engoliam qualquer coisa que saia de uma caixa de som.