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[REVIEW] Doom (2016)

Quakeguy

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Doom (2016)
id Software
Plataformas: PC, Xbox One, PS4
Nota: 9.5/10

Eu acho que a diversão desse Doom é universal, transcendendo seu gênero. Quase qualquer fã de videogames, mesmo quem geralmente não curte FPS, vai se divertir com esse jogo, que já abro o review falando que na minha opinião é o melhor FPS de campanha single-player desde Half-life 2. Mesmo quem nunca jogou um jogo da id, vai encontrar um jogo divertido, cheio de detalhes, acessível e que privilegia habilidade.

Mas eu acho mesmo que quem vai se emocionar com esse Doom é quem cresceu jogando os títulos da id Software nos anos 90, como é meu caso. Eu fui uma criança que jogava PC, iniciava o Windows 98 em modo MS-DOS pra rodar pelo prompt Doom, Duke Nukem 3d, Blood, Quake, Redneck Rampage e tantos outros clássicos. Nas revistas, John Romero e John Carmack eram o mais próximo de rock stars que tínhamos no mundo dos games.

Para quem nasceu numa era onde FPS é sinônimo de jogo linear, preso a uma narrativa militar que parece filme de sessão da tarde, First Person Shooter, nas raízes, era um gênero, não-linear com foco em exploração e atmosfera e um nicho que crescia cada vez mais. Cresceu tanto que mudou completamente seu público alvo: passou de gênero de bulinado (os meninos de Columbine eram avidos fãs de Doom) para gênero dos bullies (com até o exército americano fazendo um game, e os shooters militares em geral conquistando o público dudebro) , e claro, a consolização forçando cenários mais lineares e focados a narrativa em jogos como Medal of Honor, Halo e Call of Duty

Nesse caminho, a id até teve um big time com Doom 3 em 2005, que foi super hypeado e acabou chamando mais atenção pelos gráficos do que pelo gameplay, mais focado em horror estilo System Shock (e excelente nessa função). As séries clássicas da id entraram em decadência com um mediano Quake 4, um apenas razoável Wolfenstein (2009) e uma tentativa falha de uma nova franquia com Rage. O estilo cheio de liberdade, com várias armas, da id, não se casava com os jogos modernos que só permitiam carregar duas armas. Para piorar, um companheiro dos anos 90 saiu em 2011, Duke Nukem Forever, fracassando miseravelmente em revitalizar as formas que fizeram os FPS dos anos 90 serem tão bons.

A renascença dessas franquias começou com o soberbo Wolfenstein: New Order e enfim atingiu o ápice, inesperadamente, em Doom (2016), um jogo que descrevo como: um impecável shooter moderno que ao mesmo tempo é uma carta de amor para quem cresceu jogando FPS dos anos 90.

Assim como jogos modernos, Doom é frenético, tem gráficos lindos e diversão imediata, você já entra no tiroteio sem enrolação nenhuma. A história é contada quase exclusivamente pelos files que você pega pelo jogo (se você quiser ler), assim como o Doom original só tinha a história desenvolvida nos manuais. Ele então procede em atualizar e misturar momentos que consagraram as franquias Doom e Quake e até mesmo o holograma de Duke Nukem em game que ao mesmo tempo que olha adiante, tem um feeling de Greatest Hits.

A jogabilidade claustrofóbica e com pouca opção de movimentação de Doom 3 e Quake 4 vai embora e entra no lugar um gameplay na id Tech 6 que faz você literalmente se sentir jogando um Quake 3: Arena modernizado, com liberdade para andar, dar pulos duplos e circular por amplos cenários onde wave invasions de demônios acontecem. A trilha sonora é espetacular, o trabalho artístico fiel ao jogo original (e no inferno, em alguns momentos, lembra o fantástico primeiro Quake)

Entra um sistema de upgrade que te força a explorar o cenário e procurar secrets, como nos FPS clássicos, para fazer diversos upgrades diferentes no seu Doomguy, inclusive nas armas, cada uma com possibilidade de dois tiros alternativos diferentes. E sim, você carrega todas as armas. Os usos reinventados da Chainsaw e da BFG foram acertadíssimos enquanto novos elementos como o Glory Kill vem perfeitamente em mão para criar um shooter onde você tem de construir táticas de combate em tempo real para ficar vivo. Vale jogar no mais difícil, pois Doom é um jogo que te dá muitos recursos e opções para destruir os demônios. Zerei no Ultra Violence. Os monstros antigos tem ótimos remakes e no final fica a impressão de que você pagou por muito conteúdo; você fecha o jogo entre 9h-11h, mas o fator replay é enorme (com duas dificuldades extras), já que há muito a ser explorar em cada fase e nas dificuldades mais exigentes, você vai querer estar preparado com todos os upgrades.

O multiplayer é conservador e lembra bastante Quake 3: Arena, sem tomar riscos, mas sem ser ruim como falam; de ponto negativo, as boss battles de Doom, apesar de terem bosses que são monstros clássicos, não são fiéis aos games originais onde boss battles eram descarregar a arma neles em cenários abertos; aqui são cenários fechados com batalhas que lembram bosses de FPS de console como Resistance, tendo que acertar em ponto fraco deles e etc. Outro ponto que numa possível sequel pode melhorar são as waves de combate que no final ficam um pouco repetitivas, o game poderia ter fases mais claustrofóbicas com scare jumps como o jogo original para revezar com as fases de ação.

Conclusão

Doom é um FPS moderno frenético e impecável e ao mesmo tempo uma carta de amor para quem cresceu jogando FPS nos anos 90. Esses encontraram várias referências e a nostalgia vai se acompanhar de um gameplay moderno, frenético e que faz jus ao que foi Doom nos anos 90. A equipe da id, misturando veteranos e novatos, conseguiu recriar o feeling dos dois primeiros games da série e conseguiram trazer diversão de volta ao saturado gênero de FPS pelo simples fato de dar mais liberdade de locomoção para o jogador e criando uma experiência mais detalhada com muitos itens, armas e upgrades, mas nada que tire a acessibilidade do jogo. Recomendadíssimo e fico no aguardo por uma sequel que mostre a invasão na Terra, assim como o original teve.
 

Xpand

Mil pontos, LOL!
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Huumm esta com 50% na steam acho. Vou pegar então.
 
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