Para que se tenha uma ideia do nível de subserviência a que chegou o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, em relação à patrocinadora do clube, ele teve de pedir autorização para contar com o colombiano Borja hoje no jogo contra a Feroviária.
Sim, porque dona Leila Pereira está fora de São Paulo e fazia questão de estar presente ao jogo de estreia do centroavante presenteado por ela.
Dadas, porém, as circunstâncias da lesão de Moisés e da derrota no Dérbi, o jogo desta tarde na arena alviverde assumiu uma importância imprevista e a madame, generosa, concedeu.
E como no Brasil não se respeita nada, depois do Hino Nacional ser acompanhado pela torcida com o já tradicional “Meu Palmeiras, meu Palmeiras, meu Palmeiras”, além de não ser respeitado nem pelos jogadores na segunda parte, agora obrigatória por estúpida lei federal, houve um minuto de silêncio em homenagem a um conselheiro alviverde também não observado pela torcida. Certamente a família do homenageado não gostou do que ouviu.
É o que dá a banalização do hino e do minuto de silêncio.
Mas vamos ao jogo.
Sem Mina, sem Tchê Tchê, Moisés e Felipe Melo, com o inacabável Zé Roberto no meio de campo e com Borja no banco depois de ser muito aplaudido ao pisar no gramado, enfim, impecável do estádio palmeirense, o Palmeiras, como era previsível, começou o jogo para dentro da Ferroviária.
E aos 13 minutos o Palmeiras fez um golaço.
Michel Bastos deu de calcanhar para Jean, dele para Willian que foi à linha de fundo pela direita e cruzou na cabeça de Keno para fazer 1 a 0.
Estava destruído o plano do time de Araraquara.
Quatro minutos depois Willian desperdiçou o segundo gol no rebote de chute de Dudu.
O Verdão amassava o time grená.
Aos 22, Keno ia fazendo outro golaço, mas a zaga salvou na linha fatal. Como é bom de bola, o Keno!
Onze minutos depois, Edu Dracena deixou Willian na cara do gol e, de novo, ele desperdiçou. Ah, se fosse o Borja…!
Não, não dava para usar o chavão do “quem não faz toma” porque o Palmeiras não corria risco algum, longe disso.
Ao chegar o intervalo, o placar moral era 4 a 0.
O real, apenas 1 a 0.
O segundo tempo corria modorrento quando, ali pelo 18º minuto, a torcida começou a reclamar e Eduardo Baptista chamou Borja para acordar o time.
No mesmo instante, Dudu foi derrubado na área e o assoprador de apito marcou falta fora.
Cobrança feita, Michel Bastos pegou o rebote e ampliou: 2 a 0.
O colombiano entrou no lugar de Willian com a vitória aparentemente assegurada.
O gol que o Palmeiras mereceu no primeiro tempo aconteceu no segundo quando nem por isso.
Keno saiu aplaudido aos 27 para entrada de Roger Guedes.
Em seguida, Michel Bastos fez daqueles pênaltis que antigamente era bola na mão.
Fernando Prass pegou, mas se adiantou. Reclamou e foi amarelado.
A cobrança voltou e Alan Mineiro converteu: 2 a 1.
Prass deu um bico na bola de raiva e só não levou o segundo cartão amarelo porque o assoprador amarelou.
Raphael Veiga substituiu Thiago Santos.
Tinha jogo e a Ferroviária quis ameaçar.
Mas, aos 37, Borja roubou uma bola, deu para Dudu, recebeu na frente e tocou com a categoria que trouxe do berço para matar o jogo: 3 a 1.
Estreia melhor, impossível.
Aos 40 foi a vez de Roger Guedes cumprimentar de cabeça um lançamento de Raphael Veiga e fazer o quarto gol que mereceu ter feito nos 45 minutos iniciais.
Os três que Eduardo Baptista pôs no segundo tempo compareceram nos dois gols para alegria de mais de 26 mil torcedores, quase o triplo do público dos dois jogos semifinais no Rio.
Paz no Parque.