Trumpão acertando de um lado:
Trump vai pedir pena de morte para traficantes de drogas
19.mar.2018 às 2h00
3-4 minutos
O presidente americano Donald Trump vai apresentar nesta segunda-feira (19) um plano para combater a epidemia do
vício em opioides que
atinge o país e deve incluir entre as medidas a implementação da pena de morte para traficantes.
A Casa Branca também pedirá ao Congresso para modificar a atual legislação que estabelece uma pena mínima automática para traficantes —a ideia é deixar a lei mais dura, diminuindo a quantidade mínima de drogas que a pessoa precisa estar carregando para desencadear a punição.
No caso da pena capital, não haverá mudança da lei e Trump quer aplicar a punição apenas nos casos já previstos. O presidente decretou em outubro a questão dos opioides como uma
emergência nacional.
"O Departamento de Justiça vai buscar a pena de morte contra traficantes de drogas sempre que for apropriado dentro da atual lei", disse Andrew Bremberg, diretor do Conselho de Política Doméstica de Trump, responsável por divulgar parte das novas medidas na noite domingo (18).
Trump fará um discurso nesta segunda no estado de New Hampshire, um dos mais atingidos pela
crise dos opioides, sobre a questão e deverá dar mais detalhes sobre o seu plano. Em 2016, último ano com dados disponíveis,
42 mil pessoas morreram nos EUA devido à epidemia.
Nem a Casa Branca nem o Departamento de Justiça explicaram como a nova recomendação sobre a pena de morte será aplicada na prática.
De acordo com a organização Death Penalty Information Center, que monitora o assunto no país, a atual lei federal autoriza a punição apenas em alguns casos específicos, como em homicídios relacionados ao tráfico de drogas.
Em um discurso na Pensilvânia no último dia 10, o presidente já tinha ventilado a ideia de pedir a pena de morte contra traficantes. Segundo ele, alguns países da Ásia, como Cingarpura, tem menos problemas com o vício em drogas porque estabeleceram punições mais duras contra o tráfico.
Na ocasião, Trump disse que um americano pode ser punido com a pena de morte se matar uma pessoa, mas que um traficante que potencialmente mata milhares com suas drogas passa pouco tempo na prisão e fica livre.
Remédios
O plano de Trump terá também como objetivo reduzir em um terço a prescrição de opioides como remédio, através de uma campanha para diminuir o uso do medicamento em programas federais de saúde.
O Departamento de Justiça também deverá ser incentivado pela Casa Branca a processar médicos, farmácias e companhias farmacêuticas que sejam negligentes com a questão ou que não cumpram as regras federais.
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e errando do outro....
Trump aumenta pressão sobre Mueller e preocupa partido
3-5 minutos
Presidente americano, Donald Trump, na Casa Branca
- Kevin Lamarque / REUTERS
WASHINGTON — Em uma série de publicações no Twitter, o presidente americano, Donald Trump, atacou ontem a equipe do procurador especial Robert Mueller, que comanda as investigações sobre possíveis conluios entre a campanha republicana e hackers russos que teriam tentado interferir na disputa presidencial americana em 2016. As críticas de Trump intensificaram as especulações de que o presidente tenha planos de demitir Mueller, algo que o Partido Republicano quer evitar a todo custo.
O senador do Arizona Jeff Flake afirmou à CNN que a liderança do partido pretende frear os comentários do presidente e qualquer possível tentativa de forçar um fim da investigação.
— Conversei com meus colegas — afirmou Flake. — Se ele perseguir Mueller, teremos que tomar alguma medida.
A pressão sobre Mueller e os comentários sobre a demissão do vice-diretor do FBI, Andrew McCabe, também foram duramente criticados por outros nomes do Partido Republicano, como o líder do Partido na Câmara, Paul Ryan; os senadores Rand Paul, James Lankford, Marco Rubio e Lindsey Graham; o ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie, e o congressista Trey Gowdy, presidente da Comissão de Supervisão da Câmara.
ERROS EM ACUSAÇÕES
Os ataques de Trump contra Mueller e sua equipe — descrita pelo presidente como “um grupo de 13 democratas linha-dura, alguns apoiadores da ‘desonesta Hillary’ e nenhum republicano” — vieram logo após o advogado pessoal de Trump, John Dowd, pediu o fim das investigações sobre a interferência russa.
“Rezo para que o procurador geral em exercício, Rod Rosenstein, siga o brilhante e corajoso exemplo da Agência de Responsabilidade Profissional do FBI e do procurador-geral, Jeff Sessions, e dê um fim às investigações sobre o suposto conluio com a Rússia criadas pelo chefe de McCabe, James Comey, com base num dossiê corrupto e fraudulento”, afirmou Dowd num comunicado enviado à CNN.
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Apesar das acusações de Trump, o jornal “Washington Post” destacou que Mueller é um republicano de longa data, tendo sido indicado para o comando do FBI em 2001 por outro republicano, o então presidente George W. Bush, e destacado para a investigação especial por Rosenstein (do mesmo partido), escolhido por Trump para ocupar o cargo de vice-procurador-geral.
Os tuítes de Trump foram analisados pelo “Washington Post”, que encontrou uma série de erros e informações falsas nas declarações do presidente, como por exemplo a de que a Comissão de Inteligência da Câmara conclui que não havia conluio entre a campanha e a Rússia, quando na verdade, a Comissão disse não ter encontrado evidências de conluio, mas vários integrantes destacaram que o inquérito seguia incompleto e testemunhas-chaves não haviam sido entrevistadas.
— O presidente segue dizendo que não há nada a investigar e que não fez nada de errado — afirmou o senador independente Angus King. — Se eles não fizeram nada de errado, por que estão fazendo tamanho esforço para minar a investigação?