Carta de despedida. Há tanto para ser dito. Para tantas pessoas. Eu preciso escrever isso na minha máquina de escrever moderna. Nenhum texto faz sentido se não for no lugar onde eu melhor me expressei. Temos uma conexão de homem - máquina que me faz todo o sentido. Já falaram pra eu vender ele. Estão loucos? É uma das únicas formas de eu conseguir me expressar. Querem me tirar a vontade de me expressar. Isso é óbvio. Um homem que não se expressa é um homem vazio, oco como as árvores de outrora.
Estou viajando pelas ilhas canandenses ao extremo norte.
Eu avisei.
Tantas vezes eu avisei. Tantas vezes eu me abri. Ah, minha confiança é algo que não volta mais. Também, agora não precisa mais. De que importa tudo isso? De que importa se eu confiei ou não nas pessoas erradas? No final do dia as pessoas só querem alguém para esculachar, só querem pegar alguém que já tem a auto estima na lama e elas só querem aterrar mais ainda.
Afunda, afunda. Pisa em cima. Com os dois pés, chama mais gente pra pisar junto. Venham, vamos pisar todos juntos.
Eu não sou uma pessoa ruim, só confiei nas pessoas erradas.
Eu me sinto um livro de clichês.
Com certeza não me sinto querido por ninguém. Querido é uma palavra massa. Eu tava pensando nela esses dias. Querido significa que aquela pessoa, é uma pessoa que as pessoas querem por perto. Ela é querida. Sacas? Como se ela fosse “solicitada”. Rapaz, você está sendo querido na sala 001 - ah ok!
Eu me sentia querido. Sentia que fazia a diferença. Lidava bem com as críticas. Quando eu estava em um lugar bom, nunca negligenciei as pessoas que não estavam em um lugar bom, sempre tentei amparar as pessoas que estavam um pouco perdidas.
Espero ter ajudado algumas. Espero ter feito a diferença para outras.
Porque desamparo é uma m****. Não poder desabafar é uma m****. Não poder falar nada, porque atualmente você precisa ser “good vibes”, caso contrário você tem uma put* doença contagiosa, onde ninguém quer ficar perto de você.
Acredite em você mesmo as pessoas dizem. Como eu vou acreditar em mim mesmo se eu sinto como se tivessem uma ciranda cirandinha vamos todos cirandar ao meu redor, me pisando, e as pessoas que achei que fossem minhas amigas estão há quinze metros desse círculo, de braços cruzados, apenas me olhando. Sérios. Alguns sorriem, sem mostrar os dentes.
Alguns foram covardes, outros foram duros, outro injustos.
Fui intenso demais, me importei demais.
Não acho que as pessoas vão sentir a minha falta.
Alguns devem chorar, meus pais principalmente.
Mas eu tenho certeza de que algumas pessoas falariam “finalmente”.
As pessoas no final das contas são malvadas se você não faz exatamente aquilo que elas esperam que você faça. E eu nunca fui bom nisso. Sempre tentei agradar as pessoas, mas sempre me botei em primeiro lugar. Nunca fui egoísta, mas sempre me botei em primeiro lugar no final das contas. Mas quando você vai contra a maré, as pessoas te pisoteam.
Fui humilhado em público por pessoas que moraram no meu coração, por pessoas que chegaram perto do meu coração. As pessoas são covardes.
Minha viagem está chegando ao final. Já estamos na última estação, essa é a hora de dizer adeus. As pessoas dizem que a nossa viagem não termina por aqui, mas MEU DEUS como eu espero que elas estejam erradas. Eu peço encarecidamente que ela termine por aqui.
Eu não aguento mais.
E agora estou sozinho.
Terminou.
Adeus.