“Foi um descuido”, afirma Doria sobre jato de água
Segundo reportagem da CBN, sem-tetos foram acordados por caminhões da prefeitura que lavam ruas do centro na manhã desta quarta (19)
Por
Catherine Barros
19 jul 2017, 21h05 - Publicado em 19 jul 2017, 18h55
Morador de rua no centro: jato de água para acordar (CBN / Reprodução/Veja SP)
O prefeito João Doria disse na tarde desta quarta-feira (19) que os moradores de rua foram acordados com jatos de água da prefeitura por um “descuido” das equipes. “A cidade inteira é varrida pela manhã e algumas áreas de maior movimentação são lavadas, como escadarias de metrô ou terminais de ônibus. As equipes sabem como proceder, são orientadas a isso. Houve nesta circunstância um descuido de duas equipes, uma no Pátio do Colégio e outra na Praça da Sé”, explicou. Segundo o prefeito, apenas os cobertores foram molhados. “Jamais nenhum profissional, seja da prefeitura ou terceirizado, jogou jatos d’ água nas pessoas”, esclareceu ele.
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Doria afirmou, no entanto, que situações como essa servem de alerta para que o secretário das prefeituras regionais, Bruno Covas, repasse as orientações aos serviços terceirizados.
A declaração foi dada após reportagem da CBN denunciar pela manhã que moradores de rua da região da Sé estavam sendo acordados com jatos de água de caminhões utilizados para limpar as vias do centro. Esta madrugada foi a mais fria do ano na capital, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A mínima chegou a 7,9ºC.
Doria disse ainda que todos os cobertores foram repostos. “Caso alguém esteja sem cobertor, a partir de agora estaremos fazendo a entrega”, afirmou.
O vereador Eduardo Suplicy condenou o ato em suas redes sociais “Exijo, assim como determina a portaria sobre população de rua, que a abordagem seja respeitosa com essas pessoas já tão violentadas”, escreveu o vereador. Confira o post dele e a repercussão do caso na internet:
http://vejasp.abril.com.br/cidades/foi-um-descuido-afirma-doria-sobre-jato-de-agua/
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Após queda de Aécio, Alckmin quer prévias para escantear Doria
Focado em ser o candidato do PSDB à Presidência, governador age para ter comando do partido
Vera Magalhães, O Estado de S.Paulo
19 Julho 2017 | 03h00
Principal beneficiado, no PSDB, da queda em desgraça de Aécio Neves, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se preocupa mais com a convenção que definirá o novo comando da sigla do que com o dilema hamletiano de ser ou não ser aliado ao governo Michel Temer.
Alckmin usa como trunfo o fato de ter sido o único grão-tucano a defender, desde a queda de Dilma Rousseff, que o partido apoiasse as reformas sem ocupar cargos na Esplanada. Portanto, não poderá ser cobrado por incoerência, tem dito a quem lhe pergunta.
Em recente encontro em São Paulo com representantes do empresariado e economistas, Alckmin se apresentou com a desenvoltura de quem acredita que voltou ao início da fila dos presidenciáveis tucanos. E fez a defesa da aprovação das reformas mesmo em caso de desembarque.
Os presentes ao encontro, na sua maioria entusiasta de uma candidatura de João Doria Jr., saíram de lá com a impressão de que o criador enredou politicamente a criatura.
Isso porque, depois de influir na escolha do novo comando do PSDB, Alckmin se lançará na defesa incondicional das prévias. Com isso acha que liquida qualquer pretensão secreta que Aécio ainda possa alimentar de ser candidato.
E, de quebra, intimida Doria, que não poderá nem ser contra as prévias – afinal, foi por meio delas que se sagrou candidato a prefeito – nem disputar com seu padrinho.
Já o prefeito tem dois trunfos a seu favor: a expectativa de se tornar um fato consumado por meio da liderança nas pesquisas e o perfil que o eleitor demonstra querer para os candidatos em 2018, distante da política tradicional.
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,o-roteiro-de-alckmin-para-2018,70001895480