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A Nona Configuração já adquiri faz um tempo e está no backlog de livros. Logo, o lerei.@Berofh Erutron ,eu não trabalho, ou estudo formalmente psicologia. Na verdade, acredito que no momento existe um abuso de práticas relacionadas a terapia psicológica e poucos resultados. Mas, as perspectivas e pensamentos expressados por Jung e por Freud sempre me geraram boas inspirações e nas escritas de ambos vejo percepções bem construídas e interessantes sobre o "Eu", sobre o universo interior, sobre a vida e sobre sociedade.
Eu não exatamente racionalizo os aspectos sobrenaturais, acredito que o lado "subjetivo" da vida, além de inspirador é complementar. Quando vejo certos aspectos como manifestações do subconsciente e do inconsciente, não estou removendo a "magia sobrenatural" da ação do "mundo interior" perante a nossa vida e ao "mundo exterior".
Mas colocando de lado a minha perspectiva e crenças pessoais em relação ao "oculto", eu gosto de conversar e estudar sobre religiosidade, alegorias, mitos e a relação desses pontos com a vida natural e a condição humana. Você se intitula como ocultista?
Gostou dos livros, @Land Stalker ?
Eu recomendo intensamente o Ninth Configuration, não é "assustador" como o Exorcista, mas é uma bela obra sobre temas relacionados.
O livro explica que ele não buscou realmente e que talvez, no final a provação maior tenha sido em relação aos padres e não ao garoto.
Eu não descartaria a possibilidade do menino estar psicologicamente perturbado. Mas mesmo assim, as ações dos padres acabaram ajudando, tendo uma ação direta no consciente, no inconsciente e no subconsciente do garoto.
Nos terreiros de Umbanda, Candomblé, Quimbanda e Mesa Branca existe a prática de incorporações (na Santeria, na religião Bon Tibetana e em outras também, mas estão distantes da realidade brasileira).
No Candomblé não existe o contato verbal, a "entidade" é mais uma força natural do que um "indivíduo", na Umbanda e na Quimbanda existe a incorporação e o dialogo com as supostas entidades. Eu sugeri que você tenha um contato com Exus, pois estão mais próximos dos conceitos terrenos e não tão enraizados nos maneirismos culturais típicos, diferente de outras falanges.
Na minha opinião, existem casos onde não passa de auto sugestão, mas também existem casos de transe profundo, onde existe uma manifestação do inconsciente da pessoa. Se essa manifestação é realmente um espirito, um lampejo de um sonho, um mero personagem, ou um exemplo claro do inconsciente coletivo, é algo que nós sempre devemos questionar. A mente inquisitiva e a curiosidade são sempre caminhos válidos, concorda?
Minha conclusão? Mesmo sendo um lampejo de um sonho, uma personalidade que vive na nossa mente adormecida, o contato com a subjetividade da vida gera inspiração para a vida prática e assim torna-se real.
Eu tenho visto no Brasil alguns terreiros e grupos que se auto intitulam Luciferianos, Devotos do Caminho da Mão Esquerda e Quimbanda, mas que na verdade são uma forma equivocada e rasa de todos esses. Parece que o termo Quimbanda se perdeu.
Achei essa explicação sobre "certo e errado" totalmente simplista.
A natureza pode ser completamente injusta aos nossos olhos, na lei universal muitas vezes uma força dominante consome e subjuga forças mais fracas. Muitas vezes um ato destrutivo gera transformações que futuramente são construtivas. Mas a partir do momento que um ato gera culpa interna, ele se torna mau para o atuante. Essa discussão não é tão simples.
Eu passei um pouco da minha perspectiva.
Conhecendo o mundo interior, conhecendo a sua sombra, permitindo que o subjetivo (ou sobrenatural) te inspire, é possível aprimorar-se, é possível conhecer mais sobre a condição humana, é possível inspirar-se.
A subjetividade e as alegorias ornamentam a vida, além de trazerem respostas que mesmo quando não são claras, são inspiradoras.
Sem contar meu apreço por arte, e a união do Diabo, da Condição Humana e do Sobrenatural sempre foram temas altamente frutíferos em diferentes linguagens artísticas.
Claro, cada indivíduo possui diferentes buscas, alguns querem somente se conectar com a comunidade, socializar-se com o pessoal da igreja, do terreiro, do culto. Outros querem somente seduzir alguém, ou cometer uma maldade mesquinha que de forma direta são incapazes, alguns querem receber aprovação divina e ficarem ricos em retorno do dizimo...
O que importa para você é, o que desperta a sua curiosidade? A busca por informação, por conhecimento, a atração pelo misterioso, o interesse no seu "mundo interior", a busca por uma verdade maior?
Gostei de ambos os livros. O Exorcista, por ser um romance feito por escritor, é mais fácil de ler. Exorcismo está mais para trabalho jornalístico, chega a ser maçante em alguns pontos.
Mas é válido. Achei bem racional e coerente e concordo quando diz que quem mais sofreu foram os padres. Longe de ser como esses supostos exorcimos com contornos de espetáculo que rolam em igreja universal da vida, o negócio parece ser grave, sério, denso, perturbador, perigoso e cansativo. Não tem espetáculo, nem é bonito.
Enfim, minha opinião é que algo desconhecido se apoderou do moleque, embora deva se ter cuidado para não confundir doenças mentais com possessão, tenho a impressão de que tem coisas que estão além das doenças.
Minhas indagaçoes são: como e por quê? E, mais ainda, o quê, afinal, possuiu o menino?
Também indago quanto aos riscos das práticas de invocação e magia, bem como se tais riscos valem a pena. Nas minhas pesquisas de leigo, tais práticas sempre ou quase sempre se destinam à obtenção de algum benefício terreno, riqueza, vingança, prosperidade.
Pessoalmente, acho medíocre, tal como é medíocre a famigerada prática de dar o dízimo esperando algo em troca. Não vejo diferença na essência.
Quanto às questões de moralidade, é duro concordar e aceitar determinada linha religiosa ou espiritual que abertamente nega a moral e deliberadamente não vê problema em prejudicar outras. Certas coisas não se relativizam.
Pensemos, a título de exemplo, daquele caso de políticos e pessoas da alta sociedade que tinham uma rede de pedofilia. Não há espaço para relativização, nem para posterior construção em decorrência de ato destrutivo. É simplesmente errado.
Por que eu busco essas coisas? Nem eu sei, sou curioso e auto didata, além de ler de tudo um pouco e, em especial, tenho fascínio por coisas obscuras. Não faço a mínima idéia porquê.