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Templo dos GatOS (+ postem fotos dos seus gatos)

SoadFox

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Galera.

Meu Gato(olaf) ele é cheio dos horários dele, tem hora para dormir, tem o ritual dele de dormir na hora certa conosco na cama. Todo chatonildo.

Ontem estranhei porque ele não seguiu o ritual dele, não quis vir comer os petiscos, só ficou no chão na sala dormindo. Aí peguei ele, coloquei na cama, ele dormiu a noite inteira sem comer nada. De manhã não comeu nada, dou petisco e ele não quer, fica com uma cara de abatido, só descansando o dia inteiro. Ele ficou deitado no quintal a tarde inteira e não comeu nada. Sempre com a cara de abatido, de cansado, querendo descansar.

Eu "acho" que o corpo dele está um pouco mais quente que o normal, talvez Febre?

Devo levar em um veterinário? ou espero mais um tempinho para ver se ele melhora? Ele reage a carinho, gosta, aparentemente normal, só está enjoado e cansado. Não vomitou nem nada ainda.

Aconteceu o mesmo com o meu gato, o Bold, neste final de semana, apático, se escondendo e dormindo o dia todo, e passou 3 dias sem comer absolutamente nada. Ontem levei ele no veterinário e descobri que ele estava acometido de um verme chamado Dipylidium caninum, por ter ingerido alguma pulga contaminada. Pelo quadro pensei até ser algo mais grave, mas ainda bem que foi apenas verme. Foi necessário apenas vermifugar ele e hoje começou a comer novamente. Próximo passo é exterminar as pulgas dele (que eu nem fazia ideia que ele tinha, até pq ele é preto e fica difícil localizar).
 

felipego

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Aconteceu o mesmo com o meu gato, o Bold, neste final de semana, apático, se escondendo e dormindo o dia todo, e passou 3 dias sem comer absolutamente nada. Ontem levei ele no veterinário e descobri que ele estava acometido de um verme chamado Dipylidium caninum, por ter ingerido alguma pulga contaminada. Pelo quadro pensei até ser algo mais grave, mas ainda bem que foi apenas verme. Foi necessário apenas vermifugar ele e hoje começou a comer novamente. Próximo passo é exterminar as pulgas dele (que eu nem fazia ideia que ele tinha, até pq ele é preto e fica difícil localizar).
Talvez possa ser isso.

Irei esperar para ver se ele não melhora até amanhã.

Hoje ele já deu uma andada pela casa. O problema é que ele é muito peludão e tá fazendo 34 graus aqui em Bauru!

Minha namorada até tá sentido cansada, sem conseguir comer, fica com sono o dia inteiro por conta do calor.

Minha prima que tem uma ONG de gatos falou que gato peludo fica assim mesmo no calor.

Se não melhorar vou levar ele no veterinário!

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Lost Brother

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Ainda estou um pouco triste e sentindo falta da nina mas a minha casa voltou a ser alegre graças a confusão criada pelas duas ferinhas adotadas por mim.

Os dois viraram amigos inseperaveis a todo mundo momento estão brincando de morder um com outro é uma verdadeira comedia.
 

Lost Brother

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Os dois estão com pulgas e a casa de ração me deu um pacote de talco para passar neles.

eu dei a primeira vacina do cachorro, vou dar a do gato quando eu receber.
 

felipego

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Galera. Venho aqui informar a morte do meu gato com 2 anos de idade. O Olaf.

Essa semana conforme relatei ele estava um pouco apático, meio mal. Então fui no veterinário e ele deu um antibiótico. Estava dando por 4 dias ja, ele tinha melhorado muito, hoje já brincou e inclusive matou uma libélula.

Não sei se a causa dá morte foi a libélula ou não.

Só sei que fui trabalhar deu 14h minha esposa mandou foto de um vômito dele, mas no caso achamos meio que "normal" já que ele tem problemas de gastrite e volta e meio vomitava. Só ficamos atento quando dava crise de vômito.

Ate ai normal.

Eis que umas 17h minha esposa liga desesperada falando que ele tinha feito coco duro no corredor e em seguida deitou no chão e fez xixi nele mesmo. Aí liguei pró veterinário ele mandou dar Plasil, comprei na farmácia e vim para casa. No caminho minha esposa ligou falando que achava que ele tinha morrido, já desesperada. Aí depois tinha dito que ele esticou as perninhas e fez um barulhinho.

Cheguei em casa ele tava morto ja, com o músculo totalmente mole. Levei pró veterinário correndo, chegou lá ele já falou que estava morto. Já colocou ele no freezer e ligou pró serviço de coleta especial.

Minha esposa está muito mal, eu também estou mas tento me acalmar mais pois sei que no final estará tudo bem.

Me despeço do meu amigão aqui nessa data, foi muito importante para nosso primeiro ano de casado. Foi com um filho para nós. Agradeço toda ajudando e todo suporte que o tópico tem dado a todo mundo. Poucos entendem o nível de amor que esses bichanos podem nos dar

Edit: só um detalhe. Ele era muito peludo e esses dias tem feito um calor infernal.

O veterinário acha que pode ser algum problema genético, já que acreditamos que o pai dele engravidou uma filha dele mesmo.

.
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rgx

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Ainda não tinha vindo aqui nesse tópico, mas faz 1 ano e 3 meses que to com a minha gatinha, a Haru! Quando mais novo tive outros gatos só que em questão de afetividade, ela é de longe a bichana que mais me apeguei, ta castrada, vive dentro de casa mas 2 vezes ao dia deixo ela dar um rolê de 15min na rua, uma durante a manhã antes de eu ir trabalhar e outra pela noite quando volto.

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¬¬*

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Ainda estou um pouco triste e sentindo falta da nina mas a minha casa voltou a ser alegre graças a confusão criada pelas duas ferinhas adotadas por mim.

Os dois viraram amigos inseperaveis a todo mundo momento estão brincando de morder um com outro é uma verdadeira comedia.
Que bom, amigo. Um amigo de quatro patas (ou dois) é realmente a melhor solução pra afogar as mágoas de um outro amigo de quatro patas que se foi.
 

¬¬*

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Galera. Venho aqui informar a morte do meu gato com 2 anos de idade. O Olaf.

Essa semana conforme relatei ele estava um pouco apático, meio mal. Então fui no veterinário e ele deu um antibiótico. Estava dando por 4 dias ja, ele tinha melhorado muito, hoje já brincou e inclusive matou uma libélula.

Não sei se a causa dá morte foi a libélula ou não.

Só sei que fui trabalhar deu 14h minha esposa mandou foto de um vômito dele, mas no caso achamos meio que "normal" já que ele tem problemas de gastrite e volta e meio vomitava. Só ficamos atento quando dava crise de vômito.

Ate ai normal.

Eis que umas 17h minha esposa liga desesperada falando que ele tinha feito coco duro no corredor e em seguida deitou no chão e fez xixi nele mesmo. Aí liguei pró veterinário ele mandou dar Plasil, comprei na farmácia e vim para casa. No caminho minha esposa ligou falando que achava que ele tinha morrido, já desesperada. Aí depois tinha dito que ele esticou as perninhas e fez um barulhinho.

Cheguei em casa ele tava morto ja, com o músculo totalmente mole. Levei pró veterinário correndo, chegou lá ele já falou que estava morto. Já colocou ele no freezer e ligou pró serviço de coleta especial.

Minha esposa está muito mal, eu também estou mas tento me acalmar mais pois sei que no final estará tudo bem.

Me despeço do meu amigão aqui nessa data, foi muito importante para nosso primeiro ano de casado. Foi com um filho para nós. Agradeço toda ajudando e todo suporte que o tópico tem dado a todo mundo. Poucos entendem o nível de amor que esses bichanos podem nos dar

Edit: só um detalhe. Ele era muito peludo e esses dias tem feito um calor infernal.

O veterinário acha que pode ser algum problema genético, já que acreditamos que o pai dele engravidou uma filha dele mesmo.

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put*, que m**** hein, amigo. Força aí pra tu. Sei como é difícil esse situação que você está passando. - Já perdi dois dogs TT.TT
 

sparcx86_GHOST

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Todos aqueles que já estiveram na companhia de um gato não ficam sem o animal. Se o perdem dão logo jeito de arrumar um outro pra ficar no lugar do que se foi.
Embora cada um seja diferente, nunca vi dois gatos iguais.
 

Lost Brother

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Quer aliviar o estresse? Conheça o "BBB" só com filhotinhos de gato

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Keeping up with the Kattarshians", produzido por uma emissora na Islândia. Quatro filhotes de gato dividem o espaço de uma casa de bonecas --com direito a beliches, banheira e um amplo jardim-- e tem todos os movimentos acompanhados por três câmeras com link ao vivo transmitido pela internet 24 horas por dia.

O projeto demorou um ano para ir ao ar, e houve quem acreditasse que a ideia era uma furada. A produtora Inga Lind Karlsdóttir explica que o show é "ótimo para pessoas com alergias. Você pode ficar o dia todo vendo os gatinhos pela tela do computador".

Todos os "participantes" do programa estão disponíveis para adoção - a transmissão é uma coprodução com a Sociedade Protetora dos Animais do país e devidamente aprovada pelos órgãos federais de Veterinária e Agricultura. "Os Kattarshians são, infelizmente, órfãos e ficam nesta maravilhosa residência de três a quatro semanas até que alguma boa pessoa possa adotá-los, dando lugar a outros gatinhos sem lar", explicam os produtores do programa.

A tática tem dado certo: os primeiros quatro participantes da casinha mais vigiada da Islândia já encontraram novos donos.

https://estilo.uol.com.br/comportam...-conheca-o-bbb-so-com-filhotinhos-de-gato.htm
 

Hume

Bam-bam-bam
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Não resisti e adotei, prometi pra mim mesmo que nunca mais me apegaria á bixo nenhum depois que mataram meu gato há uns anos atrás

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O bixinho tá miando muito, muito mesmo. Assustado. Hoje vou providenciar ração, caixa de área, etc... recomendam alguma ração em particular?
 

rbregalda

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Não resisti e adotei, prometi pra mim mesmo que nunca mais me apegaria á bixo nenhum depois que mataram meu gato há uns anos atrás

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O bixinho tá miando muito, muito mesmo. Assustado. Hoje vou providenciar ração, caixa de área, etc... recomendam alguma ração em particular?
Ração tenho comprado Quatree pros meus. É muito boa, e bem mais barata que outras super premium...
 

-Venom-

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Não resisti e adotei, prometi pra mim mesmo que nunca mais me apegaria á bixo nenhum depois que mataram meu gato há uns anos atrás

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O bixinho tá miando muito, muito mesmo. Assustado. Hoje vou providenciar ração, caixa de área, etc... recomendam alguma ração em particular?
Não recomendo dar leite pra ele, pode fazer mal. A não ser que seja um leite especial pra gatos.
 

Hume

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"Tenho milhares de lugares pra dormir, mas vou dormir na caixa de areia e fazer minhas necessidades no chão"

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Não recomendo dar leite pra ele, pode fazer mal. A não ser que seja um leite especial pra gatos.

Sim, eu sei. É que não tinha nada pra ele comer aqui em casa ontem e tava com pena de deixa-lo com fome.
 

Duolks

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Não resisti e adotei, prometi pra mim mesmo que nunca mais me apegaria á bixo nenhum depois que mataram meu gato há uns anos atrás

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O bixinho tá miando muito, muito mesmo. Assustado. Hoje vou providenciar ração, caixa de área, etc... recomendam alguma ração em particular?

Melhor custo beneficio que eu conheço é as Golden Premier... tem uma qualidade boa e nao tem preço facada igual as premium mesmo.
 

fbr

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Eu fui parar de preconceito com gato quando fui adotado por uma, acho que já contei isso aqui, ela sabe-se lá como, estava no motor do carro, filhote ainda, aí cometi o "erro" de dar comida depois de tira-la de lá, e ela tá comigo até hoje, um ano e meio já.

O comportamento dela é completamente diferente do que sempre ouvi falar sobre gatos. Ela me espera todos os dias chegar do trabalho, lembra muito meu falecido rusk siberiano em comportamento kkkk é muito dócil, até demais pois um estranho pode fazer mal pra ela se souber chegar.

Minha namorada diz que ela parece gente rs, não sei se todos os gatos são assim, ou se eles vão agir de acordo com a energia do lugar, mas ela é especialmente cativante, e com a independência que todo gato tem.
 

CG Gamer

Larva
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Qual é a origem dos nossos peludinhos ronronantes? A história do gato doméstico tem despoletado, em particular nos últimos anos, estudos que se debruçaram sobre o tema e nos permitiram conhecer melhor a origem destes pequenos felinos, bem como a sua história desde os primeiros passos junto aos seres humanos até ao domínio (propositadamente sem aspas) das nossas casas.

Uma das primeiras questões que nos surgem quando pensamos na domesticação do gato é: porque motivo os domesticamos? Aparentemente, os gatos são os únicos animais que domesticamos sem termos uma razão explicita para o fazermos.

Se verificarmos a história da nossa civilização, vemos que o ser humano domesticou vários animais para deles retirar benefícios essenciais à sua sobrevivência, fosse através do trabalho, da carne, do leite ou da lã.

E fê-lo com animais que, em modo selvagem, já viviam em grupos com hierarquias bem definidas, uma estrutura que o ser humano aproveitou para chamar a si o estatuto de indivíduo alfa e controlar esses grupos.

Ora, os gatos não contribuem para a sobrevivência do ser humano de nenhuma dessas formas e, exceptuando os leões, os felinos selvagens também não vivem em grupos hierárquicos nem respondem perante qualquer alfa – na verdade, os gatos não são propensos a obedecer ou a seguir ordens.

Como todo o dono de gato sabe, ninguém é dono de um gato.
Ellen Perry Berkeley
Então, qual foi o nosso interesse inicial em domesticar os gatos? E será que nós realmente os domesticamos? Vamos explorar como tudo começou e perceber porque motivo se formou esta longa, bonita mas também atribulada, história entre seres humanos e gatos.

A origem dos gatos domésticos

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GATO SELVAGEM (FELIS SILVESTRIS LYBICA) | FOTOGRAFIA: ANTONY_J_JONES

Anteriormente acreditava-se que a origem dos nossos gatos seria africana, como uma adaptação evolutiva do gato selvagem africano (Felis silvestris cafra) e que o povo egípcio teria sido o primeiro a domesticá-lo. Porém e como vamos ver de seguida, vestígios da presença de gatos noutras partes do globo e em datas anteriores aos achados egípcios (cerca de 4 mil anos atrás) vieram “reescrever a história”.

Em 1983, no Chipre, arqueólogos descobriram uma mandíbula de gato datada de há 8 mil anos atrás. Dadas as incríveis semelhanças entre os esqueletos dos gatos domesticados e dos gatos selvagens, era difícil afirmar se os achados arqueológicos diziam respeito a um ou a outro.

No entanto, também é pouco provável que alguém tivesse decidido levar gatos selvagens para a ilha, como referiu Desmond Morris no seu livro Catwatching: “um felino selvagem em pânico, a bufar e a arranhar seria o último companheiro de viagem que a tripulação quereria ter a bordo”. Então, é plausível que esses gatos já estivessem de alguma forma domesticados e habituados à presença humana.

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HUMANO E GATO SEPULTADOS HÁ 9.500 ANOS | IMAGEM: “EARLY TAMING OF THE CAT IN CYPRUS”, J.D.VIGNE, J.GUILAINE, K.DEBUE, K.HAYE E P.GÉRARD, EM SCIENCE, VOL.304; ABRIL, 2004
A prova de domesticação mais convincente seria descoberta em 2004, também no Chipre. Jean-Denis Vigne, do Museu Nacional de História Natural de Paris, e a sua equipa, desenterraram um túmulo onde estavam sepultados, lado a lado, um ser humano de sexo desconhecido e um gato de cerca de 8 meses. Ambos os corpos se encontravam sepultados na mesma direção (oeste). Mais surpreendente foi a datação desses restos mortais: 9.500 anos, ainda mais antigo do que a descoberta de 1983.

Uma vez que os gatos não são nativos das ilhas Mediterrâneas e portanto tiveram mesmo de ser transportados de barco, bem como o enterro de um ser humano e um gato lado a lado no mesmo túmulo, forneceram fortes evidências em como nessa altura as pessoas já tinham alguma relação especial e/ou intencional com os gatos.

Em Junho de 2007, num estudo baseado em análises genéticas e publicado na revistaScience, os autores do mesmo afirmaram que os gatos domésticos tiveram todosorigem nos gatos selvagens do Médio Oriente (Felis silvestris lybica), num processo que especulam ter começado há 12 mil anos atrás – quase 3 mil anos antes da datação do gato encontrado sepultado com o “dono” no Chipre.

A data coincide com o a expansão das primeiras sociedades agrícolas no Crescente Fértil do Médio Oriente, o que nos leva ao (provável) motivo pelo qual seres humanos e gatos deram início a esta jornada juntos.

Os gatos fizeram-se convidados, e nós aceitamos

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IMAGEM: GUARDIAN CATS

“O que nós achamos que aconteceu foi que os gatos se domesticaram a si próprios” afirmou Carlos Driscoll, um dos autores deste estudo, ao Washington Post.

Quanto os seres humanos eram predominantemente caçadores, os cães eram os melhores companheiros possíveis e assim se deu origem à domesticação do cão, muito antes da domesticação do gato. Quando nos começamos a fixar e a cultivar as terras, abriu-se uma janela de oportunidade para os gatos.

Com a produção agrícola começaram a surgir ratos – que ameaçavam essa mesma produção – e os gatos terão basicamente ficado fascinados com a quantidade de presas (ratos) que haviam junto daquelas criaturas gigantes de aspeto estanho (humanos). Por consequência, os seres humanos da altura também terão ficado encantados com a capacidade de eliminação dos ratos por parte daqueles felinos em miniatura.

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FOTOGRAFIA: WIKIMEDIA COMMONS

Uma relação simbiótica com tudo para dar certo. Os gatos fizeram-se convidados (já viu algum gato pedir permissão?) e nós aceitamos de bom grado.

Naturalmente, é de supor que as pessoas terão dado preferência aos gatos mais mansos e sociáveis, procurando afastar das suas casas e propriedades aqueles que se revelassem mais agressivos, dando assim origem a criações seletivas de gatos cada vez mais afetuosos.

Contudo, enquanto os restantes animais domésticos eram sustentados inteiramente pelo ser humano, os gatos continuaram a ter de se desenrascar sozinhos para sobreviver – na caça aos ratos e na procura de restos de comida - motivo pelo qual a sua independência e apurado instinto de caça permanece praticamente inalterado até aos dias de hoje.

Não é por acaso que, regra geral, um gato na rua se parece conseguir desenrascar melhor do que um cão na mesma situação (sendo evidentemente uma situação indesejável para qualquer animal doméstico e que deve ser evitada a todo o custo). Os cães foram sujeitos a uma criação seletiva muito ativa e são hoje bastante diferentes dos seus ancestrais selvagens, enquanto que o gato mantém intactas praticamente todas as características dos gatos selvagens, incluindo uma morfologia praticamente indistinguível.

Uma relação ambivalente

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EXCERTO DA OBRA DE EDWIN LONGSDEN LONG “THE GODS AND THEIR MAKERS” DE 1898

A convivência entre seres humanos e gatos nem sempre foi pacífica. A personalidade independente, a elegância os hábitos mais noturnos e solitários dos gatos despoletaram sentimentos mistos nas diversas culturas e épocas pelas quais passaram.

À conquista das nações

É bem conhecida a reverência e fascínio do povo do antigo Egito pelos gatos. Apesar de não terem sido os primeiros a “domesticar” os gatos como anteriormente se pensava, certamente tiveram um papel histórico fundamental na forma como os apreciamos e nos relacionamos com eles, tendo chegado a considerá-lo um animal divino.
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DEUSA BASTET, EM EXPOSIÇÃO NO MUSEU BRITÂNICO

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MOSAICO DA DEUSA BASTET | IMAGEM: ANCIENT HISTORY ENCYCLOPEDIA

A deusa egípcia Bastet era representada com a forma de um gato, à qual era atribuída uma personalidade afável e forte. Diversos templos foram construídos em sua honra e milhares de gatos foram mumificados, uma prática reservada às pessoas mais importantes, como por exemplo o próprio Faraó. Os arqueólogos descobriram um cemitério em Beni-Hassan que continha nada menos do que 300 mil gatos mumificados, o que significa que o povo egípcio fazia criação ativa de gatos domésticos.

Os egípcios puniam com a pena de morte qualquer pessoa que ousasse matar um gato.

Para protegerem os seus preciosos felinos, impuseram também leis que proibiam a exportação dos gatos para outros países. No entanto, esta proibição só tornou os gatos ainda mais valiosos, o que deu origem ao transporte clandestino das “raridades” para outros países, onde eram vendidos por um preço elevado. O assunto era tido como tão sério que foram criadas “delegações governamentais” cujo único propósito era encontrar os locais para onde os gatos tinham sido clandestinamente enviados e trazê-los de volta para o interior do Egito.

Os destinatários eram os países banhados pelo Mar Mediterrâneo, que receberam os gatos provavelmente transportados em barcos fenícios.

Na Pérsia, também começaram a ser venerados. Havia a crença de que quem matasse um gato preto, estaria a matar um espírito amigo, criado especificamente para fazer companhia ao Homem na sua passagem pela Terra.

Na Grécia, os gatos não tiveram a mesma facilidade em ganhar o seu espaço junto das pessoas, pois os gregos já tinham o seu próprio controlador de roedores: as doninhas.

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MOSAICO DE POMPEIA, SOTERRADO PELA ERUPÇÃO DO VESÚVIO EM 79 D.C. | IMAGEM: ANCIENT HISTORY ENCYCLOPEDIA


Na Roma antiga, os gatos tiveram um papel importante como animais caçadores e animais de companhia, embora fossem considerados mais um símbolo de independência do que um animal de utilidade – uma situação que se agravou depois de o Imperador Teodósio banir os cultos pagãos: a deusa Diana tinha a imagem de um gato e rituais ligados à lua, algo que começou a não ser bem visto.


Ainda assim o Império Romano contribuiu para que os gatos formassem colónias em várias partes da Europa, pois viajavam com eles nos barcos enquanto os romanos expandiam o seu império.
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“CATS IN THE GARDEN” POR MAO YI, SÉC. XII | IMAGEM: WIKIMEDIA COMMONS

Na China, o gato era visto essencialmente como um animal de companhia para as mulheres. O brilho dos olhos dos gatos durante a noite passou a ser interpretado como um poder especial para afastar demónios.

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XILOGRAVURA DO ARTISTA JAPONÊS TACHIBANA MORIKUNI, DE 1720

No Japão, o gato foi oficialmente introduzido no ano 999 d.C, oferecido ao imperador Ichijo como presente de aniversário. O gato foi muito bem aceite na sociedade japonesa e os gatos tricolores passaram a ser os favoritos, símbolos de sorte e prosperidade. Era proibido por lei meter um gato dentro de uma jaula ou vendê-lo.

O gato doméstico terá chegado à América a bordo dos navios de Cristóvão Colombo e outros navegadores, chegando mais tarde (por volta do séc. XVII) à Austrália ao viajarem junto dos colonizadores europeus.

A perseguição religiosa

O estatuto que os gatos tinham conquistado junto das pessoas, mudou drasticamente na Europa Medieval.

Os seus hábitos noturnos, personalidade enigmática, olhos brilhantes e caminhar silencioso diferenciavam o gato de qualquer outro animal e, numa Europa dominada pela Igreja Católica e assustada pelo aparecimento da peste negra (que se acreditava ter sido um castigo enviado por Deus) fizeram com que as pessoas começassem a associar os gatos a espíritos malignos, bruxaria e cultos satânicos.

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ILUSTRAÇÃO DO SÉC. XVII ASSOCIANDO OS GATOS ÀS BRUXAS

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“A POÇÃO DO AMOR”, PINTURA DE EVELYN DE MORGAN EM 1903, COM UMA BRUXA E UM GATO PRETO

O Papa Inocêncio VII, no séc. XV, incluiu os gatos na lista dos seres hereges e muitos gatos, em particular gatos pretos, foram queimados vivos junto com os seus donos, nas fogueiras do Santo Ofício.

Sobre esta época tormentosa, Desmond Morris escreveu:
Como os gatos eram vistos como maléficos, todos os tipos de poderes assustadores lhes foram atribuídos pelos escritores da época. Diziam que os seus dentes eram venenosos, a sua carne tóxica, o seu pêlo letal (causaria asfixia se acidentalmente engolido) e o seu hálito infecioso, destruindo os pulmões e provocando consumo (NR: um dos nomes dados naquele tempo à tuberculose, devido à abrupta perda de peso dos infetados).
Esta “paranóia” com os gatos foi tão longe que nem as publicações supostamente credíveis melhoravam a situação, bem pelo contrário, como continua a descrever Desmond Morris:
Até mesmo em 1658, Edward Topsel, num trabalho sério de história natural [escreveu]: os familiares das bruxas aparecem geralmente na forma de gatos, o que atesta em como esta besta é perigosa para o corpo e a alma.
Ironicamente, o massacre dos gatos nos rituais cristãos parece ter contribuído largamente para a disseminação da peste negra, transportada pelos ratos que ficaram praticamente sem inimigos naturais. A peste negra acabou por matar cerca de 75 milhões de pessoas, um terço de toda a população da época. E ao perceberem que a peste negra tinha relação com a população de ratos nas sociedade, os gatos começaram a voltar para os lares.
Entretanto, a perseguição aos gatos só teve fim durante o reinado de Luís XIV, Rei de França.

Um regresso triunfal

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WINSTON CHURCHILL ACARICIA BLACKIE, O GATO OFICIAL DO NAVIO HMS PRINCE OF WALES | FOTOGRAFIA: WIKIMEDIA COMMONS

Os gatos vieram a recuperar a sua reputação quando começaram a acompanhar as tripulações nos navios, ajudando a manter os alimentos dos marinheiros a salvo dos roedores.

Mais tarde, devido ao seu tamanho pequeno, hábitos de higiene, beleza, agilidade e afetuosidade, começaram a ser vistos como animais finos e a oferecerem uma boa reputação social aos seus donos.

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GATO PERSA AZUL APRESENTADO À RAINHA VITÓRIA DE INGLATERRA
A Rainha Vitória de Inglaterra (1819-1901) começou a interessar-se por gatos à medida que iam sendo divulgadas as descobertas arqueológicas no Egito sobre a adoração que aquele povo tinha pelos pequenos felinos. Por esta altura estavam a ser publicadas e catalogadas todas as gravuras e estátuas da deusa Bastet recuperadas pelos arqueólogos e a consequente associação do gato a reinados e divindades.

A Rainha decidiu então adotar dois persas azuis, que tratou como elementos da sua corte. Sendo uma Rainha popular, a adoção dos gatos rapidamente virou moda e chegou ao Estados Unidos através da revista mais popular da época, Godey’s Lady’s Book (1830-1878). Num artigo da revista publicado em 1860, era afirmado que os gatos não se destinavam apenas ás pessoas mais idosas ou a monarcas, mas que toda a gente se deveria sentir confortável em abraçar o “amor e a virtude” do gato.

Pouco depois, em 1871 realizou-se a primeira exposição de gatos, no Crystal Palace em Londres. Em 1895, toda a avenida de Madison Square Garden, em Manhattan, recebia com grande entusiasmo e popularidade a primeira exposição de gatos nos EUA.

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FOTOGRAFIA: WIKIMEDIA COMMONS

Hoje em dia, os gatos são presença assídua nas nossas casas e companheiros inseparáveis das nossas vidas.
Leitura adicional (em inglês):
http://www.mundodosanimais.pt/gatos/historia-domesticacao-do-gato/
Qual é a origem dos nossos peludinhos ronronantes? A história do gato doméstico tem despoletado, em particular nos últimos anos, estudos que se debruçaram sobre o tema e nos permitiram conhecer melhor a origem destes pequenos felinos, bem como a sua história desde os primeiros passos junto aos seres humanos até ao domínio (propositadamente sem aspas) das nossas casas.

Uma das primeiras questões que nos surgem quando pensamos na domesticação do gato é: porque motivo os domesticamos? Aparentemente, os gatos são os únicos animais que domesticamos sem termos uma razão explicita para o fazermos.

Se verificarmos a história da nossa civilização, vemos que o ser humano domesticou vários animais para deles retirar benefícios essenciais à sua sobrevivência, fosse através do trabalho, da carne, do leite ou da lã.

E fê-lo com animais que, em modo selvagem, já viviam em grupos com hierarquias bem definidas, uma estrutura que o ser humano aproveitou para chamar a si o estatuto de indivíduo alfa e controlar esses grupos.

Ora, os gatos não contribuem para a sobrevivência do ser humano de nenhuma dessas formas e, exceptuando os leões, os felinos selvagens também não vivem em grupos hierárquicos nem respondem perante qualquer alfa – na verdade, os gatos não são propensos a obedecer ou a seguir ordens.

Como todo o dono de gato sabe, ninguém é dono de um gato.
Ellen Perry Berkeley
Então, qual foi o nosso interesse inicial em domesticar os gatos? E será que nós realmente os domesticamos? Vamos explorar como tudo começou e perceber porque motivo se formou esta longa, bonita mas também atribulada, história entre seres humanos e gatos.

A origem dos gatos domésticos

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GATO SELVAGEM (FELIS SILVESTRIS LYBICA) | FOTOGRAFIA: ANTONY_J_JONES

Anteriormente acreditava-se que a origem dos nossos gatos seria africana, como uma adaptação evolutiva do gato selvagem africano (Felis silvestris cafra) e que o povo egípcio teria sido o primeiro a domesticá-lo. Porém e como vamos ver de seguida, vestígios da presença de gatos noutras partes do globo e em datas anteriores aos achados egípcios (cerca de 4 mil anos atrás) vieram “reescrever a história”.

Em 1983, no Chipre, arqueólogos descobriram uma mandíbula de gato datada de há 8 mil anos atrás. Dadas as incríveis semelhanças entre os esqueletos dos gatos domesticados e dos gatos selvagens, era difícil afirmar se os achados arqueológicos diziam respeito a um ou a outro.

No entanto, também é pouco provável que alguém tivesse decidido levar gatos selvagens para a ilha, como referiu Desmond Morris no seu livro Catwatching: “um felino selvagem em pânico, a bufar e a arranhar seria o último companheiro de viagem que a tripulação quereria ter a bordo”. Então, é plausível que esses gatos já estivessem de alguma forma domesticados e habituados à presença humana.

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HUMANO E GATO SEPULTADOS HÁ 9.500 ANOS | IMAGEM: “EARLY TAMING OF THE CAT IN CYPRUS”, J.D.VIGNE, J.GUILAINE, K.DEBUE, K.HAYE E P.GÉRARD, EM SCIENCE, VOL.304; ABRIL, 2004
A prova de domesticação mais convincente seria descoberta em 2004, também no Chipre. Jean-Denis Vigne, do Museu Nacional de História Natural de Paris, e a sua equipa, desenterraram um túmulo onde estavam sepultados, lado a lado, um ser humano de sexo desconhecido e um gato de cerca de 8 meses. Ambos os corpos se encontravam sepultados na mesma direção (oeste). Mais surpreendente foi a datação desses restos mortais: 9.500 anos, ainda mais antigo do que a descoberta de 1983.

Uma vez que os gatos não são nativos das ilhas Mediterrâneas e portanto tiveram mesmo de ser transportados de barco, bem como o enterro de um ser humano e um gato lado a lado no mesmo túmulo, forneceram fortes evidências em como nessa altura as pessoas já tinham alguma relação especial e/ou intencional com os gatos.

Em Junho de 2007, num estudo baseado em análises genéticas e publicado na revistaScience, os autores do mesmo afirmaram que os gatos domésticos tiveram todosorigem nos gatos selvagens do Médio Oriente (Felis silvestris lybica), num processo que especulam ter começado há 12 mil anos atrás – quase 3 mil anos antes da datação do gato encontrado sepultado com o “dono” no Chipre.

A data coincide com o a expansão das primeiras sociedades agrícolas no Crescente Fértil do Médio Oriente, o que nos leva ao (provável) motivo pelo qual seres humanos e gatos deram início a esta jornada juntos.

Os gatos fizeram-se convidados, e nós aceitamos

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IMAGEM: GUARDIAN CATS

“O que nós achamos que aconteceu foi que os gatos se domesticaram a si próprios” afirmou Carlos Driscoll, um dos autores deste estudo, ao Washington Post.

Quanto os seres humanos eram predominantemente caçadores, os cães eram os melhores companheiros possíveis e assim se deu origem à domesticação do cão, muito antes da domesticação do gato. Quando nos começamos a fixar e a cultivar as terras, abriu-se uma janela de oportunidade para os gatos.

Com a produção agrícola começaram a surgir ratos – que ameaçavam essa mesma produção – e os gatos terão basicamente ficado fascinados com a quantidade de presas (ratos) que haviam junto daquelas criaturas gigantes de aspeto estanho (humanos). Por consequência, os seres humanos da altura também terão ficado encantados com a capacidade de eliminação dos ratos por parte daqueles felinos em miniatura.

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FOTOGRAFIA: WIKIMEDIA COMMONS

Uma relação simbiótica com tudo para dar certo. Os gatos fizeram-se convidados (já viu algum gato pedir permissão?) e nós aceitamos de bom grado.

Naturalmente, é de supor que as pessoas terão dado preferência aos gatos mais mansos e sociáveis, procurando afastar das suas casas e propriedades aqueles que se revelassem mais agressivos, dando assim origem a criações seletivas de gatos cada vez mais afetuosos.

Contudo, enquanto os restantes animais domésticos eram sustentados inteiramente pelo ser humano, os gatos continuaram a ter de se desenrascar sozinhos para sobreviver – na caça aos ratos e na procura de restos de comida - motivo pelo qual a sua independência e apurado instinto de caça permanece praticamente inalterado até aos dias de hoje.

Não é por acaso que, regra geral, um gato na rua se parece conseguir desenrascar melhor do que um cão na mesma situação (sendo evidentemente uma situação indesejável para qualquer animal doméstico e que deve ser evitada a todo o custo). Os cães foram sujeitos a uma criação seletiva muito ativa e são hoje bastante diferentes dos seus ancestrais selvagens, enquanto que o gato mantém intactas praticamente todas as características dos gatos selvagens, incluindo uma morfologia praticamente indistinguível.

Uma relação ambivalente

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EXCERTO DA OBRA DE EDWIN LONGSDEN LONG “THE GODS AND THEIR MAKERS” DE 1898

A convivência entre seres humanos e gatos nem sempre foi pacífica. A personalidade independente, a elegância os hábitos mais noturnos e solitários dos gatos despoletaram sentimentos mistos nas diversas culturas e épocas pelas quais passaram.

À conquista das nações

É bem conhecida a reverência e fascínio do povo do antigo Egito pelos gatos. Apesar de não terem sido os primeiros a “domesticar” os gatos como anteriormente se pensava, certamente tiveram um papel histórico fundamental na forma como os apreciamos e nos relacionamos com eles, tendo chegado a considerá-lo um animal divino.
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DEUSA BASTET, EM EXPOSIÇÃO NO MUSEU BRITÂNICO

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MOSAICO DA DEUSA BASTET | IMAGEM: ANCIENT HISTORY ENCYCLOPEDIA

A deusa egípcia Bastet era representada com a forma de um gato, à qual era atribuída uma personalidade afável e forte. Diversos templos foram construídos em sua honra e milhares de gatos foram mumificados, uma prática reservada às pessoas mais importantes, como por exemplo o próprio Faraó. Os arqueólogos descobriram um cemitério em Beni-Hassan que continha nada menos do que 300 mil gatos mumificados, o que significa que o povo egípcio fazia criação ativa de gatos domésticos.

Os egípcios puniam com a pena de morte qualquer pessoa que ousasse matar um gato.

Para protegerem os seus preciosos felinos, impuseram também leis que proibiam a exportação dos gatos para outros países. No entanto, esta proibição só tornou os gatos ainda mais valiosos, o que deu origem ao transporte clandestino das “raridades” para outros países, onde eram vendidos por um preço elevado. O assunto era tido como tão sério que foram criadas “delegações governamentais” cujo único propósito era encontrar os locais para onde os gatos tinham sido clandestinamente enviados e trazê-los de volta para o interior do Egito.

Os destinatários eram os países banhados pelo Mar Mediterrâneo, que receberam os gatos provavelmente transportados em barcos fenícios.

Na Pérsia, também começaram a ser venerados. Havia a crença de que quem matasse um gato preto, estaria a matar um espírito amigo, criado especificamente para fazer companhia ao Homem na sua passagem pela Terra.

Na Grécia, os gatos não tiveram a mesma facilidade em ganhar o seu espaço junto das pessoas, pois os gregos já tinham o seu próprio controlador de roedores: as doninhas.

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MOSAICO DE POMPEIA, SOTERRADO PELA ERUPÇÃO DO VESÚVIO EM 79 D.C. | IMAGEM: ANCIENT HISTORY ENCYCLOPEDIA


Na Roma antiga, os gatos tiveram um papel importante como animais caçadores e animais de companhia, embora fossem considerados mais um símbolo de independência do que um animal de utilidade – uma situação que se agravou depois de o Imperador Teodósio banir os cultos pagãos: a deusa Diana tinha a imagem de um gato e rituais ligados à lua, algo que começou a não ser bem visto.


Ainda assim o Império Romano contribuiu para que os gatos formassem colónias em várias partes da Europa, pois viajavam com eles nos barcos enquanto os romanos expandiam o seu império.
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“CATS IN THE GARDEN” POR MAO YI, SÉC. XII | IMAGEM: WIKIMEDIA COMMONS

Na China, o gato era visto essencialmente como um animal de companhia para as mulheres. O brilho dos olhos dos gatos durante a noite passou a ser interpretado como um poder especial para afastar demónios.

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XILOGRAVURA DO ARTISTA JAPONÊS TACHIBANA MORIKUNI, DE 1720

No Japão, o gato foi oficialmente introduzido no ano 999 d.C, oferecido ao imperador Ichijo como presente de aniversário. O gato foi muito bem aceite na sociedade japonesa e os gatos tricolores passaram a ser os favoritos, símbolos de sorte e prosperidade. Era proibido por lei meter um gato dentro de uma jaula ou vendê-lo.

O gato doméstico terá chegado à América a bordo dos navios de Cristóvão Colombo e outros navegadores, chegando mais tarde (por volta do séc. XVII) à Austrália ao viajarem junto dos colonizadores europeus.

A perseguição religiosa

O estatuto que os gatos tinham conquistado junto das pessoas, mudou drasticamente na Europa Medieval.

Os seus hábitos noturnos, personalidade enigmática, olhos brilhantes e caminhar silencioso diferenciavam o gato de qualquer outro animal e, numa Europa dominada pela Igreja Católica e assustada pelo aparecimento da peste negra (que se acreditava ter sido um castigo enviado por Deus) fizeram com que as pessoas começassem a associar os gatos a espíritos malignos, bruxaria e cultos satânicos.

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ILUSTRAÇÃO DO SÉC. XVII ASSOCIANDO OS GATOS ÀS BRUXAS

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“A POÇÃO DO AMOR”, PINTURA DE EVELYN DE MORGAN EM 1903, COM UMA BRUXA E UM GATO PRETO

O Papa Inocêncio VII, no séc. XV, incluiu os gatos na lista dos seres hereges e muitos gatos, em particular gatos pretos, foram queimados vivos junto com os seus donos, nas fogueiras do Santo Ofício.

Sobre esta época tormentosa, Desmond Morris escreveu:
Como os gatos eram vistos como maléficos, todos os tipos de poderes assustadores lhes foram atribuídos pelos escritores da época. Diziam que os seus dentes eram venenosos, a sua carne tóxica, o seu pêlo letal (causaria asfixia se acidentalmente engolido) e o seu hálito infecioso, destruindo os pulmões e provocando consumo (NR: um dos nomes dados naquele tempo à tuberculose, devido à abrupta perda de peso dos infetados).
Esta “paranóia” com os gatos foi tão longe que nem as publicações supostamente credíveis melhoravam a situação, bem pelo contrário, como continua a descrever Desmond Morris:
Até mesmo em 1658, Edward Topsel, num trabalho sério de história natural [escreveu]: os familiares das bruxas aparecem geralmente na forma de gatos, o que atesta em como esta besta é perigosa para o corpo e a alma.
Ironicamente, o massacre dos gatos nos rituais cristãos parece ter contribuído largamente para a disseminação da peste negra, transportada pelos ratos que ficaram praticamente sem inimigos naturais. A peste negra acabou por matar cerca de 75 milhões de pessoas, um terço de toda a população da época. E ao perceberem que a peste negra tinha relação com a população de ratos nas sociedade, os gatos começaram a voltar para os lares.
Entretanto, a perseguição aos gatos só teve fim durante o reinado de Luís XIV, Rei de França.

Um regresso triunfal

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WINSTON CHURCHILL ACARICIA BLACKIE, O GATO OFICIAL DO NAVIO HMS PRINCE OF WALES | FOTOGRAFIA: WIKIMEDIA COMMONS

Os gatos vieram a recuperar a sua reputação quando começaram a acompanhar as tripulações nos navios, ajudando a manter os alimentos dos marinheiros a salvo dos roedores.

Mais tarde, devido ao seu tamanho pequeno, hábitos de higiene, beleza, agilidade e afetuosidade, começaram a ser vistos como animais finos e a oferecerem uma boa reputação social aos seus donos.

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GATO PERSA AZUL APRESENTADO À RAINHA VITÓRIA DE INGLATERRA
A Rainha Vitória de Inglaterra (1819-1901) começou a interessar-se por gatos à medida que iam sendo divulgadas as descobertas arqueológicas no Egito sobre a adoração que aquele povo tinha pelos pequenos felinos. Por esta altura estavam a ser publicadas e catalogadas todas as gravuras e estátuas da deusa Bastet recuperadas pelos arqueólogos e a consequente associação do gato a reinados e divindades.

A Rainha decidiu então adotar dois persas azuis, que tratou como elementos da sua corte. Sendo uma Rainha popular, a adoção dos gatos rapidamente virou moda e chegou ao Estados Unidos através da revista mais popular da época, Godey’s Lady’s Book (1830-1878). Num artigo da revista publicado em 1860, era afirmado que os gatos não se destinavam apenas ás pessoas mais idosas ou a monarcas, mas que toda a gente se deveria sentir confortável em abraçar o “amor e a virtude” do gato.

Pouco depois, em 1871 realizou-se a primeira exposição de gatos, no Crystal Palace em Londres. Em 1895, toda a avenida de Madison Square Garden, em Manhattan, recebia com grande entusiasmo e popularidade a primeira exposição de gatos nos EUA.

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FOTOGRAFIA: WIKIMEDIA COMMONS

Hoje em dia, os gatos são presença assídua nas nossas casas e companheiros inseparáveis das nossas vidas.
Leitura adicional (em inglês):
http://www.mundodosanimais.pt/gatos/historia-domesticacao-do-gato/
 

CG Gamer

Larva
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Eu fico puto com quem envenena gatos.

Tem um monte de gatos no bairro e eles num fazem nada de mal, pra pessoas fazerem isso.

Matar um bicho somente deve ser feito em legitima defesa ou quando ele é um risco claro a vida humana, seja ferindo gravemente alguém, seja inclusive matando algum ser humano ou quando precisa sacrificá-lo por motivos de doença.

Fora isso, é muita crueldade dar um veneno para o bicho que o faz agonizar e ter uma morte bem dolorosa.
Concordo!
 

CG Gamer

Larva
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Concordo absolutamente com você.

Minha mãe viu uma gatinha morrer agonizada por causa desse maldito chumbinho, era uma gata castrada da minha vizinha, não fazia mal a ninguém, apenas andava de boa pelo bairro de vez em quando.

Também amo tanto gatos como cachorros, os dois são diferente e igualmente especiais, cada um com seu jeitinho.
Para mim, existem vários motivos para se amar um gato:

1- Eles são incríveis;

2- Eles nos dominam;

3- Eles reconhecem os donos;

4- Eles ronronam;

5- E por aí vai ...
 

Cheus

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Pessoal me ajudem com um caso aqui de casa. Temos um gato aqui em casa que morava na empresa do meu pai que alias eu adotei ele lá e o bicho sempre foi docil e sossegado na dele, muito companheiro também pois ele me via dando role pela empresa e me seguia. Então ele ficou doente com umas "palpebras internas" nos olhos e trouxemos para casa.

Ele se adaptou mas ele fica fazendo uns bagulho estranho, fica rosnando e dando uns mortal e fica estressado, aparentemente ele parece estar brigando com o rabo mas ele fica fazendo isso o tempo todo( a gente brinca que ele vê espíritos) até colocar ele pra fora de casa. Lá na empresa ele era da rua mas depois de adotado ficava o tempo todo dentro da empresa sossegado deitado o dia inteiro.

Algum psicologo felino tem alguma ideia?
 

Hume

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Gente, vermifuguei o filhote hoje e acho que 1h depois ele vomitou. Preciso vermifugar outra vez?
 

Lost Brother

Ei mãe, 500 pontos!
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Eh o mesmo link do post anterior.

Um século depois...

https://estilo.uol.com.br/casa-e-de...go-comove-fas-nas-redes-sociais.htm?mode=list

Pessoal me ajudem com um caso aqui de casa. Temos um gato aqui em casa que morava na empresa do meu pai que alias eu adotei ele lá e o bicho sempre foi docil e sossegado na dele, muito companheiro também pois ele me via dando role pela empresa e me seguia. Então ele ficou doente com umas "palpebras internas" nos olhos e trouxemos para casa.

Ele se adaptou mas ele fica fazendo uns bagulho estranho, fica rosnando e dando uns mortal e fica estressado, aparentemente ele parece estar brigando com o rabo mas ele fica fazendo isso o tempo todo( a gente brinca que ele vê espíritos) até colocar ele pra fora de casa. Lá na empresa ele era da rua mas depois de adotado ficava o tempo todo dentro da empresa sossegado deitado o dia inteiro.

Algum psicologo felino tem alguma ideia?

Gente, vermifuguei o filhote hoje e acho que 1h depois ele vomitou. Preciso vermifugar outra vez?

como estão os bichinho ?

Nossa, adorei esse artigo!

agradeço pela preferencia
 
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