Grose
Bam-bam-bam
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Fui um bocado resistente quanto a fazer este tópico, por alguma razão existe muita birra com aqueles que gostam de colecionar, sendo que ninguém é obrigado a isso, normalmente quem faz possui seus próprios motivos, que pretendo esclarecer abaixo e com a ajuda dos seus relatos.
Este tópico pode servir de parâmetro para os diversos que questionam se devem ou não entrar ou sair dessa, pegar dicas de armazenamento, compras e afins, portanto, fiquem a vontade para se pronunciar da forma que preferirem, falar sobre o que coleciona e tudo mais, não precisa necessariamente ser sobre videogames.
Para acompanhar os outros tópicos da série:
Nós e as revistas de videogame
Como é ter um Neo Geo AES em sua vida?
XBOX Clássico em nossas vidas
Dreamcast: Por 18 anos em nossas vidas
Sega Saturn em nossas vidas
Como era ter um PC em nossas vidas nos anos 90 e início de 2000?
Street Fighter II em nossas vidas
The King of Fighters em nossas vidas
Mortal Kombat em nossas vidas
Tekken em nossas vidas
Bomberman em nossas vidas
[SHMUP Official] SHMUPs em nossas vidas
Jogos de inverno para o verão
Colecionar sempre foi um assunto que me atrai, não somente de games mas no geral, gostava tanto que brincava de colecionador quando criança, fazia listas das coisas que pretendia ter, sendo que a única que conseguia suprir na época era a de revistas, cheguei a ter uma com mais de 5.000 itens até 2004, se tivesse continuado poderia ter um dos maiores acervos do Brasil, infelizmente acabei de me deixando levar pelas necessidades do senso comum: trabalhar, enriquecer, festejar, relacionar, transar e procriar. Felizmente falhei nisso. haha
Esse parágrafo fica como alerta, muitos dos colecionadores ficam desgostosos com seus hobbies, algo normal em diversas etapas de nossas vidas e com muitas coisas, não somente as coleções, é que elas ficam mais óbvias por ser algo presente, que só percebemos a importância depois de perder, algo como um relacionamento que parecia errado, quando na verdade o problema era conosco, nada a ver com o que nos cercava. Na maioria das vezes desistem seduzidos como eu fui, pela falta de perspectiva presente, o problema é que grande parte deles volta ao colecionismo e outro tanto narra o acontecimento com pesar, poucos se dizem satisfeitos com o que fizeram e devemos considerar que podem estar dizendo isso como forma de auto-engano. Ou seja, é preciso pesar bastante antes de dar este passo, afinal além de ficarmos mais velhos, retomar velhas práticas ficam difíceis por si, por exemplo, além do fator financeiro é cada dia mais problemático a questão da disponibilidade, coisas que eu via aos montes simplesmente sumiram, é uma tendência natural, assim como quando cada casa do bairro tinha um pé de amorinha e ameixa amarela, hoje residem apenas no imaginário de quem vivenciou o período.
Em 2006 retomei timidamente as coleções, após ter descoberto que apesar de ter me desfeito das coisas que supostamente me prendiam num estilo de vida socialmente deplorável, não era culpa delas, eu continuava sendo um gordo nerd mas agora num corpo bem mais magro e saudável. Sendo que, se eu tivesse me ouvido, desde que me conheço por gente dizia que não curto interagir socialmente, o que não quer dizer que não goste das pessoas, só que a pressão para agirmos ao contrário é bastante grande, quem não se viu mal com isso é por ter se adaptado bem, o que é uma baita sorte, facilita bastante a vida.
Esta é a parte dos jogos, estou com 576 de uns 26 consoles, também coleciono filmes em BD e DVD, revistas de videogame, livros me desfiz de muita coisa mas ainda possuo um acervo bacana, e CDs de música. Além de colecionar as memórias e o conhecimento que tudo isso me proporciona. Levei sorte por ter retomado cedo e num período onde me permitiu correr atrás das coisas em lojas especializadas, me aproveitando de suas falências inclusive.
Tudo bem, aceito que deveria investir em infraestrutura para acomodá-los de forma mais vistosa, mas meu quarto é pequeno e os itens me interessam mais que isso, os velhos armários de cozinha tem dado conta do recado. Ao menos é tudo limpo e organizadona medida do possível. haha
Não curto me proclamar colecionador, prefiro dizer que gosto de colecionar, meus focos são a preservação e a representação, quando obtenho algo sinto como se estivesse salvando a peça e a sua história. Muitos fora desse mundo acreditam que a história de um jogo acaba nele mesmo, desconsiderando a significância de quem se envolveu com o projeto, quem se relacionou com ele depois de pronto e o que ele representa numa fração histórica presente e posteriormente, é muita coisa para se resumir em apenas como um arquivo ou pedaço de plástico, como dizem, porque tenho uma coisa meio cruel para dizer acerca disso, se formos existir apenas pelo que vale a pena, só a morte fará sentido.
Atualmente além da satisfação pessoal, é um prazer compartilhar estes momentos, pessoas mais jovens possuem muito interesse em coisas antigas, até por ser de consenso em diversos âmbitos que as gerações passadas carregam uma significação maior, isso fica mais evidente em relação aos filmes e músicas, onde nos comentários pela internet brigam para ver quem aprecia as coisas mais velhas, de uma época que sequer existiam. Portanto, a relação com o passado vai muito além da nostalgia, palavra que muitos utilizam para resumir negativamente outras gerações, enquanto eles estão sendo nostálgicos pelo futuro, que evidentemente ainda não chegou, nos unindo enfim pela mesma causa, as nossas emoções, que são racionais, as peças escolhidas representam a nossa essência, se ouvimos o chamado interior estamos dando ouvidos aquilo que queremos ser e fazer, seja fazendo coleções ou apreciando as coisas da maneira e da época que for.
Este tópico pode servir de parâmetro para os diversos que questionam se devem ou não entrar ou sair dessa, pegar dicas de armazenamento, compras e afins, portanto, fiquem a vontade para se pronunciar da forma que preferirem, falar sobre o que coleciona e tudo mais, não precisa necessariamente ser sobre videogames.
Para acompanhar os outros tópicos da série:
Nós e as revistas de videogame
Como é ter um Neo Geo AES em sua vida?
XBOX Clássico em nossas vidas
Dreamcast: Por 18 anos em nossas vidas
Sega Saturn em nossas vidas
Como era ter um PC em nossas vidas nos anos 90 e início de 2000?
Street Fighter II em nossas vidas
The King of Fighters em nossas vidas
Mortal Kombat em nossas vidas
Tekken em nossas vidas
Bomberman em nossas vidas
[SHMUP Official] SHMUPs em nossas vidas
Jogos de inverno para o verão
Colecionar sempre foi um assunto que me atrai, não somente de games mas no geral, gostava tanto que brincava de colecionador quando criança, fazia listas das coisas que pretendia ter, sendo que a única que conseguia suprir na época era a de revistas, cheguei a ter uma com mais de 5.000 itens até 2004, se tivesse continuado poderia ter um dos maiores acervos do Brasil, infelizmente acabei de me deixando levar pelas necessidades do senso comum: trabalhar, enriquecer, festejar, relacionar, transar e procriar. Felizmente falhei nisso. haha
Esse parágrafo fica como alerta, muitos dos colecionadores ficam desgostosos com seus hobbies, algo normal em diversas etapas de nossas vidas e com muitas coisas, não somente as coleções, é que elas ficam mais óbvias por ser algo presente, que só percebemos a importância depois de perder, algo como um relacionamento que parecia errado, quando na verdade o problema era conosco, nada a ver com o que nos cercava. Na maioria das vezes desistem seduzidos como eu fui, pela falta de perspectiva presente, o problema é que grande parte deles volta ao colecionismo e outro tanto narra o acontecimento com pesar, poucos se dizem satisfeitos com o que fizeram e devemos considerar que podem estar dizendo isso como forma de auto-engano. Ou seja, é preciso pesar bastante antes de dar este passo, afinal além de ficarmos mais velhos, retomar velhas práticas ficam difíceis por si, por exemplo, além do fator financeiro é cada dia mais problemático a questão da disponibilidade, coisas que eu via aos montes simplesmente sumiram, é uma tendência natural, assim como quando cada casa do bairro tinha um pé de amorinha e ameixa amarela, hoje residem apenas no imaginário de quem vivenciou o período.
Em 2006 retomei timidamente as coleções, após ter descoberto que apesar de ter me desfeito das coisas que supostamente me prendiam num estilo de vida socialmente deplorável, não era culpa delas, eu continuava sendo um gordo nerd mas agora num corpo bem mais magro e saudável. Sendo que, se eu tivesse me ouvido, desde que me conheço por gente dizia que não curto interagir socialmente, o que não quer dizer que não goste das pessoas, só que a pressão para agirmos ao contrário é bastante grande, quem não se viu mal com isso é por ter se adaptado bem, o que é uma baita sorte, facilita bastante a vida.
Esta é a parte dos jogos, estou com 576 de uns 26 consoles, também coleciono filmes em BD e DVD, revistas de videogame, livros me desfiz de muita coisa mas ainda possuo um acervo bacana, e CDs de música. Além de colecionar as memórias e o conhecimento que tudo isso me proporciona. Levei sorte por ter retomado cedo e num período onde me permitiu correr atrás das coisas em lojas especializadas, me aproveitando de suas falências inclusive.
Tudo bem, aceito que deveria investir em infraestrutura para acomodá-los de forma mais vistosa, mas meu quarto é pequeno e os itens me interessam mais que isso, os velhos armários de cozinha tem dado conta do recado. Ao menos é tudo limpo e organizadona medida do possível. haha
Não curto me proclamar colecionador, prefiro dizer que gosto de colecionar, meus focos são a preservação e a representação, quando obtenho algo sinto como se estivesse salvando a peça e a sua história. Muitos fora desse mundo acreditam que a história de um jogo acaba nele mesmo, desconsiderando a significância de quem se envolveu com o projeto, quem se relacionou com ele depois de pronto e o que ele representa numa fração histórica presente e posteriormente, é muita coisa para se resumir em apenas como um arquivo ou pedaço de plástico, como dizem, porque tenho uma coisa meio cruel para dizer acerca disso, se formos existir apenas pelo que vale a pena, só a morte fará sentido.
Atualmente além da satisfação pessoal, é um prazer compartilhar estes momentos, pessoas mais jovens possuem muito interesse em coisas antigas, até por ser de consenso em diversos âmbitos que as gerações passadas carregam uma significação maior, isso fica mais evidente em relação aos filmes e músicas, onde nos comentários pela internet brigam para ver quem aprecia as coisas mais velhas, de uma época que sequer existiam. Portanto, a relação com o passado vai muito além da nostalgia, palavra que muitos utilizam para resumir negativamente outras gerações, enquanto eles estão sendo nostálgicos pelo futuro, que evidentemente ainda não chegou, nos unindo enfim pela mesma causa, as nossas emoções, que são racionais, as peças escolhidas representam a nossa essência, se ouvimos o chamado interior estamos dando ouvidos aquilo que queremos ser e fazer, seja fazendo coleções ou apreciando as coisas da maneira e da época que for.