Acredito que está deve ser modificado a realidade do funcionalismo público no Brasil, entretanto com alguns adendos:
- A estabilidade não deve ser extinta, deve ser aprimorada no sentido de não ser concedida a todos. Boa parte dos cargos poderia ser uma condicionante, ou seja, o funcionário deve fazer por merecer este beneficio. Em algumas carreiras de Estado não tem como deixar de ser default, mas até esses profissionais devem ser cobrado quanto a eficiência na qualidade de serviço. Outro ponto é que ironicamente a estabilidade é benéfico para alguns setores da iniciativa privada como construção civil e o automobilístico que vendem produtos que são financiados ao longo prazo. É muito mais seguro para eles por exemplo, vender um imóvel para um funcionário que terá seu emprego garantido por um longo tempo do que para um funcionário do setor privado que corre o risco de ser demitido diariamente. Isso sem contar que os bancos privados que faturam em cima da folha de pagamentos do funcionalismo publico e de suas aplicações financeiras.
- Concordo com a medida de plano de carreira (ou seja, o acrescimo de salario conforme o aumento da experiência, qualificação profissional e acadêmico) começando com o salário base inicial mais baixo. E que as empresas estatais adotem estimulos para que seus profissionais se desenvolvam profissionalmente oferecendo cursos de qualificação profissional, parcerias para a oferta de descontos em cursos de idiomas, cursos específicos para a sua área e também para outras atividades, como o bem estar físico e intelectual de seus funcionários. Algumas já fazem isso, mas deveria ser assim em todas.
- Empresas estatais estratégicas não devem ser privatizadas, por diversos motivos. O primeiro deles é a quebra da confidencialidade e da privacidade da população brasileira. Outro motivo é que descaracterizaria a sua principal razão de existir. Terceiro é que como falei em topicos anteriores, a privatização não significa qualidade de serviço, senão a policia federal (que pertence ao Estado), não teria colocado tantos empreendedores atrás das grades.
- O grande mal das empresas estatais é a política. Suas lideranças são hobbies de partidos políticos. O verdadeiro toma lá da cá, e haverá resistências no congresso e até mesmo no judiciário a respeito disso. Eles não vão abrir mão disso tão facilmente.
- Outro ponto é que vejo muito ódio sem fundamento ao servidor publico como se fossem parasitas que mama nas tetas do governo. Esquecem que servidor publico também paga imposto, boa parte deles até mais do que o trabalhador da iniciativa privada (quanto maior a renda, maior é a mordida do leão). Que o servidor publico contribui para a economia do país e que ajuda financeiramente empresas privadas através do consumo de produtos e serviços. Esquecem que antes do cara ser servidor público, boa parte já tinham uma trajetória profissional definida, a grande maioria deles já possuem experiência profissional no setor privado e cansou de ser mal remunerado e/ou de ser demitido varias vezes sem justa causa.
- Ser aprovado num concurso público altamente concorrido de forma honesta é sim um grande feito para qualquer indivíduo. Ter uma profissão, ter um certo conforto e com qualidade de vida todo o ser humano quer. A demissão desses profissionais seria danosa para o nosso país. O que eu acho que deveria haver é a aposentadoria dos maiores de 65 anos e abrir oportunidade para os mais jovens ingressarem no setor público. Isso por si só daria uma oxigenação na mão de obra, trazendo mais profissionais qualificados e atualizados com a dinâmica atual. Dar maior espaço a criatividade, modernizar a gestão e desburocratização dos órgãos. Uma mão de obra mais jovem, possibilita uma maior curva de aprendizagem, pois depois de uma certa idade fica mais dificil aprender ou deixar de lado processos engessados, ineficientes e que consomem tempo.
De qualquer forma, vou acompanhar de perto para saber como o governo atual vai implementar isso. Se haverá adesão no congresso ou não.