Miguel Ángel Ramirez, amigos. Guardem bem este nome. Alguém viu o jogo das galinhas hoje? Porra, aquele timeco equatoriano totalmente irrelevante (Independiente del Valle) deu um baile nos caras. O (espanhol) treinador dos caras está tirando leite de pedra deste time. Atacou constantemente até os 40 minutos do segundo tempo (e mesmo com 2x0 a favor no placar!). Troca de passes rápida, defensivamente aguerrido, o tempo inteiro concentrado, etc.
O senhor Miguel Ángel Ramirez tem bolas e soube tirar o melhor deste timeco. Eu não consegui deixar de pensar em como eu gostaria de ver o Palmeiras jogando daquela forma (e especialmente em Itaquera!). A diferença de postura é brutal. Ao passo que um timeco equatoriano quase sem orçamento vai a Itaquera e pressiona os caras quase que até o final do jogo (e mesmo já vencendo de 2x0), o que nós fazemos? Procuramos marcar um golzinho escroto e recuar o time inteiro para fazer companhia ao goleiro! Uma vergonha.
Se o técnico do Independiente Del Valle tivesse um pouco mais de rodagem (para segurar as feras no vestiário), poderia ser uma opção, sim, para o Palmeiras em 2020. Os equatorianos vão levar a Sul-Americana. Podem escrever aí. Se fosse a Libertadores, a moral elevada pela conquista inclusive poderia subir o patamar do técnico para tentar domar os cobrões do nosso elenco.
Caso o Mano não consiga brigar satisfatoriamente bem com o Flamengo pelo título, e o Independiente ganhe a Sul-Americana (que eu acho que vai ganhar), a opção pelo seu treinador seria algo interessante, na minha opinião. Era só fazer o checão e mostrar a Crefisa pra ele que já era. O problema, repetindo aqui, seria a falta de rodagem e a pouca idade para domar o ego dos cobrões no vestiário e as panelinhas do inferno.
Mas é um treinador bastante interessante, e, um pouco à semelhança do Jorge Jesus (guardadas as devidas proporções, é claro), "um pedacinho da Europa (neste caso, da Espanha) no Brasil". Técnico retranqueiro brasileiro já não dá mais, não. Precisamos de um Miguel Ángel Ramirez. Precisamos de um europeu para novamente nos ensinar a jogar no estilo academia. Chega dos dinossauros retranqueiros brasileiros.
Precisamos de bola ao chão, com troca rápida e precisa de passes, uma defesa sólida, empenhada e motivada, e um ataque que não tira o pé um minuto sequer do acelerador, à semelhança do que o time equatoriano apresentou neste último jogo (só que obviamente potencializado pelas nossas condições financeiras e estrutura de treinamento).