"O Faustão vai para o céu"
Milton Neves estreou no plantão esportivo da rádio Jovem Pan em 1973 como substituto de Fausto Silva. Sim, é ele mesmo: o apresentador do Domingão do Faustão das tardes da TV Globo há 30 anos. Antes de brilhar na TV, mas ainda no inconfundível estilo "quem sabe faz ao vivo", Faustão trabalhou na cobertura de esportes e foi companheiro de emissora de Milton Neves. O encantamento foi imediato. "Teve um jogo Itália x Brasil em Roma que ele [Faustão] foi como repórter de campo. Aí voltaram e tudo bem. Um dia estava na minha salinha, que era dele, e ele chegou para apanhar algumas coisas numa gavetinha. Ele estava com um agasalho maravilhoso, italiano, eu falei: 'ô, Fausto, que beleza essa tua japona'. Ele disse que comprou em Roma e tal. Isso foi no sábado."
"Aí no domingo ia ter um
São Paulo x
Palmeiras. Eu já estava na rádio fazendo plantão de estradas para depois fazer o plantão esportivo quando chega o Fausto com um embrulho na mão. Ele passou lá antes de ir para o Morumbi e falou assim:
- Ó, mineiro, está aqui um presente pra você.
-
- Pô, é a japona, é a jaqueta!
- Sim, e é de pele de antílope.
- Mas por que você está me dando?
- Porque você gostou. Eu só usei 3 vezes. Gostei também, mas você precisa mais. Pode ficar.
"
"Aquilo ali foi como se ele tivesse me dado um apartamento. Ele tem um coração de ouro e eu tenho essa jaqueta até hoje. Fui no aniversário de seis ou sete anos do meu filho com ela. Hoje ele tem 38 anos. O Fausto me emociona. Ele vai para o céu direto e merece. É um sujeito bom", diz Milton Neves, que ainda relembra uma campanha feita para arrecadar fundos em prol de um jornalista esportivo das antigas que estava na pior: "O Fausto pegou R$ 50 mil em dinheiro e mandou entregar."