Obrigado por citar a Apple e Samsung.
Você sabia que a cada nova versão de iPhone/Galaxy eles oferecem recursos EXCLUSIVOS ? Pois é, difícil entender isso né ? Mas claro que o mercado de celulares é diferente e a maioria não troca de celular todo ano.
Voltando aos consoles, não é difícil mesmo ver um consumidor querendo comprar um Xbox S e rodar os jogos, difícil é alguém querer logo o
XSX que é mais caro e não tem nenhum apelo (lembrando que o consumidor no geral não liga para essas coisas de super gráficos e etc.).
Então quem falha a entender é você, eu não questiono a estratégia da MS em querer vender mais o serviço que o console eu questiono o motivo dela ter investido grana pra desenvolver o
XSX e não criar nenhum apelo para que ele seja vendido.
O
XSX simplesmente não tem apelo, não tem um diferencial, mas se quer acreditar que alguém vai optar pelo produto mais caro eu posso te mostrar quantos usuários na Steam tem a 1080/2080 e quantos tem a 1060, até mesmo o consumidor de PC para jogos não sai comprando o mais caro só por causa dos gráficos.
Você está postulando que o
XSX será mais caro que os consoles atuais em todas as suas versões. MS estará lançando 2 consoles, um mais barato e outro mais caro. Véi, me desculpa dizer assim, mas tem que ser imbecil pra comprar um console pouca coisa mais barata que daqui 2 anos não terá mais nenhum game ao invés de um de nova geração de fato.
MS não tá falando que o Xbox One S vai receber games até 2030, só nos 2 primeiros anos. Quem é que compra console pensando nisso? os mesmos que depois de lançado um Ps4 compraram um Ps3, por exemplo, pessoas que não tem dinheiro e nem estão ligando para novas gerações. Não tem nem porque MS estar preocupada com isso, porque esse público nunca é alvo das novas propostas tanto de Sony quanto de MS. E ele sempre existe, Ps3 foi lançado e Ps2 não parava de vender. Sony tava preocupada com isso naqueles anos de 2006 e 2007?
Você é o cara que no ano de 2000 ao montar a mobília de sua casa compra um VHS porque a videolocadora ainda tem filmes VHS disponíveis. Vai comprar um equipamento que não apenas ficará obsoleto como também vai ficar sem abastecimento de novos filmes daqui alguns anos? Não, né?
E quanto ao consumidor de PC que tem uma 1060, bem, ele tem uma 1060, ele poderia ter uma 980 usada, ele poderia ter uma placa de 5 anos atrás, uma 7x0. Mas ele comprou uma placa nova. Ele provavelmente queria ter comprado uma 2080, mas ele comprou o que lhe coube no seu orçamento, o que deu pra comprar e um produto novo.
Não ver o apelo de um videogame de geração nova (vamos colocar nesses termos apesar dos ganhos serem mínimos comparados a situações anteriores) é um tanto quanto estranho. Eu te explico. Videogames novos não são feitos apenas pra vender os games exclusivos que serão lançados para eles. O Yamauchi fez o possível no passado para o Famicom permanecer o maior tempo possível no mercado. Naquela época, um NES custava 99 dólares, e cada cartucho, custava 60 dólares. O lucro por unidade de jogo vendido superava o lucro por venda de console. Na realidade, até hoje é assim, a renda bruta é maior nos consoles, mas onde vem o ouro por unidade são nos games. Yamauchi resistiu o máximo que podia, resistiu a pressões que vieram de todos os lados e ainda deu vários dribles para dizer sem estar dizendo de fato, coisas contraditórias, como, estar interessado numa nova geração de videogames ao mesmo tempo que estava interessado na perpetuação do NES/Famicom no mercado pelo maior tempo possível. Mas quando tanto o Mega Drive quanto o PC Engine entraram no mercado o Famicom ficou datado. Não tinha naquela época, nenhum game exclusivos de concorrente que chegasse aos pés de Mario. Sonic foi lançado 2 anos depois do Mega Drive. Mas o Yamauchi sabia que o seu console ficaria datado, qualidade de gráficos e sons piores e que havia um apelo naqueles consoles de 16 bits (o PC engine não é, mas graficamente falando, ele chega próximo). A essa altura a Sega havia feito uma porrada de consoles, novas gerações do mesmo, mas nenhum deles chegou perto de ameaçar o Famicom no Japão e no resto do mundo, Sega ainda era irrelevante naquela época. O Mega Drive significou outra coisa não porque as pessoas ficaram loucas e desejosas por um Altered Beast, mas porque os 16 bits impressionaram. O raciocínio não é de que o Mega Drive vai vender mais porque ele tem games exclusivos, games serão feitos para ele e serão exclusivos em consequência dele ser o novo console 16 bits da Sega. Sabe por que eu digo isso? Porque Nintendo podia dar um jeito de fazer Super Mario World para o Famicom e lançar o Link to the Past para o mesmo, que a proposito, estava sendo feito originalmente para ser lançado no Famicom mesmo. Nintendo continuou lançado games para o Famicom por anos e nunca se desesperou com cada nova versão do SG-1000 da Sega. Mas quando chegou o Mega Drive ela sabia bem que por mais arrasa quarteirão e fodásticos que fossem Mario World e Zelda Link to the Past, no Famicom, eles não teriam a menor chance de sucesso. No caso de Mario World ela até rushou o desenvolvimento do jogo, que ficou mais curto do que poderia ser, para garantir que ele estivesse presente no Super Nintendo logo de inicio. Mas como eu mencionei, Yamauchi queria o Famicom por mais tempo no mercado. Nem por isso ousou de arriscar a atrasar mais o lançamento do Snes e ter tentado competir com seus novos concorrentes continuando lançando games para o Famicom.
E olha, até lá pelos idos de 1993 o Famicom, com 10 anos de mercado, recebia novos games, alguns exclusivos, como foi o caso de Mega Man 6. Havia razão para isso, uma razão que não é sequer a mesma da MS. O NES/Famicom era a maior base de videogames instaladas até ali. Agora, o que isso impediu o sucesso do Super Nintendo? Você encontra motivos para o Snes ter vendido menos no sucesso do Mega Drive e no fato de que aquela geração foi curta, tão logo final de 1994 chegou, no Japão foram lançados Saturn e Playstation. Mas de maneira alguma o menor número de vendas do Snes, apenas 10 milhões a menos, é explicado pelo prolongamento do NES/Famicom através do abastecimento de games third parties. Porque ninguém já em 1991 via o Famicom como um console que iria durar, ele não iria mais receber jogos para sempre, ele iria simplesmente ser descontinuado a qualquer momento e iria deixar de ser abastecido. Quem é que vai acreditar que o One S vai ser abastecido a partir do final de 2022? Fora FIFA e esses jogos que até hoje são lançados para Ps3 e Vita, dá pra acreditar que o One S vai continuar recebendo jogos? Quem vai comprar o One S e até mesmo o One X, é quem está ciente disso. Mas quem irá fazer isso, nem está cogitando comprar
Playstation 5 ou Xbox Series 5 porque eles tem apelo em seus exclusivos ou maior poder de processamento. Você tá mencionou mercado de usados. Se empresas pensarem nisso, Toyota não vai colocar um Corolla por 100 mil reais se posso comprar uma BMW ou Merdeces-Benz usada pelo mesmo preço. Ninguém que está ofertando produtos novos pensa no mercado de usados como concorrente, no capitalismo ele poucas vezes foi de fato uma ameaça.
Então, pra quem não teve um Xbox nessa geração atual, na que estar por vir, ele tem todos os atrativos para comprar um novo console da MS que vai ter abastecimento de jogos por pelo menos 7 anos. Pra falar a verdade, ninguém compra console, a não ser que seja do tipo que compra e vende rapidamente, por causa dos games da leva inicial somente. Uma boa leva inicial de games cria a expectativa de que nos seguintes aquele padrão de qualidade irá se manter. E é essa expectativa e não apenas o passado, que cria o desejo de compra. Quem tem certas dúvidas sobre isso, acaba deixando para o segundo ou terceiro ano, sendo este o que tradicionalmente mais vende consoles, porque é justamente o momento que as coisas estão assentadas, o consumidor tem uma visão mais clara de como as coisas estão. E nesse terceiro ano, o One S, e talvez nem o One X, rodarão os novos games. E aí, antigos donos dessas plataformas, no momento que eles tem uma perspectiva mais ampla de como vai ser toda a geração, vão lá e transacionarão. Só que a coisa boa da MS nesse sentido é que para esse consumidor, ele não vai ter só uma perspectiva boa, ela já vai estar dentro da geração e caso tenha gostado de tudo o que ele teve até aquele momento, ele vai continuar na plataforma, com um novo console. Mas olha, esse é um consumidor entre tantos. Em verdade, ele é minoria, porque nessa geração poucos tiveram um Xbox. Em verdade, verdade mesmo, o Xbox é um console flopado. Ele teve uma queda muito brusca de vendas pouco antes da metade dessa geração, o que fez com que MS até ficasse envergonhada dos números de vendas. O Xbox One inicialmente estava vendendo num ritmo mais forte que o 360. Se continuasse nesse ritmo, teria um número de 70 milhões e passaria certamente de 80 milhões no final deste ano agora. A queda foi tão abrupta, que ele passou desse ritmo melhor em relação ao 360, para um ritmo de console morto mesmo, tipo o Saturn. Ele é de certa maneira insignificante, porque os terceiro ano istas, os consumidores que agora pouco citei, que só compram consoles quando as coisas se assentam, simplesmente não ligaram para o console. Quem comprou o Xbox One de inicio foram os fãs da marca mais aficionados e os early adopters que gostam de sentir o gosto da nova geração, nem que seja para jogar só jogos multiplataforma com gráficos melhores. É possível que muitos desses tenham inundado o mercado de usados, e como o mercado de usados ficou com uma oferta muito grande de consoles, chegou ao ponto de comprometer as vendas dos novos, foi aí que a queda abrupta aconteceu. Dito isso, se você analisar bem, quem tem um Xbox One hoje possivelmente nem consumidor de fato é. A MS diagnosticou isso. Esses usuários estavam comprando um número muito pequeno de games novos para o seu console, não passavam de 2 games de 60 dólares por ano, logo, menos de 120 dólares por ano de investimento em games. Foi aí que ela veio com o Gamepass. O ponto aqui é que esses consumidores não são consumidores propriamente. Eles até podem ter o produto, mas eles estão fora mercadologicamente falando. Esse grupo sempre existiu, lá no passado foi alguém que comprou um Master System com 50 jogos na memória quando o Ps2 já estava no mercado. Única coisa que MS fez aqui foi arranjar um jeito de tirar um pouco de grana de um consumidor que investe pouco ou nada. Melhor pouco do que nada, melhor arrecadarmos 120 dólares por ano do que menos que isso. Esse grupo de maneira alguma vai comprar
Ps5 porque melhor que seja exibição da Sony no seu evento e por pior que seja o evento da MS, afinal de contas, não tem dinheiro para comprar console novo de maneira alguma. Então fazer qualquer analise levando em conta esse grupo é descabido, tudo é atrativo mas simultaneamente nada é atrativo, porque mais interessante que seja, esse grupo não tem dinheiro. O mercado de Xbox hoje é majoritariamente isso, com algumas poucas exceções. Por isso pensando na nova geração, a MS nem pensa nele. Interessa com tudo para MS aquele cara que tem um Ps4 hoje e gasta bastante com games todo ano, comprando lançamentos. Esse cara não tem um Xbox, ele até pode um dia ter tido, mas te garanto que ao menos 50 milhões de donos aí de Ps4 nunca tiveram um Xbox nessa geração. MS apresenta, vamos supor, dois consoles. Um de 300 dólares com potência do X mas que vai rodar os jogos da nova geração até pelo menos final de 2027, outro de 500 dólares, super potente. Acha mesmo que esse consumidor vai atrás de um S só porque é 100 dólares mais barato? Correndo o risco de a partir de final de 2022 não ter mais games? Se ao final de toda essa explicação você encontrou um motivo para esse cara comprar um S, bem, você conhece um tipo de consumidor que até hoje o mercado não demonstrou existir. Porque que eu saiba, vitrolas passaram a vender menos que CD players, apesar de até nos anos 90 vinis serem comercialmente vendidos em massa, assim como DVD players venderam mais que videocassetes. Porque ninguém compra esses equipamentos pensando só nos próximos 2 anos.