Agradeço por responder direitinho : )
O nível de discussão melhorou bastante. Realmente exagerei no meu discurso e fui grosseiro na minha primeira postagem. Você me fez abrir os olhos para o meu extremismo. Não diria que tudo que falei é teoria da conspiração... acho que uma coisa que poderia melhorar seria:
- Maior tempo de consulta
- Não receitar a medicação logo na primeira consulta
- Maior acompanhamento médico
Quem passou por algum psiquiatra em algum momento da vida sabe que há esse tipo de falha. Recentemente fiz teste genéticos para receber um relatório de possíveis doenças que posso desenvolver e nisso vi até genes que são responsáveis por favorecer a resposta de antidepressivos. O último ponto que critico na psiquiatria, como cliente que fui, é o método de tentativa e erro com as drogas. Não existe uma forma mais eficiente de saber qual droga responderá melhor em casa indivíduo? E a opinião sobre os antipsicóticos... acho que só em situações extremas esse tipo de medicação deveria ser utilizada.
Existe de fato uma questão na mercantilização da medicina e também um problema estrutural. Isso acaba resultando em consultas mais rápidas que acabam levando a um diagnóstico impreciso. Para estabelecer o diagnóstico às vezes demoram meses (já tive professor que concluir diagnóstico depois de 3 anos). No entanto isso esbarra em outra questão também que o valor pago por planos de saúde, que é bem baixo, e com isso o médico tem a tendência de uma "linha de produção" maior, coisa que não combina com a psiquiatria, que requer um cuidado em longo prazo.
É importante frisar também que muitos psiquiatras não trabalham com a ideia de diagnóstico "fechado", mas sim com algo mais abrangente, respeitando a individualidade de cada indivíduo.
O cérebro é um órgão muito misterioso e infelizmente ainda não encontramos meios de entendê-lo melhor devido à dificuldade de estudá-lo, no entanto, a medicina está fazendo avanços. O método de tentativa e erro ocorre principalmente devido à alta variabilidade da resposta individual aos medicamentos ou à tentativa de acertar um diagnóstico. Por exemplo, existem pacientes com o humor tão rebaixado que nem conversam, como fazer um diagnóstico? É daí que lançamos mão da "prova terapêutica", artifício utilizado em outras situações como por exemplo na gastrite. Sobre a variabilidade, algumas pessoas são muito sensíveis a benzodiazepínicos por exemplo (como o rivotril), já outras possuem o efeito contrário e ficam agitadas ao invés de relaxadas. Claro que esse segundo caso é mais incomum, de modo geral as pessoas ficam mais tranquilas, mas foi só a título de exemplo para mostrar como o cérebro (e tudo que dele, como o pensamento) é um algo muito difícil de ser administrado.
Ainda assim, diante de todas essas dificuldades, de todos os efeitos colaterais dos medicamentos, é provado que os benefícios superam os malefícios e é nisso que a psiquiatria e a medicina se apoiam.
Sobre os antipsicóticos são medicamentos que possuem efeitos colaterais bem desagradáveis. Esses colaterais foram bastante reduzidos nos novos antipsicóticos, como por exemplo a Lurasidona, que é de segunda geração. Porém, custa mais de R$ 300,00 por mês. Se for somar isso, com a consulta psiquiátrica e psicoterapia, não sai a menos de R$ 1000,00 por mês. São poucos que podem pagar.