ANÁLISE DE HOKUTO NO KEN, indicado pelo @Leira
Introdução
Nunca tinha ouvido falar do game, apenas seu coirmão americano, Black Belt. E nem esse eu joguei na época, fui conhece-lo muito tempo depois e nunca tinha jogado por muito tempo, logo, jogar HnK foi algo completamente inédito pra mim, o que deixa a experimentação ainda melhor pois fui sem nenhuma expectativa.
Gráficos
Que eu me lembre o game não explica nada, no máximo umas legendas em JP que não dá pra entender porra nenhuma. Mas a primeira fase já ilustra bem a ambientação do game, com uma pegada meio apocalíptica: no fundo temos os prédios destruídos MUITO bem feitos e movimentação do personagem principal é bem decente.
Um destaque que merece menção a parte: ao contrário da maioria dos games (talvez todos) o parallax não é no cenário de fundo, mas sim no chão. Encaixou perfeitamente com a primeira fase e deixou o game bem bonito.
Mesmo sendo um jogo de 86, praticamente da primeira leva do MS, achei péssima a repetitividade dos inimigos, todos iguais no visual e ataques. Matei uns fdps e já tava quase dropando, quando do nada chega um cara diferente, acho que com 2 facões. Aqui já fui surpreendido, pois ele não morria com apenas um golpe, tive que dar uma suada pra derrota-lo. Fui mais um pouco e pimba: outro subchefe, salvo engano um cara com um bastão.
Meu hype subiu meteoricamente, até que passo por mais um subchefe e me deparo com uma tela totalmente diferente, com nosso personagem 2X maior e um inimigo específico: o meliante parecia o Pablo Vittar e dava uns pulos, animação muito bem feita. Vi as barras lá em cima e notei que de uma tela pra outra, de um em embrião dos beat’em up estava em um jogo de luta. Eu fico imaginando quem jogou isso na época o susto que foi, algo muito a frente do seu tempo. Tem um chefe que lembra o Blanka só que gigante, com a batalha se passando no estádio e aqui nosso personagem fica do mesmo tamanho da fase normal, foi uma saída criativa e inteligente pra dar noção de grandeza do inimigo que larga bolas de fogo muito bem feitas, um show a parte por tamanho capricho.
Esse looping de inimigos iguais + subchefes variados que enfrentamos no próprio cenário + chefes MUITO bem feitos (idem seus cenários) vai até o final, tudo isso sem nenhuma queda de FPS ou flickering, game espetacularmente bem otimizado.
E falando no final, SPOILER ATENÇÃO SPOILER ATENÇÃO SPOILER tem uma animação bem simples, mas muito bem feita com o nosso personagem carregando a donzela.
Por fim destaque pra explosão dos inimigos quando golpeados. É algo estranho mas tem um efeito “bonito” (considerando a época), talvez tenha relação com o anime que originou o game, o que contaria ainda mais pontos pros gráficos.
Só não leva 10 pela pouca variação de ambientação, inclusive tem fases que o cenário se repete mudando apenas a cor, talvez pelo momento do dia. Inteligente, mas entediante.
NOTA 9,5.
Progressão
Como explicado no tópico dos gráficos, a progressão começa PODRE mas de uma hora pra outra somos surpreendidos com os subchefes. Não bastasse essa classe de inimigos, o game muda de um beat’em up pra um game de luta, algo surreal pra um game de 86.
Não esquecendo, ainda, que estamos falando de um dos embriões dos beat’em up, o que por si só já merece uma nota elevada nesse quesito.
Só não leva 10 pois a curva de aprendizagem é estática (começamos e acabamos o game da mesma forma), sendo inteligentemente variada de acordo com os subchefes e chefes. O maior problema aqui é sua linearidade, ainda que seja desafiador entender como matar nos chefes, por isso usei e abusei do save state.
Nota: é NOTÓRIO que se inspiraram nos cenários de luta pra fazer Street Fighter, não tem como não pensar isso.
NOTA 9.
Jogabilidade
Novamente destaque pra variação proporcionada pelo sistema de subchefes e chefes, mas isso por si só não compensa os demais problemas: dando o devido desconto por ser um embrião de um à época novo gênero, além de ser um game da primeira leva do MS, temos problemas graves principalmente pela hitbox nos chefes (momento que temos um game de luta).
Fora isso é um game bem básico, onde temos um botão de soco e outro de chute, com o pulo ficando na seta pra cima. E falando no pulo, demorei um pouco pra entender a dinâmica do pulo grande (baixo cima no dpad), que serve pra pegar os itens que passam voando acima dos personagens.
De resto já pegamos a física do personagem de cara, não precisamos mentalizar os pulos ou algo do tipo, até por não ser um game de plataforma mas sim um beat'em up.
NOTA 8,5
Som
As músicas passam muito bem a ideia de ação, alterando no momento das lutas contra os chefes. Não são músicas memoráveis, mas são muito bem encaixadas na proposta do game.
Além disso os devs não economizaram nos efeitos sonoros: temos som de pulo (nada daquels POOWN dos platforms) bem “real”, sons de golpes e inimigos explodindo.
NOTA 8
VEREDITO
Eu não pesquisei a fundo, mas acho que estamos falando simplesmente de um dos embriões do subgênero beat’em up, ao menos nos consoles de mesa. Isso por si só já valeria o game, mas ele não se contenta em ser bom apenas pelo pioneirismo: ele é bom, ou melhor, ÓTIMO, em todos os outros quesitos possíveis, com o bônus de ser um game da primeira leva de jogos do Master System.
Estamos falando de uma pérola muito a frente do seu tempo, que se arriscou na tentativa de ser diferente do que se tinha no mercado e conseguiu com folgas.
NOTA GERAL DO GAME: 9
- PRÓS
- 2 games em um: um beat’em up e luta. Ambos espetaculares.
- Variação de gameplay por conta do sistema de subchefes e chefes
- Gráficos SOBERBOS na parte de luta, muito a frente do seu tempo.
- Gráficos bem enquadrados na proposta do game.
- Efeitos sonoros pra todos os tipos de ação.
- CONTRAS
- Hitbox problemática na parte de luta
- Pouca variação dos cenários (na parte “normal”).
Visualizar anexo 195594