Check mate
Não existe uma dicotomia entre “quantidade” vs “qualidade”, vamos lá, raciocinemos, não existia no N64 vs PSX também, o que explica o sucesso comercial dum Playstation Mainline é justamente possuir ambas, qualidade e quantidade, em níveis muito superiores às plataformas concorrentes. O XBox por acaso possui um volume maior (quantidade) de software de potencial que um Playstation? Não, nunca ocorreu, faltam inúmeros jogos orientais por exemplo, e a produção proprietária da Microsoft é muito menor que a da Sony, chegando a atravessar 12 meses com apenas 2 First Parties (2019 por exemplo, Gears 5 e Crackdown 3, um deles terceirizado).
Acrescentando que não se trata de uma prova do Enem, o cálculo final do consumidor médio é “quantos jogos bons eu posso jogar ali”, não importando a proporção, fica na cabeça do jogador o “número absoluto”, percebemos que sequer Multiplayers o XBox tem em volume/qualidade maior. De qualquer tipo, on the general styles, coop, assíncrono, massive ou online
Acho que a gestão Spencer em princípio deixou tudo sucatear, mas agora opera um tratamento intensivo para tentar dirimir a diferença de lineup:
1) Conseguiu obter alguns jogos orientais, como FFs antigos, Yakuzas, Judgment e Nier. Ainda falta muita coisa, principalmente de médio porte da Square, Namco e Sega, restritas ao PS (principalmente) e
Switch (em menor volume), mas a lineup japonesa dum XBox é, hoje, superior à de um Nintendo, por conseguir os medalhões de grande e médio escopo.
2) Consolidação (aquisições), como método de resolver as baixas produtividade e qualidade da linha first party. É preciso ser pragmático, estamos, desde o boom do Kinect, somente com dois Oris e os Forzas anuais de grande relevância (vou usar esse termo, que é menos subjetivo), uma vez que até mesmo os dois carros-chefes, Gears e Halo, sofreram com baixas quantidade e qualidade (ainda são bons jogos, mas ficaram aquém em Impacto com os concorrentes de gênero, perderam público, e, sim, qualidade, principalmente em relação ao passado), 3 games “apenas” ótimos em 8 anos. De resto, o que chamou a atenção? Jogos com gameplay ruim, como SoD e SoT, as outras coisas, como Bleeding Edge, Crackdown e Recore (maioria terceirizado) não merecem menção
Existem duas maneiras de um console ultrapassar ou ameaçar um Playstation: Estratégia Blue Ocean (apelativos a públicos não-tradicionais), como fez o Wii; Biblioteca (principal elemento na determinação de sucesso, posso anexar alguns artigos com cálculo estatístico sobre isso no tópeco, se for o caso), como fez o XBox 360.
Ou como o Mega Drive fez perante o Super Nintendo
Potência do hardware, força da marca, marketing, joystick, rede online, serviços, todos têm, com significância estatística (há uma prova de quiquadrado demonstrando que o acaso não influencia nos resultados), impacto muito menor que biblioteca (qualidade e quantidade), as únicas duas outras coisas que influenciam o sucesso de uma plataforma de forma mais encorpada são Preço e Release Date (um console ser lançado muito antes dos demais), mesmo assim o Weight nos cálculos é bem menor que o de Portfólio.
Entendo que o Phill esteja ciente disso, é improvável que os Chefes de Estratégia da Microsoft não tenham se debruçado sobre esses estudos, provavelmente são PHDs na área, a questão é que não é fácil realizar curadoria de biblioteca, nesse ponto o Playstation está bem à frente de qualquer outro ente, em termos organizacionais, de alicerce (vide o esquema com XDev/VASG/Estúdios de Captura/ICE Team + o Trabalho do Shuhuei Yoshida com Thirds), embora, claro, não seja impossível