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Mar de Aral

O Mar de Aral é um corpo de água situado a aproximadamente 600 km do Mar Cáspio. Em seu interior havia mais de 1.100 ilhas, separadas por lagoas e estreitos apertados, que deram ao mar seu nome. Na língua cazaque, Aral significa 'ilha'. No presente, a Kok Aral, a maior de todas as ilhas (que é agora uma península) dispersas pelo Mar de Aral, separa a parte nordeste, chamada Pequeno Aral, da parte sudoeste, chamada Grande Aral. Esta forma a fronteira natural entre Cazaquistão e Uzbequistão, que partilham entre si o lago. As duas partes ligam-se através estreito de Berg. O Mar de Aral era, até 1960, o quarto maior lago do mundo, cobrindo uma área de 66 mil quilômetros quadrados, com um volume estimado de mais de 1.000 km cúbicos.

O Aral e toda a bacia do lago ganhou notoriedade mundial como uma das maiores degradações ambientais do Século XX causadas pelo homem. É referida como a “Chernobil Calada”, uma catástrofe silenciosa que evoluiu lentamente, quase imperceptivelmente, ao longo das últimas décadas.

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É certo que esta morte trágica do Mar de Aral começou em 1960, ano em que os projetistas de Moscou inauguraram o Projeto do Mar de Aral, um ambicioso programa econômico que visava a conversão de terrenos baldios no cinturão do algodão da União Soviética. Os projetistas atribuíram à Ásia central o papel de fornecedor de matérias-primas, conduzindo a uma redução substancial de semeaduras de colheitas tradicionais como a alfafa e plantas que se cultivavam para fornecer óleo vegetal. Pomares e árvores de amoras foram arrancados para permitir plantar mais algodão. O desejo de expandir a produção de algodão para as terras desertas aumentou a dependência da Ásia central da irrigação, especialmente do Uzbequistão.

O Mar de Aral e os seus afluentes pareciam ser uma fonte inesgotável de água. Foram abertos canais de grande extensão para espalhar as águas por todo o solo desértico. A área irrigada aumentou a sua superfície em menos de uma década para 6,9 milhões de hectares; metade dessas terras produziam algodão e a outra metade arroz, trigo, milho, frutas, legumes e forragens para o gado. A agricultura de regadio constituiu um sucesso brilhante. As quotas de produção do algodão e de outros produtos eram realizadas ou excedidas ano após ano. A bacia do Mar de Aral tornou-se o principal fornecedor do país de produtos frescos.

As complicações surgiram porque a contração do Aral e as consequências da irrigação tinham sido tratadas como questões sem importância pelas autoridades até 1970. Não foi o projeto em si, mas antes os métodos agrícolas mal concebidos e mal geridos que destruíram a economia, saúde e ecologia da bacia do Mar de Aral, afetando milhões de pessoas. Numerosos canais e barragens foram construídos precipitadamente. Por altura de 1978, uma extensa rede de canais de irrigação estendeu-se pelos desertos para matar a sede ao algodão ao longo de 7,7 milhões de hectares, principalmente no Uzbequistão.

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Os canais principais e secundários foram escavados na areia sem terem sido instaladas ligações tubulares, e não se procedeu à cimentação. Também não se prestou importância à drenagem dos solos. Menos de 10% da água absorvida era diretamente benéfica para a colheita, o restante desaparecia no solo arenoso ou evaporava-se. Foram estes programas largamente ineficazes que eram adotados para satisfazer a enorme procura de água que, por fim, resultaram na secagem do Mar de Aral. Imaginava-se que a resultante descida de nível poderia ser remediada com projetos ambiciosos de desvio de rios no norte da Rússia. Esses projetos nunca se realizaram e o lago continuou a secar ano após ano.

O resultado foi catastrófico, e a irrigação que fez florescer o deserto e aumentar os rendimentos, pôs em marcha uma desastrosa cadeia de acontecimentos logo detectados na descida dos níveis de água e no declínio da pesca. A partir de meados dos anos 80, em plena glasnost (abertura), a situação do Aral ganhou atenção junto a muitos observadores estrangeiros, como exemplo de calamidade ambiental. Desde então os cientistas pressionam de modo mais enérgico pela sua salvação. Infelizmente a essa altura, este já estava reduzido a um terço do seu tamanho original. Isso apesar de sua situação já ser conhecida da agenda dos políticos da Federação por mais de 30 anos.

O futuro do Aral é incerto. A única coisa certa é que o lago é agora cenário de uma catástrofe ambiental à medida que o nível de água declina e o ecossistema se degrada, provocando um ambiente de deterioração e condições de vida e de saúde precárias para os povos que vivem nas margens do lago. Seja qual for o futuro, esta situação certamente abriu os olhos aos governos do mundo. É um forte aviso à comunidade internacional e ilustra a rapidez – em menos de 20 anos – como uma tragédia humanitária e ambiental pode ameaçar toda uma região e a sua população. A destruição do Mar de Aral é exemplo clássico de desenvolvimento não-sustentado.

Fonte: Info Escola


Revivendo o Mar de Aral do Norte

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O museu municipal no hoje seco e empoeirado porto de pesca de Aral exibe uma obra de arte que causa surpresa: um mural homenageia pescadores locais que, em 1921, ajudaram a salvar a Rússia da fome enviando a Moscou 14 vagões carregados de peixe. Perto da obra, encontra-se uma fotocópia da carta datilografada de Lênin em agradecimento àqueles pescadores, além de um busto de bronze de Tölegen Medetbayev, o herói de Aral desse grande esforço.

Essa obra causa surpresa porque aqueles 14 vagões repletos de carpas, esturjões, bremas e outros peixes de água doce vieram da mesma parte do Mar de Aral que, desde a década de 1980 até relativamente há pouco tempo, se tornou salgada demais para permitir a sobrevivência de qualquer uma dessas espécies.

Ela é surpreendente também porque, tendo ouvido por tantos anos sobre a morte do Mar de Aral, foi animador saber que sua parte setentrional – hoje um mar interior com apenas 10% do que já foi, apenas um pouco maior que o Sri Lanka ou o estado norte-americano da Virgínia Ocidental – está em processo de reversão do declínio de suas águas: lentamente, o Mar de Aral do Norte está retornando à vida.

O local mais próximo de Aral servido por companhias aéreas é Qyzylorda, uma capital provincial homônima com aproximadamente 190 mil habitantes e a cerca de 90 minutos de voo em direção sul de Astana, capital do Cazaquistão. Depois de tomarmos um voo que partiu no final da tarde, minha tradutora Dinara Kassymova e eu chegamos bem a tempo de embarcar no trem noturno para Aral. Dividimos nossa cabine com uma jovem chamada Aynura, que retornava à sua casa com seus dois filhos pequenos, Islam e Muhammad. As janelas estavam sujas demais para nos permitir ver muita coisa do lado de fora.

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À medida que o trem da época soviética chacoalhava em direção norte ao longo da estepe, percebi que a maioria dos passageiros que não dormia se reunia do lado de fora de nossa cabine – uma das últimas do último vagão – para fumar cigarros sem filtro enquanto apreciava a noite por uma porta aberta. Em busca de ar fresco, caminhei para o lado oposto, passei por um cozinheiro que fritava cebolas despreocupadamente na pequena cozinha do vagão-restaurante e por um homem idoso sentado diante de sua esposa, que descascava batatas para seu jantar.

No vagão-restaurante, que tinha todas as mesas decoradas com rosas vermelhas de plástico, uma garçonete com dentes de ouro chamada Shireen serviu carne com legumes. Ela disse que, antes de começar a trabalhar na ferrovia, ensinava jornalismo no Uzbequistão, sua terra natal. De todos os passageiros, os únicos que não pareciam ser locais eram uma jovem repórter de televisão e seu câmera, que haviam sido enviados para cobrir o lançamento de um foguete às 3 da manhã no cosmódromo de Baikonur, localizado entre Qyzylorda e Aral.

Depois de oito horas, perto do amanhecer, chegamos a Aral, que um dia foi um próspero centro de pesca, mas é agora uma pequena cidade abatida. Um representante local nos encontrou na estação e, juntos, caminhamos alguns quarteirões até o modesto centro da cidade.

"Quando o mar começou a secar, claro que todos ficaram pessimistas, e as pessoas começaram a se mudar para outros distritos", explicou Tanirbergen Seytzhanovich Darmenov, o vice-akim (prefeito) da cidade. "Esse foi um grande problema para o Cazaquistão."

Kristopher White, professor adjunto de Economia da Universidade kimep em Almaty, a maior cidade do Cazaquistão – concordou. Ele é um especialista no Mar de Aral, chamado de Aral Teñizi em cazaque e Aralskoye Morye em russo.

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"Isso é certamente um desastre ambiental. Estamos falando do [que um dia foi] quarto maior mar interior do mundo em volume de água", afirmou White. Desde 1960, ele explicou, quando a pesca comercial capturava mais de 43 mil toneladas, o Mar de Aral perdeu mais de 88% de sua superfície e 92% de seu volume. Em 1996, foram pescados somente 547 toneladas de peixe, e muitos deles contaminados com pesticidas. Nesse período, a salinidade saltou de 10 partes por mil (ppm) em 1960, essencialmente água doce, para 92 ppm em 2004, cerca de três vezes a salinidade da maioria dos oceanos.

Ele disse que isso arruinou o habitat dos peixes e, com a diminuição do mar, "houve também o que chamamos de dessecação, ou a invasão de desertos. Uma paisagem desértica inteira substituiu grande parte do que antes era mar". Além disso, essa transformação tem representado um desastre humanitário, acrescentou, pois o desaparecimento do mar trouxe desemprego, miséria e emigração.

Darmenov, 58, não hesitou em culpar diretamente a urss, cujos cientistas agrícolas e engenheiros civis transformaram a estepe semiárida em campos de algodão e trigo por meio de irrigação, o que exigiu a construção de cerca de 30 mil quilômetros de canais, 45 represas e mais de 80 reservatórios.
"Os engenheiros soviéticos não pensaram nas consequências desse empreendimento. Eles sabiam que o lago secaria algum dia, mas não se importaram com isso. Não havia democracia; todos tinham medo de falar", disse Darmenov. "Alguns cientistas advertiram que isso aconteceria, mas ninguém os escutou. Em 1985, as pessoas finalmente começaram a falar, mas já era tarde demais."


Até 2000, nove anos depois do colapso da União Soviética, o então imponente lago era separado em duas partes desiguais: o Mar de Aral do Norte no Cazaquistão e o Mar de Aral do Sul, muito maior, em grande parte no Uzbequistão. Hoje, tudo o que restou do Mar de Aral do Sul é uma porção estreita de água em forma de lua crescente ao longo da margem ocidental, e especialistas preveem que ele desaparecerá, já que não possui nenhuma ligação com o rio Amu Dária que antes o abastecia.

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Em outubro de 2014, a Administração Nacional Aeronáutica e Espacial dos eua(nasa) divulgou imagens do Mar de Aral capturadas por seu satélite Terra. Estas foram umas das primeiras a mostrar toda a parte leste da bacia do Mar de Aral do Sul completamente seca, uma visão dramaticamente diferente de uma imagem similar tirada no ano 2000. "É a primeira vez que a bacia oriental secou completamente na época moderna", disse Philip Micklin, geógrafo e especialista em Mar de Aral da Universidade Western Michigan. "E é muito provável que seja a primeira vez que ela tenha secado completamente em 600 anos, desde a dessecação medieval associada ao desvio do Amu Dária para o Mar Cáspio."

Com uma população de pouco mais de 30 mil habitantes, Aral é a maior cidade da margem nordeste do Mar de Aral do Norte, e cerca de 73 mil pessoas seguem vivendo na região de seu entorno. Aqui, explicou Darmenov, o governo cazaque e o Banco Mundial devem trabalhar conjuntamente com o rio Sir Dária para salvar o mar. O rio é a única fonte de reabastecimento do mar, e sua sorte ainda é em muito determinada pelos padrões cíclicos de chuva, além do derretimento da neve da distante cordilheira de Tien Shan.

"Não se trata de dinheiro nem do que o homem é capaz de fazer. Tudo depende da natureza", disse Darmenov. Seu escritório é decorado com um retrato em moldura dourada do presidente de 75 anos de idade Nursultan Nazarbayev, que comanda o Cazaquistão desde 1989, dois anos antes de o país declarar sua independência da União Soviética. "Somos muito agradecidos por nosso presidente não ter se esquecido desse problema e por estar fazendo todo o possível para reviver o mar."

O declínio do mar é narrado com incrível detalhe no museu municipal de Aral, localizado na rua Tokey Esetov, muito perto da rua Abulkhair Khan, via principal da cidade. Fundado em 1988, o museu cobra uma entrada de 200 tenge (cerca de US$ 1,10) de cada um de seus 15 mil visitantes anuais.

Aqui, armazenados em três mostruários cobertos com vidro, se encontram dentes de animais, conchas, pedaços de vidro e fragmentos de cerâmica – todos objetos encontrados no leito do mar depois que ele começou a secar na década de 1970. Há também um mapa de 1849 de um Mar de Aral claramente muito maior, creditado a A. Butakoff, comandante da Marinha Imperial Russa, além de uma pintura feita em 2003 que, de uma forma um tanto nostálgica, mostra como era o porto de Aral nos anos 1960.

Por mais distante que possa ser o museu, seu livro de visitas está repleto de comentários de visitantes holandeses, franceses, espanhóis e norte-americanos. Mas, para o diretor do museu Madi Zhasekenov, o espaço não se destina apenas a turistas.

"Queremos mostrar à nossa geração como a vida costumava ser aqui", disse Zhasekenov enquanto trancava sua coleção de artefatos antes de sair para o almoço.

O homem de 53 anos de idade caminhou pela rua até um parque onde, quando jovem na década de 1970, se encontrava com seus amigos para conversar. Os bancos de concreto de onde eles observavam a margem do Mar de Aral ainda estão lá, mas já não há nenhum mar para ver. Em vez disso, as crianças se divertem em um carrossel enferrujado. O sentimento de nostalgia e perda era evidente.

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"Meus filhos não querem viver em Aralsk," disse Zhasekenov em voz baixa, utilizando o nome da cidade em russo, "mas eu cresci às margens do mar. Eu não quero ir embora. Este é o meu lar, e eu acredito que o mar voltará."

Em seguida, ele me convidou para almoçar em sua casa de madeira, localizada do outro lado da rua do antigo Hotel Aral. Para a minha surpresa, o curador do museu abriu a porta de uma dispensa, sentou-se e começou a tocar um velho e decrépito piano. Nenhuma de suas 88 teclas estava afinada. Ele então retirou um enferrujado trompete alemão sem bocal e fingiu tocá-lo.

É fácil entender por que Zhasekenov sente saudade dos velhos tempos. De acordo com um marco histórico, em 1976, a cidade exportou 5.000 toneladas de lã, 340 peças de lã, 3.000 peles, 1.500 pares de luvas de lã e 1.200 calças de lã. Hoje em dia, os turistas que passam por aqui podem subir a bordo do Lev Berg, um barco de pesca azul brilhante, e observar o leito do lago desertificado. Dois guindastes enferrujados, sem uso desde o início da década de 1980, jazem do outro lado do horizonte plano.

Mas as águas, que no início dos anos 2000 haviam recuado e se afastado 100 quilômetros de Aral, agora se encontram a apenas 20 quilômetros de distância da cidade, e estão se aproximando cada vez mais.

"Nós herdamos o problema do Mar de Aral da União Soviética, mas assim que nos tornamos independentes, colocamos em prática programas especiais", comentou Zhanbolat Ussenov, diretor do Conselho da Eurásia sobre Assuntos Estrangeiros e ex-porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Cazaquistão.

"Claro que sabemos que não poderíamos salvar o mar sozinhos, tanto do ponto de vista financeiro como técnico. Por isso, criamos um fundo internacional para salvar o Aral", explicou Ussenov. "Convidamos o Banco Mundial e alguns países para nos ajudar a combater esta catástrofe ambiental. E com grande alegria, hoje posso dizer que o Mar de Aral está lentamente retornando a seus limites originais."

O sonho de salvar integralmente o Mar de Aral – Norte e Sul – é irrealista, dizem especialistas que conhecem bem a região. Mas todos parecem concordar que a primeira etapa do projeto a que se referiu Ussenov – oficialmente conhecido como Projeto de Controle do Sir Dária e do Mar de Aral do Norte, ou synas-1, tem sido até agora um sucesso.

Ahmed Shawky M. Abdel-Ghany, especialista sênior em recursos hídricos da Europa e Ásia Central do programa Prática Global da Água do Banco Mundial, tem gerenciado o projeto a partir de seu escritório em Washington desde o final de 2010. Ele disse que o synas-1 possui o valor total de US$ 83 milhões e incluiu um subprojeto para a restauração do Mar de Aral do Norte.

"Não estamos falando de todo o Mar de Aral, mas apenas de sua parte setentrional, que reside completamente no Cazaquistão", afirmou o engenheiro civil egípcio, que já trabalhou em 20 países ao longo de sua carreira de 12 anos no Banco Mundial.

"Ele disse que um elemento fundamental do synas-1, a construção em 2005 do dique Kokaral de 13 quilômetros de extensão, elevou em cerca de 50% o volume da água do Mar de Aral do Norte em três anos.

"A parte setentrional do Mar de Aral estava inicialmente [em 2005] 38 metros acima do nível do mar. Agora, ela chega a atingir 42 metros", afirmou."Consequentemente, a salinidade do Mar de Aral do Norte se reduziu pela metade. Mas todos esses números estão sujeitos a variáveis hidrológicas que oscilam a cada ano."

Ele disse que a prova do sucesso até este momento não reside apenas na diminuição da distância entre a cidade de Aral e a margem do mar, mas também na pesca realizada na área, que duplicou ou triplicou seus resultados nos últimos anos. "O governo e os doadores esperam que, com as próximas etapas do synas-1, a parte setentrional do Mar de Aral se aproxime ainda mais", afirmou.

Mas até mesmo 20 quilômetros parecem uma eternidade quando a única forma de percorrer essa distância é utilizando um veículo de tração nas quatro rodas sobre uma estrada de terra que desaparece no meio do nada logo após os limites da cidade.
Somente essa viagem exigiu cerca de duas horas, levando-nos a passar pelo seco vilarejo de Mergensai e por dispersas e pesadas traineiras de pesca em ruínas, abandonadas sob o sol escaldante e cobertas de pichações.


Antigamente, esse cemitério de barcos era a principal atração do então chamado "turismo escuro": fotos de camelos vagando pelo deserto com essas embarcações ao fundo estão à mostra no museu de Aral, e elas foram exibidas em revistas de viagem para divulgar a difícil situação do Mar de Aral. Os camelos ainda estão lá, ainda que, nos anos recentes, a maioria dos barcos tenha sido desmantelada em sucata e vendida à China.

Os visitantes que conseguem chegar às margens do mar provavelmente não encontram uma movimentada atividade pesqueira, mas certamente há mais atividade hoje do que até recentemente.
Uma alma resistente é Marat Karebayev, que sai em seu barquinho azul de madeira todos os dias por volta das sete da manhã e não costuma voltar antes das cinco da tarde. Ele vem pescando há cinco anos e disse ganhar de 10 a 20 mil tenge (cerca de US$ 55 a US$ 110) por dia. Desse valor, ele precisa descontar o preço do combustível (aproximadamente 800 tenge por 10 litros), além da rede de pesca (60 mil tenge), que deve ser substituída a cada ano.


"O mar está agora muito mais perto do que estava há 10 ou 15 anos", disse Karebayev, 31, vestido de macacão azul-marinho, casaco preto e boina quadriculada. "Hoje eu pesco mais, e os preços estão mais altos."

Atualmente, 22 variedades de peixe são exploradas comercialmente no Mar de Aral do Norte, e a produção da pesca está se aproximando a 6 mil toneladas por ano, disse o vice-prefeito Darmenov. Ele acrescentou que esse número poderia subir para 30 mil toneladas anuais se os projetos atualmente financiados pelo Banco Mundial forem bem-sucedidos.
Seu otimismo é compartilhado por Adilbek Aymbetov, diretor da unidade de processamento de peixe de Aral, localizada nos limites da cidade. A fábrica tem operado há aproximadamente cinco anos. Cerca de 25 pessoas trabalham lá embalando carpas, lúcios e outros peixes para consumo local e exportação a 28 países da União Europeia.


"No ano 2000, havia muito desemprego, mas as coisas estão melhorando", comentou Aymbetov. Em 2013, ele disse que foram processadas 300 toneladas de peixe e exportadas aproximadamente 100 toneladas, em comparação com as 215 toneladas produzidas e 97 toneladas exportadas do ano anterior.

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Em 2011, Abdel-Ghany do Banco Mundial visitou o Cazaquistão para concluir o relatório de avaliação do synas-1 e planejar a segunda etapa do projeto, o synas-2. Esse esforço de sete anos e US$ 126 milhões possui US$ 107 milhões financiados pelo próprio Banco Mundial, cabendo o restante ao Cazaquistão.

"O governo está realmente empenhado em começar assim que possível", disse Abdel-Ghany, observando que o synas-2 inclui a reabilitação dos deltas do lago, o desenvolvimento de incubadoras de peixes, a modernização das represas e o ajuste dos meandros do rio para aumentar o fluxo de água.
Abdel-Ghany previu também uma terceira etapa. "É quando realmente será possível ver desenvolvida toda essa parte inferior da área da bacia do Sir Dária", afirmou. "Depois, e somente depois, poderíamos dizer que este terá sido um dos maiores projetos ambientais do mundo."


Sagit Ibatullin, ex-presidente do Conselho Executivo do Fundo Internacional para Salvar o Mar de Aral (International Fund for Saving the Aral Sea, ifas), disse recentemente à imprensa cazaque que o plano da organização composta por cinco países para trazer de volta todo o Mar de Aral – Sul e Norte – se fosse integralmente implementado, custaria até US$ 12 bilhões. O funcionário cazaque, nomeado pelo presidente Nazarbayev, comandou o ifas de outubro de 2008 a agosto de 2013.

White, da Universidade Kimep, apontou que, ainda que a maior parte do plano do ifas tenha se concentrado mais no Mar de Aral do Sul, o esforço do Cazaquistão de reviver a porção setentrional do mar "tem sido aclamado como um sucesso do ponto de vista ambiental, e acho que é justamente por isso. A parte norte do Mar de Aral retornou um pouco – bem distante do que era antes de 1960 – mas sem dúvidas ela foi estabilizada e agora está retornando".

Os pescadores, engenheiros e banqueiros tiveram um incentivo inesperado no ano passado: a banda britânica Pink Floyd, que desde sua origem em 1965 tem denunciado a alienação, o comercialismo e a degradação ambiental. O videoclipe de 2014 de sua música "Louder than Words" filmou habitantes de Aral e vilarejos próximos tendo como pano de fundo desertos e barcos abandonados. Na última contagem, o vídeo havia sido visto 7 milhões de vezes.

Aubrey Powell, diretor de criação do Pink Floyd, disse recentemente à Radio Free Europe/Radio Liberty que, apesar de a imagem surreal de barcos encalhados no deserto ter sugerido um vídeo sobre desastre ambiental, "não se trata tanto do desastre – e foi escrito sobre isso muitas e muitas vezes – mas sobre o que isso significa para geração mais jovem".

Ninguém sabe quantos fãs o Pink Floyd tem em Aral. Mas White, da Universidade kimep disse que, durante a mais recente visita que fez à região, ele e sua equipe ambiental viram novas casas sendo construídas; e dentro das casas, ele viu novos televisores e geladeiras.

"Passamos por toda a parte norte do Mar de Aral e conversamos com as pessoas em vilarejos muito remotos, alguns deles só recentemente abastecidos com energia elétrica", comentou o professor. "Há uma perspectiva geral positiva para o futuro, o que acho que não vinha acontecendo no Mar de Aral há muito tempo."

Nativo de Aral, Yerken Nazarov, 31, parece concordar com essa nova visão positiva. Sua avó era uma vendedora de peixe que viveu tempo suficiente para comemorar seu centésimo aniversário.

"O que precisa acontecer para trazer de volta o mar?", perguntei a Nazarov em minha última tarde na cidade. Ele refletiu por um segundo e me respondeu: "Precisamos de esperança".

Fonte: AramcoWorld


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A mais de um ano queria abrir um tópico sobre esse assunto. Acho o assunto muito interessante e a catástrofe do Mar de Aral, nos mostra até até onde a ganancia humana e a falta de respeito pela natureza pode destruí-la. Vale salientar que esse lago gigante foi a salvação de um país inteiro, e esse mesmo país fez questão de destruí-lo utilizando a desculpa do desenvolvimento. URSS desmantelou e o que sobrou de herança para as pessoas daquela região foi apenas um grande deserto sem vida.

Nem todas as imagens acima pertencem aos artigos relacionados, porém, as utilizei para ilustrar pelo impacto que as mesmas causam. Segue também um vídeo documentário muito bom que já assisti várias vezes no YouTube.

 

EgonRunner

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tem um video curto mas bem explicativo:



e inclusive um jogo indie:

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Devon_

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Ótimo texto, não fazia ideia de que a degradação tinha sido tão alta.

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Ghim

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não gosto quando falam coisas como

"nós destruímos o mar de aral"

"nós" que, cara pálida? pode colocar a culpa toda na União Soviética, nao vem diluir a culpa na humanidade toda não.


agora, impressionante como o pessoal estava vendo a m**** acontecendo e nada fez. eu "entenderia" se acontecesse de uma hora para outra, ou se fosse algo dificil de perceber ou de entender a causa. mas nao, nego tava vendo a m**** acontecer ao vivo durante décadas e só sacudia os ombros. é de fuder


no mais, apenas 12 bilhões de dólares pra salvar o mar, tá easy. só a corrupção da petrobras ja cobria boa parte
 

Novalgina

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As vezes tenho medo de matarem o São Francisco com a transposição. Exatamente por causa deste exemplo do Aral.

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Edi (FZ2D)

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As vezes tenho medo de matarem o São Francisco com a transposição. Exatamente por causa deste exemplo do Aral.

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Excelente ponto. É exatamente o que esta acontecendo.
Nesse projeto populista de levar água a todos acabará que não sobrará água pra ninguém.

não gosto quando falam coisas como

"nós destruímos o mar de aral"

"nós" que, cara pálida? pode colocar a culpa toda na União Soviética, nao vem diluir a culpa na humanidade toda não.


agora, impressionante como o pessoal estava vendo a m**** acontecendo e nada fez. eu "entenderia" se acontecesse de uma hora para outra, ou se fosse algo dificil de perceber ou de entender a causa. mas nao, nego tava vendo a m**** acontecer ao vivo durante décadas e só sacudia os ombros. é de fuder


no mais, apenas 12 bilhões de dólares pra salvar o mar, tá easy. só a corrupção da petrobras ja cobria boa parte

De fato. A URSS e sua ganancia de ser a principal potencia mundial fez essa destruição e quem tomou no cu foram os povos nativos da região que viviam das atividades pesqueiras oriundas do Mar de Aral.
 


Setzer1

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As vezes tenho medo de matarem o São Francisco com a transposição. Exatamente por causa deste exemplo do Aral.

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problema do São Francisco não é a transposição e sim o descuido das nascentes que foram bem degradadas. Se não fizerem nada o rio não vai morrer na transposição e sim na nascente.

A boa noticia que rios podem ser ressuscitados. E podiam fazer varios desses projetos no Nordeste com apenas alguns milhões cada. Tem 1 cara que sozinho em SP ressuscitou uma área de mata atlântica de não sei quantos hectares e vários riachos voltaram a vida em decorrência disso. Fazer em escala maior é possível.
 

geist

Lenda da internet
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Mas no caso do Rio São Francisco não são vias cimentadas?
Com o custo dessa obra, não seria melhor ter investido em usinas de dessalinização?
 

EgonRunner

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Mas no caso do Rio São Francisco não são vias cimentadas?
Com o custo dessa obra, não seria melhor ter investido em usinas de dessalinização?

Brasil não tem tecnologia e dinheiro pra usina de dessalinização.

sai mais barato cavar buraco e cimentar, isso gera empregos e votos..
 

Edi (FZ2D)

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Matéria de junho deste ano...

Projeto tenta devolver vida ao Mar de Aral, destruído por planos soviéticos de irrigação


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Almas Tolvashev, 78 anos, remexe a areia sob o esqueleto enferrujado de um barco pesqueiro. A embarcação é parte de uma frota desmantelada de cerca de dez embarcações que, em outra época, fizeram da cidade portuária de Moynaq um importante polo de pesca no Mar de Aral - lago de água salgada que já ocupou um território de 68 mil quilômetros quadrados.

"A história do povo karakalpak começa com o mar", diz Tolvashev, um ex-pescador. "Pescar era a primeira coisa que um pai ensinava a seu filho. Havia 250 barcos aqui, e eu costumava pescar de 600 a 700 quilos de peixes por dia. Agora, não temos mais mar."
Moynaq está localizada no coração de Karakalpaquistão, uma república semiautônoma dentro do Uzbequistão, na Ásia Central. Houve um tempo em que 98% dos peixes consumidos pelos uzbeques vinham dali.

Um desastre ambiental, no entanto, se instalou. O Mar de Aral secou, e substâncias tóxicas em seu leito ficaram expostas, causando sérios problemas de saúde na população karakalpak. Está em curso, agora, um ambicioso projeto, que envolve a plantação de milhões de árvores para tentar salvar essa comunidade e seu ambiente.

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Tragédia ambiental

O Aral começou a secar nos anos 1960, quando a União Soviética, da qual o Uzbequistão fazia parte, desviou o curso da água dos dois principais rios que abasteciam o mar com o objetivo de irrigar novas plantações de algodão.

Como o algodão está em alta, o Kremlin ignorou o prolema ambiental decorrente da transposição das águas.

E, à medida que a água desaparecia do Aral, a concentração de sal aumentava, prejudicando a vida marinha.

"O estoque de peixes caía, e só conseguíamos pescar peixes mortos", conta Tolvashev. "Hoje, os mais jovens têm de mudar de país se quiserem conseguir emprego."

Atualmente, o Mar de Aral tem apenas 10% de seu tamanho original - perdeu-se uma área equivalente a quase o tamanho do Estado de Santa Catarina.

"Não está como antes", lamenta o ex-pescador. "O clima está ruim, há todo este pó no ar."

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Vidas em perigo

Quando o médico Yuldashbay Dosimov começou a trabalhar no hospital do porto de Moynaq, nos anos 1980, o litoral já estava encolhendo.

Ele lembra ter encontrado ali diversos pacientes com "doenças respiratórias, tuberculose, problemas renais". "Até recentemente, muitas crianças morriam de diarreia", relata.

As autoridades soviéticas que expandiram a indústria algodoreira uzbeque não previram que os herbicidas e pesticidas que usavam em suas plantações acabariam chegando aos rios ao redor e, consequentemente, ao leito do Aral, com duras consequências para a saúde da população.

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A água contaminada fazia mal a quem a bebia, e o problema foi exacerbado à medida que o mar secava, uma vez que os produtos tóxicos das plantações ficaram exposto e se espalharam pelo ar por conta das tempestades de areia.

A população local passou a sofrer problemas de crescimento, de fertilidade, pulmonares e cardíacos, além de elevadas taxas de câncer. Um estudo acadêmico concluiu que a ocorrência de câncer de fígado dobrou entre 1981 e 1991 na região.

Outra pesquisa descobriu que, no fim dos anos 1990, a mortalidade infantil ao redor do Mar de Aral variou entre 60 e 110 a cada mil nascimentos, taxa muito maior do que no restante do Uzbequistão (48 a cada mil) e do que na Rússia (24 a cada mil).

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Durante décadas, essa crise de saúde foi ignorada. As autoridades locais só admitiram que o Aral estava desaparecendo quando a União Soviética se desmantelou, no início dos anos 1990.

Agora, busca-se uma solução, e o médico Dosimov espera que ela melhore radicalmente a vida da população karakalpak.

"Eles (autoridades) precisam amenizar o impacto do ressecamento do mar na saúde das pessoas, e por isso estão plantando árvores."

Leito de árvores

A alguns quilômetros de distância de Moynaq, dois tratores criam duas longas fileiras no leito do mar, em uma área que 40 anos atrás estava coberta por 25 metros de água.

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Sentado na traseira do trator, um jovem vai dispersando sementes pelo chão árido.

"Faça chuva ou faça sol, temos duas semanas para plantar um hectare", diz ele. "O tempo tem estado frio e chuvoso, mas não vamos sair daqui até terminarmos."
Ele e seus colegas estão plantando árvores saxaul, um arbusto nativo dos desertos da Ásia Central e, agora, a primeira linha de defesa contra a mudança climática no Uzbequistão.

"Uma árvore saxaul adulta consegue restaurar até 10 toneladas de solo ao redor das suas raízes", explica o especialista em reflorestamento Orazbay Allanazarov.

Além disso, a saxaul contém os ventos, impedindo que a areia tóxica do solo se espalhe ainda mais pela atmosfera. O plano é cobrir todo o antigo leito do Aral com esses arbustos.

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"Escolhemos a saxaul porque ela consegue sobreviver no clima seco e no solo salgado", explica.

Ele mostra um trecho semeado cinco anos atrás, onde metade das plantas sobreviveu - uma taxa que considera boa.

As árvores são plantadas em fileiras, a 10 metros de distância entre si, para que, ao crescerem, liberem as próprias sementes e preencham esse espaço vazio.

Até agora, cerca de 500 mil hectares de deserto foram cobertos com árvores saxaul. Mas ainda restam mais de 3 milhões de hectares a preencher.

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No ritmo atual, pode levar 150 anos até que uma floresta cresça por ali.

"Estamos lentos", admite Allanazarov. "Precisamos agilizar o processo. Mas para isso precisamos de mais dinheiro, de mais investimento internacional."

Assim como o ex-pescador Almas Tolvashev, Allanazarov sabe que o Mar de Aral pode não voltar nunca mais. Mas destaca que o projeto, ao menos, provê mais qualidade de vida ao povo karakalpak, após tantas décadas de sofrimento.

*Esta reportagem é parte de uma série da BBC financiada pela ONG de empreendedorismo social Skoll Foundation

Fonte:
BBC
 

Notwen

Ei mãe, 500 pontos!
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Isso é a humanidade.. fazer as coisas, ver a m**** que dá... tentar aprender com os erros.
Problema é fazerem isso novamente..
Ou quando a m**** não tem volta...

OU:
Isso é a humanidade [2]... fazendo em 10 anos o que a natureza levaria 10 mil...

Porém texto interessante...
Aliás, um dos poucos sites que curto ler reportagens é a BBC!
Alias, fica a dica outra coisa que a ação humana vai atrapalhar:
Como o Aquecimento GLobal pode levar à falta de cerveja no mundo!
 
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