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Sobre resiliência

Eudaimon

Bam-bam-bam
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Dia desses mesmo eu estava vendo a história real, que virou livro e filme, daqueles sobreviventes do vôo que caiu nos Andes, os quais passaram por tudo que é provação ( inclusive canibalismo).

Eles conseguiram captar um sinal de rádio, de onde puderam ouvir, no sétimo dia pós queda, que as buscas por sobreviventes do acidente haviam acabado. Ao que um deles, espécie de " lider" dentre os sobreviventes, comunicou isso aos demais da seguinte forma:

" Eu tenho uma boa notícia: as buscas por nós acabaram."

Os outros ficaram perplexos, e lhe questionaram como diabos aquilo poderia ser uma boa notícia. Eis que ele respondeu-lhes:

"É uma boa notícia, porque agora temos plena consciência de que nossa sobrevivência só depende de nós."

Esse cara e mais outro caminharam 18 km, em plena neve, inclusive tendo de escalar montanhas, sem a devida proteção do frio, sem suplementos adequados, até encontrarem sinal de civilização, ato hetóico que permitiu o resgate deles e de demais 14 sobreviventes( de um total de cerca de 60 acidentados), 70 fucking dias depois da queda do avião.

Então lembrei-me também da história do psiquiatra Viktor Frankl, narrada em seu livro," Em busca de Sentido". Ele viveu talvez a situação mais dramática por que qualquer ser humano possa ter passado, que foi a experiência em um campo de concentração.

O mais interessante, que inclusive influenciou-o a desenvolver sua linha psicoterapêutica, foi ele ter percebido que, ainda naquelas circunstâncias, na situação mais desoladora possível, havia pessoas que não perdiam as esperanças. Pessoas que se agarravam na mais fugaz das perspectivas, para não desistir da vida, e não deixar de pensar que um dia ainda poderiam ser felizes. Como ele próprio, que se agarrava à vontade de rever sua amada esposa( o que veio a concretizar depois, tendo juntos vivido mais de 50 anos).

Digo isso tudo ao ver um tópico proposto aqui no fórum, no qual um usuário manifestou total desolação pelo "terrível" fato de que foi sozinho a um show e, ao sentir-se só, abandonou o local, ainda na fila. Talvez a narrativa seja fanfic, mas não deixa de reproduzir um tipo de situação que ocorre por esses dias, em que as pessoas parecem incapazes de lidar com as mais basilares frustrações.

Longe de mim querer desmerecer a gravidade de boa parte dos quadros diagnosticados depressivos, muitos dos quais, sabidamente, decorrem de problemas biológicos. Mas não posso deixar de pensar que parte da entrega à melancolia é fruto dessa falta de brios, dessa bunda molice, que sujeita pessoas a se vitimizarem diante de "insuperáveis dramas quotidianos", como perder o show da banda emo predileta.

A essas pessoas, que reputo representarem já uma maioria, em nossa geração, talvez falte refletir a partir do exemplo de caras como esses sobreviventes do vôo dos Andes, ou dos sobreviventes do Holocausto, ou mesmo daqueles que perseveram contra reais problemas, como os que enfrentam o câncer ou a esclerose amiotrófica. E perceber, a partir de tais exemplos, como a vida é uma dádiva, e que pequenos percalços não podem nos afastar dessa noção.

Bom fim de semana a todos.
 

mig29gsxr

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Cara, acho excelente essa abordagem que vc apresentou sobre a situação. Tenho percebido que, ao longo dos anos, o estado de felicidade do ser humano pode ser ligado a fatores transitórios e isso cria uma enorme frustração nas pessoas. Não sou imune a este fato, mas percebê-lo ajuda a lidar com ele.
As pessoas se frustram pois não conseguem lidar com essa "felicidade relativa", é estar sozinho num show, é pq o voo atrasou duas horas, é que está frio e chuvoso (até hoje eu não entendo as pessoas que ficam frustradas com o clima, mesmo sabendo que as mudanças vão ocorrer). Se apegam a picuinhas, como brigar com parentes e amigos por coisas pequenas; se recusam a tomar a frente da sua própria vida quando não tomam atitudes para fazer o que querem, e assim por diante.
No meu caso, estou dia após dia a usar algo que deveria se chamar (inventei agora) contraterapia: as pessoas dizem que sou um pessimista por não enxergar esperança, mas eu não gosto de criar expectativas e me frustrar. Então eu sempre encaro o dia a dia esperando o pior, se o metrô pára, se meus amigos não querem tomar uma cerveja, se não vejo reciprocidade nas relações, se as gatas não olham pra mim... tudo isso já é esperado. Então eu foco minha luta nas coisas que me fazem melhor, é estudar mais, é cuidar da minha mãe, dos meus bichos, pagar as minhas contas sem ficar devendo nada. Se eu quero ver alguém ou falar com alguém, eu procuro essa pessoa, antigamente eu pensava, "nem vou falar com tal pessoa, faz tempo que não nos falamos", agora eu falo e vejo o que quero; tento ser mais honesto comigo e com os outros, mesmo que a verdade às vezes seja pesada. Mas não saio no modo metralhadora de b*sta para magoar todo mundo também.
Tento pensar em tudo, e me identifiquei muito, com o sobrevivente do voo que liderava o grupo. Não pq eu seja líder de algo, ou seja inspirador, ou por saber criar esperança (quando na verdade estou longe disso, e prefiro essa solidão do que estar entre muitos). É pelo simples fato de saber que está na m****, é saber disso que te dá uma vantagem para cuidar da sua vida e resolver seus problemas, e partir para ajudar os que estão em volta de vc resolver os deles, sem esperar tb nada em troca. Não que eu consiga se aplicar todo dia a resolver esses problemas menores, ou não me frustre com eles. Mas tento sempre aplicar a ideia do "não esperar nada de ninguém" e me virar para conseguir coisas que realmente importam para mim, pois vejo que esperar algo se resolver pelos outros é muito frustrante; muitas vezes essas coisas estão fora do plano material e dependem muito do esforço individual; e se não der certo ali, a vida segue, lembrando o velho jogo Altered Beast, "never give up".
 

oleoleole

Bam-bam-bam
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Acho que isso tem relação com a criação. Muitos dos jovens de hoje tiveram uma vida muito fácil quando criança/adolescente, dificilmente ouvindo "não" dos pais ou passando por quaisquer dificuldades. Quando chegam na vida adulta, não sabem como lidar com os problemas e frustrações que surgem, por menores que sejam.
Sei lá, só minha opinião.
 

chucky_sk

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Parabéns ao op pelo texto apresentado aqui, quase um manifesto contra essa geração pão com b*sta que temos hoje que, de certo modo, começa a me dar medo pois eles serão os futuros líderes ou mantenedores de nossa sociedade.
Hoje nego entra em depressão por unha encravada. O que mais falta acontecer? Pensando desse modo, entendendo que ainda não vimos o fundo do poço da coitadice e da falta de empatia; só me resta a fé no real espírito humano, aquele que ainda acredito ser dotado de nobreza e amor universal para com todos. Um dia, espero, que ele ressurja e que realmente comece a dar jeito nesse mundo.
 

Bisnaga Louca

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Certa vez perdí toda minha capacidade de sentir prazeres, por causa de efeitos colaterais de anti depressivos. (Por isso os repudio tanto sempre que posso)

Mesmo apos parar de tomar, fiquei um zumbi por um longo tempo. Quando retomei o perdido, passei a me contentar com qualquer coisa simples do dia a dia.

E nada mais é um problema comparado ao que passei.

Quer deixar de ser triste? De valor a poder ter sentimentos, mesmo que sejam ruims. Só isso.
 

Hume

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É interessante o approach do Frankl, já li algumas partes desse livro, mas eu só fui ter algum insight depois que eu já tava "bem". Não acho que seja um livro que consiga tirar algum da fossa, principalmente pelo fato de que uma pessoa que tá deprimida dificilmente vai conseguir encontrar "algo que só ela mesma possa realizar" e atribuir algum sentido á sua vida. Esse exemplos que você citou, acho que em situações-limite, independente das condições prévias, algumas pessoas simplesmente ligam o modo sobrevivente. Acho que se você soltar um leão perto do cara mais deprimido da terra, ele mesmo assim vai tentar fugir. Enfim, minha opinião.
 


dk120

Lenda da internet
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Mas você entendeu justamente o que é a depressão. Todo ser vivo tem essa força interior, de acreditar e lutar até o fim. O que a depressão faz é fazer a esperança ir embora. As vezes para quem ve que fora até pode parecer que o depressivo tem um problema bobo, e as vezes até é mesmo, mas ele perdeu essa resiliencia. Então para ele parece que ele tá pior.
O que hoje se sabe que essa "resiliência", em nivel fisiologico está ligado a serotonina e noradrenalina que é o que os medicamentos tentam turbinar.
Aposto que muita gente já se entregou no primeiro dia da queda do avião enquanto os salvadores não se entregaram nunca. Cada um tem um sistema mental diferente. Tenho curiosidade para saber como que uma inteligencia artificial com inteligencia ao nivel humano vai se comportar sem esta parte quimica.
 

Eudaimon

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É interessante o approach do Frankl, já li algumas partes desse livro, mas eu só fui ter algum insight depois que eu já tava "bem". Não acho que seja um livro que consiga tirar algum da fossa, principalmente pelo fato de que uma pessoa que tá deprimida dificilmente vai conseguir encontrar "algo que só ela mesma possa realizar" e atribuir algum sentido á sua vida. Esse exemplos que você citou, acho que em situações-limite, independente das condições prévias, algumas pessoas simplesmente ligam o modo sobrevivente. Acho que se você soltar um leão perto do cara mais deprimido da terra, ele mesmo assim vai tentar fugir. Enfim, minha opinião.
Tem gente pensando em desistir da vida porque tomou um fora de um "crush", como tu quer me dizer que essas pessoas teriam alguma espécie fr resiliência diante da notícia de que precisariam sobreviver no gelo dos Andes e sem comida?:kkk

Essa é uma geração muito sensível. A isso que fiz menção. Uma geração de frouxos.

Embora eu acredite naquele dito,de que tempos difíceis fazem homens fortes, que realizam tempos prósperos.
 
Ultima Edição:

Hume

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Tem gente pensando em desistir da vida porque tomou um fora de um "crush", como tu quer me diser que essas pessoas teriam alguma espécie fr resiliência diante da notícia de que precisariam sobreviver no gelo dos Andes e sem comida?

Eu disse que em situações-limite o organismo reage. Se você assistir alguém se jogando do alto verá que sempre bate um desespero. Existem relatos de pessoas que tentaram se matar e por milagre sobreviveram, inclusive um rapaz que pulou da Golden Bridge, o arrependimento vem antes do corpo se chocar contra o chão. Claro que isso não é regra, mas acredito que seja frequente.
 

Urundeuva

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Tem gente pensando em desistir da vida porque tomou um fora de um "crush", como tu quer me diser que essas pessoas teriam alguma espécie fr resiliência diante da notícia de que precisariam sobreviver no gelo dos Andes e sem comida?:kkk

Essa é uma geração muito sensível. A isso que fiz menção. Uma geração de frouxos.

Embora eu acredite naquele dito,de que tempos difíceis fazem homens fortes, que realizam tempos prósperos.

Não discordo mas não concordo. Como o @dk120 falou sobre a depressão, é um estado mental anormal. Esse cara que levou fora do "crush" e quer morrer ta fazendo drama e não depressão. São coisas diferentes, e se você soltar um leão com certeza ele vai correr. Agora uma pessoa depressiva que realmente perdeu as "esperanças" não sei se ele correria.
Vou contar oque se passou e passa comigo, minha mente começou a "endoidar" aos 19 anos, por problema que eu tenho até hoje. Eu queria morrer naquela epoca e ainda quero, os remédios me ajudam a lidar com esses momentos. Ja fiquei perdido na floresta amazônica por uma manha inteira e ja tinha a vontade de morrer, mas algo de doido bateu na cabeça, estava eu e meu irmão. Ficamos andando, pensando em como sair, estavamos sem comida nem nada, mas nada ia deixar eu morrer ali na minha cabeça, ate poderia ter morrido, demos sorte de achar uma trilha e depois de 5 hs voltamos ao local inicial.
Depois eu perdi a vontade de viver outra vez e perdi a fome, cheguei a pesar 56 kg com 1,87 de altura, foram meses de amargura, não morri porque tinha um filho para criar, mas a mente sempre me queria por pra baixo. Durante todos esses anos eu sempre penso em morrer, meu filho se formou e ai que as coisas pioraram, sem emprego vivendo por causa dos meus irmãos que estão me sustentando.
Passei por outro inferno tem 3 anos e pensei que não ia sair vivo, mas a resiliência que existe sei la de onde não deixou, hoje estou aqui metade quer morrer outra quer viver. Vai entender, acho que não da para generalizar, cada ser humano tem suas "loucuras". Mas garanto que em situações de desespero o seu instinto animal vai aparecer e mesmo "doente" o cara vai querer sobreviver, nem por isso não existem os que tem coragem de se matar.
Eu ainda não tive, mas vontade eu tenho.
Desculpe o wall. Era para estar no tópico dos desabafos.
 

Eudaimon

Bam-bam-bam
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Eu disse que em situações-limite o organismo reage. Se você assistir alguém se jogando do alto verá que sempre bate um desespero. Existem relatos de pessoas que tentaram se matar e por milagre sobreviveram, inclusive um rapaz que pulou da Golden Bridge, o arrependimento vem antes do corpo se chocar contra o chão. Claro que isso não é regra, mas acredito que seja frequente.

O que eu to narrando não se trata de meros reflexos instintivos... situações limítrofes, como as que eu narrei, demandam mais do que isso.

Demandam resiliência. Força de espírito.

Algo que eu acho bastante carente em pessoas que se sensibilizam com o primeiro probleminha que encontram diante de si.
 

Eudaimon

Bam-bam-bam
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Não discordo mas não concordo. Como o @dk120 falou sobre a depressão, é um estado mental anormal. Esse cara que levou fora do "crush" e quer morrer ta fazendo drama e não depressão. São coisas diferentes, e se você soltar um leão com certeza ele vai correr. Agora uma pessoa depressiva que realmente perdeu as "esperanças" não sei se ele correria.
Vou contar oque se passou e passa comigo, minha mente começou a "endoidar" aos 19 anos, por problema que eu tenho até hoje. Eu queria morrer naquela epoca e ainda quero, os remédios me ajudam a lidar com esses momentos. Ja fiquei perdido na floresta amazônica por uma manha inteira e ja tinha a vontade de morrer, mas algo de doido bateu na cabeça, estava eu e meu irmão. Ficamos andando, pensando em como sair, estavamos sem comida nem nada, mas nada ia deixar eu morrer ali na minha cabeça, ate poderia ter morrido, demos sorte de achar uma trilha e depois de 5 hs voltamos ao local inicial.
Depois eu perdi a vontade de viver outra vez e perdi a fome, cheguei a pesar 56 kg com 1,87 de altura, foram meses de amargura, não morri porque tinha um filho para criar, mas a mente sempre me queria por pra baixo. Durante todos esses anos eu sempre penso em morrer, meu filho se formou e ai que as coisas pioraram, sem emprego vivendo por causa dos meus irmãos que estão me sustentando.
Passei por outro inferno tem 3 anos e pensei que não ia sair vivo, mas a resiliência que existe sei la de onde não deixou, hoje estou aqui metade quer morrer outra quer viver. Vai entender, acho que não da para generalizar, cada ser humano tem suas "loucuras". Mas garanto que em situações de desespero o seu instinto animal vai aparecer e mesmo "doente" o cara vai querer sobreviver, nem por isso não existem os que tem coragem de se matar.
Eu ainda não tive, mas vontade eu tenho.
Desculpe o wall. Era para estar no tópico dos desabafos.
Meus sentimentos pela tua condição de vida.

Em meu texto original no tópico, não descartei a depressão como manifestação patológica. Tenho uma aprente próxima que sofre da doença, então jamais a menosprezaria.

Contudo, tenho sentido que há confusão entre os quadros depressivos, e a simples frustração. De modo que muitas pessoas têm se entregado ao desespero e à amargura por frustrações " normais", " simples", por vezes até banais. Pessoas que vêm mesmo a se matar, ainda que o quadro clínico não acuse a carência de serotonina ou endorfina.

Vou dar um exemplo: esses diad uma mulher jovem, saudável, com marido que amava e filha, matou-se. Deixou uma carta, na qual confidenciou seu motivo: ela se frustrara com o resultado do projeto arquitetônico da sua loja. Tinha gastado bastante, mas não resultou no que ela desejava.

Isso a levou a simplesmente desistir da vida, deixando para trás todos os seus queridos.
 
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Urundeuva

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Meu sentimentos pela tua condição de vida.

Em meu texto original no tópico, não descartei a depressão como manifestação patológica. Tenho uma aprente próxima que sofre da doença, então jamais a menosprezaria.

Contudo, tenho sentido que há confusão entre os quadros depressivos, e a simples frustração. De modo que muitas pessoas têm se entregado ao desespero e à amargura por frustrações " normais", " simples", por vezes até banais. Pessoas que vêm mesmo a se matar, ainda que o quadro clínico não acuse a carência de serotonina ou endorfina.

Eu ja li sobre sua manifestação de existir a depressão e tal, tranquilo. Por isso disse que não discordo, que existem os mimimi da vida que estão sempre achando "dor" nas menores coisas. Ressaltei que podemos mesmo na b*sta da depressão sair o instinto animal e sobreviver às piores situações. Mas realmente existe uma banalização que está atrapalhando os doentes de verdade. Vai entender.
 

Coffinator

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Trocando em miúdos, é se levantar, porrada após porrada, como uma espécie de Rocky Balboa. Muito bonito pra se ver, mas péssimo pra sentir. A porrada ainda dói e você tem aquela esperança idiota de que algum dia será feliz, tornará seus sonhos realidade e isso vai te arrastando até você morrer. Sei lá se isso é bom.
 

Eudaimon

Bam-bam-bam
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Trocando em miúdos, é se levantar, porrada após porrada, como uma espécie de Rocky Balboa. Muito bonito pra se ver, mas péssimo pra sentir. A porrada ainda dói e você tem aquela esperança idiota de que algum dia será feliz, tornará seus sonhos realidade e isso vai te arrastando até você morrer. Sei lá se isso é bom.
Essa é a mentalidade que eu acho sintomática dos nosso tempos, à qual faço severas ressalvas.

Ela ressalta as dificuldades da vida, sem jamais permitir reconhecer-se grato pelas possibilidades que temos, e pela dádiva que é estar simplesmente vivo.

Evidente que uma pessoa assim jamais vai se satisfazer. Porque a vida sempre foi e sempre será uma experiência que nos sujeitará a dissabores. A vida é difícil, simplesmente isso.

Assim, se o sujeito não consegue ter gratidão por algo aparentemente trivial -como, por exemplo, simplesmente estar com saúde, ou mesmo possuir boas condições de subsistência-, como ele vai se permitir ser feliz, quando a vida vai bater forte na sua cara, em situações como a própria perda de pessoas amadas?

Vivemos dias em que não se nos apresentam diiculdades minimamente semelhantes às dos nossos antepassados, que precisavam enfrentar feras atrás do próprio alimento ou, mais recentemente, defender sua pátria e suas famílias de agressões estrangeiras armadas.

Mas parecemos cada vez mais incapazes de lidar com essas terríveis frustrações quotidianas, como aquelas que temos ao sermos contrariados em um post na internet.

Vai chegar o dia em que será motivo para desespero e entrega à infelicidade uma tarifa dinâmica no uber.
 

Hume

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O que eu to narrando não se trata de meros reflexos instintivos... situações limítrofes, como as que eu narrei, demandam mais do que isso.

Demandam resiliência. Força de espírito.

Algo que eu acho bastante carente em pessoas que se sensibilizam com o primeiro probleminha que encontram diante de si.

Isso não faz sentido, você parte de algum pressuposto imaginário de que a juventude já foi melhor em alguma época, adolescente sempre fez muita b*sta em qualquer período da humanidade.
Desculpa a sinceridade, mas isso é coisa de gente cricri que não envelheceu bem e inveja a juventude, imagina no decorrer da humanidade quantos caras perto da meia idade (e principalmente na velhice) já falaram "nossa, essa geração é uma b*sta, bla bla bla"
Só pra pontuar o que eu tô falando:

- Suicídios em massa de jovens após Goethe lançar "Os Sofrimentos do Jovem Werther"
- Segunda Geração do Romantismo
- Hippies
- Emos
- Post-Punk
Esses foram os que eu lembrei aqui sem nem pensar muito....
Imagina quantas vezes essa galera ouviu: "a geração de vocês é uma vergonha" ou coisas do gênero. Por aí vai.

Isso sem falar que é ridículo classificar toda uma geração baseado em algumas notícias que saem de adolescentes, como de praxe, fazendo m****. Conheço muitos jovens que são esforçados, competentes e pessoas sérias. E pra complementar, me baseando nos tópicos que você cria, tu não parece ser um exemplo de clareza e "força de espírito" não. Abraços
 

Eudaimon

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Isso não faz sentido, você parte de algum pressuposto imaginário de que a juventude já foi melhor em alguma época, adolescente sempre fez muita b*sta em qualquer período da humanidade.
Desculpa a sinceridade, mas isso é coisa de gente cricri que não envelheceu bem e inveja a juventude, imagina no decorrer da humanidade quantos caras perto da meia idade (e principalmente na velhice) já falaram "nossa, essa geração é uma b*sta, bla bla bla"
Só pra pontuar o que eu tô falando:

- Suicídios em massa de jovens após Goethe lançar "Os Sofrimentos do Jovem Werther"
- Segunda Geração do Romantismo
- Hippies
- Emos
- Post-Punk
Esses foram os que eu lembrei aqui sem nem pensar muito....
Imagina quantas vezes essa galera ouviu: "a geração de vocês é uma vergonha" ou coisas do gênero. Por aí vai.

Isso sem falar que é ridículo classificar toda uma geração baseado em algumas notícias que saem de adolescentes, como de praxe, fazendo m****. Conheço muitos jovens que são esforçados, competentes e pessoas sérias. E pra complementar, me baseando nos tópicos que você cria, tu não parece ser um exemplo de clareza e "força de espírito" não. Abraços

Os exemplos apenas corroboram a idéia que eu também trouxe no tópico, que se pode resumir mais ou menos no seguinte aforismo milenar oriental:

"Homens fortes criam tempos fáceis, e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes."


Essa turma do romantismo alemão sucedeu a momentos difíceis da realidade européia. São pessoas que viviam em uma Europa relativamente pacificada, que antes vivera provações bastante intensas, como a invasão muçulmana e, sobretudo, a peste negra. Não que deixasse de haver as dificuldades de seu próprio tempo... mas é como se essas pessoas se mostrassem mais suscetíveis a sucumbir a problemas menores.

Então sobrevieram novamente momentos de fato difíceis, que foram as guerras de âmbito mundial. Momentos que precisaram despertar homens fortes, sem os quais a humanidade teria perecido.

Dessas situações dramáticas,surgiram, novamente,molengas, que vão desde os hippies, até, ainda mais moles, a geração que bebeu diretamemte da bundamolice deles, que é a nossa ( de homens praticamente gelatinosos, que choram por tudo ).

Ou seja, trata-se de algo cíclico.

E, não, esse fenômeno não se restringe a " algumas notícias de adolescentes", como tu queres sugerir. Trata-se de algo perceptível ainda em outras faixas etárias, já que o vitimismo é bastante endêmico ( ou alguém aqui pretende mesmo negar a sua manifestação?). Ocorre que se mostra mais intenso em adolescentes, até porque mais suscetíveis a esses estímulos ( como haveria o jovem de manifestar mais claramente a resiliência, se submetido a uma realidade que demandasse coragem).

De toda forma, como também pontuei no post original, é uma situação generalizada que, contudo, não resume o que acontece com todas as pessoas ( já que ainda há aqueles corajosos, que enfrentam com altivez dificuldades realmente grandes- cito como exemplo um amigo, que enfrenta há 30 anos uma ELA- esclerose lateral amiotrófica, e que quer viver e sorri).

Quanto ao mais, não entendi o porquê do ad hominem ao final,sugerindo que eu mesmo viria a ser aquilo que critico, dadas as minhas manifestações no fórum. Mas vou te dar a oportunidade de explicar-se.
 
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Hume

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Talvez eu tenha te interpretado mal, achei que você tava tecendo alguma crítica à sensibilidade exacerbada da atual juventude, é que eu acho você um cara bem melancólico. Não acho que isso venha a ser um ad hominem, não considero esse traço de personalidade um demérito.
 

Eudaimon

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Talvez eu tenha te interpretado mal, achei que você tava tecendo alguma crítica à sensibilidade exacerbada da atual juventude, é que eu acho você um cara bem melancólico. Não acho que isso venha a ser um ad hominem, não considero esse traço de personalidade um demérito.

Eu me considero um sujeito reflexivo, cara. Mas isso não significa que eu seja vitimista...

Porque, embora eu possa vir aqui e trazer pra vocês alguma situação quotidiana que tenha me dado alguma dor de cabeça, oubsimples vontade de compartilhar outras opiniões, não é coko se eu tomasse uma bobagem dessas como uma questão fundamental para eu definir meu próprio estado de espírito.
 

PocketCrocodile

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Tem gente pensando em desistir da vida porque tomou um fora de um "crush", como tu quer me dizer que essas pessoas teriam alguma espécie fr resiliência diante da notícia de que precisariam sobreviver no gelo dos Andes e sem comida?:kkk

Essa é uma geração muito sensível. A isso que fiz menção. Uma geração de frouxos.

Embora eu acredite naquele dito,de que tempos difíceis fazem homens fortes, que realizam tempos prósperos.
Tem gente pensando em "desistir" da vida porque tomou fora de um crush
O problema é justamente levar pro coração esse tipo de atitude que é algo mais momentâneo e afins
Eu concordo com a outra afirmação com o exemplo do leão, a grande maioria iria tentar sobreviver
 

His_Dudeness

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Caraca @Eudaimon . Só tá criando tópico foda.

Tenho teorias (penso demais, então tenho várias ) de que um dos grandes problemas da nossa geração é a "paz" . Não que eu defenda guerra e violência, mas dificuldade certamente enriquece a pessoa. E é algo bem lógico: Uma pessoa que não teve grandes dificuldades na vida, como vai lidar quando acontecer ? É claro que será de forma bem meia boca. O que é de se esperar, já que a pessoa é inexperiente no assunto.
E isso um dia acontece. VAI DAR m**** um dia. Não tem como viver sem m**** acontecer. Acredito que a grande diferença é quando isso acontece. Quanto mais cedo, melhor (claro, a pessoa tem que ter consciência do problema, logo não pode ser um bebê )

A dificuldade pode quebrar o cabloco ou moldá-lo. Quanto antes ela aparece é mais fácil moldar.
 
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