Visualizar anexo 128167
Quando era criança sempre tive videogames e por isso amo séries como Mario, Zelda, Final Fantasy, Metal Gear Solid etc.
Eu demorei muito tempo para ter um PC, mas algo que sempre me fascinou na plataforma eram as experiências menos lineares que existiam em vários gêneros, como Thief, Deus Ex e The Elder Scrolls. Então um arrependimento que tenho como jogador é de não poder ter tido essa experiência no passado e também não ter me esforçado depois para jogar alguns clássicos da plataforma.
Dishonored 2 tem muito essa vibe de jogo de PC com inúmeras possíbilidades para se chegar ao objetivo nos seus mapas sandbox.
O level design das fases é simplesmente sensacional, sempre te dão multiplas rotas para atingir o objetivo, algumas são mais visíveis e outras exigem mais exploração, algumas são viáveis sem nenhuma habilidade e outras exigem o desbloqueio de alguma habilidade especial, mas sempre te dão a possibilidade de concluir a missão furtivamente e sem matar ninguém.
Também gostei de como as missões são resolvidas de forma inteligente, sempre te dão as informações necessárias na quantidade exata, assim o jogador precisa explorar e pensar por conta própria para resolver o problema. Atualmente vários jogos chegam a ofender o jogador ao tratá-lo como um idiota incapaz.
Tem uma fase na mansão que misturam passado e presente como no Titanfall 2 que é um show de level design! É uma daquelas fases que te marcam e daqui 10 anos você ainda se lembrará dela com carinho.
Particularmente eu adorei as habilidades desbloqueáveis. Hoje em dia na maioria dos jogos as skill trees só oferecem habilidade manjadas, já o Dishonored 2 se destaca justamente por oferecer habilidades muito criativas e originais que dificilmente encontramos em outros jogos. É incrível planejar algo usando essas habilidades malucas e no final tudo sair como esperado.
E além das habilidades o jogo também possui uma física incrível que influencia no planejamento das abordagens, seja para derrotar ou passar furtivamente pelos inimigos.
Se não confia em mim, veja o que é possível fazer no Dishonored 2 com todas as habilidades a disposição nesse vídeo, é simplesmente surreal:
Claro que só com muito treino e repetição é possível jogar assim, mas não deixa de ser muito satisfatório ver o que planejou dando certo mesmo que em menor escala.
Um dos poucos pontos negativos na minha opinião é o sistema de save e checkpoint. Achei o sistema bem benevolente com o jogador podendo escolher quando quer salvar, por exemplo antes de um momento bem difícil. E jogar só com os checkpoints também não é bom por não existir uma lógica neles. Poderiam ter pensado numa forma melhor de implementá-los, por exemplo usando checkpoints mais objetivos e limitando o número de saves manuais para 2 ou 3.
O combate corpo a corpo também não é dos melhores, mas cumpre o seu papel com até algumas ações um pouco mais complexas, então caso o jogador as domine irá ter vantagem sobre os inimigos. Mas combate corpo a corpo em FPS pode ficar confuso as vezes e alguns inimigos teleportarem não ajuda nisso, sei que quiseram colocar isso como um desafio para o jogador dar preferência as abordagens furtivas, mas as vezes as coisas dão errado e temos que lutar.
No início não me interessei pela história, é uma trama bem simples de vingança, mas conforme fui progredindo no jogo comecei a notar que a personagem foi começando a ficar mais agressiva nas falas, então com o tempo percebi que as ações dos jogadores in game refletem no desenvolvimento da personagem, quato mais eu matava mais ela ia ficando desprezível. Tem um determinado ponto da história que a gente até se sente mal após levar um puxão de orelha de alguém especial.
É claro que Dishonored 2 não é um AAA tão caro como um Red Dead Redemption 2 ou The Last of Us 2, dessa forma não tem gráficos, capturas de movimento ou voice acting tão incríveis como nesses dois jogos, mas ainda assim consegue dentro das suas limitações fazer as ações do personagem durante a jogatina refletirem nos diálogos e cutscenes.
Tendo zerado Dishonored 2 logo após o The Last of Us 2 fiquei pensando que teria sido muito mais interessante e ambicioso ver uma desenvolvedora tão competente em story-driven games como a Naughty Dog tentar fazer algo assim com o dinheiro e talento que possuem, teria dado até mais sentido para a mensagem que queriam passar.
Outro fator positivo com a história sendo moldada conforme os seus atos in game é o fator replay ser bem alto.
Dishonored 2 é um jogaço. Possui um level design incrível com uma vasta possibilidade de maneiras de se cumprir os objetivos e tem uma jogabilidade divertidíssima graças as inúmeras habilidades extremamente criativas. Acho que só faltou terem trabalhado melhor no sistema de save, de resto é sensacional.
Sendo assim a minha avaliação final é:
9/10 
