Ah...o velho argumento do "Sem o Estado quem vai construir as estradas".
A primeira coisa que é preciso fazer a galera entender é a diferença de Capitalismo para Corporativismo. Capitalismo é completamente interligado com livre mercado. Se não há trocas voluntárias em um ambiente livre, não é Capitalismo. O Corporativismo é justamente quando há interferência Estatal para garantir monopólios, matando a livre concorrência. Por isso você vê Socialistas de iPhone. Querem ser ricos com a garantia do Estado de que não vai ter concorrência. É esse sistema que cria Odebrechts da vida.
Um exemplo histórico que acaba com esse argumento de "sem o Estado não ia ter estradas" é esse.
A malha ferroviária dos EUA é constituida em sua maior parte por ferrovias de pequeno e médio porte. A ausência de regulação fez várias cidades serem formadas em voltas de ferrovias, e quem construia as ferrovias fazia de tudo pra atrair comerciantes diversos para as suas cidades que ficavam nos entornos das ferrovias. Depois fazia questão de garantir segurança e etc. O cara chegava e fazia as ferrovias e tinha que garantir que o local era bom e que os trilhos eram decentes.
Esse é o capitalismo. E por isso explica porque os EUA tem uma malha ferroviária tão extensa até hoje.
O corporativismo veio quando grandes ferrovias fizeram parcerias com o Estado, construindo ferrovias que passavam pelo país todo. E isso com dinheiro público, inclusive eles recebiam por KM construido, então eles esticavam as ferrovias e davam voltas desnecessárias para tirar mais grana dos seus clientes.
Um exemplo claro dessa relação promiscua, o presidente Abraham Lincoln era advogado de Grandes Empresas de Ferrovias.
Isso é corporativismo.
Essa história das ferrovias também quebra outro mito. De que só o Estado é capaz de organizar a sociedade.
O número de ferrovias era imensa, e cada estação de trem tinha o seu horário. Então você pegava um trem na estação A às 10 da manhã de uma quarta e chegava na Estação B às 9h30 da mesma quarta. E isso criava uma confusão. Foi aí que foi criado o fuso horário e padronizou a maneira que estabelecemos horário.
Não foi uma lei, ou um grupo de iluminados que fez isso. Só gente que quis resolver o problema. Inclusive, é por isso que trens e relógios são muito associados.
Portas USB, outro exemplo de organização não-estatal. É estranho ver gente achando que seres humanos vão ver um problema e não o resolver por si mesmos. USB resolveu mais problema, sem um decreto, ou uma assembleia tornando o uso obrigatório.
O exemplo das estradas é até cômico, quando você percebe o nível de complexidade para construir um carro, vs a complexidade que é colocar um concreto plano para o carro andar. Realmente, ninguém seria capaz de construir essas estradas? Só os vereadores e os deputados que conseguem?
Outro mito, é o de que só o Estado gasta dinheiro com coisas que não dão lucro. Pra começo de conversa, estamos em um fórum de video game, e estou escrevendo um texto pra discutir anarcocapitalismo com estadistas. Não ganho nada com isso. Mas continuo fazendo.
Pega a história de dois fabricantes de bicicletas que passaram anos tentando fazer o primeiro avião, sabendo que talvez não fossem lucrar (o que não lucraram), e o fizeram para serem os primeiros a voar. Os Irmãos Wright são a prova de que o avanço não se dá porque um comissário ou presidente fala para fazer. O fizeram por pura força de vontade e satisfação pessoal. E agora são citados por um cara de avatar de olho do Mario no Brasil.
O Estado foi um experimento falho, que existe para destruir liberdades em troca de nada. Quando vejo gente criticando Capitalismo, eles querem criticar o Corporativismo, que ajuda empreendimentos que falham constantemente, quando deveriam os deixar falir para empresas melhores nascerem no lugar. Quantas OAS, Odebrechts e Petrobráses e Correios foram resgatados quando deveriam estar fechados decadas atrás, permitindo empresas melhores ofertando o mesmo serviço delas por custo menores. Capitalismo é sobre ganho e perda. Você elimina a chance de perda, e o custo é altissímo para todos.