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Tópico oficial do Ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro ( 2018-2022)

Qual será a moeda nova agora com Bolsonaro?

  • BOLSOS

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  • MITOS

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  • PITÚS

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    Votes: 192 22,8%
  • NIÓBIOS

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  • HELENÕES

    Votes: 23 2,7%
  • COISOS

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  • JAIRES

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  • BONOROS

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Okira

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Ain, lulalivre....


miko-hughes.jpg

é lulalivre pro, arruma ae.
Seus argumentos é a cara dessa foto, ficou perfeito.
 

Okira

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Preços da indústria tiveram em outubro maior alta desde 2014: 3,40%
Em outubro de 2019, a taxa foi de 0,60%


Publicado em 26/11/2020 - 09:51 Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro




EXPLODE INFLAÇÃO!

Se vier uma segunda onda de covid, vai triplicar esse número fácil.
 

Darth_Tyranus

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Inflação da comida, auxílio no fim e falta de emprego desanimam brasileiro


A inflação da comida não era tão alta desde 2008, embora naquele tempo a economia e os salários crescessem rápido. Antes disso, carestia da comida tão ruim houvera apenas em 2003. Para piorar, o valor do auxílio emergencial caiu pela metade desde setembro.

Como a economia ainda está muito deprimida e a epidemia ainda muito animada, a perspectiva de emprego é difícil, em particular para o terço mais pobre da população.Há motivos para o brasileiro desanimar. Há números que medem a desanimação.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV caiu pelo segundo mês consecutivo em novembro. O ICC é composto de várias medidas de ânimo. A que mais abateu o índice foi a expectativa econômica para os próximos meses.

A inflação da “alimentação no domicílio”, como diz o IBGE, aumentou em média 19,9% nos últimos 12 meses até novembro (na inflação medida pelo IPCA-15). As pancadas mais fortes do mês foram na batata, no tomate, no óleo de soja, no arroz e na carne de boi.

É a mesa comum do brasileiro.Inflação de alimentos em alta costuma ter impacto também no humor político, mesmo que a inflação geral esteja controlada, como agora. Em um ambiente em que a renda média deve diminuir, os ânimos não devem melhorar, é claro. No trimestre junho-agosto, o pagamento médio dos auxílios emergenciais somou R$ 45,3 bilhões por mês no país.

Em setembro, de R$ 24,2 bilhões. Em tese, zera em janeiro. O ritmo da inflação da comida não deve diminuir de modo notável até o final do ano. Há perspectiva teórica de vacina, um choque positivo. Mas o povo só acredita nisso quando vir a vacina no posto de saúde.

Os indicadores de tensão também aparecem em parte do mercado financeiro. As taxas de juros no atacadão de dinheiro continuam subindo.Essas taxas são o piso do custo do crédito nos bancos e do capital para as empresas (que tomam empréstimos a fim de expandir negócios, construções, comprar equipamentos etc. ou levam em conta o custo do dinheiro para tomar tais decisões).

Os juros estão abaixo apenas do nível de pânico de abril; estão mais altos que faz um ano. As condições financeiras gerais apenas não estão mais apertadas porque a Bolsa viaja alto e o dólar deu uma recuada, melhorias devidas ao cenário externo (perspectiva de vacina e eleição americana).

O motivo da alta das taxas de juros é óbvio e praticamente o mesmo desde agosto ou setembro. Isto é, a dívida pública é alta, não se sabe o que o governo vai fazer do problema, não se sabe se vai ter avacalhação do teto, se o governo terá algum plano econômico crível e se terá capacidade política de aprová-lo.
Jair Bolsonaro não entende nada disso e Paulo Guedes a cada dia se desmoraliza até na praça que o elegeu como salvador da pátria. Os povos dos mercados suspeitam que, na hipótese ou perspectiva de queda de popularidade, Bolsonaro faça bobagem maior com as contas públicas.

Na dúvida, os donos do dinheiro vão cobrando mais caro nos empréstimos para o governo.Para lembrar: a baixa taxa de juros de curto prazo é, no curto prazo, a única alternativa para evitar uma alta convulsiva da dívida do governo e os tumultos decorrentes. Se também a Selic for para o vinagre, teremos problemas muito feios.

A economia despiorou mais rápido do que o esperado até agora, mas ainda deve encolher 4,6% neste ano, na estimativa dos economistas do setor privado. A previsão de crescimento para 2021 é de 3,4%. Nem recupera o que se perdeu neste ano horrível. Imagine-se a situação se não crescermos nem isso.
Noto também que a qualidade da comida está péssima. Esta semana mesmo comprei uma massa Ravioli e quando abri estava cheia de mofo. Isso está se tornando recorrente, vários produtos estragados dentro da data de validade.
 


constatine

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Para lacrar existem aos milhões. Lacrador é uma desgraça que deve ser retirado de forma cirúrgica da sociedade.
Poderia ter perguntado antes, saber da historia por detrás do estilingue mas não, o celular estava de prontidão gravar e receber curtidas da galera do ódio do bem.




Nesse caso aqui o conselho tutelar optou pelo caminho mais fácil... para eles.

 

Ayatollah Khomeini

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Para lacrar existem aos milhões. Lacrador é uma desgraça que deve ser retirado de forma cirúrgica da sociedade.
Poderia ter perguntado antes, saber da historia por detrás do estilingue mas não, o celular estava de prontidão gravar e receber curtidas da galera do ódio do bem.




Nesse caso aqui o conselho tutelar optou pelo caminho mais fácil... para eles.



Eu até ia apagar pensando ser fake, mais aí lembrei do caso desse menino que você postou, se depender do conselho tutelar a mãe dele vai presa mas os traficantes tem que ser soltos pós são vitimas da sociedade.

A mãe dele chorando:
 

Baneman

Discípulo de São Jorge
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c***lho, e se a gente reclama da porra da china, os prudentes&sofisticados ficam com a bunda ardida, já passou da hora da China ser retaliada fortemente, eles estão literalmente e cagando pro resto do mundo.
 

Metal God

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Falando em gripezinha, alguma notícia do Osmar Terra plana? O cara pegou a gripezinha e foi direto pra UTI...
 

Darkx1

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Sgt. Kowalski

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Deputados querem tirar Eduardo Bolsonaro da presidência da Comissão de Relações Exteriores



Parlamentares encaminharam a Rodrigo Maia requerimento pedindo saída de filho do presidente do cargo
26/11/2020 - 17:32 / Atualizado em 26/11/2020 - 19:03
Eduardo Bolsonaro: requerimento Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Eduardo Bolsonaro: requerimento Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
BRASÍLIA — Deputados que presidem frentes parlamentares de relações com a China encaminharam ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um requerimento solicitando a deliberação da saída de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) da comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Casa.
O requerimento pede que o plenário da Câmara decida se Eduardo deve ou não continuar à frente da comissão.
Exportações:Agronegócio quer salvar relação com a China, após acusações de espionagem de Eduardo Bolsonaro
O filho do presidente Jair Bolsonaro presidiu o colegiado em 2019. Em 2020, por causa da pandemia da Covid-19, não houve instalação e nova eleição para a presidência da comissão, o que fez com que Eduardo permanecesse como presidente.
Crise:China reage a nova provocação de Eduardo Bolsonaro sobre 5G e afirma que deputado perturba parceria com Brasil
No requerimento encaminhado à presidência da Câmara, a líder do PCdoB e presidente da Frente Parlamentar Mista de Fortalecimento da Cooperação entre os Países do Brics, Perpétua Almeida (PCdoB-AC), o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, Fausto Pinato (PP-SP), e o presidente do grupo parlamentar de amizade Brasil-China, Daniel Almeida (PCdoB-BA), apontam que as mais recentes publicações de Eduardo no Twitter são “uma afronta às boas relações diplomáticas que construímos há mais de 45 anos e que beneficiam os dois países”.
Veja também: Mourão diz que fala de Eduardo Bolsonaro sobre China não interfere na atuação do governo
Na segunda-feira, Eduardo fez uma postagem em seu perfil no Twitter sobre a tecnologia 5G em que falava de "espionagem da China". O tuíte foi publicado na noite de segunda-feira e apagado na tarde de terça, logo após uma reunião de Jair Bolsonaro com Fabio Faria e conselheiros da Anatel, justamente sobre o 5G.
Um dos autores do pedido e presidente da frente parlamentar Brasil-China na Câmara, deputado Fausto Pinato (PP-SP), criticou a postura do filho do presidente. Para ele, esta altura o governo. Para ele, o governo da China já começou a redirecionar os investimentos que destinava ao Brasil, como na compra de produtos do agronegócio, para outros países.
Pressão: Embaixador dos EUA alerta que se Brasil permitir chinesa Huawei no 5G enfrentará 'consequências'
— E logo seremos carta fora do baralho para a gigante China. Não fosse assim, jamais autorizaria seu embaixador expedir esta nota de repúdio, mesmo depois das enxurradas de calúnias e difamações publicamente já externadas na mídia em geral por membros do governo e pelos próprios Bolsonaros — disse Pinato.
Ele destaca que, ao contrário do Brasil, a reação da China não teria sido publicada sem o conhecimento do governo central do país e sem pensar nas consequências.
O deputado criticou também o que vê como a repetição de ações do presidente norte-americano Donald Trump e de declarações do guru do Bolsonarismo, Olavo de Carvalho, que também têm posturas de ataque à China.
— Acho que é chegada a hora de parar de repetir no Brasil as palhaçadas encenadas por Trump e Olavo de Carvalho. Temos que parar de bater bumbo pra doido dançar. Vamos pensar exclusivamente no interesse do Brasil, na nossa balança comercial e no nosso agronegócio, em especial — concluiu.
 

Sgt. Kowalski

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‘Sem uma política fiscal que reduza o endividamento, é melhor desistir de combater a inflação’


‘Sem uma política fiscal que reduza o endividamento, é melhor desistir de combater a inflação’



A conjuntura econômica da recessão global causada pela covid-19 dá um tempo, de uns dois anos, para o Brasil buscar uma “construção política” para atingir o equilíbrio das contas públicas, diz Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Se não fizer uma “arrumação fiscal” nesse período, quando a economia brasileira se recuperar do tombo com a pandemia, a inflação voltará a subir.

Não será uma crise com “hiperinflação” – no último dia 9, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil pode “ir para uma hiperinflação muito rápido” se não rolar a dívida pública satisfatoriamente –, mas uma pressão que aumenta aos poucos, numa “degradação permanente”, diz Pessôa. A saída para evitar o pior, segundo o pesquisador, é manter o teto dos gastos públicos (regra que limita o aumento das despesas à inflação do ano anterior), aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC) que cria os gatilhos de corte de despesas, permitindo o cumprimento do teto, e aprovar uma reforma administrativa abrangente.

O aumento de gastos do governo para enfrentar a pandemia de covid-19 chegou ao limite?
O limite é dado pelo tamanho da dívida (pública), pelo que se considera ser o custo dessa dívida a médio prazo e pelo que achamos que é capacidade de crescimento da economia. Esses três parâmetros vão determinar qual o superávit que o Estado precisa para manter a dívida estável e até diminuí-la. Com uma dívida de 100% do PIB (Produto Interno Bruto) e um custo de capital (juros) de 4% (ao ano), se a economia cresce 2%, essencialmente, o superávit primário tem de ser 2% do PIB para estabilizar a dívida. Só que um país emergente com uma dívida de 100% do PIB precisa fazer essa dívida diminuir. Um superávit de 2% está no limite, é arriscado. Na verdade, em algum momento o superávit vai ter de ser mais próximo de 3%. Isso dá uma ideia do esforço fiscal.
As projeções para os próximos anos mostram que um superávit ainda está longe, não?
Podemos dizer que temos alguma folga, porque o desemprego está muito elevado. Por isso, a taxa de juros está bem mais baixa e o crescimento da economia, durante alguns anos, vai ser mais alto. Há um horizonte de dois anos pela frente em que a conta (da estabilização da dívida pública) não será desse jeito que eu fiz. Vamos ter um custo médio da dívida menor do que o crescimento econômico. Isso dá um fôlego. Agora, se não quisermos fazer uma política fiscal conservadora, contracionista, para produzir esse superávit e colocar a dívida em trajetória de queda, é melhor desistir de combater a inflação.
Samuel Pessôa
Pesquisador do Ibre/FGV
Físico com doutorado em economia pela USP, Samuel Pessôa é chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e sócio-diretor do Julius Baer Family Office. Também é professor assistente da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da FGV, no Rio.
O desequilíbrio das contas públicas levará a mais inflação?
Se a dívida é muito alta, e o governo não está fazendo uma política fiscal para estabilizar a dívida, quando começa a ter inflação, o Banco Central (BC) tem de subir juros. A subida de juros contém a demanda (e, assim, arrefece a inflação, já que os preços sobem quando há mais demanda do que oferta de bens e serviços). Mas tem um elemento da subida de juros que não contém a demanda. O juro é renda para alguém, para os detentores da dívida pública. Quando sobem os juros, a renda dos detentores da dívida pública aumenta. Esse efeito, em geral, é pequenininho, quando a dívida pública não é muito grande, porque, em geral, os governos lançam títulos em que os juros estão pré-fixados. Assim, quando o BC sobe o juro para combater a inflação, o título já emitido tem a mesma taxa. Só nos novos títulos emitidos no período em que os juros ficarem mais altos (para combater a inflação) é que vai incidir uma taxa maior. Se no período em que os juros estiverem mais altos a quantidade de títulos que o governo precisar emitir for pequenininha, não tem nenhum efeito. Agora, suponha um país que emite uma parte grande de seus papéis pós-fixados (quando juro do título da dívida pública é igual à taxa básica, seja ela qual for). É o nosso caso.
O que acontece?
Quando sobem os juros, imediatamente, a renda do cara que tem papel (e não só de quem compra títulos novos) aumenta. Suponha, além disso, que o prazo médio de vencimento da dívida pública é curto. Em um ano, o governo tem de refinanciar 30% da dívida. Se ficarmos um ano combatendo a inflação com juros mais altos, uma parte grande da dívida vai ser renovada com juro mais alto e, depois de um ano, já estamos gastando um dinheirão para remunerar aquela dívida. Se além de tudo a dívida é grande, esse efeito de aumentar a renda do setor privado (investidores da dívida pública) quando sobe a taxa básica de juros passa a ser muito importante. Aí, a política monetária perde a capacidade de ser a reguladora da demanda agregada. Nessa hora, o BC aceita a inflação, não tem mais como combater. Nessa hora, estamos naquilo que chamamos de “dominância fiscal”.
O Brasil está prestes a entrar em “dominância fiscal”?
A dominância fiscal depende do tamanho da dívida, do prazo médio de vencimento e da proporção de títulos pós-fixados, mas depende também da política fiscal. Temos algum refresco pela conjuntura econômica, que nos dá um tempo, mas se, nesse intervalo de tempo, não houver uma construção política que arrume a política fiscal, que construa, de forma estrutural, uma posição superavitária das contas públicas, vamos estar, em dois anos, em dominância fiscal. Quando a economia se recuperar, o desemprego cair e a inflação começar a subir, estaremos em dominância fiscal.
Isso levará a uma nova crise?
Não gera uma crise. Gera uma degradação permanente da conjuntura econômica. A inflação começa a subir, o BC não pode combater essa inflação, e ela vai subindo. Explode como hiperinflação? Acho que não, não explode. O processo de reinflação de uma economia é suave, é persistente, pode ser até meio rápido, mas não é descontínuo (com ruptura), principalmente para uma economia que tem tantas reservas como a brasileira. As reservas amortecem os choques.
Então não é um quadro de hiperinflação como o mencionado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes?
Não é. O quadro que o ministro descreveu seria válido para a situação que tínhamos em 1998, quando uma parte grande da dívida era denominada em dólar. Ou em 2002, um quadro de aceleração inflacionária mais rápida. Para haver descontinuidade, o país tem de ter muitos passivos denominados em dólar.
Tem uma componente da desvalorização cambial brasileira que é um problema doméstico, de natureza política, associado à dificuldade de resolver o nosso problema fiscal
A pressão recente da inflação, ainda que dentro da meta, é um sinal de alerta?
Uma parte significativa desse choque inflacionário de alimentos tem como origem a desvalorização do câmbio (alta do dólar) este ano. O câmbio está desvalorizando desde janeiro de 2018 e não teve pressão inflacionária, não teve repasse cambial. Por que agora está tendo? O que importa para saber se vai ter repasse cambial, além do desemprego, já que numa economia com muito desemprego o repasse é sempre menor, é a natureza do choque cambial. Esse fator, para o Brasil, é até mais importante do que o mercado de trabalho. Há dois tipos de choque cambial. O Brasil é um grande exportador de commodities (matérias-primas com cotação internacional). Vamos supor que, em três meses, as commodities têm um aumento de 30%. Numa economia com câmbio flutuante, naturalmente, há uma compensação: se as commodities ficaram mais caras em 30%, o câmbio vai se valorizar (o dólar vai cair) em 30%. E vice-versa. As commodities perdem valor, o câmbio desvaloriza (o dólar sobe). Esse mecanismo acontece quase automaticamente, pela operação do mercado financeiro. É uma das maravilhas do câmbio flutuante, porque protege a inflação brasileira das oscilações das commodities no mercado internacional. Nesse caso, não tem repasse cambial, porque quando desvaloriza o câmbio (o dólar sobe), aquela desvalorização está compensando um monte de commodities que ficaram mais baratas. Por isso, muitas vezes, o câmbio anda muito e não tem nenhum repasse.
Qual o outro tipo de choque cambial?
O que está gerando agora a desvalorização do câmbio foi a covid, o choque externo, que atinge todas as outras moedas de países emergentes. Só que a nossa moeda se desvalorizou mais. Tem uma componente da desvalorização brasileira que é um problema doméstico, de natureza política, associado à dificuldade de resolver o nosso problema fiscal. Isso bate no câmbio. Nos últimos dois trimestres, era para o câmbio ter se valorizado (o dólar ter caído), porque as commodities ficaram mais caras no mercado internacional. Pelo mecanismo de compensação, o câmbio deveria ter se valorizado para compensar, mas não só ele não valorizou como a percepção de risco aumentou e ele se desvalorizou. Temos uma pressão inflacionária por dois motivos: o câmbio está mais desvalorizado e as commodities estão mais caras.
Isso é um prenúncio do que aconteceria na “dominância fiscal”?
Exatamente. Não haveria compensação (da variação das cotações de commodities) e a gente ficaria importando inflação. (O movimento) Está pequeno porque há outros fatores que jogam na direção contrária. A inflação depende da resultante dessas quatro forças. Uma é a inércia, o passado. Outra é a expectativa, o futuro. A terceira é o câmbio. A quarta é o grau de ociosidade vigente na economia. O que acontece na dominância fiscal? O câmbio começa a andar (o dólar começa a subir). Como não tem o mecanismo de compensação, começa a ter repasse cambial. Uma hora esse repasse fica mais continuado e afeta as expectativas. As pessoas começam a projetar uma inflação mais alta. Como estamos começando com uma inflação muito baixa, a inércia joga na direção de manter a inflação baixa. E a ociosidade, o desemprego, vai na direção de manter a inflação baixa. Agora, se o mecanismo criar uma dinâmica própria, a força do câmbio e das expectativas vencem a ociosidade e a inércia, e entramos numa trajetória de reinflação. O começo é lento. As expectativas (de inflação) já estão subindo. Quando a inflação começar a subir um pouquinho, começará a acelerar a inércia. Daqui a pouco, o desemprego começa a diminuir. Aí, bem-vindos ao mundo da inflação.
Não há hiperinflação por causa dessas quatro forças?
É, o câmbio não vai a R$ 10. Com muitas reservas, tem um limitador. O câmbio vai se desvalorizando aos pouquinhos. Com muita dívida em dólar, o processo se retroalimenta. Com ativos (reservas internacionais) em dólar, o processo não se retroalimenta, porque, conforme se valoriza o dólar, a sua dívida (pública) cai. E isso ameniza o problema.
Fomos provavelmente o emergente que mais gastou por conta da pandemia e nosso ponto de partida era um dos piores.
Samuel Pessôa
Essa aceleração da inflação se dá em que ritmo?
É 5,0% no próximo ano, 7,5% no ano seguinte, 10,0% no próximo, e assim sucessivamente.
Vários países gastaram mais com a pandemia. Por que o problema é maior no Brasil?
Estamos fazendo o que todos os países fizeram. O problema é que fizemos mais do que os outros e o nosso ponto de partida era pior do que os outros. Evidentemente, as pessoas (investidores) estão menos preocupadas com o endividamento em todo mundo, porque todos entendem que a natureza do choque é externa. Agora, o Brasil é dos que estão na pior situação. Fomos provavelmente o emergente que mais gastou por conta da pandemia e nosso ponto de partida era um dos piores.
O teto de gastos tem sido eficaz para conter o desequilíbrio fiscal?
Se tirar o teto, o câmbio vai para R$ 7,00 ou R$ 7,50. O teto está funcionando, muito. Está funcionando na sua função de economia positiva, que é dar uma âncora para a restrição orçamentária do setor público. É a garantia de alguma solvência para o setor público. Isso ajuda a manter os riscos mais baixos. Agora, o teto tem também uma função de economia política. É auxiliar a sociedade a resolver o conflito distributivo. Isso está funcionando. Aprovamos a reforma da Previdência. Se o governo não fosse tão inepto na liderança, já teríamos aprovado mais coisas. Agora, nada impede que se troque o teto por outro teto, outra regra fiscal, mas, antes de mexer no teto, temos de construir outra âncora. Antes de fazer um novo teto para gastar mais, temos de aprovar no Congresso novos impostos. Pode até ter um ano de defasagem para os novos impostos entrarem, mas tem de aumentar a capacidade arrecadatória. O problema fiscal é termos regras que obriguem o gasto público a subir mais do que o PIB sistematicamente. O teto só impõe uma trava nesse processo, de uma maneira muito grosseira, porque trava tudo, mas tem de ser grosseiro mesmo, exatamente para gerar uma economia política favorável à mudança.
Por que é difícil equilibrar as contas com um plano mais amplo?
Porque a economia política do País é complicada. O País é heterogêneo, muito desigual, os interesses são divergentes. A nossa economia política, em geral, nos leva a inflação. Não temos inflação porque o Espírito Santo quis ou porque tem um anjo maligno que quer nos fazer sofrer. Temos pressão inflacionária porque o conflito distributivo na sociedade brasileira é muito estrito. Temos muita expectativa de direitos de servidor público, com paridade, integralidade e aposentadoria precoce. Temos de mexer nesses direitos adquiridos, mas as corporações não querem. Temos uma isenção tributária brutal no regime tributário especial do Simples (para empresas de menor porte), mas o Congresso não quer mudar. Tem a contribuição que vai para o Sistema S, uma construção dos anos 1940, quando não havia educação pública nem escola técnica. Hoje, universalizamos a escola fundamental, temos escola técnica, e continuamos tendo o Sistema S. Esse dinheiro tinha de financiar as escolas técnicas. Não é que tem dinheiro sendo jogado na rua. São programas cuja eficácia é menor do que custam. Se parar esses programas, o Estado fica mais rico. Aos pouquinhos, vamos resolvendo, porque a sociedade vai aprendendo, mas há um custo político muito grande. Envolve a percepção da sociedade e a capacidade da sociedade como um todo de se proteger de grupos de pressão.
Falamos aqui do Simples, do Sistema S, da reforma administrativa, dos gatilhos. Tudo isso não é tirar dos pobres para dar para os paupérrimos.
Samuel Pessôa
No curto prazo, o que deveria ser feito?
Aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), que está no Congresso desde o quarto trimestre de 2018 (e cria gatilhos para fazer o teto de gastos ser cumprido).Talvez valha introduzir alguns gatilhos mais poderosos do que os que têm lá. E aprovar essa PEC aplicada à União e aos entes subnacionais, Estados e municípios. Também passar aquela emenda (constitucional) que corta os supersalários. E uma reforma administrativa que dê mais racionalidade para a estrutura de carreiras, acabe com a progressão automática, a incorporação de prêmios.
A reforma administrativa não é mais focada na eficiência do que no corte de gastos?
O foco da reforma administrativa deveria ser a eficiência, mas, no Brasil, hoje, o objetivo de aumentar a eficiência vai junto do objetivo de conter o crescimento do gasto.
É possível reequilibrar as contas sem tirar dos pobres para dar para os paupérrimos?
Falamos aqui do Simples, do Sistema S, da reforma administrativa, dos gatilhos. Tudo isso não é tirar dos pobres para dar para os paupérrimos. Então, dá.
A reforma tributária ajuda o equilíbrio fiscal?
A reforma tributária prioritária é a dos impostos indiretos. Gosto muito da PEC 45, do deputado Baleia Rossi (MDB-SP). Aquilo lá é para gerar crescimento econômico, eficiência, porque vai diminuir muito os custos de transação na economia brasileira, mas acho que não está associado ao problema fiscal. A reforma é neutra do ponto de vista fiscal.
Aumentar impostos para os mais ricos, com uma reforma tributária, não é saída para o desequilíbrio fiscal?
É uma terceira agenda, que é aumentar a progressividade dos impostos de renda no Brasil. É aumentar as faixas do Imposto de Renda da Pessoa Física, cobrar mais de 27,5% a partir de determinada renda, aumentar talvez o Imposto Territorial Rural (ITR), aumentar o IPTU. A questão fiscal tem que ser tratada, primeiro, pela ótica do gasto público. Depois, pode até fazer mudanças na receita, mas tem de começar pelo gasto. O desequilíbrio está no gasto. Do jeito como as contas públicas estão definidas hoje, o gasto público tem de crescer mais do que o PIB sistematicamente. Não faz sentido uma sociedade em que, faça chuva ou faça sol, o gasto público vai crescer mais do que a base econômica que sustenta aquela sociedade. Tudo isso por causa de uma série de regras, de programas sociais, aposentadorias dos servidores públicos, que obrigam que o gasto público cresça mais do que a receita e do que a economia.
 

firulero

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Bolsonaro tá ficando gagá, na live ontem ele disse que nunca chamou o covid de "gripezinha", que é invenção da grande mídia.

Só que o fdp fez uma porra de um pronunciamento em rede nacional chamando o covd de gripezinha :kkk



É muita desonestidade intelectual pra uma pessoa só.
 

RoLukeSky

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‘Sem uma política fiscal que reduza o endividamento, é melhor desistir de combater a inflação’


‘Sem uma política fiscal que reduza o endividamento, é melhor desistir de combater a inflação’



A conjuntura econômica da recessão global causada pela covid-19 dá um tempo, de uns dois anos, para o Brasil buscar uma “construção política” para atingir o equilíbrio das contas públicas, diz Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Se não fizer uma “arrumação fiscal” nesse período, quando a economia brasileira se recuperar do tombo com a pandemia, a inflação voltará a subir.

Não será uma crise com “hiperinflação” – no último dia 9, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil pode “ir para uma hiperinflação muito rápido” se não rolar a dívida pública satisfatoriamente –, mas uma pressão que aumenta aos poucos, numa “degradação permanente”, diz Pessôa. A saída para evitar o pior, segundo o pesquisador, é manter o teto dos gastos públicos (regra que limita o aumento das despesas à inflação do ano anterior), aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC) que cria os gatilhos de corte de despesas, permitindo o cumprimento do teto, e aprovar uma reforma administrativa abrangente.

O aumento de gastos do governo para enfrentar a pandemia de covid-19 chegou ao limite?
O limite é dado pelo tamanho da dívida (pública), pelo que se considera ser o custo dessa dívida a médio prazo e pelo que achamos que é capacidade de crescimento da economia. Esses três parâmetros vão determinar qual o superávit que o Estado precisa para manter a dívida estável e até diminuí-la. Com uma dívida de 100% do PIB (Produto Interno Bruto) e um custo de capital (juros) de 4% (ao ano), se a economia cresce 2%, essencialmente, o superávit primário tem de ser 2% do PIB para estabilizar a dívida. Só que um país emergente com uma dívida de 100% do PIB precisa fazer essa dívida diminuir. Um superávit de 2% está no limite, é arriscado. Na verdade, em algum momento o superávit vai ter de ser mais próximo de 3%. Isso dá uma ideia do esforço fiscal.
As projeções para os próximos anos mostram que um superávit ainda está longe, não?
Podemos dizer que temos alguma folga, porque o desemprego está muito elevado. Por isso, a taxa de juros está bem mais baixa e o crescimento da economia, durante alguns anos, vai ser mais alto. Há um horizonte de dois anos pela frente em que a conta (da estabilização da dívida pública) não será desse jeito que eu fiz. Vamos ter um custo médio da dívida menor do que o crescimento econômico. Isso dá um fôlego. Agora, se não quisermos fazer uma política fiscal conservadora, contracionista, para produzir esse superávit e colocar a dívida em trajetória de queda, é melhor desistir de combater a inflação.
Samuel Pessôa
Pesquisador do Ibre/FGV
Físico com doutorado em economia pela USP, Samuel Pessôa é chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e sócio-diretor do Julius Baer Family Office. Também é professor assistente da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da FGV, no Rio.
O desequilíbrio das contas públicas levará a mais inflação?
Se a dívida é muito alta, e o governo não está fazendo uma política fiscal para estabilizar a dívida, quando começa a ter inflação, o Banco Central (BC) tem de subir juros. A subida de juros contém a demanda (e, assim, arrefece a inflação, já que os preços sobem quando há mais demanda do que oferta de bens e serviços). Mas tem um elemento da subida de juros que não contém a demanda. O juro é renda para alguém, para os detentores da dívida pública. Quando sobem os juros, a renda dos detentores da dívida pública aumenta. Esse efeito, em geral, é pequenininho, quando a dívida pública não é muito grande, porque, em geral, os governos lançam títulos em que os juros estão pré-fixados. Assim, quando o BC sobe o juro para combater a inflação, o título já emitido tem a mesma taxa. Só nos novos títulos emitidos no período em que os juros ficarem mais altos (para combater a inflação) é que vai incidir uma taxa maior. Se no período em que os juros estiverem mais altos a quantidade de títulos que o governo precisar emitir for pequenininha, não tem nenhum efeito. Agora, suponha um país que emite uma parte grande de seus papéis pós-fixados (quando juro do título da dívida pública é igual à taxa básica, seja ela qual for). É o nosso caso.
O que acontece?
Quando sobem os juros, imediatamente, a renda do cara que tem papel (e não só de quem compra títulos novos) aumenta. Suponha, além disso, que o prazo médio de vencimento da dívida pública é curto. Em um ano, o governo tem de refinanciar 30% da dívida. Se ficarmos um ano combatendo a inflação com juros mais altos, uma parte grande da dívida vai ser renovada com juro mais alto e, depois de um ano, já estamos gastando um dinheirão para remunerar aquela dívida. Se além de tudo a dívida é grande, esse efeito de aumentar a renda do setor privado (investidores da dívida pública) quando sobe a taxa básica de juros passa a ser muito importante. Aí, a política monetária perde a capacidade de ser a reguladora da demanda agregada. Nessa hora, o BC aceita a inflação, não tem mais como combater. Nessa hora, estamos naquilo que chamamos de “dominância fiscal”.
O Brasil está prestes a entrar em “dominância fiscal”?
A dominância fiscal depende do tamanho da dívida, do prazo médio de vencimento e da proporção de títulos pós-fixados, mas depende também da política fiscal. Temos algum refresco pela conjuntura econômica, que nos dá um tempo, mas se, nesse intervalo de tempo, não houver uma construção política que arrume a política fiscal, que construa, de forma estrutural, uma posição superavitária das contas públicas, vamos estar, em dois anos, em dominância fiscal. Quando a economia se recuperar, o desemprego cair e a inflação começar a subir, estaremos em dominância fiscal.
Isso levará a uma nova crise?
Não gera uma crise. Gera uma degradação permanente da conjuntura econômica. A inflação começa a subir, o BC não pode combater essa inflação, e ela vai subindo. Explode como hiperinflação? Acho que não, não explode. O processo de reinflação de uma economia é suave, é persistente, pode ser até meio rápido, mas não é descontínuo (com ruptura), principalmente para uma economia que tem tantas reservas como a brasileira. As reservas amortecem os choques.
Então não é um quadro de hiperinflação como o mencionado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes?
Não é. O quadro que o ministro descreveu seria válido para a situação que tínhamos em 1998, quando uma parte grande da dívida era denominada em dólar. Ou em 2002, um quadro de aceleração inflacionária mais rápida. Para haver descontinuidade, o país tem de ter muitos passivos denominados em dólar.

A pressão recente da inflação, ainda que dentro da meta, é um sinal de alerta?
Uma parte significativa desse choque inflacionário de alimentos tem como origem a desvalorização do câmbio (alta do dólar) este ano. O câmbio está desvalorizando desde janeiro de 2018 e não teve pressão inflacionária, não teve repasse cambial. Por que agora está tendo? O que importa para saber se vai ter repasse cambial, além do desemprego, já que numa economia com muito desemprego o repasse é sempre menor, é a natureza do choque cambial. Esse fator, para o Brasil, é até mais importante do que o mercado de trabalho. Há dois tipos de choque cambial. O Brasil é um grande exportador de commodities (matérias-primas com cotação internacional). Vamos supor que, em três meses, as commodities têm um aumento de 30%. Numa economia com câmbio flutuante, naturalmente, há uma compensação: se as commodities ficaram mais caras em 30%, o câmbio vai se valorizar (o dólar vai cair) em 30%. E vice-versa. As commodities perdem valor, o câmbio desvaloriza (o dólar sobe). Esse mecanismo acontece quase automaticamente, pela operação do mercado financeiro. É uma das maravilhas do câmbio flutuante, porque protege a inflação brasileira das oscilações das commodities no mercado internacional. Nesse caso, não tem repasse cambial, porque quando desvaloriza o câmbio (o dólar sobe), aquela desvalorização está compensando um monte de commodities que ficaram mais baratas. Por isso, muitas vezes, o câmbio anda muito e não tem nenhum repasse.
Qual o outro tipo de choque cambial?
O que está gerando agora a desvalorização do câmbio foi a covid, o choque externo, que atinge todas as outras moedas de países emergentes. Só que a nossa moeda se desvalorizou mais. Tem uma componente da desvalorização brasileira que é um problema doméstico, de natureza política, associado à dificuldade de resolver o nosso problema fiscal. Isso bate no câmbio. Nos últimos dois trimestres, era para o câmbio ter se valorizado (o dólar ter caído), porque as commodities ficaram mais caras no mercado internacional. Pelo mecanismo de compensação, o câmbio deveria ter se valorizado para compensar, mas não só ele não valorizou como a percepção de risco aumentou e ele se desvalorizou. Temos uma pressão inflacionária por dois motivos: o câmbio está mais desvalorizado e as commodities estão mais caras.
Isso é um prenúncio do que aconteceria na “dominância fiscal”?
Exatamente. Não haveria compensação (da variação das cotações de commodities) e a gente ficaria importando inflação. (O movimento) Está pequeno porque há outros fatores que jogam na direção contrária. A inflação depende da resultante dessas quatro forças. Uma é a inércia, o passado. Outra é a expectativa, o futuro. A terceira é o câmbio. A quarta é o grau de ociosidade vigente na economia. O que acontece na dominância fiscal? O câmbio começa a andar (o dólar começa a subir). Como não tem o mecanismo de compensação, começa a ter repasse cambial. Uma hora esse repasse fica mais continuado e afeta as expectativas. As pessoas começam a projetar uma inflação mais alta. Como estamos começando com uma inflação muito baixa, a inércia joga na direção de manter a inflação baixa. E a ociosidade, o desemprego, vai na direção de manter a inflação baixa. Agora, se o mecanismo criar uma dinâmica própria, a força do câmbio e das expectativas vencem a ociosidade e a inércia, e entramos numa trajetória de reinflação. O começo é lento. As expectativas (de inflação) já estão subindo. Quando a inflação começar a subir um pouquinho, começará a acelerar a inércia. Daqui a pouco, o desemprego começa a diminuir. Aí, bem-vindos ao mundo da inflação.
Não há hiperinflação por causa dessas quatro forças?
É, o câmbio não vai a R$ 10. Com muitas reservas, tem um limitador. O câmbio vai se desvalorizando aos pouquinhos. Com muita dívida em dólar, o processo se retroalimenta. Com ativos (reservas internacionais) em dólar, o processo não se retroalimenta, porque, conforme se valoriza o dólar, a sua dívida (pública) cai. E isso ameniza o problema.

Essa aceleração da inflação se dá em que ritmo?
É 5,0% no próximo ano, 7,5% no ano seguinte, 10,0% no próximo, e assim sucessivamente.
Vários países gastaram mais com a pandemia. Por que o problema é maior no Brasil?
Estamos fazendo o que todos os países fizeram. O problema é que fizemos mais do que os outros e o nosso ponto de partida era pior do que os outros. Evidentemente, as pessoas (investidores) estão menos preocupadas com o endividamento em todo mundo, porque todos entendem que a natureza do choque é externa. Agora, o Brasil é dos que estão na pior situação. Fomos provavelmente o emergente que mais gastou por conta da pandemia e nosso ponto de partida era um dos piores.
O teto de gastos tem sido eficaz para conter o desequilíbrio fiscal?
Se tirar o teto, o câmbio vai para R$ 7,00 ou R$ 7,50. O teto está funcionando, muito. Está funcionando na sua função de economia positiva, que é dar uma âncora para a restrição orçamentária do setor público. É a garantia de alguma solvência para o setor público. Isso ajuda a manter os riscos mais baixos. Agora, o teto tem também uma função de economia política. É auxiliar a sociedade a resolver o conflito distributivo. Isso está funcionando. Aprovamos a reforma da Previdência. Se o governo não fosse tão inepto na liderança, já teríamos aprovado mais coisas. Agora, nada impede que se troque o teto por outro teto, outra regra fiscal, mas, antes de mexer no teto, temos de construir outra âncora. Antes de fazer um novo teto para gastar mais, temos de aprovar no Congresso novos impostos. Pode até ter um ano de defasagem para os novos impostos entrarem, mas tem de aumentar a capacidade arrecadatória. O problema fiscal é termos regras que obriguem o gasto público a subir mais do que o PIB sistematicamente. O teto só impõe uma trava nesse processo, de uma maneira muito grosseira, porque trava tudo, mas tem de ser grosseiro mesmo, exatamente para gerar uma economia política favorável à mudança.
Por que é difícil equilibrar as contas com um plano mais amplo?
Porque a economia política do País é complicada. O País é heterogêneo, muito desigual, os interesses são divergentes. A nossa economia política, em geral, nos leva a inflação. Não temos inflação porque o Espírito Santo quis ou porque tem um anjo maligno que quer nos fazer sofrer. Temos pressão inflacionária porque o conflito distributivo na sociedade brasileira é muito estrito. Temos muita expectativa de direitos de servidor público, com paridade, integralidade e aposentadoria precoce. Temos de mexer nesses direitos adquiridos, mas as corporações não querem. Temos uma isenção tributária brutal no regime tributário especial do Simples (para empresas de menor porte), mas o Congresso não quer mudar. Tem a contribuição que vai para o Sistema S, uma construção dos anos 1940, quando não havia educação pública nem escola técnica. Hoje, universalizamos a escola fundamental, temos escola técnica, e continuamos tendo o Sistema S. Esse dinheiro tinha de financiar as escolas técnicas. Não é que tem dinheiro sendo jogado na rua. São programas cuja eficácia é menor do que custam. Se parar esses programas, o Estado fica mais rico. Aos pouquinhos, vamos resolvendo, porque a sociedade vai aprendendo, mas há um custo político muito grande. Envolve a percepção da sociedade e a capacidade da sociedade como um todo de se proteger de grupos de pressão.

No curto prazo, o que deveria ser feito?
Aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), que está no Congresso desde o quarto trimestre de 2018 (e cria gatilhos para fazer o teto de gastos ser cumprido).Talvez valha introduzir alguns gatilhos mais poderosos do que os que têm lá. E aprovar essa PEC aplicada à União e aos entes subnacionais, Estados e municípios. Também passar aquela emenda (constitucional) que corta os supersalários. E uma reforma administrativa que dê mais racionalidade para a estrutura de carreiras, acabe com a progressão automática, a incorporação de prêmios.
A reforma administrativa não é mais focada na eficiência do que no corte de gastos?
O foco da reforma administrativa deveria ser a eficiência, mas, no Brasil, hoje, o objetivo de aumentar a eficiência vai junto do objetivo de conter o crescimento do gasto.
É possível reequilibrar as contas sem tirar dos pobres para dar para os paupérrimos?
Falamos aqui do Simples, do Sistema S, da reforma administrativa, dos gatilhos. Tudo isso não é tirar dos pobres para dar para os paupérrimos. Então, dá.
A reforma tributária ajuda o equilíbrio fiscal?
A reforma tributária prioritária é a dos impostos indiretos. Gosto muito da PEC 45, do deputado Baleia Rossi (MDB-SP). Aquilo lá é para gerar crescimento econômico, eficiência, porque vai diminuir muito os custos de transação na economia brasileira, mas acho que não está associado ao problema fiscal. A reforma é neutra do ponto de vista fiscal.
Aumentar impostos para os mais ricos, com uma reforma tributária, não é saída para o desequilíbrio fiscal?
É uma terceira agenda, que é aumentar a progressividade dos impostos de renda no Brasil. É aumentar as faixas do Imposto de Renda da Pessoa Física, cobrar mais de 27,5% a partir de determinada renda, aumentar talvez o Imposto Territorial Rural (ITR), aumentar o IPTU. A questão fiscal tem que ser tratada, primeiro, pela ótica do gasto público. Depois, pode até fazer mudanças na receita, mas tem de começar pelo gasto. O desequilíbrio está no gasto. Do jeito como as contas públicas estão definidas hoje, o gasto público tem de crescer mais do que o PIB sistematicamente. Não faz sentido uma sociedade em que, faça chuva ou faça sol, o gasto público vai crescer mais do que a base econômica que sustenta aquela sociedade. Tudo isso por causa de uma série de regras, de programas sociais, aposentadorias dos servidores públicos, que obrigam que o gasto público cresça mais do que a receita e do que a economia.

Mas quem liga?! :klolwtf

Mão com arminha mão com arminha mão com arminha
 

Hobgoblin

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Witold Pilecki

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Bolsonaro tá ficando gagá, na live ontem ele disse que nunca chamou o covid de "gripezinha", que é invenção da grande mídia.

Só que o fdp fez uma porra de um pronunciamento em rede nacional chamando o covd de gripezinha :kkk



É muita desonestidade intelectual pra uma pessoa só.

O maior perigo de vc mentir é que começa a tomar gosto pela coisa.
 

Hiperbrain

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Que beleza.

Antes esses m**** eram conhecidos pela excelência em capinar lotes e pintar meio fio de rua.


Mas agora farão tudo isso com um toque de sensibilidade e charme.

Que evolução!!!

E a vermelhada ainda vai colocar defeito dizendo que ela é branca.

Afinal, o futuro agora é uma "mulher preta".
 
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