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XXXXX com seu isentismo limpinho novamente. HUUHUHUUHHAUUAHAUHUAUAHHUAAHUAHUAA!!!
Só faltou falar de terraplanismo.
Empresto a expressão aposta nesse excelente post, tão conciso quanto factual, para começar a traçar as linhas que esboçam esse açodado e recorrente perfil do debate popular, que surge sempre que vê as suas reputação e biografia ameaçadas da não aprovação majoritária dos legitimadores de etiqueta e censores de opinião.
VAIDADE E ORGULHO
Bolsonaro é resultado político-cultural proporcional ao que é a política brasileira, que é reflexo de seu povo. Ele é o resultado contextual possível do que foi a era petista e o processo popular de sua derrocada. Brasileiro precisa com urgência, mas muito humildemente começar a se educar politicamente. O primeiro passo é aceitar a planta que tem no próprio quintal. Talvez você não a tenha plantado, mas ela existe e está no seu quintal.
Adepto de um preciosismo pueril e afetado, o “nova Direita” está sempre pronto a adotar chavões, rótulos, axiomas, narrativas e outras iguarias raivosas da feira de mesquinharias chiques da gentalha à qual ele diz se opor.
Ele não reconhece nem entende processos e fenômenos sociais, políticos e antropológicos. Para ele, o petista é o bolsonarista, que é também o olavista, que é também o provinciano, ao mesmo tempo em que é o fascista, o machista e o terraplanista. Prefere os imediatismos preguiçosos e os rascunhos fáceis da realidade paralela que cria para se proteger de críticas, ataques e ostracismo.
INGENUIDADE E INCONSEQUÊNCIA
No afã de sinalizar ponderação, equilíbrio e conhecimento, o “nova Direita” irá aprovar e desaprovar ideais na velocidade com que uma dondoca prova vestidos num shopping de modas. Ele é astuto, perspicaz e isento de autocrítica, pois considera que a sua conduta disruptiva e histérica seja sinal de inteligência superior e caráter ilibado.
Autocrítica é o que ele irá passar a cobrar implacavelmente de outrora pares e aliados que tenham optado por priorizar o projeto maior agindo de forma mais pragmática e resiliente, buscando sobreviver e superar momentos difíceis diante de situações adversas e não ceder à pressão, independentemente da situação.
Isso num cenário duradouro no qual temos um inimigo declarado e que atua pautado por critérios que ignoram regras.
PT não precisa fazer autocrítica e não é partido de apoio, diz Lula
PT não precisa fazer autocrítica e não é partido de apoio, diz Lula | Exame
Com discussões de que a sigla poderia compor candidaturas de outras legendas, petista disse que o partido deve concorrer em todas as cidades possíveis
exame.com
A Esquerda é pragmática, inescrupulosa, capaz de fazer matar por amor em nome da causa. Eles agem por meio de truques mentais muito simples, mas bastante eficazes porque desconsideram meios ou limites éticos.
Mas o “nova Direita” é prudente, sofisticado, ético e garboso e irá distribuir lições morais a todos esses fanáticos da desconfiança, mercadores do otimismo, iludidos da liberdade, conspiradores obscurantistas. "Como podem desconfiar da imprensa, da elite midiática progressista, do STF? Quem esse povo ignorante pensa que é? Permanecer apoiando esse governo? Só criminoso apóia. Não passam de terraplanistas, olavistas, fascistas, terroristas, assassinos, gado, passa-pano de torturador, rachadinha, micheque hehe, tia do açaí... cada um deles. EU estou com a razão. Até a Esquerda concorda, viu?"
Naturalmente, o que se tem hoje é um declínio vertiginoso do debate. Toda e qualquer abordagem já traz na retórica o rótulo. Definitivo, conclusivo, irrevogável, estigmatizante e continuamente repetido, validado e reafirmado por uma máquina de propaganda ideológica gigantesca, poderosa, fanática e intocável.
EXPLICANDO O DESENHO
O resultado prático é que o “nova Direita” se converte no maior e mais importante aliado da estrutura predatória que se arvora sobre a sociedade, que é condenada a receber a "ração" diretamente de um aparato midiático inescrupuloso e comprometido com um sistema político-estatal de poder e controle. Eu sempre disse aqui que a ditadura da Esquerda começa no controle sobre a linguagem, se apossando dela e de cada uma de suas palavras.
A quem ouve, ACORDE, não seja ingênuo. As suas críticas, ou autocríticas que sejam, JAMAIS os irão satisfazer. O real problema para eles é você ter consciência de causa e de grupo e manter o apoio, mesmo criticando quando necessário.
Num ambiente de normalidade social, um apoiador do governo conseguiria avaliá-lo melhor e até criticá-lo com mais propriedade. Só que, ENTENDAM, a Esquerda não tem o menor interesse nisso. O que lhe interessa é que cada apoiador se converta ferozmente numa hiena raivosa e passe a atacar os próprios aliados impiedosamente, processo que o ““nova Direita” vem executando com uma disciplina invejável.
Por incontáveis vezes eu e tantos outros tivemos críticas honestas a fazer contra o Presidente. ENTENDAM, não interessa. “É pouco”. Jamais será o suficiente até que você embarque no barco deles.
O “nova Direita” Nando Moura puxou a fila e milhares de máscaras caíram. O princípio de meramente respeitar a posição daqueles que optaram por continuar apoiando é absolutamente IGNORADO. Não existe isso de “respeitar”. O “nova Direita” EXIGE dos outros a perfeição que enxerga em si mesmo.
Para cada crítica que já tive contra o governo, surgiram contra ele 10 ataques covardes e mentiras pornográficas de tão escancaradas.
Essa arguição de que apoiadores do governo são "gados" e cegos visa tão somente desumanizar-nos e cobrar não a crítica, mas o ataque destrutivo. Não se explique, não dê satisfações a fingidores morais. Isso é uma distração, um diversionismo.
A Esquerda obriga que seus ataques sempre conduzam referências PESSOAIS. Dessa forma, ela pode estendê-los a todos os apoiadores do alvo atacado, fazendo referência direta à sua índole e caráter. É exatamente por isso que usam todo esse aparato midiático de poder, controle e manipulação para repetir incansavelmente insultos como "fascista, nazista, racista, genocida, torturador, machista, estuprador" e tantos outros impropérios.
Não é por acaso que estigmatizam cada eleitor ou apoiador do governo como criminoso, terrorista, antidemocrático, extremista, olavista e etc. É o chorume próprio daqueles que se alimentam de lavagem. O militante progressista não dialoga, não "troca ideias", não argumenta, não debate. Ele vive apenas de [falsamente] afirmar, acusar, difamar, destruir, julgar e condenar, pois tem exata e inconfessável noção de toda a estrutura que o respalda e protege. O “nova Direita” vem emulando o mesmo comportamento.
ARQUÉTIPO DO ORGULHO MORAL RESSENTIDO
Minhas experiências tentando falar sobre política com perfis sociais caricatos e comuns reafirmam essa tendência. Muitos deles, a exemplo de uma vizinha de infância, desviam e fogem como podem do cerne da questão. Essa fulana, de seus 37 anos, conseguiu ir de Trump a Silvio Santos em duas linhas, alegando que os grandes culpados pelas injustiças e desigualdades eram o "homem do baú" e o Edir Macedo, por “enriquecerem à custa do povo”. Acusou também o dono da RedeTV, que na opinião dela é um "crápula"[?]. Para fechar com chave de ouro, disse que a Globo é a única tevê aberta que faz um "jornalismo confiável".
Uma mentalidade como essa, replicada aos milhões, não alcança a ideia de que figuras como Felipe Neto só se tornam "deuses" por causa da cultura do próprio povo. Ela não entende que Silvio Santos não apontou uma arma na cabeça de ninguém para que comprassem o seu "carnê da felicidade". Na verdade, ela não quer entender. Ela só busca aprovação dentro da bolha e sabe que esse tipo de ódio emblemático “pega bem”.
Essa pessoa já vem desde criança alimentada e carregada de ideias vitimistas e de lutas sociais baseadas em propriedades meramente estéticas, materiais e quantitativas. Uma pessoa assim não se interessa por política, não fala do Congresso, não discute o último projeto de Lei. Essa pessoa só está preparada para que lhe apontem o vilão a ser atacado e usado em "conversas mais complexas".
Essa pessoa é o povo. Esse povo é negacionista dos próprios resultados que produz. Ele quer criticar a novela, o sucesso do BBB, o Silvio Santos, o Edir Macedo... apenas como refugo moral. Nesse delírio, esse povo acha que pode exigir um Presidente da República perfeito e irretocável, porque não se considera parte do problema. Não pode nem vai ter.
A mídia só tem o trabalho de incutir e estimular na mentalidade do povo essa vaidade moral postiça e apontar-lhe o vilão. O vilão da vez é Bolsonaro. Perceber o truque e fazer o ponto de inflexão desse comportamento te coloca automaticamente como alvo a ser atacado e destruído, juntamente com o vilão. Isso por ter a percepção de que algo está errado e de que repetidamente o povo recorre sempre às mesmas "soluções", de forma quase que inconsciente.
Na nossa ilusão de "República representativa", o representante máximo do povo é o Presidente da República. É este que, queira ou não, será avaliado de forma mais ampla e duradoura. Logo, é essa peça "perigosa" de proximidade aos anseios populares que o sistema sempre levará o povo a trocar quando ela não se comportar bem dentro da engrenagem maior. Nunca, jamais, as peças-chaves que na prática controlam todas as decisões mais impactantes do Presidente da República.
É um processo muito simples de executar. Já possui método, toda a estrutura midiática e judiciária e know how histórico para manipular a vaidade do brasileiro médio e levá-lo a acreditar no que quiserem.
O brasileiro médio responderá positivamente a estímulos e discursos "poéticos e bem intencionados" sobre Democracia, Direitos, Cidadania e "Justiça". Será facilmente envaidecido e munido de "indignação cidadã". Esse brasileiro irá, a exemplo do “nova Direita”, recorrer às mesmas soluções inúteis para negar, atacar e destruir a sua própria realidade, por julgar-se estar acima dela.
Não está.
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