Eudaimon
Bam-bam-bam
- Mensagens
- 2.216
- Reações
- 8.644
- Pontos
- 453
Branquinha é o nome da cadelinha da minha mãe que, de alguma forma, eu sempre considerei tbm como meu animal de estimação.
Inúmeras vezes eu flagrei em roupas minhas, principalmente nas mais escuras, alguns pelinhos dela. Lembro que me incomodava com isso.Também me incomodava às vezes como ela latia para os barulhos na rua, de um jeito meio neurótico.
Mas, desde o inicio deste ano, a Branquinha andava latindo menos.
Há uns 6 meses, surgiram uns sangramentos nela, com uns sinais pretos, que ela ficava lambendo. Eu a levei para um veterinário, onde foi realizada uma operação para retirar esses sinais.
Parecia ter ficado tudo bem mas,há tipo 1 mês, apareceram outros sinais. Dessa vez eram umas bolotonas bem maiores. Os sangramentos também aumentaram muito. Ela tbm passou a vomitar quase tudo o que ingeria.
Eu estranhei porque, quando a vi depois de alguns dias, acho que foi uma das primeiras vezes em que ela permaneceu sentada no sofá, sem fazer festa ao me rever. Só abanou timidamente o rabo. Cheguei próximo e percebi que havia algo que se assemelhava a uma lágrima nos olhos dela, ou talvez alguma remela, mas com umidade nos olhos. Sinceramente eu nem sabia que cachorro podia chorar também....
Minha mãe e eu protelamos um ou dois dias para levá-la ao veterinário de novo. Parece que pressentíamos o que poderia vir do diagnóstico. Mas era preciso saber a verdade.
O mesmo veterinário que antes a operara nos informou que ela tinha um quadro absolutamente irreversível, de câncer linfático. As bolotas eram tumores decorrentes disso. Ele recomendou honestamente que a gente fizesse nela uma eutanásia porque, de agora em diante, a única perspectiva para a Branquinha era de avanço no quadro e, como consequência, muito sofrimento.
Voltamos para casa tristes com a notícia, mas decidimos seguir a orientação do profissional e encaminhá-la à morte assistida, no mesmo dia.
Antes, porém, quisemos dar à Branquinha um momento de muita felicidade, levando-a para fazer o que mais gostava. Assim, ela foi conosco para dar uma última volta no Parque da Redenção. Também picotamos uma guloseima de carne para ela. Impressionante que, mesmo naquele quadro de anemia, que a tornara letárgica, ela ainda demonstrou disposição para essas coisas que tanto amou na vida. Ela ficou realmente feliz.
Manos, decidi ir junto para ver o procedimento, assim como a minha mãe, e minha namorada ( que também gostava muito da cadelinha). Confesso para vocês que fiquei pensando depois se ir junto foi o mais certo, porque aquilo que vi me deixou verdadeiramente comovido.
A Branquinha de alguma forma parecia meio assustada quando a levamos naquele ambiente. Não sei se ela pressentia algo... Quando o veterinário, dr Lucas ( diga-se de passagem, um dos profissionais mais humanos que já conheci) tentou aplicar a injeção inicialmente nela, ela deu um grito, assustada. A gente teve de acalmá-la, e ele fez um outro procedimento, tentando pegar a veia dela e dando uma espécie de calmante muscular. Depois de tomar essa, ela de fato ficou bem paradinha, olhando-nos, e depois ele aplicou a injeção que acredito seja a que para a atividade cardíaca ( essa segunda picada ela nem sentiu).
A Branquinha se foi ali, na nossa frente, aos 14 anos caninos ( algo como 90 humanos) com o focinho no peito da minha mãe, que a abraçava. Eu fiquei absolutamente admirado com a resiliência e a força da minha mãe, que inclusive foi conferir até a última batida do coraçãozinho da Branca, como que procurando acalmá-la, sem desmoronar ( o que eu acho que ela só conseguia por ter sido médica durante muitos anos, inclusive em situações de alta gravidade, onde assinou incontáveis atestados de óbito). Manos, confesso que eu, marmanjo de 35 anos, nessa hora não consegui controlar minha emoção.
Enfim, quis contar para vocês aqui essa experiência, que agora vai fazer na realidade 2 semanas. É engraçado, de alguma forma até me causa um calafrio, mas não encontrar mais nenhum pelo dela pelas minhas roupas, nem mandá-la se calar por estar latindo para algum miado na rua, são coisas que agora me causam alguma angústia, um sentimento nostálgico. Eu adoraria que vcs pudessem-na ter conhecido, ela foi um cachorro muito amável, que fazia pronta amizade com qualquer pessoa ( embora implicasse co outros caezinhos).
Aproveitem a vida dos seus cachorrinhos, esses animais tão adoráveis, com vcs.
Essa foi a última foto que tirei da Quinha.
Inúmeras vezes eu flagrei em roupas minhas, principalmente nas mais escuras, alguns pelinhos dela. Lembro que me incomodava com isso.Também me incomodava às vezes como ela latia para os barulhos na rua, de um jeito meio neurótico.
Mas, desde o inicio deste ano, a Branquinha andava latindo menos.
Há uns 6 meses, surgiram uns sangramentos nela, com uns sinais pretos, que ela ficava lambendo. Eu a levei para um veterinário, onde foi realizada uma operação para retirar esses sinais.
Parecia ter ficado tudo bem mas,há tipo 1 mês, apareceram outros sinais. Dessa vez eram umas bolotonas bem maiores. Os sangramentos também aumentaram muito. Ela tbm passou a vomitar quase tudo o que ingeria.
Eu estranhei porque, quando a vi depois de alguns dias, acho que foi uma das primeiras vezes em que ela permaneceu sentada no sofá, sem fazer festa ao me rever. Só abanou timidamente o rabo. Cheguei próximo e percebi que havia algo que se assemelhava a uma lágrima nos olhos dela, ou talvez alguma remela, mas com umidade nos olhos. Sinceramente eu nem sabia que cachorro podia chorar também....
Minha mãe e eu protelamos um ou dois dias para levá-la ao veterinário de novo. Parece que pressentíamos o que poderia vir do diagnóstico. Mas era preciso saber a verdade.
O mesmo veterinário que antes a operara nos informou que ela tinha um quadro absolutamente irreversível, de câncer linfático. As bolotas eram tumores decorrentes disso. Ele recomendou honestamente que a gente fizesse nela uma eutanásia porque, de agora em diante, a única perspectiva para a Branquinha era de avanço no quadro e, como consequência, muito sofrimento.
Voltamos para casa tristes com a notícia, mas decidimos seguir a orientação do profissional e encaminhá-la à morte assistida, no mesmo dia.
Antes, porém, quisemos dar à Branquinha um momento de muita felicidade, levando-a para fazer o que mais gostava. Assim, ela foi conosco para dar uma última volta no Parque da Redenção. Também picotamos uma guloseima de carne para ela. Impressionante que, mesmo naquele quadro de anemia, que a tornara letárgica, ela ainda demonstrou disposição para essas coisas que tanto amou na vida. Ela ficou realmente feliz.
Manos, decidi ir junto para ver o procedimento, assim como a minha mãe, e minha namorada ( que também gostava muito da cadelinha). Confesso para vocês que fiquei pensando depois se ir junto foi o mais certo, porque aquilo que vi me deixou verdadeiramente comovido.
A Branquinha de alguma forma parecia meio assustada quando a levamos naquele ambiente. Não sei se ela pressentia algo... Quando o veterinário, dr Lucas ( diga-se de passagem, um dos profissionais mais humanos que já conheci) tentou aplicar a injeção inicialmente nela, ela deu um grito, assustada. A gente teve de acalmá-la, e ele fez um outro procedimento, tentando pegar a veia dela e dando uma espécie de calmante muscular. Depois de tomar essa, ela de fato ficou bem paradinha, olhando-nos, e depois ele aplicou a injeção que acredito seja a que para a atividade cardíaca ( essa segunda picada ela nem sentiu).
A Branquinha se foi ali, na nossa frente, aos 14 anos caninos ( algo como 90 humanos) com o focinho no peito da minha mãe, que a abraçava. Eu fiquei absolutamente admirado com a resiliência e a força da minha mãe, que inclusive foi conferir até a última batida do coraçãozinho da Branca, como que procurando acalmá-la, sem desmoronar ( o que eu acho que ela só conseguia por ter sido médica durante muitos anos, inclusive em situações de alta gravidade, onde assinou incontáveis atestados de óbito). Manos, confesso que eu, marmanjo de 35 anos, nessa hora não consegui controlar minha emoção.
Enfim, quis contar para vocês aqui essa experiência, que agora vai fazer na realidade 2 semanas. É engraçado, de alguma forma até me causa um calafrio, mas não encontrar mais nenhum pelo dela pelas minhas roupas, nem mandá-la se calar por estar latindo para algum miado na rua, são coisas que agora me causam alguma angústia, um sentimento nostálgico. Eu adoraria que vcs pudessem-na ter conhecido, ela foi um cachorro muito amável, que fazia pronta amizade com qualquer pessoa ( embora implicasse co outros caezinhos).
Aproveitem a vida dos seus cachorrinhos, esses animais tão adoráveis, com vcs.
Essa foi a última foto que tirei da Quinha.