O que há de Novo?
Fórum Outer Space - O maior fórum de games do Brasil

Registre uma conta gratuita hoje para se tornar um membro! Uma vez conectado, você poderá participar neste site adicionando seus próprios tópicos e postagens, além de se conectar com outros membros por meio de sua própria caixa de entrada privada!

  • Anunciando os planos GOLD no Fórum Outer Space
    Visitante, agora você pode ajudar o Fórum Outer Space e receber alguns recursos exclusivos, incluindo navegação sem anúncios e dois temas exclusivos. Veja os detalhes aqui.


Brasil encerrou 2021 com número recorde de famílias endividadas, diz CNC

Elijah Kamski

Bam-bam-bam
Mensagens
5.295
Reações
11.923
Pontos
353
O nível de endividamento médio das famílias brasileiras em 2021 foi o maior em 11 anos. É o que aponta a pesquisa divulgada nesta terça-feira (18) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo o levantamento, o último ano apresentou recorde do total de endividados, registrando uma média de 70,9% das famílias brasileiras, enquanto dezembro alcançou 76,3% do total de famílias – patamar máximo histórico já registrado pela CNC.

Ou seja, 7 em cada 10 famílias contraíram algum tipo de dívida com o sistema financeiro em 2021.

Em 2020, o nível médio de endividamento foi de 66,5%.



Percentual de endividamento das famílias — Foto: Economia g1


Percentual de endividamento das famílias — Foto: Economia g1


"Em 2021, observou-se aumento de 4,4 pontos percentuais no número médio de famílias com dívidas em pelo menos uma das principais modalidades - cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro e financiamento de casa, entre outras", destacou a CNC.



Inadimplência tem leve recuo​



Apesar do aumento do número de endividados no país, o percentual médio de famílias inadimplentes – com contas ou dívidas em atraso – diminuiu de 25,5% em 2020 para 25,2% em 2021.


"No último trimestre do ano, entretanto, o indicador de contas em atraso acirrou, indicando tendência de alta para o início de 2022", destacou a CNC.




Em dezembro alcançou 26,2% ante 26,1% em novembro. O nível recorde no percentual do indicador ocorreu em agosto de 2020, quando alcançou 26,7%.

Já percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas dívidas e que, portanto, devem permanecer inadimplentes recuo de 11% em 2020 para 10,5% dos lares no país, na média do ano passado.

O comprometimento médio da renda com o pagamento mensal das dívidas teve apenas uma leve alta e alcançou a média de 30,2% no ano, contra 30% em 2020.




Cartão de crédito segue como principal dívida​



Assim como nos anos anteriores, o cartão de crédito foi o tipo de dívida mais citado pelas famílias, alcançando o patamar de 82,6% na média anual.



Em segundo lugar, focara, os carnês de lojas, apontado por 18,1% das famílias, e, em terceiro, o financiamento de carro, por 11,6%. Na sequência, aparece o financiamento de casa (9,1%) e o crédito pessoal (9%).

O aumento do endividamento, porém, foi impulsionado por fatores diferentes em cada tipo de faixa de renda.


"A inflação ao consumidor mais elevada provocou o maior endividamento entre as famílias de menor renda, pela necessidade de recomposição dos rendimentos. Entre as famílias consideradas mais ricas, a demanda represada, em especial pelo consumo de serviços, fez o endividamento aumentar ainda mais expressivamente, em especial no cartão de crédito", destacou o relatório.



Expectativas para 2022​



Apesar da piora do cenário macroeconômico e das condições financeiras mais acirradas (orçamento doméstico comprimido, inflação alta, fragilidade no mercado de trabalho sem ganhos reais nos rendimentos), a CNC destacou que uma "parcela menor de consumidores relatou estar muito endividada" e que também diminuiu a proporção de consumidores na faixa de menor renda com mais de 50% da renda comprometida com dívidas.


"O início de 2022 é marcado pelo alto endividamento, em que os consumidores seguirão enfrentando os desafios financeiros da segunda metade de 2021, principalmente inflação e juros elevados, assim como o mercado de trabalho formal ainda frágil. Soma-se a isso o vencimento de despesas típicas do primeiro trimestre, as quais apertarão ainda mais os orçamentos domésticos neste período", avaliou a CNC.



https://g1.globo.com/economia/notic...recorde-de-familias-endividadas-diz-cnc.ghtml
 


Baneman

Discípulo de São Jorge
VIP
Mensagens
16.642
Reações
30.460
Pontos
1.253
Essa pesquisa não faz sentido.

Eles colocam até cartão de crédito como endividamento.
Comprou um celular parcelado? Já entra na estatística.
Comprou um carro? Já entra na estatística.

E pior, a estatística que realmente importa, de inadimplência, o texto da pouco valor, sendo que ela CAIU em relação ano passado, ao contrário da taxa de endividamento.


Enviado do meu iPhone usando Tapatalk
 

Dathilot

Lenda da internet
Mensagens
15.719
Reações
12.740
Pontos
1.654
Não dá uma dentro, hein? O endividamento só aumenta desde o governo Lula, que expandiu o crédito, e nenhum governo posterior resolveu isso... nem o seu micto Bolsonaro.
Não sou bolsonarista.
E que eu me lembre eu discuti o problema do crédito aqui bem no início do pandemia.
 

DrMagnet

Mil pontos, LOL!
Mensagens
7.093
Reações
8.563
Pontos
1.059
Não aconteceu a nível do executivo federal. A nivel de estado e município aconteceu.
Vá pra um bairro de classe média baixa pra baixo, e pergunte quanto tempo eles ficaram de lockdown.

Se a media for de mais de uma semana é muito.

Pode até ter rolado decretos e afins, mas pelo menos onde eu vivo só vi policiamento de bares e academias. Lojas de rua e afins sempre ficaram abertas.
 

Dathilot

Lenda da internet
Mensagens
15.719
Reações
12.740
Pontos
1.654
Vá pra um bairro de classe média baixa pra baixo, e pergunte quanto tempo eles ficaram de lockdown.

Se a media for de mais de uma semana é muito.

Pode até ter rolado decretos e afins, mas pelo menos onde eu vivo só vi policiamento de bares e academias. Lojas de rua e afins sempre ficaram abertas.
Em Porto Alegre fechou tudo. Depois ficou com atendimento fora das lojas ou por whatsapp, mas muita gente foi demitida em função disso. Profissões como garcons, vendedores, atendentes, cabelereiros. Mesmo nos períodos com aberturas intermitentes o povo foi pra rua.

Sabe onde ficou aberto? Só onde a polícia não entra em função do controle do tráfico.
 

Tauron

Bam-bam-bam
Mensagens
4.074
Reações
28.880
Pontos
453
Além da idiotice do "fique em casa" dos burocratas estatais com salários garantidos, existe um outro problema, um problema cultural.
O brasileiro se acostumou a consumir via dívidas, o carro é financiado, a casa é financiada, as compras são parceladas etc...
Essa mentalidade do "a parcela cabe no salário" é terrível, joga uma bola de neve de juros compostos exponenciais contra o cidadão, no começo da vida a bola vai descendo devagar, ali pro meio da vida a bola acelera e fica gigantesca devido ao efeito dos juros compostos no tempo, nessa hora a bola atinge o cidadão, destrói completamente o patrimônio dele e acaba com qualquer perspectiva futura de tranquilidade financeira, o cidadão vira um escravo pagando parcelas, refinanciamentos, multas e juros... e se arrasta assim até morrer.

O bostil é um paraíso para bancos, financeiras e agiotas, qualquer empresa maior tipo lojas renner ou Carrefour estão sempre oferecendo "cartões de crédito" e "maior parcelamento" justamente para manterem a bola de neve girando e os juros compostos enchendo seus cofres enquanto o cidadão vai destruindo sua tranquilidade econômica.
 

YSolaire

Bam-bam-bam
Mensagens
3.743
Reações
8.301
Pontos
453
Além da idiotice do "fique em casa" dos burocratas estatais com salários garantidos, existe um outro problema, um problema cultural.
O brasileiro se acostumou a consumir via dívidas, o carro é financiado, a casa é financiada, as compras são parceladas etc...
Essa mentalidade do "a parcela cabe no salário" é terrível, joga uma bola de neve de juros compostos exponenciais contra o cidadão, no começo da vida a bola vai descendo devagar, ali pro meio da vida a bola acelera e fica gigantesca devido ao efeito dos juros compostos no tempo, nessa hora a bola atinge o cidadão, destrói completamente o patrimônio dele e acaba com qualquer perspectiva futura de tranquilidade financeira, o cidadão vira um escravo pagando parcelas, refinanciamentos, multas e juros... e se arrasta assim até morrer.

O bostil é um paraíso para bancos, financeiras e agiotas, qualquer empresa maior tipo lojas renner ou Carrefour estão sempre oferecendo "cartões de crédito" e "maior parcelamento" justamente para manterem a bola de neve girando e os juros compostos enchendo seus cofres enquanto o cidadão vai destruindo sua tranquilidade econômica.


O problema é com o salário da maioria dos brasileiros é quase impossível conseguir comprar um carro ou uma casa a vista. A unica alternativa para conseguir esses bens é financiando, infelizmente.
 

Tauron

Bam-bam-bam
Mensagens
4.074
Reações
28.880
Pontos
453
O problema é com o salário da maioria dos brasileiros é quase impossível conseguir comprar um carro ou uma casa a vista. A unica alternativa para conseguir esses bens é financiando, infelizmente.
É impossível porque o conceito de poupar e viver de acordo com seus ganhos é estranho ao brasileiro médio, então essa ideia maluca do "só é possível comprar carro e casa financiando" ganha força.
Financiar um carro ou casa significa adquirir um e pagar dois ou três carros ou casas na forma de juros para os bancos e financeiras, que por conta disso amam e incentivam esse tipo de pensamento.

A maneira economicamente saudável de consumir é poupar primeiro, depois adquirir o bem, pagando um e adquirindo um.

O bostil é uma pocilga subdesenvolvida com absoluta instabilidade jurídica, política e econômica, fazer um financiamento de casa ou carro aqui, com duração de 3 , 5, 25 anos é uma insanidade, daqui 10 anos sem sabemos se o real, que já perdeu 90% do poder de compra de 1994-2021, será a moeda oficial.

Jamais faça uma dívida no bostil, jamais.
 

constatine

Mil pontos, LOL!
Mensagens
17.524
Reações
88.293
Pontos
1.244

População de moradores de rua cresce 31% em São Paulo na pandemia

Segundo censo, quantidade só de famílias sem-teto quase dobrou em relação a 2019​


O número de pessoas que vivem nas ruas de São Paulo cresceu 31% durante a pandemia de Covid-19. Em 2021, segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), havia 31.884 pessoas sem-teto na cidade, são 7.540 a mais do que o registrado em 2019, quando eram 24.344 nessa situação.

Em relação a 2015, quando havia 15.905 moradores de rua, o número dobrou.

Os dados foram obtidos pela Folha com exclusividade e fazem parte do censo da população de rua encomendado pela prefeitura.

O levantamento, feito entre outubro e dezembro de 2021, ainda indica uma mudança do perfil daqueles que não têm um lar. O número de famílias que foram morar nas ruas quase dobrou durante a pandemia.

Dos 31.884 moradores de rua, 28% afirmaram viver com ao menos um familiar, somando 8.927 pessoas. Em 2019, esse percentual era de 20%, alcançando 4.868.
Fábio de Mello, 41, e Ângela Santos, 32. foram despejados da casa onde moravam no ano passado e passaram a viver nas ruas do centro de São Paulo

Fábio de Mello, 41, e Ângela Santos, 32. foram despejados da casa onde moravam no ano passado e passaram a viver nas ruas do centro de São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress

quantidade de pessoas que preferem ocupar as ruas em vez dos abrigos também aumentou. Em 2019, 52% da população abordada pelos pesquisadores preferia as calçadas aos centros de acolhimento, em 2021, esse percentual subiu para 60%.

"A crise econômica se agravou, o desemprego disparou, a inflação subiu e, nesse período, a política pública da prefeitura para essa população continuou a mesma. Os centros de acolhida não são pensados para as demandas de quem vive na rua", diz o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua.

Carlos Bezerra, secretário de Assistência e Desenvolvimento Social do município, reconhece a necessidade de reestruturação do sistema de acolhimento na cidade. Ele disse que a pasta pretende ampliar o número de centros para diversificar o perfil dos serviços e anunciou um programa que vai oferecer moradias temporárias para famílias em situação de rua.
"Quanto mais tempo a pessoa passa na rua, menores são as chances de conseguir recuperar a autonomia. Precisamos agir rápido para quebrar essa trajetória triste que começou na pandemia", disse. O programa prevê a construção de casas de 18 m² destinadas a famílias que estão na rua, elas poderão ficar nas moradias temporárias por até 12 meses.
Número de famílias que vivem nas ruas de SP dobrou durante a pandemia
Número de famílias que vivem nas ruas de SP dobrou durante a pandemia


Fábio de Mello, 41, e Ângela Santos, 32, estão juntos há seis anos e foram despejados da casa onde moravam, na zona leste, no ano passado. Já são mais de dez meses vivendo nas ruas do centro de São Paulo e nunca recorreram aos abrigos.

"A gente enfrenta frio, chuva, calor, medo de ser roubado ou agredido, mas não vai para abrigo. Não vamos nos separar para ir a um lugar que somos ainda mais humilhados e corremos mais risco", diz Mello.

Ele e a mulher vendem balas no semáforo e procuram bicos para se alimentar. "Ninguém dá emprego para quem não tem endereço. E sem emprego, eu nunca vou conseguir uma casa. Entramos numa situação que não tem saída."

Ainda de acordo com o censo, houve aumento de 230% do número de barracas de camping e de barracos de madeira instalados em vias públicas como moradias improvisadas. Em 2019, o censo encontrou 2.051 pontos desse tipo. Em 2021, foram localizados 6.778.

Segundo especialistas, moradias improvisadas são normalmente ocupadas por famílias ou pessoas que foram para as ruas recentemente e, por isso, buscam formas de manter a privacidade e aumentar a sensação de segurança.

"Desde o início da pandemia, a gente já observava não só um aumento da população de rua, mas também essa mudança de perfil. Já era possível identificar que grupos mais vulneráveis, como mulheres, famílias e idosos, tiveram que ir morar nas ruas", diz Juliana Reimberg, pesquisadora do CEM (Centro de Estudos da Metrópole), da USP.

Moradores de rua na cidade de São Paulo
Moradores de rua na cidade de São Paulo

É o caso de Rosângela dos Santos, 40, que vive nas ruas do centro com o pai, de 60 anos, e o filho, de 12. "As pessoas humilham, mandam a gente ir trabalhar, parar de ser vagabundo. Mas quem dá uma oportunidade? Ninguém me chama para trabalhar", diz.

Ela diz que às vezes é chamada para fazer faxina em lojas ou casas da região, que pagam de R$ 30 a R$ 50 pelo serviço. "Ajuda muito, mas é um dinheiro que acaba rapidinho. Compro uma comida melhor para o meu menino ou uma roupa do tamanho dele e, pronto, acabou."

Reimberg diz que há anos estudos nacionais e internacionais mostram que políticas eficientes para a população de rua não são aquelas que se concentram apenas em centros de acolhida, mas em ações para que as pessoas consigam deixar a situação, como acesso a emprego e moradia.

"A demanda dessa população não é por centro de acolhimento, mas sim por moradia. Sem um lugar para morar, essas pessoas não conseguem romper o ciclo porque não encontram emprego. A política de abrigamento não é solução", diz a pesquisadora.

O censo perguntou aos moradores de rua o que os ajudaria a deixar a situação. Dos entrevistados, 45,7% disseram que seria encontrar um emprego fixo, e 23,1%, ter uma moradia permanente. Outros 8,1% declararam que seria retornar à casa de familiares e 6,7% responderam que seria superar a dependência de álcool e outras drogas.

Conseguir um emprego é o sonho de Bruna Felix, 23, desde que chegou a São Paulo no início do ano passado. Ela saiu de Paranaíba, no Mato Grosso do Sul, com a esperança de que a capital paulista teria mais oportunidades de emprego, o que não aconteceu.

"Cheguei aqui e não encontrei nada. O dinheiro foi acabando e eu não tive escolha, não tinha para onde ir e acabei ficando na rua", conta. Nas ruas, conheceu Rodrigo Pereira, 38, que vive nas calçadas de São Paulo há mais de três anos.

O casal mora junto em uma barraca na praça do Correio, no centro da cidade. "Sonho em encontrar um lugar para morar em paz com a minha mulher, mas todo dia acordo e vejo que o mais urgente é resolver o que fazer para conseguir comer", diz Pereira.

Quem acompanha a situação dos moradores de rua na cidade diz que o dado apontado pelo censo está subestimado, o que pode levar a elaboração de políticas públicas ineficazes.

A empresa Qualitest, contratada para fazer o censo, fez um relatório em que apontava uma série de dificuldades para abordar os sem-teto. O contrato custou R$ 1,7 milhão aos cofres municipais.

Crise humanitária em São Paulo
Crise humanitária em São Paulo


"Esse número é subestimado pela total inadequação com a qual foi feito esse censo. E a prefeitura foi alertada dos problemas metodológicos. Um número subestimado vai resultar, mais uma vez, em políticas públicas insuficientes e equivocadas, que não respondem quantitativamente nem qualitativamente às demandas da população de rua", diz padre Julio Lancellotti.

O secretário Bezerra rejeita as críticas ao censo e diz que a metodologia utilizada é a única forma para se chegar ao número e perfil da população de rua. "Olhando apenas para os novos moradores de rua, são mais de 8.000, é mais do que toda a população de 70% dos municípios do interior paulista. Essa comparação nos mostra o tamanho do desafio que temos pela frente, o censo nos ajuda a desenhar políticas de forma célere, efetiva e com impacto", diz.

Desde o início da pandemia é visível o aumento da população de rua principalmente na região central da cidade, onde há maior concentração de sem-teto pela facilidade de acesso a doações e equipamentos públicos. Por conta do crescimento, a prefeitura antecipou a realização do censo, que antes era feito a cada quatro anos.

Intervenções voltadas a afastar moradores de rua são alvo de projetos
Intervenções voltadas a afastar moradores de rua são alvo de projetos




Fvw51xu.jpeg
 

klamyr

Ei mãe, 500 pontos!
Mensagens
3.793
Reações
7.232
Pontos
949

População de moradores de rua cresce 31% em São Paulo na pandemia

Segundo censo, quantidade só de famílias sem-teto quase dobrou em relação a 2019​


O número de pessoas que vivem nas ruas de São Paulo cresceu 31% durante a pandemia de Covid-19. Em 2021, segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), havia 31.884 pessoas sem-teto na cidade, são 7.540 a mais do que o registrado em 2019, quando eram 24.344 nessa situação.

Em relação a 2015, quando havia 15.905 moradores de rua, o número dobrou.

Os dados foram obtidos pela Folha com exclusividade e fazem parte do censo da população de rua encomendado pela prefeitura.

O levantamento, feito entre outubro e dezembro de 2021, ainda indica uma mudança do perfil daqueles que não têm um lar. O número de famílias que foram morar nas ruas quase dobrou durante a pandemia.

Dos 31.884 moradores de rua, 28% afirmaram viver com ao menos um familiar, somando 8.927 pessoas. Em 2019, esse percentual era de 20%, alcançando 4.868.
Fábio de Mello, 41, e Ângela Santos, 32. foram despejados da casa onde moravam no ano passado e passaram a viver nas ruas do centro de São Paulo

Fábio de Mello, 41, e Ângela Santos, 32. foram despejados da casa onde moravam no ano passado e passaram a viver nas ruas do centro de São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress

quantidade de pessoas que preferem ocupar as ruas em vez dos abrigos também aumentou. Em 2019, 52% da população abordada pelos pesquisadores preferia as calçadas aos centros de acolhimento, em 2021, esse percentual subiu para 60%.

"A crise econômica se agravou, o desemprego disparou, a inflação subiu e, nesse período, a política pública da prefeitura para essa população continuou a mesma. Os centros de acolhida não são pensados para as demandas de quem vive na rua", diz o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua.

Carlos Bezerra, secretário de Assistência e Desenvolvimento Social do município, reconhece a necessidade de reestruturação do sistema de acolhimento na cidade. Ele disse que a pasta pretende ampliar o número de centros para diversificar o perfil dos serviços e anunciou um programa que vai oferecer moradias temporárias para famílias em situação de rua.
"Quanto mais tempo a pessoa passa na rua, menores são as chances de conseguir recuperar a autonomia. Precisamos agir rápido para quebrar essa trajetória triste que começou na pandemia", disse. O programa prevê a construção de casas de 18 m² destinadas a famílias que estão na rua, elas poderão ficar nas moradias temporárias por até 12 meses.
Número de famílias que vivem nas ruas de SP dobrou durante a pandemia
Número de famílias que vivem nas ruas de SP dobrou durante a pandemia


Fábio de Mello, 41, e Ângela Santos, 32, estão juntos há seis anos e foram despejados da casa onde moravam, na zona leste, no ano passado. Já são mais de dez meses vivendo nas ruas do centro de São Paulo e nunca recorreram aos abrigos.

"A gente enfrenta frio, chuva, calor, medo de ser roubado ou agredido, mas não vai para abrigo. Não vamos nos separar para ir a um lugar que somos ainda mais humilhados e corremos mais risco", diz Mello.

Ele e a mulher vendem balas no semáforo e procuram bicos para se alimentar. "Ninguém dá emprego para quem não tem endereço. E sem emprego, eu nunca vou conseguir uma casa. Entramos numa situação que não tem saída."

Ainda de acordo com o censo, houve aumento de 230% do número de barracas de camping e de barracos de madeira instalados em vias públicas como moradias improvisadas. Em 2019, o censo encontrou 2.051 pontos desse tipo. Em 2021, foram localizados 6.778.

Segundo especialistas, moradias improvisadas são normalmente ocupadas por famílias ou pessoas que foram para as ruas recentemente e, por isso, buscam formas de manter a privacidade e aumentar a sensação de segurança.

"Desde o início da pandemia, a gente já observava não só um aumento da população de rua, mas também essa mudança de perfil. Já era possível identificar que grupos mais vulneráveis, como mulheres, famílias e idosos, tiveram que ir morar nas ruas", diz Juliana Reimberg, pesquisadora do CEM (Centro de Estudos da Metrópole), da USP.

Moradores de rua na cidade de São Paulo
Moradores de rua na cidade de São Paulo

É o caso de Rosângela dos Santos, 40, que vive nas ruas do centro com o pai, de 60 anos, e o filho, de 12. "As pessoas humilham, mandam a gente ir trabalhar, parar de ser vagabundo. Mas quem dá uma oportunidade? Ninguém me chama para trabalhar", diz.

Ela diz que às vezes é chamada para fazer faxina em lojas ou casas da região, que pagam de R$ 30 a R$ 50 pelo serviço. "Ajuda muito, mas é um dinheiro que acaba rapidinho. Compro uma comida melhor para o meu menino ou uma roupa do tamanho dele e, pronto, acabou."

Reimberg diz que há anos estudos nacionais e internacionais mostram que políticas eficientes para a população de rua não são aquelas que se concentram apenas em centros de acolhida, mas em ações para que as pessoas consigam deixar a situação, como acesso a emprego e moradia.

"A demanda dessa população não é por centro de acolhimento, mas sim por moradia. Sem um lugar para morar, essas pessoas não conseguem romper o ciclo porque não encontram emprego. A política de abrigamento não é solução", diz a pesquisadora.

O censo perguntou aos moradores de rua o que os ajudaria a deixar a situação. Dos entrevistados, 45,7% disseram que seria encontrar um emprego fixo, e 23,1%, ter uma moradia permanente. Outros 8,1% declararam que seria retornar à casa de familiares e 6,7% responderam que seria superar a dependência de álcool e outras drogas.

Conseguir um emprego é o sonho de Bruna Felix, 23, desde que chegou a São Paulo no início do ano passado. Ela saiu de Paranaíba, no Mato Grosso do Sul, com a esperança de que a capital paulista teria mais oportunidades de emprego, o que não aconteceu.

"Cheguei aqui e não encontrei nada. O dinheiro foi acabando e eu não tive escolha, não tinha para onde ir e acabei ficando na rua", conta. Nas ruas, conheceu Rodrigo Pereira, 38, que vive nas calçadas de São Paulo há mais de três anos.

O casal mora junto em uma barraca na praça do Correio, no centro da cidade. "Sonho em encontrar um lugar para morar em paz com a minha mulher, mas todo dia acordo e vejo que o mais urgente é resolver o que fazer para conseguir comer", diz Pereira.

Quem acompanha a situação dos moradores de rua na cidade diz que o dado apontado pelo censo está subestimado, o que pode levar a elaboração de políticas públicas ineficazes.

A empresa Qualitest, contratada para fazer o censo, fez um relatório em que apontava uma série de dificuldades para abordar os sem-teto. O contrato custou R$ 1,7 milhão aos cofres municipais.

Crise humanitária em São Paulo
Crise humanitária em São Paulo


"Esse número é subestimado pela total inadequação com a qual foi feito esse censo. E a prefeitura foi alertada dos problemas metodológicos. Um número subestimado vai resultar, mais uma vez, em políticas públicas insuficientes e equivocadas, que não respondem quantitativamente nem qualitativamente às demandas da população de rua", diz padre Julio Lancellotti.

O secretário Bezerra rejeita as críticas ao censo e diz que a metodologia utilizada é a única forma para se chegar ao número e perfil da população de rua. "Olhando apenas para os novos moradores de rua, são mais de 8.000, é mais do que toda a população de 70% dos municípios do interior paulista. Essa comparação nos mostra o tamanho do desafio que temos pela frente, o censo nos ajuda a desenhar políticas de forma célere, efetiva e com impacto", diz.

Desde o início da pandemia é visível o aumento da população de rua principalmente na região central da cidade, onde há maior concentração de sem-teto pela facilidade de acesso a doações e equipamentos públicos. Por conta do crescimento, a prefeitura antecipou a realização do censo, que antes era feito a cada quatro anos.

Intervenções voltadas a afastar moradores de rua são alvo de projetos
Intervenções voltadas a afastar moradores de rua são alvo de projetos




Fvw51xu.jpeg

Vamos tentar entender a lógica de vocês, não vou nem começar a discutir o que pode ter afetado ou não a economia brasileira, apenas para tentar entender o ponto que vocês defendem.

Não fecha nada, continua normal, temos um aumento de casos (concordamos até aqui?) como aconteceu em todos os lugares com pouco isolamento, esse aumento de casos leva a um colapso do sistema de saúde (ainda concordando?), como aconteceu em Manaus e diversos outros lugares pelo mundo, não faltam exemplos, ai continua aberto e deixa morrer? fecha? como faz? As próprias pessoas com medo não fechariam por conta própria? (como aconteceu em alguns lugares pelo mundo)
 

bushi_snake

Mil pontos, LOL!
Mensagens
12.225
Reações
12.743
Pontos
1.419
Vamos tentar entender a lógica de vocês, não vou nem começar a discutir o que pode ter afetado ou não a economia brasileira, apenas para tentar entender o ponto que vocês defendem.

Não fecha nada, continua normal, temos um aumento de casos (concordamos até aqui?) como aconteceu em todos os lugares com pouco isolamento, esse aumento de casos leva a um colapso do sistema de saúde (ainda concordando?), como aconteceu em Manaus e diversos outros lugares pelo mundo, não faltam exemplos, ai continua aberto e deixa morrer? fecha? como faz? As próprias pessoas com medo não fechariam por conta própria? (como aconteceu em alguns lugares pelo mundo)

Não. O problema em si não foi fechar, foi em COMO fechar.

Governadores e prefeitos obrigando diversos setores a fechar na marra, foi uma reação em cadeia que fudeu muita, mas muita gente. Especialmente se levar em conta essas "medidas de segurança", que não ajudam em b*sta nenhuma, não tem nexo nenhum.

O sistema de saúde sempre foi deixado de lado no país e nunca houve politica nenhuma pra incentivar a população a se cuidar pra valer, então essa desculpa de colapso no sistema de saúde só serviu pra roubarem muito mais grana.

As pessoas não fechariam por medo (aonde rolou isso?), especialmente quando sacarem que morrer de fome é muito mais tenso que morrer pra um virus com 99% de chance de sobrevivência e também quem tem bom senso de enxergar que as pessoas que mandam as outras seguirem certos 'protocolos' são as primeiras a descarta-los.
 

klamyr

Ei mãe, 500 pontos!
Mensagens
3.793
Reações
7.232
Pontos
949
Não. O problema em si não foi fechar, foi em COMO fechar.

Governadores e prefeitos obrigando diversos setores a fechar na marra, foi uma reação em cadeia que fudeu muita, mas muita gente. Especialmente se levar em conta essas "medidas de segurança", que não ajudam em b*sta nenhuma, não tem nexo nenhum.

O sistema de saúde sempre foi deixado de lado no país e nunca houve politica nenhuma pra incentivar a população a se cuidar pra valer, então essa desculpa de colapso no sistema de saúde só serviu pra roubarem muito mais grana.

As pessoas não fechariam por medo (aonde rolou isso?), especialmente quando sacarem que morrer de fome é muito mais tenso que morrer pra um virus com 99% de chance de sobrevivência e também quem tem bom senso de enxergar que as pessoas que mandam as outras seguirem certos 'protocolos' são as primeiras a descarta-los.

Nesse ponto concordo plenamente com você, mas ai não é o discurso do "a economia a gente vê depois", foi uma trapalhada do governo federal que não coordenou os esforços no combate a pandemia, apenas quis desfazer qualquer medida restritiva sem fundamentação nenhuma, quem defende restrição não defende restrição total, irrestrita e sem planejamento.
 

bushi_snake

Mil pontos, LOL!
Mensagens
12.225
Reações
12.743
Pontos
1.419
Nesse ponto concordo plenamente com você, mas ai não é o discurso do "a economia a gente vê depois", foi uma trapalhada do governo federal que não coordenou os esforços no combate a pandemia, apenas quis desfazer qualquer medida restritiva sem fundamentação nenhuma, quem defende restrição não defende restrição total, irrestrita e sem planejamento.

Não, não foi do governo federal, quem saiu atropelando tudo foram os governadores e prefeitos, fechando tudo sem nenhum planejamento em qualquer nível.

No tópico de medidas estupidas está lotado de exemplos sobre isso.

"A economia a gente vê depois" é o resultado dessa incompetência ae. Quando o presidente falou pra fazer um lockdown vertical foi exatamente pra não sair fechando as coisas igual doido.

Alias, exemplo perfeito, mídia socou tanto medo na população que nem pra checar câncer galera pisa mais no hospital, agora, chega no fim de ano, época de chuva e gripe, na primeira tosse o que acontece?? Sai todo mundo correndo sem pensar pro hospital e AI SIM você vai ter o sistema de saúde entrando em colapso.
 

Monogo

Mil pontos, LOL!
Mensagens
16.840
Reações
70.232
Pontos
1.279
Seria estranho se não batesse.

O tanto de nego que se fodeu nessa pandemia, não tá no gibi.
 
Topo Fundo