O seu mecanismo de ação é um estoque escondido a ser utilizado em emergências, correto?
A sua sugestão, partindo do ponto que eu entendi, faz mais sentido em ração humana e outras coisas não perecíveis do que em grãos, já que é para combater a fome em situações de exceção.
Até porque criar políticas públicas permanentes baseadas em exceção não faz sentido.
Agora se seu ponto é ter o mecanismo que o próprio BR tinha antes, não tem nada a ver com custo, como já falei (ao menos de minha parte), tem a ver com impacto que isso vai causar, o remédio ser pior que a doença.
Vc perguntou no que isso afetou anteriormente o mercado, a resposta é que não dá para saber. Talvez hoje existissem mais pessoas produzindo para o mercado interno por essa vácuo de mercado, vc mesmo disse que hoje vale mais a pena plantar soja e milho a correlação pode existir; talvez tenha gente que tenha optado exportar por conta disso (reservas) e hoje continuam suas operações sendo vilanizados.
Sobre a Argentina, assim que o Presidente assumiu eles estatizaram uma empresa (me fugiu o nome) que era a principal do agro de soja, deram uma desculpa qualquer para o golpe (falência preventiva) e assumiram (
https://www.noticiasagricolas.com.b...e-deve-assumir-lideranca-na.html#.YqOkrC_5T0o). O governo possui sua própria produtor estatizada.
Petróleo é uma matéria prima bem diferente de grãos, acho que vale frisar isso. Não é regenerativo, não é "infinito" e um país manter um estoque disso o protege de Sheiks árabes. É uma situação diferente MAS respondendo sua pergunta sobre o "impacto" disso, novamente, não dá para saber. A Europa está mais acelerada na tecnologia de carros movidos a energia renovável do que os USA (que possuem a Tesla, mas enfim) e isso é buscar alternativas em inovação ao invés de estocar o que se tem hoje, talvez sem estoque, a corrida por soluções na iniciativa privada estivessem mais aceleradas.
"Ah, mas aí numa guerra os caras usariam tanques e jatos elétricos?", sei que não é seu estilo esse tipo de sofisma
MAS já me adiantando, reserva de mercado é diferença de reserva de emergência. Uma reserva para esse fim e -- fora do mercado -- faz todo sentido, porque é para uma exceção, e criar políticas baseados em exceção não faz sentido.
Europa tinham em 2020 o medo que tu apontou, meu ponto é que o medo não se confirmou, é um planeta globalizado economicamente... vc não compra da Ucrânia aparece a Romênia vendendo. Tá em falta no Brasil, algum país vai utilizar seus recursos escassos para esse fim.
Por fim, como dizia Friednman "Nada é mais permanente do que uma medida temporária do governo", a economia é ditada pelo mercado que é ditado por humanos como nós.
SE o governo entrar jogando o preço dos grãos para baixo temporariamente, as próximas safras de arroz serão automaticamente negociadas com Europa ou virarão Milho. Se o governo fizer o mesmo com milho, soja, se fizer o mesmo com Soja, gado... que é a proteína mais cara que se tem e que menos produz alimentos por M2.
Então, meu ponto novamente, é que vai gerar escassez. Não é sobre o custo, é sobre escassez.
A que hoje está caro, amanhã não estará disponível.