O ser humano já nascido e formado, em especial os progressistas e os jovens 'moderninhos', sentem verdadeira repulsa e desprezo pela ideia de humanidade, principalmente se esta ideia estiver atrelada àquilo que, em muitas instâncias [políticas, biológicas, sociais, materiais] não consideram "humano": o outro.
É tão fácil, absurdo e arbitrário como afirmar que o sexo não existe. Logo, se o sexo do bebê não existe, o bebê também não é humano, "então ninguém deve se importar se ele simplesmente sumir, desaparecer. Mesmo porque problemas devem sumir, desaparecer. Não queremos nenhum tipo de culpa, responsabilidade, memória ... encheção de saco."
Só neste tópico, vi muitos usuários se dizendo favoráveis ao aborto "apenas" até os 3 meses de gestação [e a coisa piora bastante no 'extra-fórum'], ignorando deliberadamente que estão interrompendo um processo próprio da vida humana e inescapável a todos. Para essas pessoas, tudo no mundo começa do começo, menos a vida humana. Essa já dá pra dizer que começa com 3 meses de gestação [fica mais 'fofo' fazer tal ressalva], ainda que não haja nenhum aval científico ou determinação absoluta do início da vida.
Na verdade, nem precisa. Está tudo na nossa frente, aos olhos de todos. A vida começa no seu mais ínfimo e minúsculo começo, na concepção das diretrizes genéticas que guiarão o processo do zigoto até o nascimento, e daí até a morte. Uma Matemática difícil de aceitar aos progressistas, seres humanos [?] especiais e "melhores", trazidos pela cegonha ou nascidos do chão.
Todo defensor de aborto sofre de insuperável preguiça moral e latente eugenia. Alimentam a ideia de que pessoas modernas não aceitam ter que lidar com qualquer tipo de crítica, revés, trabalho, culpa, responsabilidade, contratempos ou problemas inerentes à nossa condição humana e existencial.
O suprassumo da hipocrisia narcisista são essas pessoas. Elas vivem de usar politicamente palavras como "empatia, amor, vida e liberdade" para enfeitar ensaios filosóficos carregados de arrogância intelectual e argumento de autoridade, mas tudo o que na prática intentam fazer é negar e destruir a humanidade!
O senso de humanidade original prioriza, protege e preserva a vida em absolutamente todos os seus necessários, naturais e inerentes processos biológicos. O senso modernista nega, divide, especula, mata!
O espírito humano reconhece e assimila o contratempo, a adversidade, o revés, e mesmo diante de problemas terríveis tenta mitigar o sofrimento, não matar o sofredor.
Pessoas nascem com problemas de formação, mas com mentes saudáveis e boas, pessoas perdem um membro, um braço ou uma perna durante a vida. Damos um jeito e fazemos adaptações, criamos vagas para cadeirantes e pessoas com necessidades especiais, tentamos mitigar o sofrimento e seguir com a vida, não com a morte!
O que esses seres humanos em fase intra-uterina responderiam depois de nascidos e crescidos ... quando perguntados se queriam ter nascido e conhecido o mundo, as cores, a luz, a música, as plantas e folhagens, o rosto dos seus pais, da sua namorada, do seu marido ... dos seus filhos..?? Quem é capaz de prever? Quem é capaz de determinar se uma vida pré-concebida irá ou não ter o direito de nascer?
Nesta questão do aborto, eu não preciso da Ciência dos homens, da sabedoria dos filósofos, do academicismo dos intelectuais, das estatísticas de interesses covardes, tampouco da histeria verborrágica dos progressistas. Me reconhecer no espelho já basta. Nasci e existo desde o meu começo.
A memória, a simplicidade e o senso de dever e responsabilidade dos antigos agridem a fraqueza e a preguiça moral dos novos. Até o final dos tempos, tudo será posto de cabeça para baixo, a começar pela Cruz. Me junto ao silêncio das verdadeiras vítimas.