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15 pontos para entender os rumos da desastrosa política ambiental no governo Bolsonaro

Doug.Exausto

Bam-bam-bam
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Os primeiros seis meses do governo de Jair Bolsonaro já podem ser considerados os mais desastrosos da história da política ambiental brasileira. São muitas as evidências de que está em curso uma operação desmonte que alcança diferentes setores da administração pública.
Fiz um breve resumo – em 15 tópicos – de algumas das muitas medidas que revelam desprezo, descaso, omissão e irresponsabilidade do governo, no que lhe compete fazer segundo o artigo 225 da Constituição Brasileira, que impõe ao poder público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente.

1. Enfraquecimento do Ministério do Meio Ambiente

Na largada do atual governo – que nem teria um ministério do Meio Ambiente, como chegou a cogitar o então recém-eleito Jair Bolsonaro –, a pasta ambiental perdeu a Agência Nacional de Águas para o Ministério da Integração Nacional e o Serviço Florestal Brasileiro para o Ministério da Agricultura. Politicamente, o ministério perdeu força, poder e prestígio. Integrante da bancada ruralista, o deputado Valdir Colatto (MDB-SC) – que não conseguiu se reeleger no ano passado – comanda o Serviço Florestal Brasileiro, órgão responsável, entre outras atribuições, pela ampliação da cobertura florestal no país. Colatto já criticou abertamente o percentual de preservação de áreas verdes nas propriedades rurais. Quando era deputado federal, foi autor de projetos que regulamentavam a caça de animais silvestres e alterações nas demarcações de terras indígenas.

2. Revisão de todas 334 Unidades de Conservação

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou a revisão de todas as Unidades de Conservação do país, desde o Parque Nacional de Itatiaia (criado em 1934) até o Refúgio da Vida Silvestre da Ararinha Azul (criado em 2018). Segundo o ministro, as unidades foram feitas "sem critério técnico" e poderão ter os traçados revistos ou serem até extintas.

3. Fim das Reservas Legais

Projeto de Lei do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) defende o fim das Reservas Legais – área protegida que não pode ser desmatada em propriedades rurais – alegando o "direito constitucional de propriedade". Ao apresentar o projeto, o filho do presidente criticou o que chamou de "ecologia radical, fundamentalista e irracional" que prejudicaria o desenvolvimento do país. Estudo feito pelo engenheiro agrônomo Gerd Sparovek, professor da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), indica que, se esse projeto for aprovado, a área desmatada poderia alcançar 167 milhões de hectares (maior que o estado do Amazonas). Isso equivale a 30% de toda a vegetação nativa do Brasil. Em uma nota técnica divulgada semana passada, 116 pesquisadores da Embrapa (de 31 institutos de pesquisa) também se manifestaram contra o projeto de Flávio Bolsonaro. Nem o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB/RS), apoia o projeto. Em entrevista ao Canal Rural, ele declarou o seguinte: "Nós, que passamos tanto tempo para construir o Código Florestal, certamente não queremos nenhuma ideia que seja radicalizada".

4. Freio na fiscalização

De janeiro a maio, o número de multas aplicadas pelo Ibama por desmatamento ilegal foi o mais baixo em 11 anos. A queda foi de 34%. Em diferentes situações, a fiscalização vem sendo desprestigiada pelo governo. Em atendimento a um pedido do presidente Jair Bolsonaro, Ricardo Salles recriminou publicamente fiscais que destruíram equipamentos usados por criminosos para retirar madeira ilegal de uma Unidade de Conservação no Pará, apesar de um decreto federal autorizar esse procedimento em certas situações. Desde então, apesar de o decreto permanecer em vigor, não se tem notícia da inutilização de novos equipamentos usados pelos criminosos. Outra novidade que favorece o infrator é o decreto que criou os chamados "núcleos de conciliação", que vão analisar as multas ambientais aplicadas pelos fiscais em todo o Brasil, mesmo que os infratores não reclamem do procedimento.

5. Ibama anuncia onde fiscais vão reprimir os crimes ambientais

Causou surpresa a nota divulgada pela assessoria de imprensa do Ibama na semana passada na qual o instituto informa que a fiscalização iria reprimir o desmatamento ilegal nas "Terras Indígenas e Unidades de Conservação no sudoeste do Pará, região que abriga a Floresta Nacional do Jamanxim". O anúncio contraria o protocolo de segurança do próprio Ibama, que sempre guardou sigilo absoluto sobre as ações dos fiscais. O sucesso das operações depende – e muito – do elemento surpresa. Além de alertar os desmatadores, a assessoria do instituto expôs os fiscais ao risco de serem alvos de ataques programados pelos criminosos.

6. 'Cancún brasileira numa Estação Ecológica'

Jair Bolsonaro anunciou várias vezes o desejo de transformar a Estação Ecológica de Tamoios (refúgio de espécies marinhas, criada há 30 anos numa área que ocupa aproximadamente 5% da Baía de Ilha Grande) numa "Cancún brasileira". A área abriga 29 ilhas, lajes e rochedos que servem de refúgio, local de alimentação e berçário para diversas espécies marinhas (e das ilhas), garantindo o sustento de comunidades pesqueiras que se beneficiam da reprodução protegida de camarões, sardinhas, chernes, robalos etc. Tão preocupante quanto a ideia de levar à frente o projeto sem ouvir o que os defensores do refúgio tem a dizer, é fazê-lo por decreto, o que é inconstitucional. Decretos que criam Unidades de Conservação só podem ser anulados por lei.

7. Afastamento do fiscal que multou Bolsonaro

Três meses depois da posse do presidente, o chefe do Centro de Operações Aéreas da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama, José Augusto Morelli, foi afastado do cargo. Foi Morelli quem flagrou o então deputado federal Jair Bolsonaro em um barco com varas de pescar e recipientes para peixes na Estação Ecológica de Tamoios. Um ano depois de ser multado, Bolsonaro apresentou um projeto de lei na Câmara para desarmar todos os fiscais do Ibama e do ICMBio (apesar da cruzada do parlamentar em favor da liberação das armas para toda a população). O projeto foi arquivado. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que a demissão de José Augusto Morelli foi uma "decisão administrativa" e não "pessoal". Morelli continua no Ibama por ser servidor concursado. Em dezembro de 2018, a Superintendência do Ibama no Rio anulou a multa com base em um parecer da Advocacia-Geral da União que alegou não ter havido direito à “ampla defesa” de Bolsonaro.

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8. Presidente do ICMBio se demite depois de ameaça de Salles

Dois dias depois de o ministro Ricardo Salles ter ameaçado investigar fiscais do ICMBio, durante um evento organizado com o apoio de ruralistas no município de Tavares (RS), o presidente do instituto, Adalberto Eberhard, pediu demissão do cargo alegando "motivos pessoais". Salles ameaçou funcionários de processo administrativo por estarem ausentes em um evento para o qual sequer haviam sido chamados.

9. Salles nomeia policiais de SP em lugar de especialistas em biodiversidade

A crise desencadeada no ICMBio com a demissão do presidente Adalberto Eberhard (que levou três diretores do Instituto a também pedirem demissão) abriu caminho para que o ministro Salles exonerasse pelo Twitter o quarto diretor, e reformulasse totalmente o órgão. Foram anunciadas – também pelo Twitter – as nomeações do "coronel da PM Lorencini, tenente da PM Simanovic, major da PM Marcos Aurélio e major da PM Marcos José, que junto ao coronel da PM Homero, farão um grande trabalho". Nenhum dos substitutos possui o nível de especialização e expertise dos antecessores. O ICMBio administra quase 10% do território brasileiro.

10. Desmantelamento da Política Climática

Quando o assunto é aquecimento global – a maior crise ambiental deste século com inúmeros impactos sobre o Brasil –, Salles costuma classificar o tema como "acadêmico" e "não prioritário". O Governo abriu mão de sediar a COP-25, maior encontro climático do mundo, que vai acontecer em novembro no Chile. Além disso, Salles chegou a anunciar o cancelamento da Semana do Clima da América Latina e Caribe (Climate Week), um evento da ONU em Salvador, dizendo que "não fazia sentido" e que seria apenas uma "oportunidade" para se "fazer turismo em Salvador" e "comer acarajé". O prefeito de Salvador, ACM Netto, não gostou da interferência de Salles (que também atropelou o Itamaraty) e, na qualidade de presidente do Democratas, impôs uma dura derrota a Salles, que foi obrigado a voltar atrás.

O fato é que o atual governo vem promovendo o desmantelamento da política climática que vinha sendo construída por sucessivos governos nos últimos 27 anos. Além de cortar 95% da verba destinada para essas políticas, Salles exonerou o coordenador Executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. O afastamento de Alfredo Sirkis foi anunciado duas semanas depois de ele organizar um evento na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) no qual 12 governadores se manifestaram publicamente contra o aquecimento global, se comprometendo a agir conjuntamente para reduzir as emissões de gases estufa. Nenhum representante do Governo Federal esteve presente.

11. Fundo Amazônia pode desaparecer

Ricardo Salles causou enorme constrangimento aos financiadores do Fundo Amazônia (Noruega e Alemanha contribuem com 95% dos recursos, que somam mais de R$ 3 bilhões) ao convocar uma entrevista coletiva para criticar o modelo de gestão do projeto. Apesar de Salles ter dito que comunicou aos dois países as mudanças que desejava fazer no fundo, e que tanto a Noruega quanto a Alemanha teriam concordado com a proposta, as respectivas embaixadas negaram as declarações dele. Sem apresentar qualquer denúncia ou irregularidade, Salles terminou provocando um incidente diplomático ainda não totalmente resolvido.
Os embaixadores dos dois países consideram a governança do Fundo Amazônia exemplar, e deixaram claro que os recursos doados são fiscalizados e auditados desde o início dos repasses há 10 anos. Noruega e Alemanha também elogiaram a mediação feita pelo BNDES, a transparência (todos os dados estão disponíveis no site oficial do Fundo) e os resultados concretos dos 103 projetos financiados até agora. Salles quer mudar o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) elevando a participação do governo e utilizar parte dos recursos doados para pagar indenizações a proprietários rurais situados dentro das Unidades de Conservação, o que contraria as atuais regras do Fundo. Salles afirmou que só publicará decreto retomando as atividades do Cofa quando houver "acordo com todas as partes". E se não houver acordo?

12. Sinal verde para a exploração de petróleo em Abrolhos

O Ministério do Meio Ambiente atropelou um parecer técnico do Ibama que vetava a exploração de petróleo nas proximidades do Parque Nacional de Abrolhos. Em nota, a secretária-executiva do ministério, Ana Maria Pellini (braço direito de Salles), rejeitou as argumentações técnicas em função da "relevância estratégica do tema" e autorizou a realização de um leilão em outubro para a oferta de sete blocos de exploração de petróleo na região. Entre outras advertências, a nota técnica do Ibama afirma que qualquer incidente com derramamento de óleo, poderá atingir "todo o litoral sul da Bahia e a costa do Espírito Santo, incluindo todo o complexo recifal do banco de Abrolhos".
O site do próprio ICMBio informa que o Arquipélago de Abrolhos protege "porção significativa do maior banco de corais e da maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul, o principal berçário das baleias-jubarte no Atlântico Sul, além de ser a única região do planeta onde é possível encontrar o coral Mussismilia braziliensis, conhecido como coral-cérebro por seu aspecto peculiar. Espécies de tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção – como as tartarugas de couro, cabeçuda, verde e de pente – também se refugiam no parque, além de aves marinhas como a grazina do bico vermelho, os atobás branco e marrom, as fragatas, beneditos entre outros, incluindo pequenas aves migratórias do Hemisfério Norte. Um levantamento da biodiversidade da região registrou aproximadamente 1,3 mil espécies, 45 delas consideradas ameaçadas, segundo listas da IUCN e do MMA."

13. Menos verde com o novo Código Florestal

O governo já anunciou que vai ressuscitar a MP 867 (aprovada na Câmara e "enterrada" pelo Senado na semana passada) que muda as regras do Código Florestal. Só falta decidir se o fará mediante uma nova Medida Provisória ou Projeto de Lei. De uma forma ou de outra, segundo o Observatório do Código Florestal, as novas regras beneficiariam apenas 4% dos proprietários rurais do Brasil (pouco mais de 147 mil imóveis rurais) que não cumprem até hoje a lei aprovada em 2012, após longos 11 anos de exaustivos debates no Congresso. Com as mudanças sugeridas, entre outras vantagens indevidas, não haveria mais a exigência de recompor matas e florestas que, somadas, equivaleriam a duas vezes o Estado de Sergipe.

14. A indignação de 8 ex-ministros do Meio Ambiente

Juntos, eles representam quase 30 anos de gestão ambiental, de diferentes governos, ligados a partidos políticos e correntes ideológicas distintas. Pela primeira na história, ex-ministros do Meio Ambiente dos governos Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer se reuniram para divulgar uma carta na qual denunciam, entre outras coisas, "o risco real de aumento descontrolado do desmatamento da Amazônia", "a perspectiva de afrouxamento do licenciamento ambiental travestido de ‘eficiência de gestão'", além da constatação de que "a governança socioambiental no Brasil está sendo desmontada em afronta à Constituição". No encerramento da carta, os ex-ministros afirmam que "o Brasil não pode desembarcar do mundo em pleno século 21. Mais do que isso, é preciso evitar que o país desembarque de si próprio".

15. TCU enquadra Ricardo Salles

O Tribunal de Contas da União abriu na semana passada um processo para investigar a política ambiental do governo. O TCU atendeu a um pedido do subprocurador-geral do Ministério Público no TCU, Lucas Furtado, que quer investigar se a política ambiental do país está comprometendo a fiscalização e a prevenção do desmatamento ilegal.
O pedido incluiu ainda a necessidade de apurar se a liberação de agrotóxicos no Brasil cumpre as normas estabelecidas para o setor (foram 169 novos agrotóxicos licenciados este ano até o dia 21 de maio) e se procedem as críticas feitas pelo ministro Ricardo Salles ao Fundo Amazônia. Até a publicação deste texto, Salles não apresentou nenhum indício ou prova que sustente as críticas feitas contra o Fundo.
Na rápida passagem pelo Governo Alckmin, quando foi Secretário Estadual do Meio Ambiente de São Paulo, Ricardo Salles foi condenado pela Justiça por improbidade administrativa, por fraudar processo do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê. De acordo com o Ministério Público, Salles e a Fiesp "teriam modificado mapas elaborados pela Universidade de São Paulo, alterado minuta do decreto do plano de manejo e promovido perseguição a funcionários da Fundação Florestal, com o propósito de beneficiar setores empresariais, em especial empresas de mineração e filiadas à Fiesp". O juiz Fausto Seabra, responsável pela condenação em primeira instância, não escondeu a surpresa com as alegações de Salles em sua própria defesa e fez constar na sentença sua perplexidade:


"O foco do então secretário era a defesa da atividade econômica e, sob a ótica da mineração, como ele próprio disse, deslocar uma atividade para mais longe criaria mais problemas ambientais, como se não fosse possível coibir atividades predatórias aos ecossistemas em qualquer lugar".
Fonte: https://g1.globo.com/natureza/blog/...politica-ambiental-no-governo-bolsonaro.ghtml
 

Dreamscape

Bam-bam-bam
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o governo Bolsonaro causou a mortandade das abelhas (embora seja alarmante desde 2015), liberou uso de agrotóxicos proibidos na Europa (embora a Europa compre produtos com estes agrotóxicos ciente)

Os desastres ambientais atuais são culpa dos 5 meses de Bolsonaro.
 

albanibr

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Claro que ele com 5 meses no poder é culpado por tudo que os outros governos fizeram ou deixaram de fazer!



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PicaPauBiruta

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"políticas ambientais" é o nome dado ao ROUBO e a interferência estatal sobre algo que claramente eles são incapazes de fazer , já que como vemos o estado também é um dos grandes causadores de desmatamento e poluição de rios e nascentes, com suas "estatais" criando desastres como os de Mariana , que f*deram com o meio ambiente e ainda mataram várias pessoas e tudo isso não deu em NADA, afinal "está tudo em casa mesmo".


fora que essas "fiscalizações e ministérios" são só um pretexto para arrancar dinheiro do cidadão e da iniciativa privada , impedindo que áreas sejam privadas ,afinal quem melhor pra cuidar de uma floresta ou um rio, se ele já tem um ou vários donos, aonde se houver desmatamento ou poluição, quem vai tomar prejuízo é ou são os donos, logo vemos que a melhor forma de cuidar do meio ambiente e deixar que as pessoas por si próprias tomem a iniciativa de proteger o patrimônio delas, e caso elas forem negligentes, as consequências serão enormes e afetaram elas primeiro.

o estado intervindo no meio ambiente é só pra causar mais desmatamento e poluição, pois como tudo que é público não é de ninguém, logo vemos que pessoas de ma índole vão desmatar e poluir a vontade , pois a fiscalização estatal pode ser comprada que ninguém vai ficar sabendo e a população ainda é obrigada a pagar por todo esse sistema ineficiente estatal de m****.
 

Cafetão Chinês

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"Política ambiental" é eufemismo para um bando de burocratas impondo regulações aos produtores, escolhendo aqueles produtores amigos que serão aliviados nas regras impostas (em troca de gordas propinas).
"Aos amigos os favores, aos inimigos a lei." já diria Maquiável.

Só trouxa acredita que a intenção é boa. Vivem em Neverland.
Fora o fato que é completamente imoral e anti-ético impedir a produção na brutalidade, tornando bens escassos menos acessíveis justamente aos mais pobres. Que terão de pagar mais caro pelo encarecimento da produção "verde".

Que cortem todas as regulações criminosas impostas. Esse governo está se saindo bem melhor do que eu esperava.
 
Ultima Edição:


abcdario

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Só senador e empresário amigo do estado que pode grilar e desmatar terra neste país, pnc de geral, que enfiem estas regras no rabo e permitam que o sujeito faça o que achar mais conveniente, se ele não preservar a mata ciliar vai foder com o fornecimento de água não apenas dos outros, mas da sua própria propriedade, etc etc.
 

Papelzinho

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Chegando aqui no tópico com absolutamente nenhum conhecimento sobre o assunto ambiental (como eu imagino que a grande maioria não tem também, até por se tratar de um assunto super específico... Eu no máximo finjo saber alguma coisa de economia...), sendo assim vou examinar alguns desses pontos utilizando única e exclusivamente raciocínio lógico e dar minha opinião a respeito.

Logo de cara, na primeira frase da matéria: "Os primeiros seis meses do governo de Jair Bolsonaro já podem ser considerados os mais desastrosos da história da política ambiental brasileira ." Assim, quando o autor começa já soltando uma dessas, ele perde quase que toda a credibilidade, porque não tem como não dizer que ele está sendo absurdamente hiperbólico... Governo tem 5 meses, sério mesmo? Mais desastroso da história política ambiental? Sério? Acho que só com essa frase aqui, a grande maioria das pessoas não vão levar o resto da informação a sério, por mais que ela possa de fato ser relevante. Mesmo que fosse verdade (deus sabe como), ele deveria tentar expor de forma técnica os pontos e quem sabe colocar isso aí na conclusão se ele realmente fizesse questão de dizer uma coisa dessas... Eu hein...

Ponto 1: Na boa, ministério do Meio Ambiente (feliz ou infelizmente) nunca foi forte. Nunca! Em governo brasileiro nenhum... Rola desmatamento ilegal a torto e a direito a décadas! A realocação da ANA e do SFB podem ou não levar a algo prejudicial ao meio ambiente. Não entendi a relação de causalidade que foi colocada aqui... Como se antes, pelo SFB estar no ministério fazia uma put* de uma diferença... As agências nem mesmo foram extintas, foram apenas realocadas... Mais a frente o autor vai tratar o próprio Ministro do Meio Ambiente como se ele fosse o pior desmatador do mundo ao longo dos pontos... Então que diferença faria essas agências estarem com ele ou não????

Ponto 2: Qual o problema de revisar as Unidades de Conservação? E se tiverem de fato unidades super ineficientes? Como o próprio texto diz, tem unidades criadas em 1934... Genuinamente não entendi o problema aqui...

Ponto 3: É um PL... Nada foi feito ainda... Novamente, não entendi... Se em 2020, o PSOL lançar um PL para crianças poderem mudar de sexo antes da maioridade, então alguém vai poder criar um "8 motivos de porque o governo Bolsonaro é o mais progressista que ja existiu" e colocar essa como uma das razões?
E antes que alguém venha com: "Ah, mas é um projeto do filho dele, bla bla bla", amigão, o governo não ta conseguindo nem aprovar as próprias propostas, imagina a dos outros.

Ponto 4: Mais baixo número de multas do Ibama por desmatamento dos últimos 11 anos, legal mas e aí? Eu também poderia interpretar que isso significa que estão desmatando menos, não? Se o ponto fosse "diminuíram a fiscalização e ta uma loucura o desmatamento agora" esse ponto deveria ser seguido de alguma informação comparativa de desmatamento ilegal dos últimos 11 anos também. Só isso solto não quer dizer nada.

Ponto 5: Isso aqui é uma m**** mesmo, se vai fiscalizar não em porque dizer onde mesmo não, cagaram o pau aqui.

Ponto 6: Literalmente nada foi feito até agora... E nem pode partindo apenas do presidente, teria que ser aprovado pelo congresso...

Ponto 7: Isso já é loucura... Esse fiscal aplicou a multa em 2012 (que foi indeferida)... Sério mesmo? Qual que é a teoria aqui? Desde então, Bolsonaro trabalha dia e noite para um dia se tornar presidente, nomear um ministro do Meio Ambiente de sua confiança que exonere o sujeito? Pelo amor de deus... O cara ainda trabalha para o Ibama e foi afastado por razões administrativas... E o que é que isso tem a ver com o governo estar tomando as mais desastrosas decisões políticas ambientais da história brasileira? Isso aqui é só um ataque direto ao presidente com toques de conspiração, não tem absolutamente NENHUMA relevância para o "governo ser um desastre em política ambiental".

Ponto 8: Ministro do Meio Ambiente ameça investigar fiscais do ICMBio e o presidente do instituto pede demissão... Meu primeiro pensamento lendo isso foi: "esse presidente ae tá com rabo preso, então". Alguém mais interpretou outra coisa aqui além de mim? Favor esclarecer.

Cansei, como falei, tenho conhecimento zero no assunto, mas a grande maioria da população também, então esse tipo de matéria tem que ser voltada para que todo mundo entenda eu imagino, e não apenas quem é da área... Dito isso, na minha ignorância, tem coisas que parecem estar erradas mesmo (talvez ponto 3, 5), outras na minha opinião tem todo o sentido do mundo (ponto 2, 8), outras que podem ser uma coisa ou outra (ponto 1, 4, 6) e outras que são teoria da conspiração pura e simplesmente... Fora as piadas que ja vem prontas, tipo o ponto 14.

TL;DR: "Governo mais desastroso da história da política ambiental brasileira" acho que pode ser um leve exagero com um governo que apenas dia desses conseguiu a sua primeira aprovação de uma medida em congresso.
 

felipego

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Quando ouço a palavra POLITICA AMBIENTAL, a única coisa que me vem na cabeça:

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Vogons do mochileiro das galaxias. Os maiores burocratas que já existiram.
 

Darkx1

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Ponto 7: Isso já é loucura... Esse fiscal aplicou a multa em 2012 (que foi indeferida)... Sério mesmo? Qual que é a teoria aqui? Desde então, Bolsonaro trabalha dia e noite para um dia se tornar presidente, nomear um ministro do Meio Ambiente de sua confiança que exonere o sujeito? Pelo amor de deus... O cara ainda trabalha para o Ibama e foi afastado por razões administrativas... E o que é que isso tem a ver com o governo estar tomando as mais desastrosas decisões políticas ambientais da história brasileira? Isso aqui é só um ataque direto ao presidente com toques de conspiração, não tem absolutamente NENHUMA relevância para o "governo ser um desastre em política ambiental".
Pesquise e vai ver que durante anos, Jair e seus filhos nunca esqueceram desse assunto.
Tipo, ele fez coisa errada, deu carteirada, e ainda além de não pagar a multa e tocar a vida dele, decidiu criar a teoria de que existe uma industria de multas.
 

xDoom

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Só do sujeito já usar o afastamento de um cargo de confiança já mostra o viés de choro do texto e não merece credibilidade alguma.

Os últimos anos de governo só desmataram mais ainda a natureza, o choro dos ecochatos é porque ACABOU A TETINHA PRA ONG.
 

Caco Antibes

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Os primeiros seis meses do governo de Jair Bolsonaro já podem ser considerados os mais desastrosos da história da política ambiental brasileira

Nao da pra levar a serio um texto que ja começa assim. Nao ser boa, ok, MAS A PIOR?

Mariana e Brumadinho estao ai de prova que nunca existiu um política ambiental seria nesse pais.
 

Grave Uypo

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Nao da pra levar a serio um texto que ja começa assim. Nao ser boa, ok, MAS A PIOR?

Mariana e Brumadinho estao ai de prova que nunca existiu um política ambiental seria nesse pais.
não precisa nem chegar no texto. um titulo com adjetivo ja desqualifica toda a matéria. Adjetivo se usa em artigo de opinião, não em materia com proposito de informar. Nunca fiz jornalismo, mas poderia facilmente dar aulas de jornalismo competente pra esses lixos que trabalham na midia hj em dia.
 

DanielMF

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O pessoal mal sabe o que está acontecendo no ministério do Meio Ambiente, ou se que entendem um pouco do assunto, e mesmo assim não aceitam nenhuma critica ao governo.

Não se trata de louvar esse artigo ou condena-lo. Discutam o assunto, aprendam, antes de passar vergonha defendendo quem não merece.
 

Doug.Exausto

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O pessoal mal sabe o que está acontecendo no ministério do Meio Ambiente, ou se que entendem um pouco do assunto, e mesmo assim não aceitam nenhuma critica ao governo.

Não se trata de louvar esse artigo ou condena-lo. Discutam o assunto, aprendam, antes de passar vergonha defendendo quem não merece.

Esse forum é bem reaça muitas vezes. Falar de política ambiental (o desmatamento da amazônia afeta diretamente nossa economia e pode trazer sérios problemas nas relações internacionais) e discutir problemas sociais virou coisa de esquerdista.
 

Goris

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O pessoal mal sabe o que está acontecendo no ministério do Meio Ambiente, ou se que entendem um pouco do assunto, e mesmo assim não aceitam nenhuma critica ao governo.

Não se trata de louvar esse artigo ou condena-lo. Discutam o assunto, aprendam, antes de passar vergonha defendendo quem não merece.
Bom, Daniel, eu diria que o fórum passou por uma severa crise de honestidade nos ultimos 12 meses.

Pessoas que até então pareciam Ok passaram a repetir mentiras, usar dados de fontes no mínimo tendenciosas, argumentar que "X é bom" porque um polítco tal fazia e "X é péssimo" quando outro político fazia a mesma coisa, assim como passaram a ofender e atacar quem pensava diferente.

E, na grande maioria, os usuários que faziam isso - mentir, agredir, distorcer, hipocritar - eram da mesma ideologia que seguem Andrade, Dilma, Lula e outros criminosos (alguns condenados, outros não). A nível de ser tanta desonestidade que perdeu o sentido discutir com eles.

O Papelzinho resumiu bem a opinião do pessoal.

De repente se você explicar melhor seu entendimento, onde tá o erro, o que o Papelzinho disse de errado e talz, haja discussão.

Por hora uma fonte cheia de meias verdades e distorçoes, meio que perde a vontade de discutir.
 

NJunior

Sonysta Hunter
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Pra variar... :lolwtf
Podem se servir a vontade, cai muito bem com a fatia diária de mortadela.
 

Cafetão Chinês

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O pessoal mal sabe o que está acontecendo no ministério do Meio Ambiente, ou se que entendem um pouco do assunto, e mesmo assim não aceitam nenhuma critica ao governo.

Não se trata de louvar esse artigo ou condena-lo. Discutam o assunto, aprendam, antes de passar vergonha defendendo quem não merece.
Os pontos foram discutidos no tópico. Se fez vista grossa é porque quem não quer discutir é você.

"defendendo quem não merece". Juízo de valor monstro aqui, sem nunca justificar nada. E ainda vem falar que são os outros que passam vergonha... tsc
 

UT_Killer

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Meio bilhão de abelhas morreram no Brasil — e isso é uma péssima notícia
Albert Einstein previu no século passado que, se as abelhas desaparecessem da superfície da Terra, o homem teria apenas mais quatro anos de vida. A morte em grande escala desse animal, interpretada como apocalíptica na época, é hoje um alerta real.

Desde o começo do século, casos de morte e sumiço de abelhas são registrados nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, estudiosos destacam episódios alarmantes a partir de 2005.

Agora, o fenômeno parece chegar ao ápice. Nos últimos três meses, mais de 500 milhões de abelhas foram encontradas mortas por apicultores apenas em quatro estados brasileiros, segundo levantamento da Agência Pública e Repórter Brasil.

Foram 400 milhões no Rio Grande do Sul, 7 milhões em São Paulo, 50 milhões em Santa Catarina e 45 milhões em Mato Grosso do Sul, segundo estimativas de Associações de apicultura, secretarias de Agricultura e pesquisas realizadas por universidades.

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O principal causador, afirmam especialistas e pesquisas laboratoriais analisadas pela reportagem, é o contato com agrotóxicos à base de neonicotinoides e de Fipronil, produto proibido na Europa há mais de uma década.

Esses ingredientes ativos são inseticidas, fatais para insetos, como é o caso da abelha, e quando aplicados por pulverização aérea se espalham pelo ambiente.

As abelhas são as principais polinizadores da maioria dos ecossistemas do planeta. Voando de flor em flor, elas polinizam e promovem a reprodução de diversas espécies de plantas.

No Brasil, das 141 espécies de plantas cultivadas para alimentação humana e produção animal, cerca de 60% dependem em certo grau da polinização deste inseto.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 75% dos cultivos destinados à alimentação humana no mundo dependem das abelhas.

Em Cruz Alta, município de 60 mil habitantes no Rio Grande do Sul, mais de 20% de todas as colmeias foram perdidas apenas entre o Natal de 2018 e o começo de fevereiro. Cerca de 100 milhões de abelhas apareceram mortas, segundo a Apicultores de Cruz Alta (Apicruz).

“Apareceram uns venenos muito bravos. Eles colocam de avião de manhã e à tarde as abelhas já começam a aparecer mortas”, relata o apicultor Salvador Gonçalves, presidente da Apicruz.

No Brasil, há mais de 300 espécies de abelhas nativas — entre elas Melipona scutellaris, Melipona quadrifasciata, Melipona fasciculata, Melipona rufiventris, Nannotrigona testaceicornis, Tetragonisca angustula. Em todo país, contando com as estrangeiras, há cerca de 1,6 mil espécies do inseto, segundo relatório do Ibama.

Cada espécie é mais propícia para polinização de determinadas culturas. Por exemplo, a Mamangaba, conhecida popularmente como abelhão, é a principal responsável pela polinização de maracujá.

“O que aconteceria se esse inseto fosse extinto? Ou deixaríamos de consumir essas frutas, ou elas ficariam caríssimas, porque o trabalho de polinização para produzi-la teria que ser feito manualmente pelo ser humano”, explica Carmem Pires, pesquisadora da Embrapa e doutora em Ecologia de Insetos.

A estudiosa conta que até em lavouras que não são dependentes da ação direta dos polinizadores, a presença de abelhas aumenta a safra.

“Na de soja, por exemplo, é identificado um aumento em 18% da produção. É importante destacar também o efeito em cadeia. As plantas precisam das abelhas para formar suas sementes e frutos, que são alimento de diversas aves, que por sua vez são a dieta alimentar de outros animais. A morte de abelhas afeta toda a cadeia alimentar”.

Agrotóxicos inimigos das abelhas
Os principais inimigos das abelhas são os agrotóxicos neonicotinoides, uma classe de inseticidas derivados da nicotina, como por exemplo o Clotianidina, Imidacloprid e o Tiametoxam.

A diferença para outros venenos é que ele tem a capacidade de se espalhar por todas as partes da planta. Por isso, costuma ser colocado na semente, e tudo acaba com vestígios: flores, ramos, raízes e até no néctar e pólen. Eles são usados em diversas culturas como de algodão, milho, soja, arroz e batata.

Além dos neonicotinoides, há casos de mortandade relacionados também ao uso de agrotóxicos à base de Fipronil, inseticida que age nas células nervosas dos insetos e, além de utilizado contra pragas em culturas como maçã, soja e girassol, é usado até mesmo em coleiras antipulgas de animais domésticos.

Muitas vezes esse veneno é aplicado em pulverização aérea, o que o expõe diretamente às abelhas. Segundo pesquisa produzida pela Embrapa em 2004, 19% do agrotóxico manejado através do método de pulverização aérea é dispersado para áreas fora da região de aplicação.

Dentro da colmeia as abelhas vivem em sociedades organizadas, com papéis claros. Elas se dividem em castas — rainha, operárias e zangões. A primeira delas é a única fêmea fértil, é quem coloca os ovos —cerca de 2,5 mil por dia. Os zangões são os machos e têm como papel fecundar a rainha.

Já as operárias são as fêmeas responsáveis por praticamente tudo dentro da colmeia: limpeza, coleta de néctar e pólen, alimentação das larvas (abelhas não adultas), elaboração do mel e defesa do lar. A depender do tamanho da caixa e das condições climáticas, uma única colmeia pode abrigar até 100 mil abelhas.

A morte dos polinizadores por contato com os agrotóxicos pode ocorrer de vários modos. O mais comum é quando a operária sai para a polinização.

Muitas acabam morrendo na hora, outras ficam desorientadas e infectadas. A partir daquele momento elas tentam voltar a colmeia, mas muitas não resistem ao caminho. As que conseguem voltar acabam infectando toda colmeia — o enxame acaba morto em pouco mais de um dia.

Casos cada vez mais agudos
Não existem números oficiais de mortes de abelhas no país, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Porém, associações de apicultores e órgãos ligados à secretarias estaduais de Agricultura fazem levantamentos próprios.

Entre dezembro do ano passado e fevereiro de 2019, pelo menos 500 milhões de abelhas foram encontradas mortas apenas nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul, segundo apurou a reportagem. Mas o número pode ser muito maior, já que é impossível contabilizar as mortes de abelhas silvestres – aquelas que não são criadas por apicultores.

A maioria dos casos recentes ocorreu no Rio Grande do Sul, onde, segundo a Câmara Setorial de Apicultura da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do estado, foram 400 milhões de baixas desde dezembro do ano passado.

O estado é o maior produtor apícola do país, com mais de 400 mil colmeias, de acordo com a Emater. A produção de mel supera 6 mil toneladas por safra, cerca de 15% do total brasileiro.

A Secretaria recebeu comunicados de óbitos em 10 municípios: Jaguari, Sant’Ana do Livramento, Alegrete, Santiago, Livramento, Bagé, Mata, Cruz Alta, Boa Vista do Cadeado, Santa Margarida. Isso significou mais de 1% das criações de abelhas dizimadas.

“O estado tem cerca de 463 mil colmeias. Dessas, cerca de 5 mil foram completamente perdidas. O prejuízo está em torno de 150 toneladas de mel”, conta Aldo Machado dos Santos, coordenador da Câmara Setorial de Apicultura gaúcha.

Por meio de notícias da imprensa, investigações do Ministério Público e estudos científicos, a reportagem identificou casos de mortandade de abelhas em pelo menos dez estados brasileiros desde 2005: Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

O engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Aroni Sattler é especialista em sanidade das abelhas e trabalha na área desde 1973.

Segundo ele, casos de mortes de enxames se tornaram mais recorrentes na última década. “Devido ao meu trabalho, sempre recebi amostras de abelhas para análises, e vim percebendo que cada vez mais não havia sinais de doenças nos insetos que explicassem mortandades tão agudas”, explica.

No ano passado, ele foi procurado pelo Bioensaios, um laboratório privado, para orientar um trabalho sobre coleta de amostras em casos de mortandade.

Foram analisados 30 casos de grandes baixas em enxames no Rio Grande do Sul. Os resultados mostram que cerca de 80% ingeriram ou tiveram contato com Fipronil antes de sucumbir.

“Pelos sinais clínicos e pelo histórico apresentado pelos apicultores, percebemos que os agricultores da região misturavam o Fipronil no tanque junto com dessecantes desde o preparo do solo, passando pela fase vegetativa do cultivo e depois na hora da colheita. Se trata de um inseticida, e as abelhas são um tipo de inseto, por isso o ingrediente é bastante tóxico para elas”, detalha.

O especialista aponta que, mesmo naquelas que não apresentaram vestígio dos agrotóxicos, pode ter ocorrido contato. “Nos outros 20% é notado que a coleta das amostras não foi feita adequadamente, ou foi feita em um período muito longo após a mortandade, o que dificulta a identificação dos tóxicos”.

Quem é o culpado?

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Desde que começou a fazer análises de abelhas mortas, o engenheiro agrônomo Aroni Sattler emitiu 30 laudos para apicultores do Rio Grande do Sul que comprovam o contato dos insetos com pesticidas. A partir daí eles podem levar os casos à Justiça e buscar ressarcimento.

O especialista alerta para um risco ainda maior, o das abelhas nativas silvestres, pois não há como enumerar quantas estão morrendo e nem denunciar quem aplicou o veneno. “O impacto do uso desses agrotóxicos atinge um raio de 3 a 5 quilômetros das lavouras. Tudo no entorno desaparece”, afirma.

Aroni Sattler destaca também que muitas vezes os desastres ocorrem por falta de informação. “Há casos de mortandade que acontecem porque os agricultores utilizam o agrotóxico de modo errado, ou até mesmo, por falta de conhecimento, eles acham que a abelha prejudica a lavoura e passam veneno”.

O coordenador da Câmara Setorial de Apicultura do Rio Grande do Sul, Aldo Machado, afirma que há necessidade de um trabalho de conscientização: “Precisamos de agrônomos nos campos, acompanhando essas aplicações, vendo se está sendo feito conforme a bula”.

Sobre realizar as denúncias, ele explica que o canal indicado são as defensorias agrícolas ligadas às secretarias estaduais ou municipais. Além disso, é aconselhável informar a Polícia Militar Ambiental e fazer um boletim de ocorrência na Polícia Civil.

“O apicultor tem que vencer o medo e denunciar. Há dois anos, após um grande surto de casos no Rio Grande do Sul, fizemos um levantamento e só existiam dois registros de denúncia. Sabíamos que estava ocorrendo mais, mas sem denúncia não se torna oficial para o Governo”.

Só em Cruz Alta, segundo a Associação dos Apicultores de Cruz Alta (Apicruz), 810 colmeias foram totalmente perdidas entre 2015 e 2016 – cerca de 50 milhões de abelhas. Porém, no último trimestre a Apicruz estima que o número de abelhas mortas ultrapasse 100 milhões no município.

Mas, mesmo em casos onde há um laudo que prove a relação das mortes com agrotóxicos, é difícil conseguir identificar um culpado, afirma Aldo Machado.

“Em Cruz Alta, por exemplo, há diversos produtores de soja. Existe a dificuldade de provar quem colocou esse princípio ativo na lavoura. Em muitos casos, diversos produtores utilizam o agrotóxico, aí fica difícil encontrar um culpado para cada caso específico”, pontua.

De acordo com a Lei Federal 7.802/89, a Lei dos Agrotóxicos, quem deve fazer a fiscalização do uso são os órgãos estaduais.

Portanto, todo problema decorrente do uso desses químicos deve ser informado às secretarias de Meio ambiente ou de Agricultura dos estados.

Há base legal para considerar a morte de abelha como crime ambiental. De acordo com o artigo 56 da Lei de Crimes Ambientais é crime “Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos”.

Porém, segundo o Ibama, há grande dificuldade para comprovar que a mortalidade se deu pelo uso em desacordo com as instruções autorizadas no registro.

“Quando isso fica comprovado – uso onde não devia, na quantidade que não devia, na época que não devia, usando equipamento que não devia e causando a mortalidade – aí se enquadra no artigo e se trata de crime ambiental”, informa o Instituto, através da assessoria de imprensa.

Milhões de mortes também em São Paulo — e por agrotóxicos
Testes laboratoriais apontaram o contato com agrotóxico como causador da morte de abelhas também no estado de São Paulo, onde a produção de mel chega a 3,7 mil toneladas por safra – cerca de 10% do total nacional. Entre 2014 e 2017, uma pesquisa com a participação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) realizou um mapeamento sobre os fatores que contribuem para a perda de enxames.

Em 78 cidades, os pesquisadores contabilizaram 107 produtores que sofreram com perdas de colmeias. Em três anos eles relataram que cerca de 255 milhões de abelhas morreram.

O professor e pesquisador da Unesp Rio Claro Osmar Malaspina, um dos responsáveis pelo trabalho, diz que os casos em São Paulo vêm acontecendo desde 2005.

“Eles se acentuam a partir de 2012, e até aquele momento os apicultores não sabiam como, mas todas as abelhas passavam a morrer do nada e em menos de 24 horas. A grande suspeita era de agrotóxicos, mas até aquele momento não tínhamos uma análise para provar isso”.

O projeto começou em 2013 com patrocínio de empresas produtoras de agrotóxicos. Batizado de Colmeia Viva, o projeto recebeu um telefone 0800 para denúncias. Quando uma abelha morria, o apicultor ligava e fazia a queixa.

“Após a análise, entregamos um laudo para cada criador, que era público. E ele poderia usá-lo para entrar com ação na Justiça”, explica.

O relatório do mapeamento foi lançado no ano passado com conclusões voltadas para a criação de um plano de ação nacional para boas práticas de aplicações de agrotóxicos. O objetivo é manter uma relação produtiva entre a agricultura e a apicultura, sem que nenhuma das duas áreas saia enfraquecida.

A iniciativa contou com 222 atendimentos voltados a apicultores, das quais 107 originaram visitas ao campo. Em 88 ocorreram coletas de abelhas para análise focada na relação com a aplicação de agrotóxicos. Em 59 casos — cerca de 67% — o resultado foi positivo para resíduos de pesticidas.

Em 27 casos, a hipótese é que a aplicação de tóxico tenha sido feita fora da lavoura onde a colmeia fica, e em 21 casos a suspeita é de uso incorreto dentro da própria residência (11 destes foram causados por produtos à base de neonicotinoides e 10 à base de Fipronil).

O grupo também fez um trabalho educativo com agricultores, ensinando modos de aplicação de pesticidas que diminuam o impacto em abelhas.

“Nos últimos meses estamos percebendo uma queda nas ocorrências de mortandade, mas ainda temos que esperar mais alguns anos para fazer um novo estudo que confirme isso e nos mostre os motivos”, explica. Nos últimos dois meses as baixas em colmeias foram reduzidas para cerca de 25.

Reavaliação de agrotóxicos
Em decorrência dos casos de mortandade de abelhas, o Ibama deu início em 2012 à reavaliação de diversos ingredientes químicos usados em plantações. O primeiro está sendo o neonicotinoides Imidacloprid, o mais usado do grupo. Empresas declararam ao Ibama a comercialização de 1.934 toneladas de Imidacloprido só em 2010.

Simultaneamente, o Instituto está reavaliando também os neonicotinoides Clotianidina e o Tiametoxam, e ao fim dos três processos iniciará os testes com o Fipronil.

Em 19 de julho de 2012 o Ibama chegou a proibir a pulverização aérea do ingrediente ativo Imidacloprid. O órgão determinou também que todos os produtos deveriam conter nas embalagens o seguinte aviso: “Este produto é tóxico para abelhas. A aplicação aérea NÃO É PERMITIDA. Não aplique este produto em época de floração, nem imediatamente antes do florescimento ou quando for observada visitação de abelhas na cultura. O descumprimento dessas determinações constitui crime ambiental, sujeito a penalidades”.

Porém, o Ministério da Agricultura alegou que a aplicação aérea do Imidacloprid era imprescindível para determinadas culturas. Com isso, três meses depois, ficou autorizada a pulverização para culturas de arroz, cana-de-açúcar, soja, trigo e algodão.

Tendo em vista que os agrotóxicos mais nocivos às abelhas estão sendo reavaliados, passando agora pela Avaliação de Risco, o Ibama criou em 2015 um Grupo Técnico de Trabalho para discutir os procedimentos a serem adotados para proteger especificamente as abelhas.

O grupo se reúne bimestralmente e conta com 13 participantes vindos do setor acadêmico, da Embrapa, da Indústria e também do Ministério do Meio Ambiente. Sua missão é propor uma avaliação obrigatória de risco de agrotóxicos para abelhas. Porém, não há previsão de quando isso ocorrerá.

Ministério Público Federal cobra respostas
Há procedimentos em curso sobre a morte de abelhas em cinco procuradorias estaduais, no Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, segundo a Procuradoria-Geral da República. A Agência Pública teve acesso a documentos relativos a dois desses casos.

No Rio Grande do Sul, há uma ação civil pública tramitando na 9ª Vara Federal de Porto Alegre. A ação foi ajuizada em outubro de 2017 contra o Ibama, para obrigar a autarquia a concluir no prazo de seis meses o processo de reavaliação da substância Imidacloprid.

Porém, o Ibama afirma que terá dificuldade de concluir o processo administrativo nesse prazo. Segundo um memorando, o órgão está construindo diversos protocolos de testes, por se tratar de avaliações ainda inéditas no país.

A equipe que realiza as reavaliações é composta por apenas cinco analistas ambientais: três biólogos, um químico e um zootecnista. Confira a publicação na íntegra aqui.

Em Mato Grosso do Sul, a Associação de Produtores de Mel de Dourados entrou com uma representação protocolada em março de 2018 pedindo investigação do MPF/MS.

Na justificativa, a associação afirma que os apicultores estão perdendo sua renda e produção por causa das mortes de abelhas “pelo uso indiscriminado e abusivo de agrotóxico nas lavouras de cana de açúcar, soja, milho, arroz e outras culturas agrícolas”.

A representação deu origem a uma Notícia de Fato, uma demanda encaminhada aos órgãos para investigação, e agora o MPF de Mato Grosso do Sul avalia se vai instaurar ou não um procedimento próprio.

Leis para reduzir pesticidas e salvar as abelhas
20 de maio é o Dia Mundial das Abelhas, data criada para lembrar a importância desses insetos para a produção de alimentos em escala global. Elas não são as únicas agentes polinizadoras — pássaros, morcegos, esquilos, besouros e diversos outros contribuem para a reprodução das plantas – mas o grande número e espécies de abelhas as colocam no papel principal.

Para defendê-las, a FAO/ONU, em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), elaborou o Código Internacional de Conduta para o Manejo de Pesticidas. A organização destaca, entretanto, que sem a diminuição do uso de agrotóxicos as abelhas continuarão em risco.

“Não podemos continuar nos concentrando em aumentar a produção e a produtividade com base no uso generalizado de pesticidas e produtos químicos que ameaçam os cultivos e os polinizadores”, alertou o diretor-geral da agência da ONU, José Graziano da Silva.

A passos lentos, alguns países vão adotando leis para salvar os zangões, rainhas e operárias. O Fipronil já é proibido em toda a União Europeia há mais de uma década. Em 2004, ele foi banido da França após ações que denunciavam o impacto do veneno — naquele ano, cerca de 40% dos insetos criados nos apiários franceses foram encontrados mortos.

Os neonicotinoides entraram em discussão logo depois. Em 2013 tiveram os registros congelados por dois anos, e em 2018 veio o banimento permanente.

Até os Estados Unidos caminham na mesma direção. Em 2013, um relatório do Departamento de Agricultura americano (USDA) mostrou que quase um terço das abelhas de colônias do país morreram durante o inverno de 2012/2013.

No ano seguinte, o então presidente americano Barack Obama proibiu o uso de neonicotinoides em áreas de vida selvagem.


https://exame.abril.com.br/brasil/m...reram-no-brasil-e-isso-e-uma-pessima-noticia/
https://www.sciencealert.com/bees-a...-brazil-and-the-culprit-is-harming-people-too
https://www.bbc.com/news/newsbeat-49406369
 
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