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Botânico defende que os guerreiros “berserkers” faziam o uso de uma planta alucinógena que os tornava imunes à dor nas batalhas
DROGA
Tese defende que os vikings usavam o meimendro nos seus ataques insanos (Crédito: Lorado)
André Lachini
23/07/21 - 09h30
Divulgação
O uso de uma planta com efeitos alucinógenos podia explicar o comportamento feroz de um grupo de guerreiros vikings, os “berserkers”, que entravam em combate em estado de transe. As invasões dos vikings, entre 790 d.C. e 1.016, devastaram as atuais Inglaterra, França e Holanda, com os nórdicos chegando a fazer incursões na Espanha e, adentrando o Mediterrâneo, na Itália e em Bizâncio.
Os guerreiros “berserkers” atacavam os inimigos indiscriminadamente e aparentavam serem imunes à dor. Uma tese feita pelo botânico esloveno Karten Fatur, da Universidade de Liubliana, defende que esses guerreiros faziam uso da planta alucinógena Hyoscyamus Níger — meimendro, em português.
“O meimendro tem efeitos psicoativos muito fortes, que podem obscurecer a mente e causar alucinações intensas. Conhecidos por sua ferocidade, os “berserkers” atacavam os inimigos indiscriminadamente”, escreveu Fatur. Ele acredita que os vikings usavam a planta de três maneiras: fervido em chá, bebido em uma poção com álcool ou absorvido através de uma pomada com gordura animal e vegetal.
Essa última possibilidade encontra respaldo na tumba de uma mulher, que viveu na Dinamarca por volta de 950 d.C. e na qual os arqueólogos acharam sementes de meimendro — ela era uma xamã.
“A teoria é que a droga provocava transes nos guerreiros durante as batalhas” Karten Fatur, botânico (Crédito:Divulgação)
Polêmica, a tese de Fatur não é endossada pelos historiadores. “A questão do uso do meimendro pelos escandinavos ainda não foi provada cientificamente”, diz Renan Birro, professor de História Medieval na Universidade de Pernambuco. Birro ressalta que a figura do “berserker” só aparece nas sagas do século XIII, quando a “era Viking” havia acabado e os países escandinavos, cristianizados, interpretaram seu passado politeísta sob a perspectiva cristã. “Assim, os berserkers são descritos como selvagens vestidos de peles, que atacavam mesmo isolados nas batalhas. Isso contraria o método de combate dos escandinavos, que se organizavam em formações compactas protegidas por grandes escudos.” Seja como for, a palavra “berserker” entrou para o idioma inglês — “berserk” significa “furioso”, segundo o dicionário Webster.
DROGA
Tese defende que os vikings usavam o meimendro nos seus ataques insanos (Crédito: Lorado)
André Lachini
23/07/21 - 09h30
Divulgação
O uso de uma planta com efeitos alucinógenos podia explicar o comportamento feroz de um grupo de guerreiros vikings, os “berserkers”, que entravam em combate em estado de transe. As invasões dos vikings, entre 790 d.C. e 1.016, devastaram as atuais Inglaterra, França e Holanda, com os nórdicos chegando a fazer incursões na Espanha e, adentrando o Mediterrâneo, na Itália e em Bizâncio.
Os guerreiros “berserkers” atacavam os inimigos indiscriminadamente e aparentavam serem imunes à dor. Uma tese feita pelo botânico esloveno Karten Fatur, da Universidade de Liubliana, defende que esses guerreiros faziam uso da planta alucinógena Hyoscyamus Níger — meimendro, em português.
“O meimendro tem efeitos psicoativos muito fortes, que podem obscurecer a mente e causar alucinações intensas. Conhecidos por sua ferocidade, os “berserkers” atacavam os inimigos indiscriminadamente”, escreveu Fatur. Ele acredita que os vikings usavam a planta de três maneiras: fervido em chá, bebido em uma poção com álcool ou absorvido através de uma pomada com gordura animal e vegetal.
Essa última possibilidade encontra respaldo na tumba de uma mulher, que viveu na Dinamarca por volta de 950 d.C. e na qual os arqueólogos acharam sementes de meimendro — ela era uma xamã.
“A teoria é que a droga provocava transes nos guerreiros durante as batalhas” Karten Fatur, botânico (Crédito:Divulgação)
Polêmica, a tese de Fatur não é endossada pelos historiadores. “A questão do uso do meimendro pelos escandinavos ainda não foi provada cientificamente”, diz Renan Birro, professor de História Medieval na Universidade de Pernambuco. Birro ressalta que a figura do “berserker” só aparece nas sagas do século XIII, quando a “era Viking” havia acabado e os países escandinavos, cristianizados, interpretaram seu passado politeísta sob a perspectiva cristã. “Assim, os berserkers são descritos como selvagens vestidos de peles, que atacavam mesmo isolados nas batalhas. Isso contraria o método de combate dos escandinavos, que se organizavam em formações compactas protegidas por grandes escudos.” Seja como for, a palavra “berserker” entrou para o idioma inglês — “berserk” significa “furioso”, segundo o dicionário Webster.
