Hoje um coronel na reserva ganha mais de 10 mil por mês. Com a reforma, os novos militares vão entrar no teto do INSS, além de trabalharem mais cinco anos. Não sei que previlégio é esse.
Os ministros do governo já estão na reserva. A reforma não vai atingir nem civil e nem militar já aposentados.
"O projeto traz diversas diferenças com relação à reforma proposta aos civis, que terão, por exemplo, que trabalhar ao menos 40 anos para obter o teto do INSS, de R$ 5,8 mil. Já os militares poderão, após 35 anos, se aposentar com a totalidade dos seus último salários."
Se a proposta passar como tá, o cálculo será feito com base no último soldo (provento) do militar.
Fora que, a nova proposta coloca o pagamento de 8 soldos quando o militar ir à inativa. Na forma atual, são de 4 soldos. Ou seja, o cara se aposenta e recebe logo de vez 8 salários últimos.
Na tese a categoria justifica que não é uma aposentadoria, mas na prática funciona sim 100% como tal.
Outra coisa. Em proporção, os militares são a categoria que menos contribui e a que mais recebe. Não é à toa que com a nova proposta, a economia da categoria será de apenas 1% em base da economia total prevista pelo governo.
Na verdade, essa proposta de reforma para os militares mantém privilégios sim. Nos EUA, por exemplo, um militar se aposenta com 50% do último soldo que ele teve.
E outra coisa, o adicional de habilidade aumentará.
ADICIONAL DE HABILITAÇÃO
Como é hoje - Militares têm direito a acumular "adicional de habilitação", que é incluído no soldo para os que fazem cursos de especialização. Hoje, cursos de formação (para os postos mais baixos) dão um adicional de 12%, percentual que sobe até 30% para o Altos Estudos Categoria I. Este curso é considerado o "doutorado" da carreira militar e é disponível a generais, coronéis e subtenentes.
O que o governo propõe - Aumentar os adicionais para todos os cursos, exceto o de formação (que fica em 12%). Para o curso mais alto, o adicional passará a ser de 71%. O governo explica que a ideia é "valorizar a meritocracia: os militares que buscarem a especialização ganharão mais. Hoje apenas o Exército e Marinha têm o curso mais alto, e o da Marinha é recém-criado.
Terá também o adicional de dedicação exclusiva:
ADICIONAL DE DEDICAÇÃO EXCLUSIVA
Como é hoje - Este adicional não existe
O que o governo propõe - Será criado um "adicional de dedicação exclusiva". Segundo o governo, é uma forma de premiar a dedicação exclusiva: "estarão prontos e em condições de serem deslocados para qualquer parte e atuarem, dia e noite, em defesa da Pátria, bem como garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem". Para os escalões mais altos, o adicional chegará a 41% do soldo.
AJUDA DE CUSTO AO PASSAR PARA A RESERVA
Como é hoje - Ao passar para a reserva,
o militar ganha uma indenização de quatro vezes o valor do soldo, para arcar com as despesas da mudança para a inatividade. Valor é pago uma só vez.
O que o governo propõe -
Dobrar a ajuda de custo, que passará a ser de oito vezes o valor do soldo.
GRATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO
Como é hoje - Oficiais generais recebem uma gratificação de 10% do valor do soldo enquanto estiverem no exercício de posições de comando
O que o governo quer - A ideia é manter a gratificação.
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Aumentará o tempo de contribuição e a alíquota, mas na prática as coisas não serão muito diferentes assim. Inclusive, se criou novos adicionais para "compensar" esses anos a mais de trabalho.
Em um outro texto, temos:
"Os adicionais de habilitação - pagos a militares que passam por programas de capacitação - serão gradualmente aumentados nos próximos quatro anos.
No caso de oficiais generais, coronéis e subtenentes, o adicional de altos estudos de categoria 1 (equivalente a um doutorado) passará de 30% para 73% do soldo. Para coronéis, tenentes coronéis, majores, subtenentes e primeiros-sargentos, o adicional de categoria 2 (equivalente a um mestrado) passará de 25% para 68%."
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Posso ser sincero? Nunca se tornou tão válido ser militar como agora é. Com essa nova proposta. As coisas ficarão excelentes.