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Bam-bam-bam
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Haze é um FPS. Ele foi lançado em 2008, exclusivamente pra PS3, sendo que foi desenvolvido pela Free Radical Design e publicado pela Ubisoft. Esse jogo teve reputação de Halo killer, no que ele falhou miseravelmente. O jogo foi dirigido por David Doak, bem conhecido pelo seu trabalho em design e produção em TimeSplitters 1 e 2. O diretor criativo foi Derek Littlewood, que viria a trabalhar também em títulos de peso como Forza Horizon 5 e Hogwarts Legacy. De acordo com matéria da revista oficial do Playstation, Littlewood explica que a engine do jogo é proprietária, e o estúdio optou por criar uma zero do que comprar uma nova pra ter mais flexibilidade, apesar de obviamente isso significar um aumento no prazo de desenvolvimento. Haze foi anunciado na E3 2006.
Você joga com Shane Carpenter no squad do Sargento Morgan Duvall. Você é um soldado de uma empresa chamada Mantel, que meio que é um exército privado super poderoso e tecnológico. Carpenter se alista na Mantel pra combater uma milícia na América do Sul chamada The Promise Hand. A propaganda que a Mantel faz é que esses caras tão fazendo genocídio na região por meio de limpeza étnica. Os soldados da Mantel tem um recurso muito importante contra os rebeldes, que é uma droga chamada Nectar. Você pode administrar Nectar a qualquer momento, e o que ela faz é te transformar num super soldado: a silhueta do inimigo fica em evidência, além de aumentar a sua velocidade, recoil da arma e alguns outros stats. Outra coisa que ela faz é limpar da sua visão os corpos dos inimigos mortos, meio que pra não foder o psicológico dos soldados.
Só que uma overdose de Nectar pode acarretar em efeitos desastrosos, como não conseguir distinguir quem é inimigo de quem é do squad. Até por isso, os guerrilheiros da Promise Hand extraem o Nectar da armadura de soldados que eles matam: pra criar bombas que soltam Nectar pelo ar, causando overdose nos soldados da Mantel. Mas voltando aos milicianos, como já era esperado, essa história pra justificar o ataque é toda mentira da Mantel: a verdade é que a população local tá cultivando a planta de onde se extrai o Nectar, e a Mantel quer duas coisas: se apropriar dessas plantações e manter o monopólio de Nectar. Numa missão ainda no início do jogo, o Nectar de Carpenter é mal dosado, o que faz ele enxergar as coisas com mais clareza e se revolta contra o próprio squad, virando inimigo mortal de Duvall e da Mantel como um todo. Assim, ele acaba sendo acolhido pelos rebeldes e muda de lado nessa guerra.
Sobre a história é só isso o que eu vou dizer. Veja, a premissa do enredo, com o lance do Nectar, da Mantel querer subjulgar um povo pra se manter na posição de poder e tal, tudo isso é até razoavelmente bem construído. O roteiro foi escrito por Rob Yescombe. Foi o primeiro trabalho de script creditado a ele, mas Yescombe ainda criaria roteiros em jogos como RiME e Farpoint. Então assim... O enredo em si, pelo menos na premissa, não é problemático. Mas todo o arcabouço que devia deixar isso amarrado é muito ruim. Se liga: em primeiro lugar, os soldados da Mantel que tomam Nectar ficam retardados. Só que Carpenter não é assim, e nem fica assim usando Nectar. Aliás, o Carpenter não é nada: acho que ele é o protagonista menos memorável com o qual eu já joguei. Ele não tem personalidade nenhuma. Ele se perde, é meio maria vai com as outras, e até a parte que ele vira a chave, que ele descobre que a Promise Hand tá só tentando se defender da Mantel, não é muito convincente. É meio jogado de qualquer jeito, sabe qual é? E tem outra: o Nectar é viciante e mata a médio prazo. Mas a maneira como o jogo revela isso, numa tentativa de fazer tu se compadecer pelos soldados mortos, é tão pateticamente mal conduzida que não cria empatia. Não dá aquela dualidade de tar lutando pelo lado certo, mas ao mesmo tempo de os inimigos também não terem culpa. Cara, é muita oportunidade perdida aqui, que podia fazer um jogo medíocre se transformar numa coisa que os jogadores ainda se lembrassem por anos a fio.