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ANEEL vota nesta teça proposta que reduz incentivo para quem gera a própria energia

antonioli

O Exterminador de confusões
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Aneel vota nesta terça proposta que reduz incentivo para quem quer gerar a própria energia
Mudanças devem entrar em vigor em 2020 e, segundo relator, poderão elevar de 4,5 para 7 anos o prazo para recuperação do investimento em painéis solares, por exemplo.
Por Fábio Amato, G1 — Brasília
15/10/2019 05h01 Atualizado há 3 horas


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vota nesta terça-feira (15) proposta para alteração das regras da chamada geração distribuída, sistema pelo qual consumidores podem produzir sua própria energia, normalmente por meio do uso de painéis solares.

Como já era esperado, o texto vai prever medidas que acabam por reduzir incentivos para a adesão a esse sistema.

A Aneel vem defendendo a mudança sob o argumento de que os custos dos incentivos para quem gera a própria energia acabam sendo pagos depois pelos demais consumidores (leia mais abaixo).

O relator da proposta é o diretor da Aneel Rodrigo Limp. Segundo ele, se as alterações forem aprovadas, a expectativa é que o prazo médio para que um consumidor residencial recupere o investimento na instalação de seu gerador aumentará dos atuais 4,5 anos para cerca de 7 anos.

Depois de votada pela diretoria da agência, a proposta vai passar por consulta pública e pode sofrer alterações.

Proposta da Aneel prevê retirada de incentivos para quem investe na compra de painéis solares para geração de energia — Foto: H-Energy/Divulgação

Proposta da Aneel prevê retirada de incentivos para quem investe na compra de painéis solares para geração de energia — Foto: H-Energy/Divulgação

A agência espera que as mudanças comecem a valer em 2020. Entretanto, a nova regra proposta prevê gatilhos para a retirada dos incentivos. Isso quer dizer que o aumento do prazo para recuperação do investimento não será imediato.

Além disso, as mudanças vão atingir somente aqueles que aderirem à geração distribuída depois que as novas regras começarem a valer.

Entretanto, para os consumidores da chamada geração remota, ou seja, que geram a própria energia em um local distante do ponto em que consomem, a previsão é de que as mudanças serão mais rápidas e, a perda de atratividade do investimento, maior.

Como funciona

Quando um consumidor adere à geração distribuída, passa a produzir energia em casa ou no trabalho.

Essa energia pode ser consumida imediatamente ou então ser transmitida para a rede da distribuidora e compensada depois. Nesse caso, a rede da distribuidora acaba funcionando como uma bateria.

A regra atual prevê incentivos para quem participa desse sistema, entre os quais a isenção do pagamento de tarifas pelo uso do sistema elétrico. Porém, outros consumidores acabam bancando esses incentivos.

"Clientes que não possuem painéis solares ou outras formas de fazer geração distribuída em suas casas ou empresas pagam a conta por aqueles que fazem geração distribuída", informou, em nota, a Aneel.

De acordo com a agência, o objetivo da mudança proposta nesta terça é justamente evitar que o custo desses incentivos sejam repassados aos demais consumidores.

O reflexo disso é que a conta de luz de quem fizer parte da geração distribuída ficará mais cara e, consequentemente, o prazo para reaver o investimento na instalação, por exemplo, de painéis solares, vai ficar mais longo.

https://g1.globo.com/economia/notic...-para-quem-quer-gerar-a-propria-energia.ghtml
 

Anexos

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juvebrit80

Bam-bam-bam
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Não sou especialista, mas me parece que no final das contas o que está acontecendo, como quase sempre ocorre no Brasil, é uma atuação ferrenha dos diversos grupos de interesses entranhados no sistema governamental. O lobby político e econômico é terrível em nosso país, atua sem nenhum constrangimento manipulando todas as esferas públicas.
 


GantZ

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Procurei, procurei mas não achei o motivo disso "A Aneel vem defendendo a mudança sob o argumento de que os custos dos incentivos para quem gera a própria energia acabam sendo pagos depois pelos demais consumidores".
É por isso que sou a favor do fim de todas as agências "reguladoras". ANCINE, Anatel, Aneel, etc...tudo farinha do mesmo saco
 

olifante666

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Lembram da seca em São Paulo? Que obrigou o povo a economizar na marra água?
O que ocorreu depois que a situação se normalizou?
Muitas famílias aprenderam que podiam economizar muita da água que gastavam e com isso diminuir a consumo e a conta.
O que a concessionária fez?
Requereu um reajuste na conta de água pois as famílias começaram a consumir menos.
Brasil sendo Brasil.
 

Rodrigo Zé do Cx Jr

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PAULO GUEDES MEU MINISTRO LIBERAU OBRIGADO PAULO GUEDES MEU MINISTRO TINHAMU

Agências são cancerígenas.
O ESTADO é cancerígeno.

Não quero mais o governo como meu sócio, o estado deve ser reduzido a pó.
 

Beren_

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Não sou especialista, mas me parece que no final das contas o que está acontecendo, como quase sempre ocorre no Brasil, é uma atuação ferrenha dos diversos grupos de interesses entranhados no sistema governamental. O lobby político e econômico é terrível em nosso país, atua sem nenhum constrangimento manipulando todas as esferas públicas.

Sim. Vamos garantir o monopolio da geração de energia. E da-lhe bandeira vermelha.
 

JmB!

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Se o que a Aneel diz for verdade, este benefício é somente uma forma de fazer com que "o rico" fique cada vez "mais rico" e o "pobre" cada vez "mais pobre".

Então já que é assim, deixe o mercado agir sozinho... O cara não perderá as vantagens, apenas irá recebe-las no tempo justo.

T+
 
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Marcelodoom

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Eu estava me preparando para fazer um investimento e montar uma usina de energia solar num sítio de meu pai. Ia montar os painéis lá e eu ia vender o excedente de energia para algum conhecido. Mas quando fiquei sabendo que as regras poderiam mudar, abortei a idéia.
Do jeito que estava, compensava mais você investir numa usina dessas do que deixar seu dinheiro investido em Tesouro Direto.
Agora, já era. Compensa só se a pessoa for usar o sistema para baixar a conta de luz da própria casa.
 

Stranger_Eddie

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Culpa deste tal de Sol (o astro) que fica ai distribuindo energia a toa... Tremendo causador de discórdia...

Tanta Usina investida, tanta usina carvão.... Tudo feito pelo bondoso estado.

...

Estado ta certo! Conta de Luz pra todos é um "direito" do cidadão.

...

Em breve todo mundo aderindo o programa meu bronze-minha-vida!


:kcopa
 

Baralho

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Nos Estados Unidos existem milhares de agências ''reguladoras'', mas que na prática funcionam como fiscalizadoras.

Tem tanto públicas, como privadas e até as do chamado ''terceiro setor''.

Isso sempre foi uma agência reguladora de cartel, isso sim.

No Brasil todas as tais agências reguladoras são coordenadoras de setores privados, mas não desestatizados, pois a concessão destes (telefone, energia, saneamento) está sempre ao alcance do(s) governo(s).

Independente de partidos políticos. No caso do Brasil, o que poderia ajudar o consumidor diante da ANEEL, seria o governo conseguir duas coisas (ou uma dessas pelo menos).

Ou baixar os impostos que incidem sobre geração e distribuição. Ou então, baixar (ou eliminar) os impostos/taxas sobre componentes importados dos kits de geração solar, como os próprios painéis.
 

GadoMuuuuu

Bam-bam-bam
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Calma lá: qual o incentivo que está sendo abolido afinal de contas? Estou com dificuldades para achar detalhes.

Abatimento fiscal de alguma forma (sou contra acabar, imposto é roubo)? Subsidio (então tem de acabar mesmo e f**a-se)?

Será que tem lobby das empresas de energia, sim, claro ou com certeza?
Então, creio que não. A geração no Brasil é esmagadoramente estatal (Eletrobrás). Apenas a distribuição tem grande participação privada, e para eles essa iniciativa não faz diferença alguma em um sistema de geração distribuída de verdade: eles estarão distribuindo energia e faturando do mesmo jeito.
 

f0rg0tten

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Se o que a Aneel diz for verdade, este benefício é somente uma forma de fazer com que "o rico" fique cada vez "mais rico" e o "pobre" cada vez "mais pobre".

Então já que é assim, deixe o mercado agir sozinho... O cara não perderá as vantagens, apenas irá recebe-las no tempo justo.

T+

É uma bela de uma desculpa esfarrapada isso sim.

O benefício tributário se dá porque quem coloca o sistema "on-grid" (ligado a rede da concessionária) reduz a necessidade de ampliação da geração da mesma. Afinal o horário de geração normalmente coincide com as horas de pico de consumo.

O camarada poderia montar um sistema Off-grid e dar uma banana para concessionária (afinal é bem burocrático montar algo on-grid, apesar de um pouco mais barato). Gerar a própria energia nos horários em que ela é mais cara e chavear para a rede da concessionária a noite. O incentivo serve para dizer que vale a pena dimensionar algo um pouco maior para "vender" o extra para a concessionária (e aliviar todo o sistema). Se vão mexer nele, logo logo vamos ver esse povo reclamando que vão ter que ampliar e precisam aumentar as tarifas.
 

olifante666

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Encontrei a reportagem que li sobre o reajuste de água que citei anteriormente:

https://exame.abril.com.br/seu-dinh...-preco-da-agua-sempre-que-o-consumo-diminuir/

SP quer aumentar preço da água sempre que o consumo diminuir
Estado passou por uma crise hídrica em 2015; agência diz que medida visa “garantir o equilíbrio financeiro” da Sabesp
Por Estadão Conteúdo
access_time5 mar 2018, 16h10 - Publicado em 5 mar 2018, 11h30
more_horiz
Água da torneira

Água: preço também vai subir quando o consumo aumentar acima da média (Naumoid/Thinkstock)
São Paulo – A Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) decidiu criar um “gatilho” para reajustar automaticamente a tarifa de água e esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) quando houver uma “variação anormal” do consumo médio de água da rede, como ocorreu durante a crise hídrica (2014-2015). Na prática, se a população reduzir muito o consumo e isso tiver efeito negativo nas receitas da Sabesp, a conta de água vai subir além da correção pela inflação.

Segundo a Arsesp, o objetivo da nova regra – inédita no setor de saneamento do País – é “garantir o equilíbrio econômico-financeiro” da Sabesp, que opera em 367 cidades paulistas (57% do total), onde vivem 24,7 milhões de pessoas. O “gatilho” vai considerar o consumo do sistema como um todo, e não de um imóvel específico.


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O mecanismo, ainda segundo a agência, vai valer “nos dois sentidos”. Ou seja, se houver um aumento significativo do consumo médio de água que leve a uma alta expressiva de arrecadação da Sabesp, a tarifa será reajustada para baixo.

O índice que vai acionar o “gatilho” do reajuste automático ainda está sendo analisado pelos técnicos da agência e deve ser divulgado somente em maio, quando o órgão estadual deve concluir o processo de revisão tarifária da Sabesp e anunciar as novas tarifas de água e esgoto em São Paulo. O cálculo será feito com base na média móvel de consumo de 12 meses (de março de 2017 e fevereiro de 2018, por exemplo) na comparação com os 12 meses anteriores.


A reportagem apurou que a Sabesp propôs que o gatilho seja acionado quando a variação do consumo for maior do que 10%. Hoje, segundo a companhia, o consumo médio de água por imóvel em São Paulo é de 11,5 mil litros por mês. Em sua proposta, a empresa sugere que o reajuste automático ocorra caso esse índice caia para 10 mil ou suba para 13 mil. Procuradas, a Sabesp e a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos não quiseram se manifestar.

“Quando cai o consumo, a concessionária tem menos água para cobrar e, consequentemente, perde receita. Mas ela já investiu na ampliação e manutenção do sistema para atender a uma demanda projetada. Para equilibrar isso, a tarifa tem de subir”, afirma José Bonifácio de Souza Amaral Filho, diretor de Regulação Econômico-Financeira da Arsesp. “Ainda estamos estudando o índice do gatilho. Tem de ser um número de impacto. Não vamos mexer na tarifa por uma variação pequena de consumo”, completa.

A ideia do gatilho surgiu após a crise de abastecimento na Grande São Paulo entre 2014 e 2015 por causa da seca no Sistema Cantareira, principal manancial paulista. Depois de ver seu lucro encolher 53% ao fim do primeiro ano da crise, a Sabesp solicitou à agência um reajuste extraordinário na conta de água e esgoto para compensar os efeitos da queda de 20% no consumo. À época, a companhia praticava uma política de desconto e multa para incentivar a economia de água e fazia racionamento na rede.

Em junho de 2015, a Arsesp aprovou uma reajuste extraordinário de 15,24% nas contas – o maior desde 2003 -, dos quais 6,91% eram referentes à queda de consumo de água e ao aumento do custo da energia elétrica, ambos decorrentes da estiagem, e 7,78% de correção inflacionária. No trimestre seguinte ao reajuste extraordinário, o lucro da Sabesp subiu 11,5%. Em 2016, primeiro ano pós-crise, os ganhos da companhia já ultrapassavam os valores pré-crise.

Agora, a Arsesp quer implementar o “gatilho” para acelerar o debate sobre o reequilíbrio econômico da Sabesp em eventual nova crise. “Com o gatilho não precisamos ficar discutindo se cabe ou não cabe a revisão. Mas não será um reajuste automático. Vamos seguir o rito de consulta pública e avaliar tudo o que foi feito pela concessionário para definir o porcentual de reajuste”, diz Amaral.

Para entidades envolvidas com questões ambientais, o gatilho é um “contrassenso” que desestimula o uso racional da água. “Esse mecanismo vai contra todos os conceitos e descobertas científicas que apontam para a necessidade de mudança de paradigma em relação ao consumo de água. É uma inversão total de princípios primordiais para a preservação de recursos hídricos”, critica Guilherme Checco, do Instituto Democracia e Sustentabilidade.

“Parece uma regra feita para beneficiar a empresa e garantir o lucro dos seus acionistas, entre eles o governo do Estado, em vez de estimular o uso racional da água”, afirma Marússia Whately, coordenadora da Aliança pela Água, articulação que envolve uma serie de organizações em defesa da água.

Vítima de racionamento de água durante a crise hídrica, a aposentada Maria da Graça Nogueira, de 60 anos, diz não ser justo que o preço da água aumente caso haja uma nova crise. “É um absurdo. Sempre sobra para a gente”, reclama. Desde 2014, quando a crise foi deflagrada, a conta de água e esgoto da aposentada, que sempre consumiu o valor mínimo, subiu 43,6%, passando de R$ 33,64 para R$ 48,30.

___



A ideia é praticamente a mesma do problema da energia, uma parceria entre o governo e a população.

Governo entra com o pinto e o povão com a bunda.
 

billpower

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SP quer aumentar preço da água sempre que o consumo diminuir

Isso mostra como entregar qualquer atividade empresarial nas mãos do Estado dá m****. Como ele não segue as regras do capitalismo os contra-balanços sempre se baseiam em tomar dinheiro de alguma outra fonte. Num primeiro olhar a pessoa pode pensar que isso só impacta a gestão de produção/operacional, mas não é assim, isso afeta o interesse na otimização de processos, capacitação de pessoal e melhores práticas financeiras, em suma, tudo funciona da pior forma possível, pois sempre terá um porto seguro para se apoiar e continuar ineficiente, nisso perdemos todos. Notem que a universalização das telecomunicações veio com a abertura da exploração do setor pela iniciativa privada e olha que a coisa foi estabelecida da pior forma possível.

Realmente, certos setores como distribuição de água, saneamento e energia teria que ser pensado de uma maneira diferente no momento de abrir para a iniciativa privada, pois como a base foi criada em moldes estatais quem comprar a operação terá uma prevalência absurda no setor, desestimulando a competição, mas isso não é impossível de maneira alguma. Falta só interesse político para tanto.
 

Damyen

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Encontrei a reportagem que li sobre o reajuste de água que citei anteriormente:

https://exame.abril.com.br/seu-dinh...-preco-da-agua-sempre-que-o-consumo-diminuir/

SP quer aumentar preço da água sempre que o consumo diminuir
Estado passou por uma crise hídrica em 2015; agência diz que medida visa “garantir o equilíbrio financeiro” da Sabesp
Por Estadão Conteúdo
access_time5 mar 2018, 16h10 - Publicado em 5 mar 2018, 11h30
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Água da torneira

Água: preço também vai subir quando o consumo aumentar acima da média (Naumoid/Thinkstock)
São Paulo – A Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) decidiu criar um “gatilho” para reajustar automaticamente a tarifa de água e esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) quando houver uma “variação anormal” do consumo médio de água da rede, como ocorreu durante a crise hídrica (2014-2015). Na prática, se a população reduzir muito o consumo e isso tiver efeito negativo nas receitas da Sabesp, a conta de água vai subir além da correção pela inflação.

Segundo a Arsesp, o objetivo da nova regra – inédita no setor de saneamento do País – é “garantir o equilíbrio econômico-financeiro” da Sabesp, que opera em 367 cidades paulistas (57% do total), onde vivem 24,7 milhões de pessoas. O “gatilho” vai considerar o consumo do sistema como um todo, e não de um imóvel específico.


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O mecanismo, ainda segundo a agência, vai valer “nos dois sentidos”. Ou seja, se houver um aumento significativo do consumo médio de água que leve a uma alta expressiva de arrecadação da Sabesp, a tarifa será reajustada para baixo.

O índice que vai acionar o “gatilho” do reajuste automático ainda está sendo analisado pelos técnicos da agência e deve ser divulgado somente em maio, quando o órgão estadual deve concluir o processo de revisão tarifária da Sabesp e anunciar as novas tarifas de água e esgoto em São Paulo. O cálculo será feito com base na média móvel de consumo de 12 meses (de março de 2017 e fevereiro de 2018, por exemplo) na comparação com os 12 meses anteriores.


A reportagem apurou que a Sabesp propôs que o gatilho seja acionado quando a variação do consumo for maior do que 10%. Hoje, segundo a companhia, o consumo médio de água por imóvel em São Paulo é de 11,5 mil litros por mês. Em sua proposta, a empresa sugere que o reajuste automático ocorra caso esse índice caia para 10 mil ou suba para 13 mil. Procuradas, a Sabesp e a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos não quiseram se manifestar.

“Quando cai o consumo, a concessionária tem menos água para cobrar e, consequentemente, perde receita. Mas ela já investiu na ampliação e manutenção do sistema para atender a uma demanda projetada. Para equilibrar isso, a tarifa tem de subir”, afirma José Bonifácio de Souza Amaral Filho, diretor de Regulação Econômico-Financeira da Arsesp. “Ainda estamos estudando o índice do gatilho. Tem de ser um número de impacto. Não vamos mexer na tarifa por uma variação pequena de consumo”, completa.

A ideia do gatilho surgiu após a crise de abastecimento na Grande São Paulo entre 2014 e 2015 por causa da seca no Sistema Cantareira, principal manancial paulista. Depois de ver seu lucro encolher 53% ao fim do primeiro ano da crise, a Sabesp solicitou à agência um reajuste extraordinário na conta de água e esgoto para compensar os efeitos da queda de 20% no consumo. À época, a companhia praticava uma política de desconto e multa para incentivar a economia de água e fazia racionamento na rede.

Em junho de 2015, a Arsesp aprovou uma reajuste extraordinário de 15,24% nas contas – o maior desde 2003 -, dos quais 6,91% eram referentes à queda de consumo de água e ao aumento do custo da energia elétrica, ambos decorrentes da estiagem, e 7,78% de correção inflacionária. No trimestre seguinte ao reajuste extraordinário, o lucro da Sabesp subiu 11,5%. Em 2016, primeiro ano pós-crise, os ganhos da companhia já ultrapassavam os valores pré-crise.

Agora, a Arsesp quer implementar o “gatilho” para acelerar o debate sobre o reequilíbrio econômico da Sabesp em eventual nova crise. “Com o gatilho não precisamos ficar discutindo se cabe ou não cabe a revisão. Mas não será um reajuste automático. Vamos seguir o rito de consulta pública e avaliar tudo o que foi feito pela concessionário para definir o porcentual de reajuste”, diz Amaral.

Para entidades envolvidas com questões ambientais, o gatilho é um “contrassenso” que desestimula o uso racional da água. “Esse mecanismo vai contra todos os conceitos e descobertas científicas que apontam para a necessidade de mudança de paradigma em relação ao consumo de água. É uma inversão total de princípios primordiais para a preservação de recursos hídricos”, critica Guilherme Checco, do Instituto Democracia e Sustentabilidade.

“Parece uma regra feita para beneficiar a empresa e garantir o lucro dos seus acionistas, entre eles o governo do Estado, em vez de estimular o uso racional da água”, afirma Marússia Whately, coordenadora da Aliança pela Água, articulação que envolve uma serie de organizações em defesa da água.

Vítima de racionamento de água durante a crise hídrica, a aposentada Maria da Graça Nogueira, de 60 anos, diz não ser justo que o preço da água aumente caso haja uma nova crise. “É um absurdo. Sempre sobra para a gente”, reclama. Desde 2014, quando a crise foi deflagrada, a conta de água e esgoto da aposentada, que sempre consumiu o valor mínimo, subiu 43,6%, passando de R$ 33,64 para R$ 48,30.

___



A ideia é praticamente a mesma do problema da energia, uma parceria entre o governo e a população.

Governo entra com o pinto e o povão com a bunda.
Ou seja: se o consumo aumenta, o preço sobe, se diminui, também.

Cara, o Brasil SEMPRE será várzea.
 

Tassadar_

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Ou seja: se o consumo aumenta, o preço sobe, se diminui, também.

Cara, o Brasil SEMPRE será várzea.
Cara, que vontade de explodir tudo essa m**** quando leio umas notícias dessas.
Cheio de campanha "salve o mundo, use menos água", quando o pessoal usa menos água, "SE FODE AÍ, PAGUE MAIS POR MENOS ÁGUA, SEU b*sta"...
 

Baralho

Ei mãe, 500 pontos!
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É como qualquer atividade controlada (ou ''regulada'' também) pelo Estado.

Como não obedece as leis de mercado, seu intento passa a ser meramente arrecadatório e não de prestar serviços com eficiência, pois se a demanda cai, o preço não deveria ser alterado, mas o é feito pra mais, por quê: cobrir déficits em algum outro setor.

Um palpite, deve ser algum setor ligado a folha de pagamentos do Estado, seja da ativa ou não, mas a reportagem não vai responder.
 

olifante666

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Isso mostra como entregar qualquer atividade empresarial nas mãos do Estado dá m****. Como ele não segue as regras do capitalismo os contra-balanços sempre se baseiam em tomar dinheiro de alguma outra fonte. Num primeiro olhar a pessoa pode pensar que isso só impacta a gestão de produção/operacional, mas não é assim, isso afeta o interesse na otimização de processos, capacitação de pessoal e melhores práticas financeiras, em suma, tudo funciona da pior forma possível, pois sempre terá um porto seguro para se apoiar e continuar ineficiente, nisso perdemos todos. Notem que a universalização das telecomunicações veio com a abertura da exploração do setor pela iniciativa privada e olha que a coisa foi estabelecida da pior forma possível.

Realmente, certos setores como distribuição de água, saneamento e energia teria que ser pensado de uma maneira diferente no momento de abrir para a iniciativa privada, pois como a base foi criada em moldes estatais quem comprar a operação terá uma prevalência absurda no setor, desestimulando a competição, mas isso não é impossível de maneira alguma. Falta só interesse político para tanto.

Eu não conheço a realidade de São Paulo, a empresa de águas ali é estatal ou privada via concessão?

Aqui na minha cidade por exemplo é "mista" a captação de água é municipal e o esgoto concessão a uma empresa privada.
 

Haagenti

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Mano, fiquei tão feliz com esse governo entrando, com gente bacana entrando no comando de áreas essenciais, mas olha a m****...
Ah cara, vtnc desse pais mediocre.
 

billpower

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Eu não conheço a realidade de São Paulo, a empresa de águas ali é estatal ou privada via concessão?

Aqui na minha cidade por exemplo é "mista" a captação de água é municipal e o esgoto concessão a uma empresa privada.

Não sei também, mas conceder monopólio para o privado também é terrível. Só notar a distribuição de energia, se tivéssemos mais participantes a coisa seria melhor.
 

PicaPauBiruta

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Mas sem o estado, quem vai gerar energia elétrica !!!!


Depois ainda vem a galerinha "pró estado", insistindo em defender essa organização criminosa , alegando que a ""iniciativa privada"" não tem interesse na geração e fornecimento de energia elétrica, e que o consumidor deve ser "protegido" !!!

Enviado de meu Moto Z2 Play usando o Tapatalk
 

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O negócio vai ser comprar um sistema offgrid com baterias estacionárias e mandar cortar a luz da rua de vez, e na sequência comprar uma dessas:

https://www.correiobraziliense.com....esa-israelense-cria-agua-a-partir-do-ar.shtml

Pegando energia do sol e água condensada do ar, quero ver agência reguladora tentar tirar alguma coisa do consumidor :kkk

Aí baixam lei tornando a venda e uso ilegais, alegam qualquer coisa no estilo "risco a população" e a vida segue.

Brasil não é para amadores.

As vezes penso que se ocorrer um apocalipse nem vamos notar pois vai parecer um dia normal aqui.
 
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