B.D. Joe
Mil pontos, LOL!
- Mensagens
- 10.220
- Reações
- 17.184
- Pontos
- 1.053
A todo momento vemos os jogadores (tanto de console quanto de PC) ansiosos pela nova geração de consoles. O mais estranho, é que as empresas parecem não compartilhar da mesma empolgação. A Microsoft queimou a largada com o Xbox Series X na VGA de 2019, mostrando inclusive um novo controle e a cara do console, além de um preview de um jogo que usa toda a capacidade gráfica, já fotorrealista, do console.
Alguns meses após o anúncio, Phil Spencer vem a público e diz que os jogos da Xbox Game Studios dificilmente serão exclusivos para o modelo mais novo, em uma estratégia aparentemente pró consumidor e que visa manter uma fanbase satisfeita. Será mesmo?
Vale lembrar que a mesma Microsoft lançou o Xbox One em 2013 sem retrocompatibilidade (pela diferença da arquitetura X86 com a arquitetura PowerPC do 360) e com alguns jogos cross-gen, mas com um forte apelo a exclusivos. Ryse Son of Rome aparentava ser um jogo mediano de Xbox 360 preso ao Kinect e se tornou um jogo ruim de Xbox One que impressiona no visual. Essa estratégia foi pra mostrar para que a nova geração veio.
Mostrar para que a nova geração veio era interessante, visto que os PCs high-end de 2013 já eram superiores aos consoles que estavam sendo lançados mas não apresentavam jogos com o mesmo nível de detalhes. Um dos motivos para isso é que, até o momento, os consoles ditavam os rumos gráficos que as produtoras adotavam.
O Playstation 4 não obteve o mesmo sucesso em demonstrar essa diferença, visto que sua lineup exclusiva de lançamento contava com o fraco Knack e Killzone Shadow Fall.
Mesmo assim, ambos os consoles, principalmente o Playstation 4, venderam muito bem. O principal motivo para isso foi o preço. A sétima geração causou um impacto muito grande na indústria, principalmente na Sony. O proibitivo preço do Playstation 3 fez com que a super-máquina fosse cada vez mais capada e diminuída para caber na sala de estar e no bolso de milhões de pessoas. Desse modo, na oitava geração o principal foi produzir uma máquina simples, de programação fácil e que não sacrificasse preço por potência.
Na minha opinião essa estratégia deu certo até 2016. Chegou um ponto em que as produções de console passaram a ficar devendo graficamente para os jogos de PC. Principalmente por todos serem feitos na mesma arquitetura (é, vou esquecer do Wii U). A solução da indústria de consoles foi simples e não foi novidade: copiar o que acontece com os celulares. Lembra quando o iPhone foi lançado em 2007? Naquela época um aparelho eletrônico era mantido por um período de tempo de 3-6 anos. No caso dos videogames, a geração do Xbox 360 e Playstation 3 chegou a quase 8 anos de vida. Nos celulares, o lançamento passou a ser anual, o que criava fragmentação mas deixava várias pessoas em um mesmo ecossistema. Assim os aparelhos mais velhos ficavam para um público de menor poder aquisitivo e os novos eram comprados pelos entusiastas.
Foi com essa mentalidade que o Playstation 4 Pro e o Xbox One X foram lançados. Preencher uma lacuna tecnológica para entusiastas com um gimmick novo, o 4K. Maiores resoluções fazem jogos mais bonitos, mas são novos consoles que puxam os gráficos e mudam os estilos de jogos. Alguns citam esses consoles cross-gen como o que deveria ter sido lançado em 2013 (assim como o New 3DS é o 3DS que a Nintendo prometeu em 2011!).
Chegamos no momento atual, onde todos esperam os novos consoles, visto que alguns lançamentos sofrem para entregar 30 FPS estáveis em alguns jogos, como Control.
A principal diferença de hoje para 2013 é que não precisamos mais de um PC mid-end e que o público sente que a diferença precisa ser maior. Se a diferença for pequena e uma nova geração trouxer 16 GB de ram (comuns a PC hoje em dia), provavelmente muitas pessoas esperarão para pegar as versões Pro dos consoles já sabendo que em um momento essa defasagem chegará. Como fugir desse problema? Lançando consoles poderosos.
O problema para isso é o preço. Especula-se que os próximos consoles serão baseados em SSD. Uma tecnologia que está mais barata mas que ainda deve ser subsidiada para ser possível ter um armazenamento minimamente decente, dado que jogos atuais sem ray-tracing e texturas 4K passam de 100 GB.
Com o preço alto, somente poucos entusiastas serão o primeiro a se sacrificarem para ter uma tecnologia nova em casa. E ai vem um problema. Não estamos em 2013. A Microsoft e a Sony construiram, com base nas vendas online e na fidelização dos clientes a partir de PS Now e Xbox Live uma base de consumidores. Nessa nova geração, talvez por saberem que o preço será caro, não abrirão mão dos que já estão na plataforma.
Isso resulta nas declarações mais recentes, principalmente a que o Xbox Series X não terá exclusivos nos próximos 24 meses. Na minha visão, para que a empresa ganhe tempo e consiga diminuir o preço de fabricação dos novos consoles. Os principais jogos do PS5 provavelmente serão versões melhoradas dos grandes jogos do PS4 para esse ano.
As empresas vão suprir a necessidade do mercado de novas máquinas, mas sem pressa. Com a desculpa de respeitar o consumidor, irão ganhar tempo para deixar seus produtos rentáveis e compráveis.
Talvez por isso pareça tanto que nós queremos mais o Playstation 5 do que a Sony.
Leia mais posts como esse em www.morpheticos.wordpress.com
Alguns meses após o anúncio, Phil Spencer vem a público e diz que os jogos da Xbox Game Studios dificilmente serão exclusivos para o modelo mais novo, em uma estratégia aparentemente pró consumidor e que visa manter uma fanbase satisfeita. Será mesmo?
Vale lembrar que a mesma Microsoft lançou o Xbox One em 2013 sem retrocompatibilidade (pela diferença da arquitetura X86 com a arquitetura PowerPC do 360) e com alguns jogos cross-gen, mas com um forte apelo a exclusivos. Ryse Son of Rome aparentava ser um jogo mediano de Xbox 360 preso ao Kinect e se tornou um jogo ruim de Xbox One que impressiona no visual. Essa estratégia foi pra mostrar para que a nova geração veio.
Mostrar para que a nova geração veio era interessante, visto que os PCs high-end de 2013 já eram superiores aos consoles que estavam sendo lançados mas não apresentavam jogos com o mesmo nível de detalhes. Um dos motivos para isso é que, até o momento, os consoles ditavam os rumos gráficos que as produtoras adotavam.
O Playstation 4 não obteve o mesmo sucesso em demonstrar essa diferença, visto que sua lineup exclusiva de lançamento contava com o fraco Knack e Killzone Shadow Fall.
Mesmo assim, ambos os consoles, principalmente o Playstation 4, venderam muito bem. O principal motivo para isso foi o preço. A sétima geração causou um impacto muito grande na indústria, principalmente na Sony. O proibitivo preço do Playstation 3 fez com que a super-máquina fosse cada vez mais capada e diminuída para caber na sala de estar e no bolso de milhões de pessoas. Desse modo, na oitava geração o principal foi produzir uma máquina simples, de programação fácil e que não sacrificasse preço por potência.
Na minha opinião essa estratégia deu certo até 2016. Chegou um ponto em que as produções de console passaram a ficar devendo graficamente para os jogos de PC. Principalmente por todos serem feitos na mesma arquitetura (é, vou esquecer do Wii U). A solução da indústria de consoles foi simples e não foi novidade: copiar o que acontece com os celulares. Lembra quando o iPhone foi lançado em 2007? Naquela época um aparelho eletrônico era mantido por um período de tempo de 3-6 anos. No caso dos videogames, a geração do Xbox 360 e Playstation 3 chegou a quase 8 anos de vida. Nos celulares, o lançamento passou a ser anual, o que criava fragmentação mas deixava várias pessoas em um mesmo ecossistema. Assim os aparelhos mais velhos ficavam para um público de menor poder aquisitivo e os novos eram comprados pelos entusiastas.
Foi com essa mentalidade que o Playstation 4 Pro e o Xbox One X foram lançados. Preencher uma lacuna tecnológica para entusiastas com um gimmick novo, o 4K. Maiores resoluções fazem jogos mais bonitos, mas são novos consoles que puxam os gráficos e mudam os estilos de jogos. Alguns citam esses consoles cross-gen como o que deveria ter sido lançado em 2013 (assim como o New 3DS é o 3DS que a Nintendo prometeu em 2011!).
Chegamos no momento atual, onde todos esperam os novos consoles, visto que alguns lançamentos sofrem para entregar 30 FPS estáveis em alguns jogos, como Control.
A principal diferença de hoje para 2013 é que não precisamos mais de um PC mid-end e que o público sente que a diferença precisa ser maior. Se a diferença for pequena e uma nova geração trouxer 16 GB de ram (comuns a PC hoje em dia), provavelmente muitas pessoas esperarão para pegar as versões Pro dos consoles já sabendo que em um momento essa defasagem chegará. Como fugir desse problema? Lançando consoles poderosos.
O problema para isso é o preço. Especula-se que os próximos consoles serão baseados em SSD. Uma tecnologia que está mais barata mas que ainda deve ser subsidiada para ser possível ter um armazenamento minimamente decente, dado que jogos atuais sem ray-tracing e texturas 4K passam de 100 GB.
Com o preço alto, somente poucos entusiastas serão o primeiro a se sacrificarem para ter uma tecnologia nova em casa. E ai vem um problema. Não estamos em 2013. A Microsoft e a Sony construiram, com base nas vendas online e na fidelização dos clientes a partir de PS Now e Xbox Live uma base de consumidores. Nessa nova geração, talvez por saberem que o preço será caro, não abrirão mão dos que já estão na plataforma.
PS5 LOGO"
data-src="https://observatoriodegames.bol.uol.com.br/wp-content/uploads/2020/01/65-e1578506073529.jpg" data-lb-sidebar-href="" data-lb-caption-extra-html="" data-single-image="1">
Isso resulta nas declarações mais recentes, principalmente a que o Xbox Series X não terá exclusivos nos próximos 24 meses. Na minha visão, para que a empresa ganhe tempo e consiga diminuir o preço de fabricação dos novos consoles. Os principais jogos do PS5 provavelmente serão versões melhoradas dos grandes jogos do PS4 para esse ano.
As empresas vão suprir a necessidade do mercado de novas máquinas, mas sem pressa. Com a desculpa de respeitar o consumidor, irão ganhar tempo para deixar seus produtos rentáveis e compráveis.
Talvez por isso pareça tanto que nós queremos mais o Playstation 5 do que a Sony.
Leia mais posts como esse em www.morpheticos.wordpress.com