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Tópico oficial As revistas de videogame no Brasil das décadas de 1980 e 1990

Ivo Maropo

Bam-bam-bam
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Pessoal, é claro que essas revistas já "não fazem o menor sentido". Mas a questão é que isso já faz parte do problema. Estamos falando de tempos mais ingênuos; menos cínicos e frescurentos.

A gente era mais aberto para as (nem sempre agradáveis) experiências da vida e para a presença das pessoas. Havia mais brodagem e espontaneidade nas relações. Também era um admirável mundo novo, algo que estava sendo descoberto enquanto estávamos caminhando.

Lembro de ler em algum lugar como era "revolucionário" (e era mesmo!) o fato de que a Super Game Power era inteira feita "nos mais avançados computadores Macintosh", e não mais por colagens pré-históricas.

Tudo era novo, excitante, ingênuo e mágico. O tempo inteiro. É muito fácil olhar com desdém agora, com os nossos olhos cínicos e "esclarecidos" de hoje. Mas, ao fazê-lo, a gente perde exatamente o seu encanto.
 

Rodrigocfb

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Tenho muita saudade dessa época.

Comprava mensalmente várias revistas, e até hoje me lembro da primeira Videogame. A numero 1.

Mesmo que depois tenha comprado mais SuperGame, GamePower e Ação Games
... essa primeira Videogame é inesquecível pra mim.

Comprei frequentemente de 1991 ate 1998 variando essas, quando dei uma parada e voltei a comprar a EGM em meados de 2001 ou 2002.

As EGM ainda tenho aqui, mas as mais saudosas nao tenho mais.

Vez por outra releio em pdf essas primeiras, que sempre ficarão marcadas na minha memória. Inicio dos anos 90 foram espetaculares pra mim.

Enviado de meu SM-G973F usando o Tapatalk
 

Leira

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Minhas preferidas eram a Videogame e a Supergame, cheguei a comprar algumas vezes. A Ação Games focava muito em consoles da Nintendo, então eu li poucas vezes.

Quando chegou a Super Game Power, após a fusão, passei a achar esta a melhor revista, sem nenhuma dúvida.
 

Rodrigo dsf

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Admiro que vc consiga fazer isso, cara.
Eu já tava de saco cheio delas na época q vendi pra vc e isso que eu morava numa casa.
Agora que moro num apê, acho q eu já tinha queimado tudo.
Provavelmente teria escaneado elas todas e guardado digital.
Cara foi um hobby do qual me orgulho muito, quando foi que comprei elas de você, 2005 ou 06? e quantas foram?acho que não chegava a 100. Mais a partir dai foram mais de 15 anos aumentando a coleção, hoje já dei uma parada nas procuras pois já alcancei meus objetivos, agora conto com aproximadamente 850 revistas, todas brasileiras.
Fico muito feliz de ter feito esse negocio com você, acho que se não tivesse comprado de você suas revistas, nunca teria iniciado esse hobby.
 

Hobgoblin

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As revistas de Videogame da década de 90

Olá a todos que acompanham o blog,sejam bem vindos a mais uma postagem,hoje irei falar de uma das coisas mais bacanas da década de 1990: as antigas revistas de videogame.

Hoje em dia se você tem alguma dificuldade de passar de fase em um jogo, basta acessar a internet para descobrir alguma dica, além disso os próprios jogos atualmente dão "autosave" ou seja:salvam o seu progresso durante a jogada, só que as coisas nem sempre foram assim,antigamente os jogos eram extremamente difíceis, alguns nem possuíam continues, então se você quisesse passar de alguma fase de um jogo difícil era preciso recorrer as revistas de videogame.

Só fazendo uma rápida contextualização: para quem não sabe em 1989 chegaram ao Brasil os primeiros videogames de terceira geração da SEGA(master system) e da NINTENDO(clones como phanton system, top game, bit system...) e acabaram fazendo muito sucesso entre as crianças da época.

Como todo mercado que está começando,os fãs buscavam informações e dicas sobre seus jogos favoritos, aproveitando-se disso diversas editoras lançaram as mais variadas revistas sobre o assunto, sendo saudosista as revistas eram muito divertidas,elas juravam que tinham escritório e correspondentes nos Estados Unidos, Europa e Japão que mandavam notícias quentíssimas sobre os mais novos lançamentos, quando na verdade o pessoal da redação ia em bancas de jornal do centro de São Paulo e compravam diversas revistas estrangeiras para contar as novidades do exterior, algumas até criaram personagens para deixar o clima da revista mais próxima ao leitor dando um charme extra a esse período.

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correspondentes estrangeiros?....sei.......

Claro que em uma época sem internet,era um trabalho "hercúleo" fazer uma revista falando sobre jogos de videogame,antigamente não havia captura de imagens pelo computador, então,você sabe como eram feitas as imagens dos jogos? tudo acontecia em uma sala escura com uma “TV-Tubão” ligada a um videocassete. O videocassete gravava a jogatina do jogador que pausava as melhores partes para anotar tudo e deixar o fotógrafo tirar as fotos, criando assim as imagens que iriam ser colocadas na revista.

Outro desafio que os editores começaram a perceber é que os redatores não tinham habilidade para jogar todos os tipos de games, e assim surgiu a necessidade de chamar para trabalhar na revista pessoas que possuíssem mais habilidade na hora de terminar os jogos. Assim surgiram os “pilotos”, que além de habilidosos indicavam para os editores onde encontrar os games (as melhores locadoras), quais eram os jogos que a galera queria encontrar como tema de suas matérias, dicas que somente quem realmente jogava sabia, e principalmente como fechar um jogo, afinal, era isso que todos queriam saber.

Dentre as mais diversas revistas de videogame que foram lançadas no Brasil as principais foram: Ação Games,Videogame,Super Game,Game Power,Super Gamepower e Gamers,que irei falar um pouco sobre cada uma delas:


AÇÃO GAMES:

A revista Ação Games foi lançada como complemento da Semana Em Ação, uma revista que abordava temas em geral para o público jovem, falava sobre Fórmula 1, esportes radicais, mulheres, eventos, lazer, uma pequena cobertura sobre futebol e outros assuntos diversos, só que mesmo sendo distribuída em todo o Brasil, a variedade de assuntos da revista não se mostrava suficiente para cativar o público.Até que no meio de algumas edições, o assunto videogames fora comentado, e teve mais retorno que o restante dos assuntos da revista.

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a "mãe" da Ação Games


Então em Dezembro de 1990, a editora lançou o complemento A Semana em Ação: Especial Games, o especial abordava o sucesso dos jogos de videogames provocados pelos consoles de terceira e quarta geração,essas edições fizeram um sucesso estrondoso.

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Poucos meses depois,o nome foi encurtado para Ação Games,a primeira publicação mensal sobre games do Brasil,a revista possuía um formato diferenciado das outras publicações da época,ela era maior e mais colorida, justamente para chamar a atenção do público.

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Em pouco tempo, a Ação Games atingiu o sucesso,passando também a publicar edições especiais com mapas tela a tela dos jogos, além das famosas edições SÓ DICAS,com dezenas de dicas de jogos que era uma "mão na roda" para os jogadores.

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O auge da revista aconteceu em 1992, quando ela passou a ser a única revista de games quinzenal do Brasil,com isso os fãs tinham ainda mais informações.

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A Ação Games foi a primeira revista de videogames a chegar na centésima edição e eles comemoraram com estilo, em uma edição especial contaram a história dos videogames,analisaram jogos clássicos e publicaram as 100 maiores dicas de jogos da história da revista, um verdadeiro item de colecionador.

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Um diferencial da Ação Games eram os brindes que ela oferecia aos leitores,em 1993 ela produziu o primeiro álbum de figurinhas sobre jogos de videogame do Brasil durante todo o ano de 1997 a revista trouxe encartada diversas fitas VHS com desenhos animados e filmes ligados a videogames.


O fim da Ação Games começou a se desenrolar em meados de 2000, quando ocorreu uma troca de editores que trouxeram uma reformulação totalmente equivocada à revista,a ideia dos novos editores era tornar a revista mais “teen”, mas falharam desastrosamente.

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O fundo do poço, foram a criação do personagem"frango" que respondia de maneira grosseira as cartas dos leitores,além da sessão: "o "Game da Gata", uma desculpa esfarrapada para colocar modelos de bikini com textos do tipo "e quem liga para videogame com uma gata dessas?"

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Depois de tantas trapalhadas, a Ação Games perdeu espaço para a Super Gamepower e para a Gamers e acabou encerrando as atividades em 2002.
 


Hobgoblin

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VIDEOGAME:

Na minha humilde opinião foi uma das melhores e mais profissionais revistas de videogame da época,assim como a Ação Games ela surgiu como um especial da revista vídeonews, chegou às bancas em dezembro de 1990 com o nome Video News apresenta: Videogame (que a partir do número 2 se tornaria a Videogame).

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A revista chegou às bancas e esgotou rapidamente,a aceitação foi unânime,para atender à todos os "gamemaníacos", a revista foi relançada em Fevereiro de 1991, devido à demanda de interessados. E a Videogame voltou às bancas em Março de 1991, com sua segunda edição. E à partir da número 3, passou a ter periodicidade mensal, libertando-se da Vídeo News.

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A Videogame era famosa por separar os consoles em páginas coloridas, lembro até hoje delas: amarelo para nintendinho,azul para master system,vermelho para mega drive,coral para super nintendo,verde para atari e fliperama.

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Em seus primeiros anos, a Videogame se destacou das demais publicações graças as suas edições especiais chamadas:mapa da mina, onde de forma pioneira ela a montou mapas de jogos, o que possibilitou a primeira edição totalmente mapeada, com o jogo Alex Kidd in Miracle World.

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A revista fez tanto sucesso que outras edições foram lançadas, a edições "mapa da mina" foram:Alex Kidd In Miracle World,Golden axe,Vigilante/shinobi, the simpsons:bart versus space mutants e super mario 3,essa última ganhando até o selo de produto oficial da nintendo.

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A Videogame também cobriu e realizou diversos eventos e campeonatos de games, chegando a ter como premio conhecer o ídolo Ayrton Senna.

No ano de 1995 a revista mudou de cara, ficando mais limpa e moderna e deu total atenção aos jogos de PCs,no entanto, foi uma faca de dois gumes,enquanto alguns leitores elogiavam a atitude da revista, outros se revoltaram com o pouco espaço dedicado aos videogames:eek:s 8 bits sumiram e os 16 bits foram reduzidos.Haviam edições em que só saía um jogo para Mega Drive e dois no máximo, para Super Nintendo.

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Após uma chuva de reclamações, a VideoGame resolveu o problema com seus leitores de forma radical:mudou o nome para videogame News,criou um suplemento chamado Home Computing para publicar as novidades em PC e Mac Games, deixando as 60 páginas da revista apenas para vídeo games. Tudo ficou melhor, como nos velhos tempos. As seções de SNES e Mega cresceram, os 8 bits voltaram e entraram em cena os poderosos 32 bits:Saturn e 32-X da Sega, PlayStation da Sony e Neo Geo CD da SNK.

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Porém,mesmo com todas essas mudanças a Videogame foi ficando para trás em relação as concorrentes e acabou encerrando suas atividades no ano de 1997.
 

Hobgoblin

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SUPERGAME:

A revista Supergame nasceu em julho de 1991,com um diferencial:foi a primeira revista especializada nos consoles da SEGA do Brasil.


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A SEGA estava em seu auge no país graças a parceria com a Tec Toy, por se especializar em um só sistema, a Supergame trazia detalhes minuciosos de lançamento e noticias sobre o master system,mega drive e game gear,falando principalmente de jogos que foram lançado no exterior.

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Criada pelo genial Matthew Shirts a revista Supergame trouxe uma linguagem tipicamente jovial para as publicações, abusando das gírias da época,além disso ele criou o personagem "O CHEFE" que se dirigia diretamente ao leitor, mas que nunca mostrava o seu rosto apenas sua caricatura, isso era uma das coisas mais bacanas da época.


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o lendário chefe da revista supergame


Uma das coisas mais bacanas da Supergame é que todas as edições vinham com belos posters gigantes dos jogos da SEGA.

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GAME POWER:

Em Julho de 1992, surgiu a revista Game Power, especializada exclusivamente no sistema NINTENDO,assim tínhamos também pela primeira vez no país uma publicação especializada na gigante japonesa dos games.


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A Game Power investiu em personagens que marcaram uma geração que eram os críticos da revista:Baby Betinho,Lord Mathis, Marcelo Kamikase e Marjorie Bros,cada um especialista em um determinado gênero de jogo, assim Baby Betinho: detonava os games de luta que atravessavam seu auge com o lançamento de Street Fighter II para o Super Nes, Lord Mathias: os jogos de esporte,ação e corridas; Marcelo Kamikaze: os RPG japoneses ainda engatinhando em popularidade aqui no Brasil e finalmente a Marjorie Bros: a amante dos jogos fofinhos e de aventura como ela mesma fazia referencia em sua palavras na revista.

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Apesar de hoje em dia isso parecer infantil, na época era o charme da revista e todos os leitores acreditavam que eles realmente existiam.
Assim como sua revista irmã, a Game Power trazia detalhes minuciosos de lançamento e noticias sobre super nintendo,nintendinho e game boy e seus lançamentos no exterior.

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A Game Power ainda se beneficiou pois foi lançada durante a explosão do clássico street figther II, chegando a lançar diversas edições especiais falando sobre o jogo.

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Ultima Edição:

Hobgoblin

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Super Gamepower:

Em meados de 1994, a editora Nova Cultural que publicava as revista Supergame e Game Power decidiu junta-las em uma única revista: a Super Gamepower.

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Essa união das duas revistas chacoalhou o mercado editorial de videogames no Brasil, até então liderado pela Ação Games, pois juntava o que havia de melhor na duas antigas publicações.

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os "críticos" também estavam presentes


Agora com um foco agora mais amplo e sem preferência por plataformas, a revista liderou as vendas por um certo período,lançando inclusive diversas edições especiais.um dos charmes da Super Gamepower é que ela era a revista com o maior número de páginas do mercado:84 páginas,mas também era a mais cara de todas.

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Um detalhe a ser considerado, foi à parceria com a revista americana Game Pro (que aconteceu ainda na época da super game e game power), que acrescentava matérias exclusivas, totalmente traduzidas. Esse novo momento trouxe ao mercado editorial um amadurecimento enorme para as publicações.



PROGAMES/GAMERS:

Em 1993, a editora Escala em parceria com a franquia de videolocadoras Progames trouxe para as bancas uma nova revista sobre videogames,chamada: Progames, buscando seu filão do mercado em expansivo crescimento. A revista apostou num misto de histórias em quadrinhos e games para abordar de forma “despojada” os jogos com o personagem capitão ninja,porém as matérias de jogos eram fracas e seria problemático continuar com o nome da franquia de locadoras que patrocinava a revista,afinal ela poderia acabar um dia;Com isso apesar de uma excelente terceira edição a revista foi cancelada.

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Após ser cancelada e um grande hiato, a revista retornou as bancas com o nome Gamers. Esse retorno não trouxe muitas novidades no escopo principal da revista,além de insistir nas infantilidades a qualidade gráfica havia piorado muito em relação a sua encarnação anterior, fazendo com que a mesma não se mantivesse novamente nas bancas, a primeira versão da Gamers durou quatro edições.

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Houve uma terceira e última tentativa e o seu novo recomeço foi arrasador, apesar de tímido, a Gamers foi engatinhando e aos poucos se tornou a melhor publicação de games do nosso país,desbancando a poderosa Super Gamepower apresentando um ótimo acabamento,com um nível de detalhamento dos jogos nunca visto antes além do preço ser muito mais em conta que a sua rival.

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A Gamers era a melhor revista de detonados do mercado,eles faziam as traduções de menus, itens e outras coisas que tinha nos jogos, tudo bem que muita das vezes acabavam poluindo completamente a página,mas era uma mão na roda nos tempos de jogos gigantes do playstation 1.

Em seu Auge ela lançou diversas edições especiais como a Gamers Book, Gamers Especial, Gamers Golpes, Gamers Pró-dicas,essas revistas abordavam principalmente detonados de jogos do Playstation 1.

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O FIM DE TUDO:

Com a chegada e a popularização da internet,as revistas de videogame foram perdendo espaço nas bancas, claro que ainda hoje existem diversas publicações, mas apesar de todo profissionalismo elas não tem o mesmo charme das antigas revistas.
Entre os anos de 2009 e 2015 foi publicada pela editora Europa a revista OLD!GAMER que tinha o objetivo de falar sobre jogos antigos e trazer de volta o charme das antigas publicações.

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Porém, como tudo que é bom dura pouco em dezembro do ano passado a Old!Gamer foi cancelada na edição 30, dando lugar a edições especias em forma de livros dedicadas a um determinado console.


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Bem é isso ai pessoal,espero que tenham matado a saudade de uma época que só quem viveu vai entender, e quem não viveu conheceu um pouco desse período.Mesmo com erros,notícias falsas,personagens fictícios as revistas de videogame marcaram toda uma geração deixando saudades até hoje, até a próxima postagem.
 

Hobgoblin

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Documentário: História das Revistas de Videogame no Brasil
Conheça a história da origem das revistas de Games que deram o Start no jornalismo de games no Brasil, em uma série de 4 documentários produzidos pela UOL Jogos com reportagem de Claudio Prandoni e Théo Azevedo, imagens: TV UOL e edição de Sammy Anderson.

Ação Games
Conheça a história da origem da Ação Games, uma das revistas de videogame mais antigas e queridas do Brasil, que encerrou sua publicação regular em janeiro de 2002.




Videogame
Conheça a história da Videogame, uma das primeiras revistas de videogame do Brasil.




SuperGamePower
Conheça a história da Super GamePower, uma das principais revistas de videogame do Brasil, e descubra, enfim, a verdadeira identidade da Marjorie Bros!




Gamers
Relembre uma das revistas de games mais amadas do Brasil: a Gamers. Conheça sua trajetória com os responsáveis pela produção de conteúdo da revista da Editora Escala.

 

Vei pescador

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@Hobgoblin eu tenho quase certeza q , apesar do nome de capa ser só "Videogame" , eles sempre chamaram a revista de "Video News Game"
Esquisito, né. Eu acho q teve um concurso de frases na época do Fatal Fury 2 e vc tinha q incluir esse nome na frase. Vou conferir lá no retroscans.

Edit: De fato, se vc pegar a edição 40 por ex, entre as palavras video e game tem um "news" em tamanho minúsculo HUE
Mas no editorial , o Mario Fitipaldi chama sem o news mesmo. Q bagunça LOL
 

Lagartixo

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No tempo em que as revistas eram legais – Round 2

Ação Games e VideoGame foram as primeiras revistas que tive notícia a serem distribuídas pelo país. Tive meu primeiro contato com a Ação Games quando ainda era um edição especial da revista “A Semana em Ação”.

Mas os leitores não davam trégua a nenhuma das duas publicações, com vocês agora a sessão de cartas da Ação Games:

Visualizar anexo 179885


Olha que isso faz muito sentido! Um cartucho de Master que funciona num clone do Nes….


Visualizar anexo 179886

Ah não, mais adaptadores imaginários e impossíveis. Pensem num adaptador de Mega Drive pra rodar num Nintendo 8 bits?! Vamos melhorar a situação:


Visualizar anexo 179888

Não basta criar os adaptadores imaginários entre consoles, agora querem um adaptador de cartuchos de videogame para serem usados num MSX. A coisa poderia ficar pior? Sim, poderia:


Visualizar anexo 179889

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!! UM ATARI COM ADAPTADOR PRA CONSOLES DE 8 E 16 BITS!!!! NÃONÃONÃONÃONÃONÃONÃO, MELHOR AINDA!!! ADAPTADOR DE NEOGEO PRA ATARI!!!! NINGUÉM MERECE!!! PRÓXIMO!!


Visualizar anexo 179892

Inteligência artificial. Esse é o grande segredo dos consoles de 8 bits, por isso tinham tantos jogos com truques. Os próprios cartuchos criavam seus truques para desafiar a inteligência dos humanos. NEXT!



Visualizar anexo 179893

Deixa eu ver se eu entendo esta criatura. Ele terminou o jogo e quer que novas fases apareçam? Você vive numa época onde pacotes de expansão e downloads não existem amigo, portanto, deixe de fantasiar besteiras.

Obviamente guardei o pior para o final. Antes de ler, guardem bem este nome: LOURIVAL, este sujeito vai mudar sua concepção sobre games após a leitura da épica epístola abaixo.

Visualizar anexo 179894

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAH
ELE PROCURAVA AS LETRAS DA PASSWORD NO JOYSTICK!!!!
AAAAAAAAAAAAAAAAAA AAHAHAAHHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Eram crianças, amigo. Crianças faziam criancices, é assim mesmo.
Tinham as mais espertas e as mais cabeçudas.
Igual uma que vi que queria saber como usar CD no Atari. Acho que era um CD de Playstation, o qual era novidade na época. Só um moleque que de nada entendia.
Hoje temos a internet aí pra ajudar essas criaturinhas da atualidade.
 

Askeladd

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Acho que já tive quase todas.
O legal é que o jornaleiro avisava que tinha chegado e me deixava ficar lendo de graça, depois escolhia 1 e comprava. Não tinha grana para comprar todas.

As mais legais eram as Gamer Books com todos os diálogos traduzidos. Gostava da Ação games quando vinha com brindes fitas VHS, óculos 3d.
Super game Power era legal mas os detonados muito fraquinhos.

A revista PlayStation teve algumas edições legais como a aula de mecânica do Gran Turismo. Sai aprendendo para que serve cada ajuste.

O bom é que com o advento da net dá para ler muita coisa boa como a Nintendo Power antigas, só baixar no tablet e ser feliz.
 

AlexHidanBR

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Não é por nada não mas por acaso existe scans dessas revistas na internet? As da gringa imagino q tenha mas me refiro as revistas brasileiras. Pergunto mais como questão de preservação dessas revistas, não podem ser perdidas pelo tempo.
 

B - Mark

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Não é por nada não mas por acaso existe scans dessas revistas na internet? As da gringa imagino q tenha mas me refiro as revistas brasileiras. Pergunto mais como questão de preservação dessas revistas, não podem ser perdidas pelo tempo.

Tem o Datassete e o Retro Avnegers que são bem conhecidos por aqui e tem scans de várias revistas de época.


 

BigJ

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@Hobgoblin
Edit: De fato, se vc pegar a edição 40 por ex, entre as palavras video e game tem um "news" em tamanho minúsculo HUE
Mas no editorial , o Mario Fitipaldi chama sem o news mesmo. Q bagunça LOL

Durante um bom tempo, a revista Videogame era oficialmente conhecida com este nome. O "News" só entrou (e ainda de forma bem discreta, pra não confundir os leitores) um bom tempo depois.

Isso foi uma decisão da editora que publicava a revista, a Sigla, para alinhar com suas outras revistas (Áudio News, Vídeo News).

Sobre o fim da revista, lembro de ter visto um documentário no YT onde falavam que os editores estavam muito mais interessados em jogos de PC na época e isso acabou decretando o fim da VG.
 

Ivo Maropo

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As edições históricas foram inúmeras, mas aquelas que traziam resumos da "nova geração de 32 bits" (e que já falavam da de 64 bits, como o "Ultra 64") eram SENSACIONAIS. Nós JAMAIS teremos uma época tão linda, ingênua e abarrotada de novidades revolucionárias como aquela novamente.
 

Hobgoblin

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10 coisas que só quem lia revistas de videogame vai lembrar

As revistas de videogame no Brasil viveram o seu auge durante a década de 1990. Absolutas, elas eram a nossa principal fonte de informações, quando a internet ainda não havia sido popularizada no Brasil e no mundo. Ação Games, Videogame, Gamers, GamePower, Supergame, Super GamePower, Nintendo World… Foram muitas as publicações que fizeram a cabeça da molecada, sempre cheias de dicas e detonados dos jogos que eram novidade, ou que ainda sequer haviam sido lançados!

Diga-se de passagem, a nossa revista bebe bastante dessa fonte, incorporando alguns elementos marcantes que você pode recordar na listinha abaixo! Ah! E não deixe de comentar quais eram as suas revistas favoritas!

10. Linguajar jovem
As publicações eram claramente destinadas a um público mais jovem. Dessa forma, sobravam adjetivos como “radical” e “maneiro”, além de outros termos bem próprios como chamar os redatores de “pilotos”, os guias de “detonados”, etc.

Todas as páginas eram verdadeiras explosões de cores, dando muito mais destaque para as fotos e ilustrações, que para os textos propriamente ditos.

9. Arte no Envelope
Um dos principais canais de comunicação entre os leitores e a redação das revistas era através dos desenhos, geralmente estampados no lado de fora do envelope.
Algumas ilustrações eram realmente muito boas, a ponto de nem parecer que haviam sido feitas com lápis de cor, sem recursos tecnológicos. Já outras, de tão ruins, pareciam ter sido feitas usando os pés ou a língua.

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Os melhores ainda eram premiados com cartuchos, consoles e kits exclusivos!


8. Previews
Geralmente localizados nas primeiras páginas, os previews traziam uma palhinha dos títulos que ainda estavam para ser lançados no exterior.


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Eram textos bem curtinhos com informações básicas, acompanhados de algumas screenshots, que deixavam a galera com água na boca. Meses mais tarde, os lançamentos mais quentes acabavam ganhando a matéria de capa!


7. Classificados
Muito antes dos grupos de Facebook e das lojas virtuais, era através das revistas de videogame que você fazia rolos com os seus cartuchos e consoles antigos.

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Compras, vendas e trocas eram incentivados pelas publicações, que inclusive divulgavam o número de telefone dos leitores nas páginas da revista. Dá pra imaginar uma loucura dessas hoje em dia?

6. Pôsteres e brindes
Tá aí mais um motivo pra amar as revistas de videogame! Pôsteres imensos, com artes originais dos nossos jogos favoritos! Ou figurinhas. Ou chaveiros. Cards holográficos. Fitas VHS com OVAs de Fatal Fury. Revistinhas com golpes de todos os 100 novos Pokémon, e mais um monte de coisas bacanas, tudo feito com muito esmero para mimar o jovem leitor!


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5. Detonados
A parte polêmica e que normalmente ficava mais pras últimas páginas. Os mais puritanos rejeitavam a ideia de acompanhar os detonados, alegando que eles estragavam a experiência de encarar um game.


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Por outro lado, jogos mais difíceis ou complexos (tipo os RPGs da vida) só podiam ser batidos com a ajuda das revistas. Quem não lembra com carinho da Gamers Book Nº 1, de Final Fantasy VII?

4. Dicas e Truques
Sem ter um GameFaqs da vida para nos salvar, nos restava recorrer às revistas para saber das dicas dos jogos mais quentes da época.

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A princípio elas ficavam bem no finalzinho, nas últimas páginas. Mas com o tempo, foram ganhando destaque, a ponto de publicarem edições especiais recheadas de códigos e passwords, para a alegria da galera!

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Os mais fominhas anotavam as dicas em cadernos, organizando em ordem alfabética ou por estilo, para depois trocar as informações com os colegas da escola.



3. Personagens marcantes

Admita, você já deixou escapar um suspiro pela Marjorie Bros quando era moleque. E as meninas, será que curtiam o estilo despojado do Baby Betinho? Ou preferiam o perfil certinho do Marcelo Kamikaze?

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A ideia de incorporar personas e fazer com que elas assinassem os textos foi uma verdadeira jogada de mestre do Matthew Shirts, então editor da revista Supergame. Dessa forma, era possível haver uma rotatividade entre os redatores, sem deixar que os leitores percebessem, já que eles incorporavam o estilo de cada “piloto” na hora de resenhar os jogos.
Aliás, o Véio carrega muito do DNA do Chefe, até mesmo como uma forma de homenagear as revistas clássicas!



2. Capas maravilhosas
O conteúdo podia até não te interessar. Talvez estivesse falando de um jogo que você não tinha, ou de algum estilo que não te agradava muito. Mas se a capa fosse bonita… Aí era covardia!
As revistas de videogame dos anos 90 tinham ilustrações chamativas, geralmente com algum protagonista ferradão ou até mesmo só com o logo de alguma franquia famosa.
Lembro até hoje da Ação Games com o logo de Mortal Kombat 3 estampado sobre um muro de pedra. Assim como tenho excelentes lembranças da Super GamePower que tinha os macacos de Donkey Kong Country 3 estampados!


181367




Quais eram as suas capas favoritas?

1. Conteúdo inédito
Os outros nove itens dessa lista podem até ser importantes, mas o principal atrativo das revistas de videogame na década de 90 com certeza era o conteúdo.


181369


A internet ainda engatinhava no Brasil, de modo que a nossa principal fonte de informações sobre o que rolava nas feiras do Japão e Estados Unidos era a sessão de novidades das revistas.
Em um primeiro momento com uma defasagem monstra, já que esse conteúdo era traduzido das publicações estrangeiras. Mais tarde, as equipes aqui do Brasil começaram a viajar e realizar as suas próprias coberturas!
E aí, gostou da nossa lista? Quais eram as suas revistas favoritas e que seções vocês liam primeiro?
Algumas das imagens utilizadas nessa matéria vieram de scans extraídos dos sites RetroAvengers e Datassette. Vocês podem, inclusive, ler as revistas completas por lá!
 

Hobgoblin

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Entrevista com Roberto Carnicelli (o Baby Betinho da SGP)

Tivemos o prazer de conversar com uma das lendas do jornalismo gamer, Roberto, ou mais conhecido como Baby Betinho (Super Game Power).

Pessoal, desde que comecei a me envolver com blogs lá em meados de 2009, o jornalismo gamer sempre me chamava a atenção, e uma das minhas inspirações, era a figura do Baby Betinho da saudosa revista Super Game Power (SGP).

Além de falar de games de luta, que são o meu xodó até hoje (risos), gostava da forma de expressão nos textos, e nas riquezas de detalhes.

Pois bem, por trás do Baby Betinho, o redator responsável, era o Roberto Carnicelli, que gentilmente se disponibilizou a conversar conosco e contar um pouco dos tempos da SGP.


181371

Primeira aparição do personagem em Julho de 1992 na revista Game Power


Olá Roberto, primeiramente é um prazer ter você aqui no Aperta o X, sou um grande fã do seu trabalho. Você poderia nos contar como começou a jogar vídeo games?
Olá Pessoal do Aperta o X!
Antes de mais nada, fico feliz com a possibilidade de participar desse papo e mais ainda do Baby Betinho ainda ser lembrado com carinho por todos vocês.
É importante dizer que o mentor do Baby Betinho foi o Matthew Shirts, que era o nosso famoso editor chefe e que também era o personagem do Chefe da Revista. Eu Roberto Carnicelli fui meramente uma fonte de inspiração na criação do personagem. Naquela época eu usava jeans, camiseta branca e jaqueta de couro e isso foi usado pelos ilustradores na caracterização do personagem.

Eu nunca tive os olhos azuis e nem era careca na época (essa descaracterização foi uma imposição do departamento Jurídico da editora Nova Cultural com o objetivo de proteger a empresa, caso algum dia eu viesse a requerer direitos sobre o personagem)
Vamos à resposta.

Eu comecei a Jogar vídeo game na casa de um amigo italiano. O pai dele era engenheiro eletrônico e na tentativa de incentivar o filho a seguir seu caminho ele sempre o presenteava com brinquedos eletrônicos.
Esse foi apenas o começo. Na verdade, estamos falando de 1980, e o que existia de vídeo game era basicamente o que se chamava de Telejogo. Naquela época os consoles nacionais vinham com no máximo 3 jogos (Tênis, Paredão e Futebol em preto e branco e com gráficos feitos de traços grossos e sem nenhum detalhe mais atrativo) mesmo assim era o máximo.
Nesta mesma época no parque de diversões PlayCenter havia uma área coberta com os primeiros arcades. Naquela época os Jogos eram um misto de mecânicos e eletrônicos (digo isso porque a pista da corrida era um Telejogo mas o carro era de plástico e mudava de direção mecanicamente).
Nem preciso dizer que esses arcades eram o desejo de toda criança e foi seguindo essa tendência que os telejogos foram lançados do mercado e se transformaram nos vídeo games que conhecemos hoje.

Que história Roberto, lembro de sempre acompanhar a SGP e ficar imaginando quem estava por trás dos personagens (risos). Como você virou redator de games? Começou já na Super Game Power?
Naquela época eu tinha uns 18 anos e tinha decidido que não queria mais estudar. Saí da escola e fui trabalhar como vendedor numa loja de moda no shopping Iguatemi de SP. Como sempre gostei de Vídeo Games comprei um Master System da Tectoy e ficava a manhã toda jogando até a hora de ir para o trabalho.
Como eu era nerd e jogava muitas horas, eu escrevia todas estratégias dos jogos num caderno. Naquela época a Tectoy disponibilizava um serviço de dicas de jogos por telefone (Hotline) eu ligava para lá e pedia as dicas que eu já tinha só para saber se eles eram realmente bons, mas eles não eram. Na maioria das vezes eles não tinham dicas das fases mais avançadas, e é aí que eu dizia: Eu tenho! Você quer anotar? (risos)
Com isso, acabei ficando conhecido lá na Hotline, já haviam até pedido o meu número de telefone. Depois desse dia foi um passo para ser chamado para uma entrevista numa revista exclusiva de games da SEGA que havia sido encomendada pela Tectoy à editora Nova Cultural.
Essa revista se chamava Supergame. É importante dizer que naquela época não havia representantes comerciais oficiais da Nintendo no Brasil, mas logo que o mercado começou a dividir atenções entre SEGA e Nintendo, a Nova Cultural lançou a Revista GamePower. A Revista Super Game Power era a fusão da duas anteriores e foi foco de um estudo de pesquisa de mercado que demonstrava que o importante passava a ser o jogo e não mais o console justificando comercialmente uma publicação totalmente multiplataforma.

181372

Última aparição antes da Super Game Power (Fevereiro de 1994)

Olha só hein Roberto, você ensinava os meninos da Hotline (risos). E como era o ambiente da redação? Pois muitas crianças na época sonhavam em jogar games e trabalhar nas famosas revistas (risos).
O ambiente era maravilhoso! Era basicamente um escritório do Google muito antes do Google pensar em existir. Era a redação mais legal da editora. Lembro que a Editora Nova Cultural era uma Editora basicamente de fascículos e entre uma redação de fascículos e uma redação de revistas de games existiam vários contrastes a começar pela faixa etária dos seus integrantes.
Na nossa redação todos focavam na criatividade, quebrar paradigmas parecia ser a meta de cada dia. No começo eu trabalhava sozinho. Era responsável por apresentar novos jogos, novas dicas, novas tendências, jogar e ganhar e escrever as dicas sobre todos os jogos apresentados e ficar horas na sala de jogos com os fotógrafos para reportar as matérias. Embora tudo isso fosse muito prazeroso era muita responsabilidade para uma pessoa só e como jogador eu nunca fui lá assim um Baby Betinho.
Com o desenvolvimento do mercado e das revistas a nossa sala de jogos ficou somente para fotografia e fomos desenvolvendo fornecedores de dicas e de material para a revista.
Street Fighter III foi um divisor de águas não só para mim como para a revista. Levei mais ou menos 10 minutos para ficar totalmente viciado naquilo. Eu fugia da redação para ir ao fliperama jogar. Mas o que ninguém, nem eu sabia é que esse seria o jogo com o maior incentivo social da história dos vídeogames. Jogando Street III fiz muitos amigos (e muitos inimigos também), lembro que uma vez num fliperama do centro de SP um oponente chegou a desligar a máquina da tomada depois de perder para mim a 10ª e última ficha que ele tinha no bolso. Foi jogando Street Fighter III numa locadora dos Jardins que conheci o Fabio Pancheri (falecido no ano passado ) e foi ele quem me apresentou o Akira (conhecido por assinar as matérias do personagem Akira e Agora na revista). Logo, logo essa turma toda foi trabalhar na redação e estava formado o Dream Team.

Eu soube do Pancheri, foi realmente uma pena para o jornalismo gamer. Mas falando em Dream Team, a equipe da SGP mantém contato até hoje? (marcar aquela velha churrascada – risos)
Infelizmente não. Conseguimos juntar alguns nas redes sociais, mas os tempos são outros e o que nos uniu naquela época dificilmente encontra valor fora das nossas memórias.

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Baby já na época do Dreamcast (Outubro de 1999), nessa época Roberto não estava mais na redação


Entendo. Assim como dito anteriormente, o personagem Baby Betinho foi inspirado em você, e uma das características do personagem é que ele gostava de jogos de luta, você também gosta desse gênero?

Sim, o personagem foi inspirado em mim, mas não participei de muita coisa a não ser com meu simples consentimento.
Os jogos de luta em si não são os meus preferidos, mas Street Fighter III sempre o será. Esse jogo traz grandes ensinamentos de vida para quem realmente se dedica a ele.

Além dele, você interpretava algum outro personagem na revista (como Lord Mathias, Bill Games, etc)?
Se entendi sua pergunta num determinado momento da revista não havia mais interpretação de personagens. O tipo de jogo determinava qual o seria personagem a assinar a matéria e qualquer um da redação poderia escrever em seu nome.
Em que ano você saiu da redação?
Saí em 1994, já estava no último ano da minha faculdade de Marketing (sim eu não parei de estudar). Naquela época eu já era Publisher de Revistas no Marketing da Editora e quase não tinha mais contato com o dia-a-dia da redação que eu tanto amava.
Você joga games ainda atualmente? Se sim, tem algum favorito (ou favoritos) dos últimos tempos?
Atualmente não jogo mais. Depois do Street Fighter joguei muito Rock Band (toco guitarra nas horas vagas), mas depois o máximo de contato que tive com um vídeogame foi para jogar algo que me fizesse perder peso com ajuda do Kinect. (risos)
Sinceramente se eu pudesse voltar atrás, fora a história maravilhosa que tive neste mercado, eu jamais me dedicaria tanto tempo a ficar jogando.

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Última aparição do personagem em Março de 2006, já em outra editora, Roberto já não redigia mais textos como o personagem


Eu entendo, antes de começar na academia eu jogava toda manhã o Your Shape Fitness Evolved (risos). Hoje você trabalha em que área? Quer contar um pouco para nossos leitores?
Profissionalmente eu acabei me apaixonando por propaganda e foi nessa área que fiz minha vida. Sai do Marketing da Editora Abril para trabalhar no iG e de lá acabei virando publicitário. Gosto muito do mercado financeiro e sempre balanceio o meu tempo entre a propaganda e o mercado financeiro.
Atualmente eu tenho uma start-up com conteúdo estruturado por Inteligência artificial com foco em vendas que se chama V3ND1NH4.
Roberto, muito obrigado pela entrevista, sou um enorme fã do seu trabalho, e foi uma honra conversar com você. Você quer deixar alguma mensagem para nossos leitores, ou para aspirantes a redatores?
Gostaria sim,
Gostaria de agradecer todo esse carinho e dizer que sempre que posso estou a disposição para falar sobre games.
A minha mensagem para os aspirantes a redatores é que em primeiro lugar amem muito fazer o que se propuseram a fazer e em segundo lugar que entendam melhor do que qualquer outro e sob várias óticas diferentes a matéria que será redigida. Só assim é possível encantar sua audiência

181376

O desenho que ficou marcado na cabeça de muitos jogadores da década de 90 (imagem da revista de Setembro de 1996)


Caso queiram conhecer um pouco mais sobre a V3ND1NH4, o site oficial é vendinha.biz.
E você, o que achou da entrevista com o lendário Baby Betinho? Deixe nos comentários.
Abraços pessoal, até a próxima.
 

Krion

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O conteúdo podia até não te interessar. Talvez estivesse falando de um jogo que você não tinha, ou de algum estilo que não te agradava muito. Mas se a capa fosse bonita… Aí era covardia!
As revistas de videogame dos anos 90 tinham ilustrações chamativas, geralmente com algum protagonista ferradão ou até mesmo só com o logo de alguma franquia famosa.
Lembro até hoje da Ação Games com o logo de Mortal Kombat 3 estampado sobre um muro de pedra. Assim como tenho excelentes lembranças da Super GamePower que tinha os macacos de Donkey Kong Country 3 estampados!


Realmente era a mais pura verdade :coolface



P-ginas-de-gamers-9.jpg


P-ginas-de-gamers-12.jpg


P-ginas-de-gamers-3-nova-fase.jpg
 

Vei pescador

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Muito antes dos grupos de Facebook e das lojas virtuais, era através das revistas de videogame que você fazia rolos com os seus cartuchos e consoles antigos.


181360

Uma das coisas q eu tinha curiosidade eram os anúncios de "clubes". Será q algum ia pra frente ?
 

Ivo Maropo

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Aproveitando o tópico e o tema, o canal Game das Antigas fez esses dias um vídeo bem interessante sobre revistas dessa época. Quem quiser conferir o link está abaixo:


Um dos únicos canais de games que eu acompanho, simplesmente porque o Daniel tem uma atitude bem mais condizente, realista mesmo, com o espírito da época.

Ele não tenta forçosamente ser mais um personagem estúpido, cínico, bobalhão e narcisista do YouTube. Dá pra ver que ele é "gente como a gente", quando nos conta os seus tantos "causos" das antigas. É um cara simples, autêntico, espontâneo e nostálgico, como deve ser. Ele sabe, ele saca.

Sim, estou elogiando "somente trivialidades", mas é de trivialidades e bom-senso que o YouTube precisa hoje, com o seu narcisismo afetado, desenfreado e artificial. O canal Games das Antigas é um dos poucos que ainda se salvam.
 
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BigJ

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O legal do canal do Daniel é que ele pega os games mais cabulosos e vai até o fim, mesmo correndo o risco de ter um infarto!



Vejam a partir de 26min.
 

Leira

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O canal do Daniel realmente é muito bom, ele fala as coisas de forma natural e em vários momentos eu me identifico. Tem muito canal no Youtube bem forçado mesmo.
 

DreamCuPS

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A primeira de todas que comprei foi a Videogame, mas a que entrei de cabeça mesmo foi a Gamepower e, posteriormente, a SuperGamepower. Gostava um pouco da Ação games pela variedade e da Supergame pelo projeto gráfico (o melhor que já vi em uma revista de game da época). Mas o lance é que, se tivesse game, eu comprava, inclusive de computador (apesar de só ter adquirido meu primeiro pc em 2005).

Ainda tenho absolutamente todas minhas revistas, incluindo coleções completas (ou quase) das que citei acima. Todo sábado ou domingo tiro um tempinho, puxo uns 4 números de alguma das pilhas e leito inteiras. Acho que venho fazendo isso há uns 11 anos e, sei lá, nunca me cansei.
 
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Ivo Maropo

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A primeira de todas que comprei foi a Videogame, mas a que entrei de cabeça mesmo foi a Gamepower e, posteriormente, a SuperGamepower. Gostava um pouco da Ação games pela variedade e da Supergame pelo projeto gráfico (o melhor que já vi em uma revista de game da época. Mas o lance é que, se fosse revista de game, eu comprava. Até revista de jogo de computador eu comprei na época (apesar de só ter adquirido meu primeiro pc em 2005).

Ainda tenho absolutamente todas minhas revistas de game, incluindo coleções completas (ou quase) das que citei acima. Todo sábado ou domingo tiro um tempinho, puxo uns 4 números de alguma das pilhas e leito inteiras. Acho que venho fazendo isso há uns 11 anos e, sei lá, nunca me cansei.
Também curto reler as revistas. Era histórico. Foram tantas emoções. Hehe. A sensação de ir até as bancas, sem saber se já haviam chegado, e dar de cara com aquelas capas "animais" e "do balacobaco" (rsrs) não pode ser replicada nem explicada.

Se parece um exagero, é porque era mesmo (um exagero de bom). Tempos melhores. Infinitamente melhores. Tudo era novo. A explosão capitalista pós-Muro de Berlim. A explosão do entretenimento eletrônico. Novidades pra cacete. Sociedade sem frescura. Brincar na rua. Amizades de verdade. Eram outros tempos...

:')
 

DreamCuPS

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Também curto reler as revistas. Era histórico. Foram tantas emoções. Hehe. A sensação de ir até as bancas, sem saber se já haviam chegado, e dar de cara com aquelas capas "animais" e "do balacobaco" (rsrs) não pode ser replicada nem explicada.

Se parece um exagero, é porque era mesmo (um exagero de bom). Tempos melhores. Infinitamente melhores. Tudo era novo. A explosão capitalista pós-Muro de Berlim. A explosão do entretenimento eletrônico. Novidades pra cacete. Sociedade sem frescura. Brincar na rua. Amizades de verdade. Eram outros tempos...

:')
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Foi nossa formação, né. Por essas e outras estamos nesse fórum, hoje.
Atualmente, nem as fachadas das locadoras e bancas de revistas da minha cidade existem mais. Em alguns casos, acho que até os donos das mesmas já não estão mais conosco. Vida que segue...
 

Space Ace

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Eu ainda tenho algumas aqui, mas nenhuma tão antiga, então foge um pouco do tópico. A maioria é focada na sexta geração de consoles. Algumas até já falam de jogos da geração PS3 / Xbox 360.

A mais antiga ali acho que é a PlayStation com Duke Nukem na capa. O foco dela é em jogos de PS1, mas fala sobre alguns jogos de PS2 também.

O ano em que mais comprei revistas foi 2007, quando arrumei meu primeiro emprego, por isso as que tenho aqui não são tão antigas. O emprego era de menor aprendiz e eu precisava ir num curso duas vezes por semana, aí depois das aulas eu às vezes passava em bancas ou sebos e trazia alguma revista pra casa. No ano seguinte ainda comprei algumas.

182148

Eu também gostava muito daquelas "revistas" que eram um detonado de um único jogo e que as folhas viravam um super pôster. Inclusive duas assim eu guardei durante vários anos, até que mandei emoldurar e coloquei na parede do meu quarto, perto de onde jogo.

182153

Várias vezes já pensei em comprar algumas revistas mais antigas, tipo Nintendo Power e GamePower, e iniciar uma pequena coleção delas. Embora não tenham feito parte da minha infância, acho itens legais pra colecionar e são parte da história dos videogames. Folhear uma delas também é uma viagem no tempo.
 

Super-EuF

Supra-sumo
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Comecei com a SGP 18 (Mk3, KoF 95, SF Alpha/Zero 1 e dicas pra jogar com Neo Dio e Gokuu em World Heroes Perfect)
sgp_18_capa.jpeg




Já a próxima foi a Ação Games com jogos para PC:

acao_games_89_capa.jpeg




Já a Gamers eu com esta edição com SFZ 2 e WHP:

gamers_12_capa.jpeg



A 1a Videogame que peguei foi esta com o boom de Ultimate MK 3 e Real Bout Fatal Fury com nota 10:

videogame_59_capa.jpeg




Eu pirava mesmo era com estas edições especiais de luta da SGP (destaque para Art of Fighting 3):

super_gamepower_28a-1.jpg
 

Ivo Maropo

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Foi nossa formação, né. Por essas e outras estamos nesse fórum, hoje.
Atualmente, nem as fachadas das locadoras e bancas de revistas da minha cidade existem mais. Em alguns casos, acho que até os donos das mesmas já não estão mais conosco. Vida que segue...
Demais. Nosso duradouro amor por videogames foi fortemente fomentado por essas revistas maravilhosas.

As comprei por, acredito eu, 1 década e meia. É muito tempo. Do comecinho dos anos 90 até a geração "PSWii60". Depois, tudo acabou. O problema é que vem muita lembrança boa junta, misturada a coisas de um certo tempo; coisas que já não existem mais, mas que foram muito positivas.

Nós éramos muito mais felizes quando a internet era apenas uma incrível novidade, e não quando ela se desenvolveu propriamente. Eu me lembro de quando a jogatina online começou a existir. Era extraordinário jogar online. Um verdadeiro êxtase. Mas acabou.
 

DreamCuPS

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Demais. Nosso duradouro amor por videogames foi fortemente fomentado por essas revistas maravilhosas.

As comprei por, acredito eu, 1 década e meia. É muito tempo. Do comecinho dos anos 90 até a geração "PSWii60". Depois, tudo acabou. O problema é que vem muita lembrança boa junta, misturada a coisas de um certo tempo; coisas que já não existem mais, mas que foram muito positivas.

Nós éramos muito mais felizes quando a internet era apenas uma incrível novidade, e não quando ela se desenvolveu propriamente. Eu me lembro de quando a jogatina online começou a existir. Era extraordinário jogar online. Um verdadeiro êxtase. Mas acabou.
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E o pior é que, se bobear, o Brasil pode ter sido um dos lugares mais legais pra se aproveitar os games nos anos 90. Não era em qualquer lugar que havia uma cultura de locadoras como a nossa. Sim, tudo mudou, mas o importante é que podemos continuar jogando. E hoje, a tecnologia abriu portas para coisas que antigamente era só sonho, pra maioria.
Eu parei de comprar revistas regularmente com o fim dos anos 90. Por um período, pensei em comprar um X360, dai comprei uns números da Revista Oficial do Obox, mas não curti. A linguagem já era muito diferente do que me habituei, feita para os adolescentes de então, não para mim.
 

Ivo Maropo

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E o pior é que, se bobear, o Brasil pode ter sido um dos lugares mais legais pra se aproveitar os games nos anos 90. Não era em qualquer lugar que havia uma cultura de locadoras como a nossa. Sim, tudo mudou, mas o importante é que podemos continuar jogando. E hoje, a tecnologia abriu portas para coisas que antigamente era só sonho, pra maioria.
Eu parei de comprar revistas regularmente com o fim dos anos 90. Por um período, pensei em comprar um X360, dai comprei uns números da Revista Oficial do Obox, mas não curti. A linguagem já era muito diferente do que me habituei, feita para os adolescentes de então, não para mim.
Concordo. Tivemos algo especial por aqui, em termos de cultura gamer de locadora. É verdade que ainda podemos continuar jogando, mas numa atmosfera social e histórica já muito diferente. Não é mais a mesma coisa. O sentimento mudou. A experiência.

Concordo com você que é complicado comprar revistas mais recentes. A linguagem realmente mudou. Nos anos 90 a ingenuidade era real. Os videogames estavam no seu início. Era comida para a imaginação o tempo inteiro.

Videogames em CD eram uma loucura. Gráficos poligonais? Também. Computação gráfica? Idem. PC gaming? Também. Internet? Sim. A lista é vasta. Nós não temos mais essa enxurrada toda de novidades revolucionárias hoje. Foi uma loucura.

Também não temos mais aquela sociedade mais aberta, ingênua, mágica, excitante e também sem frescura de outrora. Eu acredito que alguns tempos são genuinamente melhores do que outros. Mas pelo menos ficaram as (sempre solitárias e irrepetíveis) lembranças dos bons e velhos tempos de ouro.
 

Hobgoblin

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Os pilotos da revista Progames

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Se você cresceu lendo as clássicas revistas de videogame das décadas de 1990 e 2000, certamente lembra de Baby Betinho, Marjorie Bros, Marcelo Kamikaze, Lord Matias, entre outros personagens fictícios que assinavam as matérias dessas publicações.

Mas alguns desses pilotos tiveram uma “carreira” relâmpago no mercado editorial gamer brasileiro, como é o caso dos pilotos da revista ProGames.

O Nascimento da ProGames

Em 1993, chegava às bancas a primeira edição da revista ProGames. A publicação era uma parceria entre a Editora Escala e a rede de locadoras ProGames, que resultou em três edições históricas que foram a base para a criação da clássica revista Gamers que conhecemos tão bem.
Aliás, nós temos um texto assinado pelo criador da ProGames, o Ivan Battesini. Leia aqui!

Além das tradicionais colunas de notícias, cartas, análises e dicas, alguns detalhes chamam bastante a atenção nessas três edições, como a seção para lojistas, os quadrinhos do Capitão Ninja e os pilotos criados pela publicação para assinarem as análises dos jogos.


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Na época, não era comum que os redatores e o editor assinassem as matérias das revistas de videogame com os seus próprios nomes. O Chefe da SuperGamePower que o diga. Desde a sua primeira edição, o editorial ficou a cargo do Capitão Ninja, personagem criado pelo artista Marcelo Cassaro, conhecido por seu trabalho em Tormenta e Holy Avenger.

Na primeira edição, o Capitão Ninja se apresenta como repórter, e disse estar trazendo a “revista de games mais variada e engraçada (e com os pilotos mais apelões) que você vai encontrar por aí.”

Esses pilotos, aliás, foram recrutados pelo Capitão Ninja de uma forma bastante inusitada, como ele revela no seu primeiro editorial: “foi dureza sequestrar nossos pilotos da escola, mas eles testaram pra vocês todos os novos lançamentos”.

Mas você lembra quem eram esses pilotos?

O time

Na primeira edição da ProGames, fomos apresentados a seis pilotos que analisavam e davam as notas paras os jogos. Sem muitos detalhes das suas personalidades, conhecemos Wolferrá, Senhor Off, Chu-Chi, Mister-X, T-90 e Daikon.

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Cada um deles possui um visual bastante sugestivo, dando a entender quais tipos de jogos eles curtem apenas com base nos seus acessórios e pose.
Em cada jogo, os pilotos davam uma breve crítica e atribuiam uma avaliação com base em expressões que variam entre ótimo, bom, regular, ruim e péssimo. Eram avaliados quatro critérios: gráfico, som, desafio e diversão. A média deles dava a classificação final.

Na primeira edição, contudo, ainda não existia muita diferenciação entre as personalidades de cada piloto. Mas isso mudaria na edição seguinte.

Com estilo

Na segunda edição da revista ProGames, fomos apresentados definitivamente aos pilotos, com direito a ilustração colorida e descrição das suas personalidades. Inclusive, o título da página até parece uma leve alfinetada nos concorrentes.


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Com essas hilárias descrições, ficava mais fácil para o leitor se identificar com os personagens e criar mais apreço pelas suas personalidades e críticas. Mas não deu nem tempo se apegar a todos, pois ser piloto da ProGames não era garantia de continuidade no “trabalho”.

A própria edição trouxe um divertido comentário sobre isso, dizendo, no rodapé da página de apresentação do time, que “tá pintando um novo crítico no pedaço. Esse mês o malandro detonou Time Gal, mas mês que vem vai trampar que nem um condenado. Não percam!!!“.


Como um meteoro

A terceira edição da ProGames já chegou às bancas com um monte de novidades. A primeira delas era que a revista passaria a se chamar “GAMER’S”. Segundo o editorial do Capitão Ninja, “a Editora Escala e a Rede ProGames continuarão produzindo a revista, e ainda melhor, com seções novas, piadas novas.”

Mas algumas mudanças já chegaram nessa edição. E afetou diretamente o time de pilotos. Logo no título da matéria, está escrito:

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APERTEM OS CINTOS: OS PILOTOS SUMIRAM!

O time de pilotos da proGames sofreu uma drástica reduzida na sua edição final. Segundo a matéria, “vocês que ambicionam pilotar para a PROGAMES, pensem bem! É um trabalho arriscado, alguns pilotos não sobreviver para figurar nesta terceira edição“. Mas, com todos os perigos, ainda assim pintou gente nova no pedaço.

Do time anterior, permaneceram o Daikon, o Chu-Chi e o Wolferrá. Mister-X, T-90 e o Senhor Off foram despedidos. Ou, melhor, foram substituídos pelo novo piloto citado na edição passada.

A “nova aquisição da PRO-GAMES” era Edward Champ, que após “conquistar trocentos campeonatos”, ele e o seu “inseparável boné estrearam nesta edição esbofeteando soldados romanos em Ateriz, patrulhou Cosmo Police, latiu Family Dog, esculachou Mazing Saga e finalizou Final Fight CD“.

Infelizmente, a trajetória de Edward Champ foi curta na ProGames. Assim como a dos seus colegas fictícios. Após essa terceira edição, chegava às bancas a edição 0 da GAMERS, chamada de GAMERS Especial. Essa edição era uma “pequena amostra do que está por vir”, tendo sido lançada enquanto a verdadeira edição 01 ficava pronta.

Tanto na edição de “pré-estréia” quanto na primeira edição que chegou semanas depois, em 1994, apenas o Capitão Ninja estava de volta. E, além de assinar o editorial, ganhou ainda mais espaço para o seus quadrinhos. Porém, os antigos pilotos não conseguiram sobreviver a mudança da revista e se tornaram pequenas lendas para aqueles que se divertiram com a breve passagem pela ProGames.

gamers-1-quadrinhos-capitao-ninja-jogoveio.jpg




E você, caro leitor? Lembrava desse time? Quais os seus pilotos favoritos das revistas de videogame? Você também sonhava em ser piloto de uma revista de videogames? Conta aí pra gente nos comentários?

Scans das revistas utilizadas nesta edição:
Datassette
/ Retroavengers
 
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