Josuke Higashikata
Bam-bam-bam
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Não vou dizer que o Bolsonaro é melhor, só vou apontar porque acho o Lula ruim, vocês decidem se ainda querem votar nele como oposição ao governo atual
A campanha do lula vai vir baseada na ideia de ''na minha época pobre viajava de avião e o país crescia''
Mas vamos lembrar os motivos pelo qual o primeiro mandato dele trouxe alguma coisa nesse campo.
Lula assumiu em janeiro de 2003 e surpreendeu a maior parte do mercado nomeando uma equipe econômica tida como ortodoxa e conservadora.
Na presidência do Banco Central ele colocou um banqueiro de carreira internacional consagrada, que era o Henrique Meirelles. Para a Fazenda ele nomeou Antonio Palocci, que era visto como um entusiasta da ortodoxia econômica.
O próprio Palocci nomeou uma equipe econômica formada exclusivamente por tecnocratas, sem nenhum quadro do PT ocupando os grandes cargos. Nomes renomados como Joaquim Levy, Marcos Lisboa e Murilo Portugal foram pra Fazenda.
quando essa equipe econômica sinalizou claramente qual seria a política econômica adotada , cumprimento de contratos, liberdade de preços, política fiscal austera, elevação do superávit primário para 4,25% do PIB , e uma política monetária dura e restritiva, que seria garantida por um Banco Central que teria total autonomia operacional a confiança começou a voltar ao mercado.
O superávit primário foi de 4,3% do PIB (acima da meta já alta de 4,25%).
Nos primeiros 6 meses de 2003, que foi o período em que a SELIC ficou em seu valor mais alto, o consumo doméstico chegou a cair 11% .
Isso, sim, foi austeridade para espanhol, grego, português, irlandês nenhum botar defeito.
Para fins de comparação, o atual governo, tido como ultraliberal por nossa conhecida imprensa, mal consegue zerar o deficit e ele explodiu em 2020 com a pandemia..
Mas então o Lula é melhor que o Bolsonaro na economia?
Não vamos com tanta pressa. Esse pragmatismo mudou no segundo mandato.
Isso é o que o mercado tem contra Lula - Opinião - InfoMoney
A queda na bolsa e alta do dólar tem sido uma constante em qualquer notícia positiva para o ex-presidente Lula; mas afinal, o que o "mercado" tem contra o petista?www.infomoney.com.br
''Quando, afinal, as coisas mudaram?
Em 6 de junho de 2005, Joaquim Levy e Fábio Giambiagi, técnicos do IPEA na época, embarcavam do Santos Dumont, no Rio de Janeiro, para uma reunião com Antônio Palocci em Brasília.
Ao passarem por uma livraria, a capa da Folha de São Paulo estampava a denúncia de Roberto Jefferson sobre uma mesada de R$30 mil paga pelos correios para a base aliada. Estava exposto o mensalão.
Ambos chegaram para a reunião, que durou cerca de 10 minutos, dispostos a apresentar uma nova medida fiscal, capaz de em 10 anos eliminar a dívida pública e enfim permitir juros menores: o Teto de Gastos.
A proposta de Giambiagi e Levy seria mesclada com a de Delfim Neto, na mesma linha, e defendida arduamente por Palocci e Paulo Bernardo, então Ministro do Planejamento.
Ocorre que, como Giambiagi previu ao ver a capa do jornal no aeroporto, “deu m****”, e muita.
Dali a 10 dias Dirceu seria exonerado, dando lugar à Dilma Rousseff na Casa Civil.
Com Dilma na Casa Civil, os humores do governo Lula começaram a mudar. Palocci e Paulo Bernardo defendiam a medida do teto, com exposições de Murilo Portugal, então no Banco Central, para uma ministra pouco disposta a ouvir falar em controle fiscal.
Foi em uma dessas apresentações que Dilma mandou sua famosa frase “Gasto é vida”.
Cerca de 5 meses depois seria a vez de Palocci cair, após o escândalo de quebra de sigilo do caseiro Francenildo, que havia acusado Palocci de receber malas de dinheiro em sua casa no Lago Sul. Tal feito serviu, ainda que indiretamente, para consolidar a visão de Dilma.
As eleições de 2006 se aproximavam e Lula já não via com bons olhos os juros altos que mantinham a inflação sob controle, mas impediam um crescimento mais robusto do PIB e da geração de empregos.
Lula pressionou Henrique Meirelles, o tucano que presidia o Banco Central, a diminuir os juros na marra. Meirelles resistiu, chegando a colocar o cargo à disposição, e Lula recuou.
Fato é que, de 2005 em diante, seria difícil parar a máquina estatal moldada por Dilma Rousseff com o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, com o aval de Lula.
A reeleição veio, o PAC nasceu e a ideia de que o gasto público garantiria o crescimento econômico foi pra frente.
Para piorar, a crise de 2008 rendeu o discurso perfeito. Se os países ricos estavam em crise e socorrendo empresas, porque então o governo brasileiro deveria seguir um receituário de austeridade e não intervenção?
Toda a crise do governo Dilma, que dali a 7 anos deixaria 10 milhões de pessoas na pobreza, se iniciou sob este aval garantido por Lula.
O PSI, Programa de Sustentação do Investimento, que colocaria R$ 524 bilhões em títulos públicos com custo de 14% ao ano para permitir que o BNDES emprestasse a juros de 6% ao ano (com a diferença paga dos seus impostos), nasceu em 2008.
O PSI ficaria conhecido pelo programa de “campeões nacionais”, mas é algo mais amplo. Não se resume a financiar a JBS, a Oi (que contou ainda com mudança na lei para existir), a Odebrecht e Eike Batista.
O PSI garantiria nos anos seguintes cerca de R$ 1,8 trilhão em crédito, sendo R$ 1,2 trilhão para grandes empresas. Financiaria ainda a bolha dos caminhões, os jatinhos da Embraer para milionários brasileiros e tudo o mais que houvesse demanda.
Como foi notado depois, os bancos privados ganharam uma verdadeira fortuna agenciando os empréstimos de linhas do BNDES, ou cerca de R$ 8 bilhões, apenas por repassar os recursos do banco estatal.
Como Pedro Lula Mota (nenhum parentesco), da Vérios Invest e do Terraço Econômico levantou, a bolsa brasileira subiu 431% e 40% em dólar nos 2 mandatos de Lula, e caiu 61% durante a gestão Dilma I, além de 10% no segundo mandato.
É tentador portanto agir como se o Brasil se resumisse a um “golpe” ou políticas erradas da Era Dilma, deixando para Lula os méritos, mas a história mostra que consequências e ações econômicas não são delimitadas por mandatos presidenciais.
Lula inflou uma bolha que estouraria no mandato de sua sucessora, e fez isso de inúmeras maneiras.
Em 2008, por exemplo, o governo suspendeu os leilões e mudou as regras do setor de petróleo.
Os 5 anos seguintes seriam marcados por uma queda brutal de investimentos na área, dada a expulsão do capital estrangeiro e o monopólio da Petrobras, o endividamento da empresa (que em 2016 era a petroleira mais endividada do planeta), aumentos de custos graças a lei de conteúdo nacional e assim por diante.''
Por fim, mas não menos importante, ele não sinaliza a mesma ortodoxia do primeiro mandato. E sim a zoeira do segundo..
Sobre a inflação que flagela o Brasileiro esse ano, consequencia da selic a 2% e auxilios. Bem, não seria diferente com o Lula, talvez seria pior já que ele amplificaria as medidas feitas em 2020
Se você acha que ele vai manter o teto de gastos, ou até fazer um choque para ter superavit fiscal. Não há tantos riscos tirando a volta da velha corrupção e aparelhamento do estado. Mas se você acha que ele vai vir como no segundo mandato.
Então, a argentina não é uma hipotese distante
Caraleo. Posto altamente explicativo. Parabéns