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BRASIL PARALELO: 1964 - O Brasil entre armas e livros (Filme Completo)

Beren_

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Não sei como funciona o youtube, mas é estranho um clipe de Simone e Simara ter 28 mil visualizações e estar em terceiro lugar nos vídeos em alta, ao passo que o 1964 sequer aparece na lista.

Há 15 horas da postagem já tem 1.300,000. Significativo.

O "povo" reclama da "educação" ao mesmo tempo que evita ao maximo se educar.
 

sparcx86_GHOST

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Tô cagando pra esse filme mas estão enchendo tanto o saco que vou ser obrigado a ver.
o filme é bom, no frigir dos ovos há muita mitologia do Olavo mas somente após eles comentarem o golpe de 64 e dentro deste o auto golpe.
em termos gerais está muito bem feito, tirando as idiotices do Olavo de Carvalho esta bem interessante.
 

arthur the king

Bam-bam-bam
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Não vi tudo ainda,mas não sei se foi aqui ou em outro lugar que vi falarem que é um filme isento,sem lado político

Mentira. Ele e bem partidário sim,não que isso seja um problema,quem não tem lado e bola. Mas vender como filme isento e dose
o filme é bom, no frigir dos ovos há muita mitologia do Olavo mas somente após eles comentarem o golpe de 64 e dentro deste o auto golpe.
em termos gerais está muito bem feito, tirando as idiotices do Olavo de Carvalho esta bem interessante.
E isso

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MobiusRJ

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Quase 3 milhões de views em menos de 24hrs. Nada mal.

155d323d-534d-4b8a-8057-c95150dd443c.png
Acho lindo como a esquerda novamente falha, quiseram censurar e achar ruim e agora o filme será visto como nunca!!!
Obrigado por errarem novamente.
A única coisa chata disso é q esse público são os q já estão com a mente aberta e libertos dessa doutrinação esquerdista.

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G².

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Esses três milhões de views são mais importantes do que parecem. Muita gente tá falando sobre política nas ruas agora, bem mais consciente do que antes, não é mais só tema de boteco. E nunca em muitos anos, se viu uma rejeição tão grande da esquerda. Isso só prova que o brasileiro nunca foi de esquerda nem nunca quis aderi-lá, mas a propaganda tendenciosa e manipuladora dos partidões usaram de armas letais pra mexer a cabeça do cidadão. Teatro, cinema, música, documentários parciais, todos esses elementos contribuíram pro estrago.
 

Chris Redfield jr

Lenda da internet
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A única coisa chata disso é q esse público são os q já estão com a mente aberta e libertos dessa doutrinação esquerdista.

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Mas tbm seria esperar demais que esse filme seja exibido na globo, por exemplo...mas, quem sabe, um dia, na record, no sbt...
 

BESS4

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Leonel brizola é um dos maiores cânceres que nasceram nessa terra. Era um verme desgraçado e sem escrúpulos! VERME FILHO DE UMA put*!

O RJ tá essa desgraça que é hoje muito graças a esse verme!
 

Mega Retro

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Só pra constar, o CINEMARK não tem obrigação nenhuma de passar esse filme, assim como não passa diversos outros. E não, isso não é censura.
Adiante, ninguém mais precisa ir no cinema, já está no youtube, assunto mais que resolvido.
 

johnhartigan

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A única coisa chata disso é q esse público são os q já estão com a mente aberta e libertos dessa doutrinação esquerdista.

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Mas seria o mesmo público que iria no cinema, inclusive mais público visto que o cinema tem bem menos abrangência que o iutubil.
 

johnhartigan

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Só pra constar, o CINEMARK não tem obrigação nenhuma de passar esse filme, assim como não passa diversos outros. E não, isso não é censura.
Adiante, ninguém mais precisa ir no cinema, já está no youtube, assunto mais que resolvido.

Não tem obrigação mesmo, mas também não precisa passar vergonha e soltar comunicado que “Não autorizamos em nossos complexos a divulgação de mídia partidária tampouco eventos de cunho político”, qualquer outro filme de esquerda eles passaram né? Pois é, hipocrisia em seu nível mais alto.
 

Vaçago

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Tô assistindo aqui, parei em 1 hora e 20min e vou continuar mais tarde. O negócio é muito bem feito.
 

Hobgoblin

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http://sensoincomum.org/2019/04/01/bolsonaro-parar-falar-64-marcha-familia-goulart/

Bolsonaro precisa parar de falar de 1964. Mas o Brasil precisa entender o que foi a Marcha da Família contra Goulart
Nosso presidente erra ao falar do movimento de 1964 sem explicar que ele não pedia uma ditadura militar. Mas o Brasil precisa conhecer o que foram as marchas civis contra Goulart
Flavio Morgenstern01/04/2019


68778


Jair Bolsonaro, o presidente, tem o vezo muitas vezes imperdoável de enaltecer a revolução de 1964 como o que teria salvado o Brasil do comunismo, enquanto seus críticos repetem sempre que 1964 foi o ano que “iniciou” a ditadura militar brasileira, que torturou, matou, seqüestrou, estuprou e acabou com a democracia trabalhista de João Goulart, num dos raros momentos em que a esquerda se preocupa com tal sorte de crimes.

A verdade é que Bolsonaro erra mesmo ao falar tanto de 64, sobretudo sem explicar nada do que o movimento significa. E os críticos do regime militar erram por simplesmente contar sempre a mesma narrativa sobre os fatos, o que é parte justamente da doutrinação que juram ser mera teoria da conspiração.

O presidente não é o grande professor de História da nação. E nem conseguiria realizar tal fardo, com a dificuldade de Bolsonaro em ser didático, preferindo o modelo de comunicação de identificação com os anseios da população, e até mesmo seu jeito atrapalhado de se expressar.

Enquanto isso, a visão corrente é de que o Brasil estava calmo e pacífico, tudo tão “democrático” naqueles anos desvairados da Guerra Fria (a ditadura fascista do Estado Novo, enaltecida pela esquerda até hoje, havia acabado em 1945, há apenas 19 anos, o equivalente a 2000 hoje), quando, de repente, sem aviso e sem razão, os militares nos quartéis resolveram dar um golpe num país tão democrático, tão pacífico e tão trabalhador, e instaurar uma ditadura brutal e violenta e torturadora de inocentes que só foi derrotada porque grandes democratas marxistas conseguiram finalmente convencer os generais a pararem de torturar usando a força de suas palavras democráticas e de seus lindos olhos azuis.

O movimento de 1964 de que tanto fala Bolsonaro (e também Olavo de Carvalho) não é o mesmo que o regime militar que dominou o país pelos 21 anos subsequentes. E a esquerda quer por que quer transformar o movimento de 2015 no novo 1964.

João Goulart, vice de Jânio Quadros, que havia abdicado em agosto de 1961 prevendo uma manifestação popular que o colocasse de volta ao cargo plenipotenciário, era tudo o que causava horror ao brasileiro honesto e trabalhador. Ex-ministro do ditador Getúlio Vargas, era mais uma cria do misto de positivismo (depois chamado simplesmente “varguismo”) e fascismo do maior ditador do Brasil.

Jango era um dos proponentes do que foi posteriormente chamado no Brasil de “trabalhismo”, um modelo de sindicalismo tão forte que unia os pontos centrais do fascismo e do socialismo, como as 22 corporações fascistas unindo empregadores e empregados na “Câmara das Corporações” da Itália fascista, integradas no Grande Conselho Fascista que unia industriais, agricultores e operários.

No Brasil, o modelo de pressão política e negociação econômica entre os setores foi chamado simplesmente de “corporativismo”, seguindo o modelo desenvolvido na Idade Média por corporações de ofício (para mais detalhes, vide nosso podcast, “O nazismo era de direita?”).

O grande continuador do modelo trabalhista-corporativista de João Goulart, de desabridas origens fascistas, foi o PDT de Leonel Brizola e Dilma Rousseff, que aboletou inúmeros trabalhistas em cargos de pressão na economia, como Carlos Lupi (não à toa, seu ministro do Trabalho, tal como João Goulart). Seu principal legado foi a CLT, quase uma cópia da Carta del Lavoro de Mussolini, hoje tão defendida pela esquerda para impedir avanços como a Reforma da Previdência (a um só tempo em que chama todos os que discordam de seu modelo de “fascistas”).

Goulart ainda trazia a marca da corrupção continental que os brasileiros de hoje conhecem tão bem: o então deputado João Goulart havia conseguido financiamento ilegal para a campanha eleitoral de Getúlio Vargas, em 1950. O dinheiro vinha de outro ditador de origem fascista que se tornou queridinho pela esquerda, quando trocou o nome para “trabalhista”: o argentino Juan Perón, no que ficou conhecido como “o caso dos Pinhos”, usando uma estatal com monopólio sobre a exploração econômica da madeira argentina, a CIFEN, como laranja.

Como presidente, seu modelo de trabalhismo continuou garantindo “direitos trabalhistas” (o novo shibboleth da esquerda) em troca de negociatas com empreiteiras. Foram as tão propaladas “reformas de base”, outra expressão que se tornou comum no vocabulário esquerdista brasileiro. Até o método Paulo Freire como estratégia para acabar com o analfabetismo foi implantado. Algumas das reformas, como a eleitoral, exigiam mudanças constitucionais, o que acendeu a luz vermelha de quem temia por um novo golpe brasileiro: Goulart já estatizara refinarias por decreto, sem apoio do Congresso.

Seguindo o modelo de Getúlio, seu grande mentor, e de quem fora ministro, tendo sugerido “dobrar o salário mínimo” para o Congresso repudiar e então fechá-lo, Goulart implementou projeto para cobrar impostos sobre grandes fortunas, uma “função social sobre a propriedade” de moldes soviéticos (até hoje incrustada em nossa Constituição, embora nem sempre aplicada) e controle sobre empresas (a estatização de terras às beiras de rodovias e ferrovias já iria ser implementada).
Como não conseguia fechar o Congresso, Jango insuflava greves e insubordinação nos quartéis. Seus planos trienais também naufragavam, ao sugerir “nacionalizar” (estatizar) setores como o petrolífero, de energia e farmacêutico, e para tal, nova cartada para se tornar um novo Getúlio Vargas estavam nas mangas de Goulart (o PT tentou fazer o mesmo, mas tendo já estatais o suficiente para mensalão e petrolão, não precisou ir muito além).

Como se vê, os bandidos esquerdistas brasileiros nem se preocuparam em ter alguma originalidade nos últimos anos.

Mas se tudo isso já era motivo sobejaste para o povo ver com péssimos olhos um presidente no qual, afinal, nem haviam votado (e lembremos que a sociedade brasileira ainda não havia passado por maio de 68, pela doutrinação, pela glorificação da bandidagem e pela ideologia revolucionária das últimas décadas), ainda faltava o principal.

Jango, ainda em 1960, havia feito uma visita à Tchecoslováquia – aquelas típicas viagens que só podem ser auto-explicativas. Como hoje se sabe, quase nunca Moscou se envolvia diretamente na propagação do comunismo pelo mundo na Guerra Fria – qualquer oficial de baixa patente americano sabe disso. O serviço de inteligência tcheco, a StB, a partir de Goulart, ficou responsável por cuidar do Brasil.

Os tchecos viam com bons olhos um trabalhista que basicamente implantava o programa socialista dos anos 60 sem precisar ser um alinhado “oficial”: o trabalhismo pegava bem (ao contrário de “comunismo”), produzindo quase os mesmos efeitos imediatos (os comunistas do Leste não estavam com tanta pressa para ver o fim da propriedade privada em dois anos na América Latina, se não conseguiam de fato em meio século nos seus próprios países). A influência dos trabalhistas ingleses (os historiadores que iriam fazer a “versão oficial” da historiografia hoje ensinada em Universidades) ajudava muito.

A partir de 1961, três anos antes de os militares entrarem em cena, o Brasil testemunhou diversas ações de grupos paramilitares comunistas, treinados e financiados diretamente pela Tchecoslováquia (como hoje se sabe, embora tal fato não faça parte do que se ensina em História no ensino médio brasileiro). Os métodos eram sobretudo aqueles visando financiamento para ações futuras mais sérias, mas que inauguravam um novo ciclo de crimes que se tornariam comuns no Brasil, como assaltos a bancos. Para um país que nunca tinha enfrentado tal situação, o que hoje tratamos com uma bizarra normalidade era motivo para pânico generalizado.
Foi contra uma espécie de petrolão da época, aliado ao financiamento de ditaduras trabalhistas na América Latina, e ainda com apoio do serviço de inteligência de países socialistas, finalizado com uma luta armada colocando pânico em uma população até então pouco acostumada a crimes violentos, que o Brasil foi às ruas, na famosa (apenas para a direita, sorry) Marcha da Família com Deus pela Liberdade, entre março e junho de 1964.

Sabendo do histórico de golpes de Estado no país de então, que mal havia passado duas décadas sem uma convulsão política de dar medo (e o próprio Jânio tentou dar um golpe com sua renúncia, mas seu populismo não encontrou eco o apoiando na população), o cenário era claro: ou se pedia pela deposição de João Goulart, ou em questão de meses o presidente daria um novo golpe no modelo Estado Novo e, tal como Getúlio tivera suas milícias sindicalistas, Goulart passaria rapidamente de trabalhista para abertamente socialista com apoio da luta armada.

Olhando para o Brasil de Lula e Dilma, para a Venezuela de Chávez e Maduro e, sobretudo para a época, para a Cuba de Fidel Castro, o roteiro não soa familiar?
Até aquilo que nossos professores de História nos ensinaram, como o papel dos militares para derrubar João Goulart, precisa ser visto com muita cautela: Jango insuflou a revolta dos marinheiros e dos fuzileiros navais no Rio, que estavam querendo apoiar… as reformas de base de Goulart.

O Exército brasileiro sempre foi dividido entre o generalato, mais tecnocrático e fortemente positivista muito antes de Getúlio Vargas, que domina as forças armadas desde o Império, e a ala dos tenentes, que já havia feito rebeliões como as revolutas tenentistas da década de 20, acabando com o voto de cabresto. A liberdade brasileira depende muito dos tenentes e oficiais de baixa patente, enquanto sempre teve problemas com o generalato, e continua tendo. É um entendimento que historiadores que vivem apenas de repetir “democracia” na mídia, como Marco Antônio Villa, são incapazes de possuir.

A Marcha da Família com Deus pela Liberdade reuniu cerca de um milhão de pessoas para tirar Goulart do poder, com apoio de setores como a Igreja Católica (imensamente mais influente à época do que hoje) e de oficiais de baixa patente. Foi esse movimento de ruas, cívico, que Roberto Marinho enalteceu em editorial da Rede Globo, e que foi descrito como sendo “em nome da democracia”.

Os ideais de 1964 foram traídos com rapidez assombrosa por dois fatores. O primeiro, o jornalista Carlos Lacerda, que todos sabiam que ganharia as próximas eleições, prometidas para dali a seis meses. Lacerda sabia que ganharia de seu concorrente Juscelino, mas Castelo Branco tinha outros planos, e começou os decretos que deixaram os militares no poder por 21 anos.
O segundo problema é bem espinhoso para a esquerda. Os ideais que o generalato (e não os tenentes) tinham para 1964, tal como a meia dúzia de gatos pingados “intervencionistas” em 2015, eram tecnocratas: uma “grande nação” dirigida por um Estado forte, que promovesse desde ensino público até distribuição de renda (sic), tudo com mão pesadíssima sobre liberdades, economia e pouco se importando em dividir o poder.

O grande problema para a narrativa da esquerda é que exatamente quem traiu o movimento cívico de 1964, que tinha os militares quase como uma nota de rodapé, pensava de maneira tão parecida com a esquerda “pós-socialista” do PT e apaniguados que é difícil notar a diferença (inclusive o positivismo é a ideologia dominante nos debates “científicos” e a acadêmicos de ambos os lados, vide o que ambos falam sobre Olavo de Carvalho). Pense em algo como a Petrobras e responda imediatamente: quem quer mantê-la estatizada, senão os generais positivistas e a esquerda socialista e social-democrata?

A narrativa da esquerda sobre 64, é só ver os faniquitos de qualquer jornalista e das redes sociais inteiras no aniversário de 31 de março, é a de que os generais estavam encastelados enquanto os jovens brasileiros estavam adorando a democracia, tudo em paz, e de repente quiseram dar um golpe militar, forçando aqueles jovens pacíficos a pegar em armas e lutar “pela democracia”. O começo deste movimento, que são justamente os ideais de 64, é que explicam uma história bem diferente, até com atentados terroristas esquerdistas antes de 64, e nada de “luta pela democracia” (já se vivia nela, afinal). Lutava-se pela ditadura do proletariado. Mas saber disso tira um pouquinho aquele brilho da esquerda, que até hoje diz “lutar contra a ditadura”.

Bolsonaro nunca conseguiu explicar isso. É nosso dever. Mas nosso presidente não deveria acreditar que vai conseguir mudar quase meio século de doutrinação na educação de humanas (onde os militares pouco se meteram) apenas repetindo o louvor a 64 – e, quase sempre, misturando os ideais traidores dos generais que o estão traindo até agora e louvando-os no pacote.
 
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Crystal

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Bolsonaro precisa parar de falar de 1964. Mas o Brasil precisa entender o que foi a Marcha da Família contra Goulart
Nosso presidente erra ao falar do movimento de 1964 sem explicar que ele não pedia uma ditadura militar. Mas o Brasil precisa conhecer o que foram as marchas civis contra Goulart
Flavio Morgenstern01/04/2019


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Jair Bolsonaro, o presidente, tem o vezo muitas vezes imperdoável de enaltecer a revolução de 1964 como o que teria salvado o Brasil do comunismo, enquanto seus críticos repetem sempre que 1964 foi o ano que “iniciou” a ditadura militar brasileira, que torturou, matou, seqüestrou, estuprou e acabou com a democracia trabalhista de João Goulart, num dos raros momentos em que a esquerda se preocupa com tal sorte de crimes.
A verdade é que Bolsonaro erra mesmo ao falar tanto de 64, sobretudo sem explicar nada do que o movimento significa. E os críticos do regime militar erram por simplesmente contar sempre a mesma narrativa sobre os fatos, o que é parte justamente da doutrinação que juram ser mera teoria da conspiração.
O presidente não é o grande professor de História da nação. E nem conseguiria realizar tal fardo, com a dificuldade de Bolsonaro em ser didático, preferindo o modelo de comunicação de identificação com os anseios da população, e até mesmo seu jeito atrapalhado de se expressar.
Enquanto isso, a visão corrente é de que o Brasil estava calmo e pacífico, tudo tão “democrático” naqueles anos desvairados da Guerra Fria (a ditadura fascista do Estado Novo, enaltecida pela esquerda até hoje, havia acabado em 1945, há apenas 19 anos, o equivalente a 2000 hoje), quando, de repente, sem aviso e sem razão, os militares nos quartéis resolveram dar um golpe num país tão democrático, tão pacífico e tão trabalhador, e instaurar uma ditadura brutal e violenta e torturadora de inocentes que só foi derrotada porque grandes democratas marxistas conseguiram finalmente convencer os generais a pararem de torturar usando a força de suas palavras democráticas e de seus lindos olhos azuis.
O movimento de 1964 de que tanto fala Bolsonaro (e também Olavo de Carvalho) não é o mesmo que o regime militar que dominou o país pelos 21 anos subsequentes. E a esquerda quer por que quer transformar o movimento de 2015 no novo 1964.
João Goulart, vice de Jânio Quadros, que havia abdicado em agosto de 1961 prevendo uma manifestação popular que o colocasse de volta ao cargo plenipotenciário, era tudo o que causava horror ao brasileiro honesto e trabalhador. Ex-ministro do ditador Getúlio Vargas, era mais uma cria do misto de positivismo (depois chamado simplesmente “varguismo”) e fascismo do maior ditador do Brasil.
Jango era um dos proponentes do que foi posteriormente chamado no Brasil de “trabalhismo”, um modelo de sindicalismo tão forte que unia os pontos centrais do fascismo e do socialismo, como as 22 corporações fascistas unindo empregadores e empregados na “Câmara das Corporações” da Itália fascista, integradas no Grande Conselho Fascista que unia industriais, agricultores e operários.
No Brasil, o modelo de pressão política e negociação econômica entre os setores foi chamado simplesmente de “corporativismo”, seguindo o modelo desenvolvido na Idade Média por corporações de ofício (para mais detalhes, vide nosso podcast, “O nazismo era de direita?”).
O grande continuador do modelo trabalhista-corporativista de João Goulart, de desabridas origens fascistas, foi o PDT de Leonel Brizola e Dilma Rousseff, que aboletou inúmeros trabalhistas em cargos de pressão na economia, como Carlos Lupi (não à toa, seu ministro do Trabalho, tal como João Goulart). Seu principal legado foi a CLT, quase uma cópia da Carta del Lavoro de Mussolini, hoje tão defendida pela esquerda para impedir avanços como a Reforma da Previdência (a um só tempo em que chama todos os que discordam de seu modelo de “fascistas”).

Goulart ainda trazia a marca da corrupção continental que os brasileiros de hoje conhecem tão bem: o então deputado João Goulart havia conseguido financiamento ilegal para a campanha eleitoral de Getúlio Vargas, em 1950. O dinheiro vinha de outro ditador de origem fascista que se tornou queridinho pela esquerda, quando trocou o nome para “trabalhista”: o argentino Juan Perón, no que ficou conhecido como “o caso dos Pinhos”, usando uma estatal com monopólio sobre a exploração econômica da madeira argentina, a CIFEN, como laranja.
Como presidente, seu modelo de trabalhismo continuou garantindo “direitos trabalhistas” (o novo shibboleth da esquerda) em troca de negociatas com empreiteiras. Foram as tão propaladas “reformas de base”, outra expressão que se tornou comum no vocabulário esquerdista brasileiro. Até o método Paulo Freire como estratégia para acabar com o analfabetismo foi implantado. Algumas das reformas, como a eleitoral, exigiam mudanças constitucionais, o que acendeu a luz vermelha de quem temia por um novo golpe brasileiro: Goulart já estatizara refinarias por decreto, sem apoio do Congresso.
Seguindo o modelo de Getúlio, seu grande mentor, e de quem fora ministro, tendo sugerido “dobrar o salário mínimo” para o Congresso repudiar e então fechá-lo, Goulart implementou projeto para cobrar impostos sobre grandes fortunas, uma “função social sobre a propriedade” de moldes soviéticos (até hoje incrustada em nossa Constituição, embora nem sempre aplicada) e controle sobre empresas (a estatização de terras às beiras de rodovias e ferrovias já iria ser implementada).
Como não conseguia fechar o Congresso, Jango insuflava greves e insubordinação nos quartéis. Seus planos trienais também naufragavam, ao sugerir “nacionalizar” (estatizar) setores como o petrolífero, de energia e farmacêutico, e para tal, nova cartada para se tornar um novo Getúlio Vargas estavam nas mangas de Goulart (o PT tentou fazer o mesmo, mas tendo já estatais o suficiente para mensalão e petrolão, não precisou ir muito além).
Como se vê, os bandidos esquerdistas brasileiros nem se preocuparam em ter alguma originalidade nos últimos anos.
Mas se tudo isso já era motivo sobejaste para o povo ver com péssimos olhos um presidente no qual, afinal, nem haviam votado (e lembremos que a sociedade brasileira ainda não havia passado por maio de 68, pela doutrinação, pela glorificação da bandidagem e pela ideologia revolucionária das últimas décadas), ainda faltava o principal.
Jango, ainda em 1960, havia feito uma visita à Tchecoslováquia – aquelas típicas viagens que só podem ser auto-explicativas. Como hoje se sabe, quase nunca Moscou se envolvia diretamente na propagação do comunismo pelo mundo na Guerra Fria – qualquer oficial de baixa patente americano sabe disso. O serviço de inteligência tcheco, a StB, a partir de Goulart, ficou responsável por cuidar do Brasil.
Os tchecos viam com bons olhos um trabalhista que basicamente implantava o programa socialista dos anos 60 sem precisar ser um alinhado “oficial”: o trabalhismo pegava bem (ao contrário de “comunismo”), produzindo quase os mesmos efeitos imediatos (os comunistas do Leste não estavam com tanta pressa para ver o fim da propriedade privada em dois anos na América Latina, se não conseguiam de fato em meio século nos seus próprios países). A influência dos trabalhistas ingleses (os historiadores que iriam fazer a “versão oficial” da historiografia hoje ensinada em Universidades) ajudava muito.
A partir de 1961, três anos antes de os militares entrarem em cena, o Brasil testemunhou diversas ações de grupos paramilitares comunistas, treinados e financiados diretamente pela Tchecoslováquia (como hoje se sabe, embora tal fato não faça parte do que se ensina em História no ensino médio brasileiro). Os métodos eram sobretudo aqueles visando financiamento para ações futuras mais sérias, mas que inauguravam um novo ciclo de crimes que se tornariam comuns no Brasil, como assaltos a bancos. Para um país que nunca tinha enfrentado tal situação, o que hoje tratamos com uma bizarra normalidade era motivo para pânico generalizado.
Foi contra uma espécie de petrolão da época, aliado ao financiamento de ditaduras trabalhistas na América Latina, e ainda com apoio do serviço de inteligência de países socialistas, finalizado com uma luta armada colocando pânico em uma população até então pouco acostumada a crimes violentos, que o Brasil foi às ruas, na famosa (apenas para a direita, sorry) Marcha da Família com Deus pela Liberdade, entre março e junho de 1964.
Sabendo do histórico de golpes de Estado no país de então, que mal havia passado duas décadas sem uma convulsão política de dar medo (e o próprio Jânio tentou dar um golpe com sua renúncia, mas seu populismo não encontrou eco o apoiando na população), o cenário era claro: ou se pedia pela deposição de João Goulart, ou em questão de meses o presidente daria um novo golpe no modelo Estado Novo e, tal como Getúlio tivera suas milícias sindicalistas, Goulart passaria rapidamente de trabalhista para abertamente socialista com apoio da luta armada.
Olhando para o Brasil de Lula e Dilma, para a Venezuela de Chávez e Maduro e, sobretudo para a época, para a Cuba de Fidel Castro, o roteiro não soa familiar?
Até aquilo que nossos professores de História nos ensinaram, como o papel dos militares para derrubar João Goulart, precisa ser visto com muita cautela: Jango insuflou a revolta dos marinheiros e dos fuzileiros navais no Rio, que estavam querendo apoiar… as reformas de base de Goulart.
O Exército brasileiro sempre foi dividido entre o generalato, mais tecnocrático e fortemente positivista muito antes de Getúlio Vargas, que domina as forças armadas desde o Império, e a ala dos tenentes, que já havia feito rebeliões como as revolutas tenentistas da década de 20, acabando com o voto de cabresto. A liberdade brasileira depende muito dos tenentes e oficiais de baixa patente, enquanto sempre teve problemas com o generalato, e continua tendo. É um entendimento que historiadores que vivem apenas de repetir “democracia” na mídia, como Marco Antônio Villa, são incapazes de possuir.
A Marcha da Família com Deus pela Liberdade reuniu cerca de um milhão de pessoas para tirar Goulart do poder, com apoio de setores como a Igreja Católica (imensamente mais influente à época do que hoje) e de oficiais de baixa patente. Foi esse movimento de ruas, cívico, que Roberto Marinho enalteceu em editorial da Rede Globo, e que foi descrito como sendo “em nome da democracia”.
Os ideais de 1964 foram traídos com rapidez assombrosa por dois fatores. O primeiro, o jornalista Carlos Lacerda, que todos sabiam que ganharia as próximas eleições, prometidas para dali a seis meses. Lacerda sabia que ganharia de seu concorrente Juscelino, mas Castelo Branco tinha outros planos, e começou os decretos que deixaram os militares no poder por 21 anos.
O segundo problema é bem espinhoso para a esquerda. Os ideais que o generalato (e não os tenentes) tinham para 1964, tal como a meia dúzia de gatos pingados “intervencionistas” em 2015, eram tecnocratas: uma “grande nação” dirigida por um Estado forte, que promovesse desde ensino público até distribuição de renda (sic), tudo com mão pesadíssima sobre liberdades, economia e pouco se importando em dividir o poder.
O grande problema para a narrativa da esquerda é que exatamente quem traiu o movimento cívico de 1964, que tinha os militares quase como uma nota de rodapé, pensava de maneira tão parecida com a esquerda “pós-socialista” do PT e apaniguados que é difícil notar a diferença (inclusive o positivismo é a ideologia dominante nos debates “científicos” e a acadêmicos de ambos os lados, vide o que ambos falam sobre Olavo de Carvalho). Pense em algo como a Petrobras e responda imediatamente: quem quer mantê-la estatizada, senão os generais positivistas e a esquerda socialista e social-democrata?
A narrativa da esquerda sobre 64, é só ver os faniquitos de qualquer jornalista e das redes sociais inteiras no aniversário de 31 de março, é a de que os generais estavam encastelados enquanto os jovens brasileiros estavam adorando a democracia, tudo em paz, e de repente quiseram dar um golpe militar, forçando aqueles jovens pacíficos a pegar em armas e lutar “pela democracia”. O começo deste movimento, que são justamente os ideais de 64, é que explicam uma história bem diferente, até com atentados terroristas esquerdistas antes de 64, e nada de “luta pela democracia” (já se vivia nela, afinal). Lutava-se pela ditadura do proletariado. Mas saber disso tira um pouquinho aquele brilho da esquerda, que até hoje diz “lutar contra a ditadura”.
Bolsonaro nunca conseguiu explicar isso. É nosso dever. Mas nosso presidente não deveria acreditar que vai conseguir mudar quase meio século de doutrinação na educação de humanas (onde os militares pouco se meteram) apenas repetindo o louvor a 64 – e, quase sempre, misturando os ideais traidores dos generais que o estão traindo até agora e louvando-os no pacote.
Espero que ele faça um podcast, quero ouvir a opinião dele.
 

Hobgoblin

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http://sensoincomum.org/2019/04/02/cinemark-filme-1964-lula-olga-marx-che-doria/

Cinemark se recusou a exibir filme sobre 1964, mas exibiu filmes de Lula, Olga, Marx, Che e até gestão Doria (de graça)
O problema não é a escolha do Cinemark, é a desculpa dada: a rede já exibiu filmes de Lula, Olga, Che Guevara, mil sobre a ditadura e até mesmo propaganda da gestão Doria
Flavio Morgenstern02/04/2019

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A polêmica do domingo foi a pré-estréia simultânea em diversas cidades do documentário 1964: O Brasil entre armas e livros (assine clicando aqui e ganhe um e-book gratuito). A exibição no Rio de Janeiro, que usava o mesmo arquivo das outras cidades, foi cancelada de última hora pelo Cinemark. Em Belo Horizonte, tentaram não passar o filme, mas a equipe exigiu o combinado e acabou passando.
Logo após o busílis no Rio de Janeiro, o Cinemark emitiu uma estranhíssima nota, afirmando que “não se envolve com questões político-partidárias” (sic). Que, por um erro, tinha acabado permitindo o evento, mas que permitiram “equivocadamente” (sic).
O documentário 1964: O Brasil entre armas e livros, pode até falar de partidos políticos, mas da época, e não de hoje. Entretanto, o Cinemark exibiu, e até mesmo fez eventos de divulgação, de filmes como “Lula, um filho do Brasil”, aquele do ex-presidente e atual presidiário, que o governo brasileiro mandou como indicação do Brasil ao Oscar, e que só pode falar de uma questão política, pelo ponto de vista partidário de quem idolatra o maior bandido do Brasil e o PT. E isso até com evento de exibição.


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Ou então o filme “Olga”, que trata de uma personagem da época da ditadura Vargas, e que também foi uma comunista (e espiã soviética).Por acaso o filme sofreu o mesmo tratamento? “Não nos envolvemos em questões político-partidárias”? E Olga é um filme com nudez, classificação indicativa alta, mas estava todo faceiro no Cinemark.
E que tal “Diários de Motocicleta”, contando a história do guerrilheiro racista Che Guevara? Foi impedido de ser exibido no Cinemark? Ou o filme “O Lobisomem”, com Benicio del Toro, retratando o monstro como um belo rapaz cheio de sonhos e abnegação em nome do próximo? Oh, perdão: o filme em que del Toro interpreta este monstro carniceiro se chama “Che”.
Também “O Jovem Marx” foi exibido no Cinemark, ainda com promoção da Revista Fórum, órgão de discurso quase “oficial” do PT (óbvio que se alguém disser que há marxistas no PT, serão chamados de teóricos da conspiração).

68781



Há uma tal miríade de filmes que podem ser citados que feririam o princípio alegado pelo Cinemark para escangalhar o evento do filme 1964 no Rio de Janeiro que, fora desenhos animados e comédias românticas mela-cueca, ficaria difícil escolher qual não deveria sofrer o mesmo tipo de boicote.
Inclusive todos os filmes sobre a ditadura, seja “O ano em que meus pais saíram de casa” ou “O Que É Isso, Companheiro”, seja “Zuzu Angel” (que trata como fato consumado um processo até hoje sem provas) ou “Eles Não Usam Black-Tie”, para não citar o clássico “O Beijo da Mulher-Aranha”, único filme brasileiro a faturar um Oscar (no último ano do regime militar).
 

Hobgoblin

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http://sensoincomum.org/2019/04/04/esquerda-morrer-medo-filme-1964-brasil-paralelo/

A esquerda está certa em morrer de medo do filme 1964 do Brasil Paralelo
Acusado de "defender a ditadura" antes mesmo de ter sido finalizado, o documentário 1964: O Brasil entre armas e livros ataca a ditadura militar, mas destrói o mito da esquerda boazinha
Flavio Morgenstern04/04/2019

68782

O Globo, antes mesmo de o filme ser finalizado, afirmou, tirando a informação da própria cabeça cheia de teorias da conspiração, que 1964: O Brasil entre armas e livros é um “documentário que defende a ditadura”. A senha foi dada, o dog-whistle estava ativado: falou de Brasil Paralelo e do filme 1964? É “apoio à ditadura”, e já começa o telefone sem-fio: relativização de tortura, defesa de uma intervenção militar em 2019, negação do Holocausto e, claro, Olavo de Carvalho. Que defende a Terra plana.

No fim, o documentário 1964: O Brasil entre armas e livros, bem ao contrário do que afirmou O Globo, não tem nenhuma defesa da ditadura. Pelo contrário: da metade pra frente, tem tanta porrada nos militares que, passado em sala de aula, um professor esquerdista só sentiria falta de glorificações a Marighella, Che Guevara, José Genoino, Dilma Rousseff e quejandos.

O filme se centra, mas não se resume a 1964. E, explicando até os meandros da lei da época, mostra como houve, sim, um golpe em 64, nem precisando entrar na discussão sobre golpe ou revolução. E que os atos institucionais, a ausência de eleições e a dissolução do Congresso trocado por um arranjo bipartidário configura inequivocamente uma ditadura militar.

O que deveria ser óbvio, é tratado como óbvio: o movimento de março de 1964 não pedia ditadura. Pelo contrário: os cartazes eram a favor da democracia, o movimento era de civis (afinal, era a Marcha da Família com Deus pela Liberdade) e o objetivo era ter eleições dali a 6 meses. A linha dura do Exército é que tinha outros planos.

Nada fora do comum. O filme fala em criminosos de ambos os lados. De perseguição, tortura e censura (ainda que mostre como os milicos eram bastante destrambelhados na arte de serem ditadores). Descreve como o país viveu uma crise constante, como as pessoas foram traídas pelos 21 anos seguintes por conta da aversão da linha dura a figuras como Carlos Lacerda e pelo maior mal que o Brasil enfrentará nos próximos anos, caso se mantenha longe da esquerda: a tecnocracia dos militares, imbuídos de positivismo desde o golpe militar que inaugurou nossa “república” (tema já tratado anteriormente pelo Brasil Paralelo).
Por que então a aversão da esquerda com a sua exibição, que ultrapassou 2 milhões de pessoas (1% do país) em menos de 24 horas – um sucesso absoluto para um documentário de duas horas, lançado numa noite de terça-feira?

É simples entender, e o título do filme, 1964, já responde tudo: o maior problema com a narrativa corrente que nos foi ensinada (e que todos nós conhecemos, mesmo discordando, ao contrário dos fatos narrados no documentário), reside exatamente no que ocorreu justamente naquele fatídico ano.
Para a esquerda, seria como se os militares estivessem ávidos de sangue e, ao virem um presidente trabalhista, ficassem furiosos com a democracia e com os direitos trabalhistas (assunto em voga recentemente) e resolvessem sair das casernas e dar um golpe e sair torturando todos os jovens inocentes que vissem pelo caminho. Assim, pessoas “democráticas”, que estavam apenas vivendo democraticamente, tivessem que largar sua vida pacífica para pegar em armas pela democracia.
Essa narrativa é tão falha que é incrível como perdurou por tanto tempo sem questionamento. E 1964 mostra esse mero detalhe, que faz toda a diferença na nossa história: o povo brasileiro não queria João Goulart, que fazia desmandos incrivelmente parecidos com os do PT, meio século depois. E as guerrilhas terroristas visando implantar o comunismo no Brasil, treinadas na Tchecoslováquia, impunham o terror no Brasil em nome da ditadura do proletariado.

Ou seja: os pobres jovens idealistas que tiveram de virar guerrilheiros não o fizeram como uma resposta involuntária à brutal ditadura militar: a ditadura militar é que apareceu (e até mesmo recebeu apoio popular, mesmo já se tornando uma ditadura) em resposta ao terrorismo de esquerda que queria transformar o Brasil num pesadelo totalitário soviético.

Isto não é “defesa da ditadura”: é apenas saber que a esquerda queria implantar a sua – e nem é preciso comparar os 400 mortos e cerca de mil desaparecidos contabilizados pela própria esquerda durante os 21 anos de ditadura militar com o número de mortos do mais brando socialismo: de acordo com o Memorial das Vítimas do Comunismo, um regime comunista que matou “pouco”, como a da Polônia de Wojciech Jaruzelski, matou 22 mil pessoas em menos de 40 anos com um sexto da nossa população (na China de Mao, ideólogo do PCdoB, partido vice do PT, foram 61,9 milhões).

Se a esquerda diz “ser contra ditadura”, deveria então não ter um, mas dois motivos para gostar do filme do Brasil Paralelo. O problema é óbvio: a esquerda sempre fala em “democracia”, mas basta-se fazer uma mísera crítica a terroristas armados matando inocentes para implantar uma brutal ditadura do proletariado subjugada à União Soviética para se falar em “extrema-direita”, intolerância, tortura, censura e, claro, Terra plana.

Ou seja: basta ser contra o brutalíssimo totalitarismo comunista (que não é piadinha nem sonho idealista, é uma realidade que matou mais de 100 milhões de pessoas em um século) para ser chamado de “extrema-direita”. Aliás, é basicamente com a aversão dos nazistas pelo bolchevismo que afiançam que o nazismo seria “de direita”.
Parece mesmo haver algo irracional, preconceituoso, violento, autoritário e perigoso em ser contra o comunismo – até mesmo quando se é contra a ditadura militar ao mesmo tempo, mas sabendo que ela existiu contra terroristas comunistas, por causa de um projeto de poder, no governo, nas greves, nos sindicatos, nos motins (dos militares!) e na guerrilha armada.

A esquerda, então, só tem uma reclamação a fazer quanto a 1964, tanto o filme quanto o ano: é aquele ano em que a sua narrativa deixa de fazer sentido. Em que não pode ser pintada como uma “democrática” força de idealismo, liberdade e que apenas pegou em armas e assaltou, seqüestrou e assassinou porque foi obrigada a lutar contra uma tirânica força repressiva. Em que, afinal, a esquerda se mostra esquerdista: stalinista, terrorista, violenta, pouco se importando com a vida de inocentes no seu caminho.

Afinal, se 1964 é um filme que “defende a ditadura”, por que os digníssimos youtubers de esquerda ainda não acharam o trecho da defesa para viralizar por aí?
 

*Splash*

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Governo diz à ONU que não houve golpe em 1964
O governo enviou telegrama à ONU negando que houve golpe de Estado no dia 31 de março de 1964 e que a tomada do poder pelos militares contou com o apoio da “maioria da população”, informa a BBC Brasil.

O documento diz que o regime militar foi necessário “para afastar a crescente ameaça de uma tomada comunista do Brasil e garantir a preservação das instituições nacionais, no contexto da Guerra Fria”.

“Os anos 1960-70 foram um período de intensa mobilização de organizações terroristas de esquerda no Brasil e em toda a América Latina”.


fonte
 

Baralho

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Não deu pra baixar ainda o doc. Mas o comentário do ''sensoincomum'' é bem pertinente aos fatos.
 

kyubi64

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Grupo Jovem Nerd é um dos maiores cânceres do youtube/internet. Desde que começaram a receber dinheiro do governo lá por 2014, começaram a "mudar de opinião" magicamente.

O "reporter" que escreveu

 
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MobiusRJ

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Acabei agora de ver o documentário.

Sensacional!

Mas na conclusão dele, tive a horrível sensação de q nós perdemos essa guerra e em vista tudo q vem ocorrendo na política atual, sinto q esse período de iluminação do povo, o novo presidente e etc, é apenas a falsa melhora antes da morte.

Eu torço para q não.

Desculpem o pessimismo, mas foi inevitável.



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Beren_

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Não vi tudo ainda,mas não sei se foi aqui ou em outro lugar que vi falarem que é um filme isento,sem lado político

Mentira. Ele e bem partidário sim,não que isso seja um problema,quem não tem lado e bola. Mas vender como filme isento e doseE isso

Enviado de meu SM-G920I usando o Tapatalk

Eu não vejo como completamente isento. Até porque participam várias pessoas e sempre pode existir um pouco do proprio viés e crenças das pessoas.
Porem eu achei bom o fato de que eles partiram pelo que vi (aparentemente já que não fui verificar né), das fontes primarias, da pesquisa. E quando falam de economia partem de pura ciência econômica. Ciência não é viés. Embora tenha gente negando a ciência todo dia.
Por que bom? Porque tem muitos que partem de viés de confirmação, primeiro elaboram a teses, depois ficam criando justificativas para o que acreditam, dificilmente mostrando realmente a verdade. O famoso "discurso vazio".
Logico, eu não falo a lingua dos documentos exibidos, mas, supostamente qualquer pessoa interessada teoricamente pode ir conferir a fonte primaria que é mostrada. Voce que estudou especificamente historia pode talvez esclarecer melhor como funciona isso.

Agora, bateram em todo mundo, foram bem em mostrar que diferente do que alguns tentam dizer, o Brasil não estava uma maravilha antes de 64, foram bem em explicar como o desenvolvimentismo dos militares arrebentou a economia e gerou inflação e em mostrar movimentos que nasceram lá atrás e hoje estão ai no dia a dia (partidos e MST por exemplo).
Qualquer ditadura é uma m****, seja por qual motivo for.
 

Denrock

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Danilo Gentili está no The Noite conversando agora (sexta a noite) com uma japa gostosa :klove....

.... e logo depois vai ser com os produtores do documentário 1964 :rox, ou seja, mais divulgação pro filme
 

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Universidade Federal de Ciências da Saúde, Porto Alegre, censura exibição de "1964", esta tarde
Nova e draconiana censur, impedirá a exibição e debates do documentário "1964 - Brasil entre armas e livros", produção da empresa gaúcha Brasil Plural.

As inscrições foram todas canceladas.

Desta vez, a censura atingiu o evento programado para esta tarde no auditório III da UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, antiga Católica).
censura.jpg



Os promotores da exibição e dos debates, que são alunos da própria Católica, fazem a denúncia através das redes sociais.

O editor soube de censuras semelhantes ocorridas em outros educandários.

Como se sabe, a rede de cinemas americana Cinemark também vetou a exibição do documentário.





Nao existe doutrinação nas universidades não amiguinhos, é tudo invenção da direita delirante, como falou o ISENTÃO aqui da outerspace.

É tudo teoria da cospiração, claro que é.
 
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