Juiz de fora
[SIZE="4"]As luminárias do Calçadão da Halfeld[/SIZE]
Numa visão panorâmica, os globos se agrupam numa massa que se impõe com uma força brutal à arquitetura dos prédios, de maneira a escondê-la, quando deveriam apenas servir à iluminação. Individualmente, os globos têm formas diferentes, uns em peça única, outros divididos ao meio, por uma haste de metal, além de diferirem de cores, entre o branco e o amarelado. Some-se a isso, o deplorável estado de sujeira permanente que exibem, submetidos a dejetos de pombos e à poeira.
[SIZE="4"]A estátua da Liberdade do motel na Avenida Deusdedith Salgado[/SIZE]
De uma pobreza risível à reprodução do original. E por que ela foi escolhida para ser a peça principal da decoração da fachada? Será que sua intenção é transmitir aos usuários o sentimento de liberdade ao penetrar em seus domínios. Precisa? Aí fica ainda mais cômico.
[SIZE="4"]O chuveirão na Avenida Independência[/SIZE]
Um chuveiro e uma torneira em tamanho descomunal foram bolados para transmitir, ao observador, a idéia de água para todos, na quantidade que lhes aprouver. Em retribuição, todos deveriam agradecer à companhia de água que se faz representar ali pela generosidade. Só que a impressão que passa, é que aquilo foi feito para servir de banheiro aos animais do porte de um elefante ou de uma girafa. Ou não?
[SIZE="4"]O monumento às Forças Armadas no Largo do Riachuelo[/SIZE]
Aqui estamos diante da concepção de uma medonha arquitetura que, com o tempo, assumiu o seu verdadeiro papel: o de servir como puxa-saquismo dos políticos aos militares, cujas armas estão protegidas das intempéries por um gigantesco chapéu mexicano. Para disfarçar a vergonha, em tempos mais recentes, foi colocado, no local, uma placa esclarecendo tratar-se de uma homenagem aos heróis da FEB. Ocorre que o autor do 'disfarce', esqueceu-se que pertinho dali, na mesma pracinha, já havia uma escultura em bronze, bem mais discreta em tamanho, de um soldado em ação, empunhando um fuzil, em trajes de combate - esta sim, uma obra de arte que faz jus à memória dos ex-combatentes.
[SIZE="4"]As barracas padronizadas dos ambulantes[/SIZE]
Ganha um doce quem mostrar duas, entre as centenas, apenas duas barracas iguais, obedientes ao desenho original, previsto para liberar o comércio ambulante - eufemismo de camelotagem - em um atentado admitido e incentivado, pela prefeitura, ao comércio legalmente estabelecido no Centro. O conjunto é pavoroso! Em dias de chuva, então, é um tal de cobri-las com plásticos de cores diversas, com predominância do negro-funéreo, quando o horror visual enfatiza ainda mais a pobreza do comércio de favela em pleno centro da cidade.
[SIZE="4"]O prédio inacabado na esquina da Floriano Peixoto com Rio Branco[/SIZE]
A quem pertence, não interessa. Importa é que, no coração da cidade, há um monumento à inércia empresarial-imobiliária, na forma do esqueleto de um prédio, que apodrece a olhos vistos há mais de 15 anos. No dia em que suas peças, enferrujadas pelo tempo, começarem a ruir sobre a calçada, é possível que as autoridades dirijam suas vistas para admirar