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Tópico oficial Caso Marielle: três anos de um crime que chocou o Brasil

Wolf.

Canis lupus
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Brasilien Trauer Marielle Franco

A pergunta "Quem mandou matar Marielle?" continua em aberto no caso que expôs os tentáculos da milícia no Rio.

Investigações foram marcadas por tentativas de obstrução e provocaram constrangimento para o clã Bolsonaro.

O assassinato da vereadora Marielle Franco completa três anos neste domingo (14/03), ainda sem que investigadores tenham apontado os mandantes do crime e a motivação.

Marcado por reviravoltas e perguntas sem resposta, o caso se tornou um símbolo da violência política no Brasil e escancarou os tentáculos do crime organizado no Rio de Janeiro.

"Três anos são muito tempo [...] Está mais do que na hora de ter uma resposta", disse Marinete Silva, mãe de Marielle, em entrevista à DW Brasil nesta semana.

Até 2018, Marielle, então com 38 anos, ainda não era muito conhecida fora do Rio de Janeiro.

Vereadora de primeiro mandato e atuante em causas sociais, especialmente na luta antirracista e na promoção de pautas feministas e LGBTQ, Marielle logo se transformaria tragicamente num símbolo da violência no Brasil.

Brasilien Gedenken an Marielle Franco


Marielle Franco em fevereiro de 2018

Na noite de 14 de março daquele ano, Marielle deixou um debate na ONG Casa das Pretas, no centro do Rio.

Pouco tempo depois, o veículo foi emboscado e alvo de tiros no bairro do Estácio, quando seguia para a casa da vereadora.

Marielle e o motorista Anderson Gomes morreram na hora.

Uma assessora da parlamentar, que também estava no automóvel, sobreviveu - ela deixaria o país posteriormente.

O ataque, cuidadosamente planejado, tinha a marca de profissionais – e logo seria revelada a participação de ex-agentes do Estado.

Suspeitos presos, mas nada de um mandante

Desde então, uma das perguntas do caso parece já ter sido respondida: "Quem matou Marielle?"

Dois suspeitos foram presos: o policial reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz, acusados de envolvimento com milícia.

A investigação apontou que Lessa teria efetuado os disparos, enquanto Queiroz teria conduzido o veículo que seguiu Marielle.

Brasilien Hausdurchsuchung nach Mord an prominenter Stadträtin Marielle Franco in Rio

Armas apreendidas em endereço de Ronnie Lessa no Rio
Em julho de 2019, Lessa foi preso no mesmo condomínio da Barra da Tijuca em que o presidente Jair Bolsonaro e seu filho Carlos possuem imóveis. Em outro endereço do policial, investigadores encontraram 117 fuzis de assalto incompletos. Além do homicídio, Lessa foi indiciado por tráfico internacional de armas. Os dois suspeitos ainda não foram julgados, três anos após o crime.

Em junho de 2020, veio uma nova rodada de prisões: desta vez um suspeito de ter atirado as armas de Lessa ao mar. Assim com outros envolvidos no caso, ele também usava uniforme: um sargento do Corpo de Bombeiros, que vivia numa mansão de luxo na Zona Oeste do Rio. Em outubro de 2019, outros quatro suspeitos, entre eles parentes de Lessa, já haviam sido presos. O carro e a arma usados pelos assassinos nunca foram encontrados.

Quem mandou mantar Marielle?

Uma série de políticos do Rio de Janeiro figuraram como suspeitos de terem ordenado o crime. A lista chegou a incluir o vereador Marcelo Siciliano (PHS), o ex-vereador Cristiano Girão e o ex-deputado

Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Todos negam qualquer envolvimento.

O caso de Siciliano também revelou tentativas de obstrução. Em 2019, a Procuradoria-Geral da República denunciou dois policiais federais, uma advogada e Domingos Brazão por tentativa de atrapalhar as investigações. Eles teriam plantado uma testemunha para implicar Siciliano e desviar o foco dos verdadeiros mandantes.

Uma das linhas de investigação da Polícia Civil e do Ministério Público aponta que o assassinato de Marielle foi encomendado como uma forma de vingança contra o atual deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ), colega de partido de Marielle e que se notabilizou por sua atuação contra as milícias da cidade. Marielle trabalhou durante uma década no gabinete de Freixo antes de ser eleita vereadora.

Em dezembro, uma reportagem da revista Veja apontou que milicianos ligados ao Escritório do Crime, uma organização de matadores do Rio, se filiaram ao Psol logo depois das eleições de 2016, provavelmente para monitorar as atividades de membros do partido.

À época do crime, a segurança pública Rio de Janeiro também estava sob intervenção federal há apenas um mês. Num primeiro momento, houve especulações se o assassinato de que o assassinato poderia ter sido uma reação de grupos criminosos.

Em três anos, as investigações foram lideradas por três diferentes delegados. O primeiro, Giniton Lages, deixou o caso logo após a prisão dos dois executores. O segundo, Daniel Rosa, foi substituído por Moysés Santana em setembro de 2020, depois de mudanças no comando do governo do Rio. As investigações ainda foram objeto de uma disputa em 2019 envolvendo a discussão sobre uma possível federalização, com a mudança de alcançada da Polícia Civil para a Polícia Federal, mas a família da vereadora se opôs.

No início de março, o Ministério Público do Rio anunciou a criação de uma força-tarefa para investigar o caso. O grupo será chefiado pela promotora Simone Sibílio, que esteve à frente do caso no MP-RJ durante a maior parte do tempo. A promotora Letícia Emile, que atuava ao lado de Sibílio, integra a equipe. Anielle Franco, irmã da vereadora e diretora-executiva do Instituto Marielle Franco, avaliou positivamente a iniciativa.

Já a viúva do motorista Anderson Gomes, Ágatha Reis, reconheceu a importância da criação força-tarefa, mas criticou a demora para que houvesse esse avanço nas investigações. "Levou tempo demais. Marielle era uma parlamentar em exercício. Portanto, uma força-tarefa deveria ter sido criada já no início", disse Reis na sexta-feira, durante um lançamento de um dossiê com uma linha do tempo do caso e 14 questões consideradas essenciais para a investigação.

Sombra sobre o clã Bolsonaro
Os assassinatos de Marielle e Anderson ainda criaram constrangimento para o presidente Jair Bolsonaro. Além de um de seus vizinhos ter sido apontado como executor da vereadora, a família presidencial tinha ligações com outro nome que figurou entre suspeitos de envolvimento no crime, o ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, um notório miliciano do Rio.

Segundo o Ministério Público, a família de Adriano participava do esquema de desvio de dinheiro público do filho mais velho de Bolsonaro, o senador Flávio. Adriano foi morto num cerco policial na Bahia em fevereiro de 2020, quando estava foragido. O caso Marielle e a investigação das "rachadinhas" se entrelaçaram diversas vezes nos últimos dois anos.

Brasilien Festnahme in Rio de Janeiro | Mord an Marielle Franco
Apontado como executor do crime, Lessa vivia no mesmo condomínio em que Bolsonaro e seu filho Carlos têm casas
Em 2019, um desdobramento das investigações da morte de Marielle que mirou a atuação de milícias na Zona Oeste do Rio resultou na apreensão do celular da ex-mulher de Adriano, Danielle Mendonça, que atuou como assessora de Flávio Bolsonaro. Mensagens de Danielle com Fabrício Queiroz, apontado como "operador" das rachadinhas, jogaram luz sobre detalhes do esquema.

Em outro lance estranho do caso, o porteiro do condomínio de Bolsonaro (e Lessa) apontou que na noite do crime, o então deputado e atual presidente autorizou a entrada Élcio de Queiroz, o motorista que dirigiu o carro usado na emboscada.

A versão foi logo apontada como falsa, já que Bolsonaro estava em Brasília naquela noite. O porteiro logo voltou atrás, mas o caso provocou a queda de uma das promotoras do caso, que desmentiu o porteiro e teve sua imparcialidade questionada após imagens das suas redes sociais mostrarem que ela fez campanha para Bolsonaro em 2018.

Além dessas ligações, a própria postura do clã Bolsonaro diante do crime e os elogios do presidente a milicianos em seus tempos de deputado também ficaram em evidência ao longo da investigação. Desde o assassinato de Marielle, os membros da família presidencial se dividiram entre silêncio, desprezo e em minimizar a importância do crime ao longo de três anos de investigações.

Bolsonaro até se viu na posição de ter que negar em 2019 qualquer relação com os homicídios em entrevista a uma rede de TV dos EUA, numa situação inédita para um chefe de Estado brasileiro. "Que motivo eu teria para encomendar um assassinato desses?", disse.

A memória da vereadora também costuma ser um alvo constante da extrema direita bolsonarista, que costuma espalhar mentiras sobre sua atuação e piadas macabras sobre sua morte nas redes sociais.

Legado
A forma como o crime escancarou a ousadia dos milicianos do Rio de Janeiro e as dificuldades nas investigações não têm demovido figuras que pretendem manter o legado de Marielle vivo. Nas eleições municipais de 2020, a viúva da vereadora, Mônica Benício, foi eleita para uma vaga na Câmara do Rio de Janeiro. À época, ela afirmou à DW Brasil que pretende reapresentar projetos da sua antiga companheira.

Urban Nation - One Wall - Brave Wall - Kate Voronina
Mural em homenagem a Marielle em Berlim
A família de Marielle também lançou um instituto que leva o nome da ex-vereadora. Em setembro de 2020, o Instituto Marielle Franco inaugurou o site da Agenda Marielle, que contém um agenda de compromissos e práticas elaborados a partir de discursos e projetos de lei da ex-parlamentar.

Ao todo, 81 candidatos que se comprometeram com a agenda foram eleitos em 54 cidades do Brasil nas eleições municipais de 2020. "Nós devolvemos nas urnas o que eles tentaram nos tirar na bala", disse a vereadora Benício em entrevista à DW Brasil.

A memória de Marielle também sido preservada e promovida no exterior. Em 2019, a prefeitura de Paris inaugurou um jardim em homenagem à ex-vereadora. Nesta semana, um enorme mural dedicado a Marielle foi inaugurado em Berlim.

 


Hitmanbadass

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Um caso que mostra a falência de um estado. São tantas pontas soltas ligadas ao poder público que é impossível crer que exista incentivo ao próprio poder público resolver.

Ao invés de se focar nessa obviedade, o que é feito? Querem afunilar isso ao Bolsonaro; toda a parte final da matéria é sobre isso e com evidências pra lá de discutíveis.

Esse caso nunca será resolvido, ele aberto é importante para os culpados e para quem quer usa-lo como narrativa.
 

Layzem

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Brasilien Trauer Marielle Franco

A pergunta "Quem mandou matar Marielle?" continua em aberto no caso que expôs os tentáculos da milícia no Rio.

Investigações foram marcadas por tentativas de obstrução e provocaram constrangimento para o clã Bolsonaro.

Acho que a família do presidente nem consegue dormir a noite tamanho constrangimento que o assassinato de uma ninguém causa. :viraolho:viraolho
 

Crystal

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Chocou por que? A quantidade de pais de família que morrem na mão da bandidagem e deixam mulher e filhos a Deus dará sim que são motivos para comoção.

Não que a morte dela não tenha sido, a morte de ninguém deve ser festejada, mas sem gigantismo.
 

Lord_Revan

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Um caso que mostra a falência de um estado. São tantas pontas soltas ligadas ao poder público que é impossível crer que exista incentivo ao próprio poder público resolver.

Ao invés de se focar nessa obviedade, o que é feito? Querem afunilar isso ao Bolsonaro; toda a parte final da matéria é sobre isso e com evidências pra lá de discutíveis.

Esse caso nunca será resolvido, ele aberto é importante para os culpados e para quem quer usa-lo como narrativa.

Lembro que a PF queria assumir a investigação, mas a família foi totalmente contra.
 

Lumina Lux

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Nossa, três anos com essa pessoa tornada relevante apenas por seu assassinato na Cidade mais segura do país...
 

Shinigami Slash

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Chocou quem? Morreu no rio uma vereadora, parece até que é coisa rara morrer alguem la...
Inclusive, esse ano mataram um outro, que a suplente é a filha do Fernandinho beira-mar.
Diferença é que o psol não fez palanque em cima
Esse que foi morto recentemente em Duque de Caxias tem ligações com milicianos, esquadrões de extermínio e assassinato de rivais.... Igualzinho o caso da Mariele mesmo

Enviado de meu Redmi Note 7 usando o Tapatalk
 

Hum Rum

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Esse que foi morto recentemente em Duque de Caxias tem ligações com milicianos, esquadrões de extermínio e assassinato de rivais.... Igualzinho o caso da Mariele mesmo

Enviado de meu Redmi Note 7 usando o Tapatalk
Pra mim é exatamente a mesma coisa, nunca tinha ouvido falar de nenhum.
E o la de caxias ainda mataram o filho junto. A filha do traficante assumiu no lugar, e ninguem nunca vai ficar sabendo o "motivo"
 

Ken Masters

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Não é interessante descobrir quem matou.

Mais fácil ir levando até o ano que vem e emplacar alguma narrativa tentando ligar os Bolsonaros ao assassinato, como sempre tentam fazer.

Descobrir que foi algum bandido random vai enterrar a narrativa.
 

a r

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Li aqui que a Globo liberou o documentário "Marielle" para não assinantes. Nunca vi a fundo sobre o acontecido e por isso darei uma chance.
 

Maladino

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Eu nem sabia quem ela era até o assassinato.

Coisa que me emputece nesse caso é a porra da letargia em investigar e julgar nessa caralha de país. Três anos depois os caras resolvem fazer uma força tarefa pra investigar... Em três anos, se tiver algum mandante mesmo, quantas pessoas o cara já não mandou matar? Quanto que o cara não ganhou com isso? Porra c***lho.

E os PMs lá até agora sem condenação? Mesmo que não consigam provar que o cara tem envolvimento com o assassinato da Marielle, e as caralhas das armas? O cara com os receiver e tudo pra montar um monte de M16 lá e tão até agora sem julgamento?

Argh... País de m****, put* que pariu. Eu fico desgraçado da cabeça.
 

Billy_louco

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