O Bolsonaro sabia, tem entrevistas dele falando disso e sendo contra. Mas o ponto não é esse. O ponto é: ele tentou mudar? E, sim, tentou. O Bolsonaro reduziu ministérios e não negociou ministério com nenhum partido. E todo mundo sabe que ministério é a moeda política mais valiosa que existe. Só essa decisão já é uma clara indicação que ele tentou governar de uma forma diferente.
Causa desconforto entre líderes do “centrão” o modelo de negociação adotado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para compor o primeiro escalão do novo governo.
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“Bolsonaro está montando um governo sem fazer interface com a política. Acho que terá que ser repensado”, afirmou Marcio Marinho (BA), ex-líder do PRB e integrante da comissão executiva do partido.
Outro ponto, quando começou a negociação de fato? No primeiro ano o governo tinha atuação pífia nessa questão de articulação com o centrão.
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"Aparentemente, Bolsonaro quer acertar, o problema está na estrutura abaixo dele, que não está engrenada, a articulação, os ministérios. É difícil quando um governo não reúne com os líderes para conversar", disse. "Ignorar os partidos é um erro político de articulação."
O Bolsonaro tentou. Isso não posso criticar. Quando ele parou de tentar? Quando o sistema ameaçou engolir ele.
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"Houve, sim, um movimento para desestabilizar o governo. Não é mais ou menos, não. Tinha cronograma. Em sessenta dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos."
Aí não teve como. Ou ele seguia a promessa de campanha e era expulso a força, ou começava a negociar de alguma forma com os partidos.
Uma questão principal disso tudo é que muitos foram ingênuos politicamente. E eu me incluo nessa lista. Achávamos que o sistema implantado só tinha força porque os presidentes anteriores alimentavam esse sistema. Quando na verdade o sistema sobrevive por si só. É algo planejado e independente do presidente em exercício. Eu comecei a perceber isso na reforma da previdência. A reforma já vinha sendo discutida no governo anterior, na imprensa, na sociedade e ainda teve manifestação em apoio a reforma. Mesmo com tudo isso, o que aconteceu?
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Foi nesse ponto que comecei a perceber que não daria para continuar dessa forma. Se uma pauta com esse apoio não conseguia passar por si só na câmara, o que seria das outras pautas?
Infelizmente é um problema que não vai ser solucionado em uma única eleição e nem por uma única pessoa. E o centrão já tem tudo planejado para continuar o esquema. Eles foram quem mais elegeram prefeitos e vereadores no país.