Depois de anos acompanhando esse tópico, criei uma conta só para compartilhar minha experiência com o bendito cisto pilonidal.
Eu vinha convivendo com o cisto desde 2013, sentia um incômodo na região, já tinha acontecido um episódio de ele ter vazado quando eu estava fora de casa, mas só fui realmente diagnosticada em 2014. O médico que me atendeu nem se deu o trabalho de me explicar o que era, só me encaminhou para o proctologista mesmo. Na consulta com o proctologista, ele me explicou detalhes do que era o cisto, como ele surgia e qual era o tratamento (no caso, a cirurgia). Na época, não fiz pois meu plano de saúde só cobria cirurgias depois de algum tempo de plano, e eu não tinha todo esse tempo. A cirurgia estava fora do orçamento. Tentei pelo SUS, e acredito que meu nome ainda deve estar em alguma lista de espera por lá, se é que chegou a entrar em uma.
Tive um episódio em específico no início de 2016 onde esse bendito inflamou tanto que eu não tinha nenhuma posição confortável. Chorei de dor, e quando fui no hospital procurar atendimento só me mandaram pra casa com uma caixa de antibióticos para tomar. Nem me encaminharam. A minha sorte foi que acabou por esvaziar por conta própria, o que diminuiu bastante a dor. O cheiro era bem característico. Lembro que nesse dia, eu senti o cheiro, mas só percebi que era do cisto quando fui ao banheiro, já que estava ocupada demais chorando de dor.
Depois de longos 6 anos convivendo com esse cisto, finalmente tirei ele. Dessa vez fiz como dependente da previdência municipal. Tudo aconteceu muito rápido. Em uma semana eu pedi encaminhamento a um cirurgião para tratar o cisto, na outra ele me atendeu e pediu um ultrassom para ver o tamanho do bendito e na seguinte já era a cirurgia. Acredito que ele não solicitou exames por eu ser muito jovem.
Fiz a cirurgia de retirada na quarta-feria, dia 13 de março. Eu estava tão nervosa. A princípio, eu estaria sedada e a anestesia seria local, mas lá no centro cirúrgico o médico mudou de ideia e acabei precisando de anestesia raquidiana. Ele explicou que era para meu próprio conforto.
Fiquei com medo principalmente pelo fato de que eu não estaria dormindo durante o procedimento, mas toda a equipe do centro cirúrgici foi muito cuidadosa e tratou de me acalmar. A anestesista me explicou que apesar de eu não poder dormir por conta da respiração (pois nesse caso ela precisaria me ajudar a respirar, mas como eu estaria de bruços e o peso do meu corpo estaria comprimindo meus pulmões, isso seria mais complicado), mas garantiu que me deixaria o mais próximo de sonolenta que ela pudesse. E de fato, logo que ela aplicou o sedativo na veia eu comecei a viajar. Sabe quando a gente fica olhando para o nada, imaginando umas coisas sem sentido? Era meu estado ali. Eu estava consciente o suficiente para entender quando eles me disseram para deitar de bruços, mas nem percebi quando começaram o procedimento. Quando pensei que não, já estavam me avisando que tinha acabado.
A cirurgia começou por volta do meio dia. Lembro que cheguei na observação para recuperação da anestesia por volta das 14h. Depois de uma hora, voltei à enfermaria desejando comer bolo, mas não podia.
Para a cirurgia, precisei fazer jejum total (sem comer e sem beber) desde as 22h da noite anterior à cirurgia, que estava prevista para 9h da manhã. Só liberaram minha dieta às 18h da quarta-feira da cirurgia. Apesar disso, não cheguei a sentir muita sede ou muita fome.
No hospital, minha dieta era pastosa. Mesmo quando as funcionárias passavam me oferecendo o cardápio, a comida que eu recebia era liquidificada. Mas passei apenas uma noite no hospital, recebi alta na quinta-feira a tarde.
Como eu tenho pouco tempo de operada, não tenho tanta coisa a contar. No mais, eu consigo deitar de lado, sentar (o que me salvou bastante, pois sentia muita dor nas costas quando estava no hospital - o que a enfermeira associou como sendo devido à minha posição de bruços), usar o banheiro sem sentir dor e andar sem problemas. Pelo que parece, a ferida não é tão grande, mas é bem profunda.
A parte ruim é que minha mãe não tem coragem de trocar os curativos - e eu não culpo ela. Tenho que ir ao posto de saúde fazer isso, mas como os postos não funcionam aos finais de semana, não sei como vai ser para trocar. Tenho sentido muito mais incômodo pela dor de cabeça e nas costas do que pela cirurgia em si.