AzraelKnight
Mil pontos, LOL!
- Mensagens
- 10.735
- Reações
- 11.360
- Pontos
- 1.053
O carro zero-quilômetro pode sair até quase 20% mais barato para quem possui Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). As montadoras oferecem descontos diferenciados através da venda direta para clientes específicos. Essa modalidade de negócio ocorre por intermédio das concessionárias, mas o veículo é comprado da fábrica.
Para comprar o carro novo com desconto, o beneficiário pode procurar uma concessionária portando, além dos documentos de identificação pessoal, o cartão do CNPJ e o contrato social da empresa. O preço depende do carro escolhido e da quantidade adquirida. “O carro vem direto da fábrica, ela produz como o cliente pede. Existem uma variedade enorme de descontos, que dependem do modelo ou da quantidade de veículos solicitados”, explica Gilvan Oliveira, gerente de vendas corporativas da Vouga Fiat.
O veículo comprado para empresas é faturado na fábrica da montadora, responsável pela emissão da nota fiscal. Esses veículos são entregues a partir do estoque do fabricante e a espera pode ser superior a 30 dias. “Esses veículos demoram um pouco mais, porque é uma venda direto da fábrica. Se o modelo estiver pronto, a espera é em média de 15 dias. Caso não esteja, o tempo para entregar varia de 30 a 40 dias”, revela Robson Cavalcante, consultor de vendas especiais da Jangada Renault.
Além das empresas (inclusive pequenos e microempresários), deficientes físicos, taxistas,produtores rurais e portadores do cartão BNDES também podem obter descontos ao comprar um zero-quilômetro. As reduções variam de acordo com o benefício, no caso dos taxistas ou deficientes físicos há isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
As empresas também podem financiar o novo veículo, porém os bancos podem exigir uma maior documentação para aprovar o crédito. Um dos requisitos básicos é que a empresa esteja aberta há, no mínimo, dois anos. O tempo do financiamento depende da entrada e da instituição financeira. Ana Cleia Cavalcante, gestora de venda direta da Condisman, revela que no caso da Chevrolet, os veículos podem ser parcelados em até 48 meses.
Descontos podem chegar a quase 20%
As montadoras dividem os descontos dependendo do modelo e da quantidade de carros comprados. Há concessionárias que trabalham com tabela mensal, modificando o valor da oferta e o tipo de veículo com desconto mês a mês. No caso da Chevrolet, para a pessoa jurídica que quer comprar apenas um carro, o Celta chega a ter 11% de desconto. Ana Cleia Cavalcante explica que o valor é aplicado neste mês e se forem comprados 5 carros juntos, o abatimento já sobe para 13%.
A Volkswagen também trabalha com a política mensal de descontos que, atualmente, variam entre 1,5 e 20%. Sávio Reis, gerente de vendas corporativas da Saga, explica que existem ações adicionais e que estão condicionadas ao pedido do cliente, se é um carro popular ou com acessórios específicos, por exemplo.
Na Fiat, os descontos variam até pelo tipo de empresa e, no caso dos microempresários, os abatimentos chegam a 11%. Na Renault, os donos de ME conseguem até 18% de desconto na compra do Sandero. Toda a linha da montadora francesa está disponível para quem tem CNPJ. Já na Ford, existem catálogos específicos para venda direta. Os abatimentos da montadora podem variar entre 5 e 17%.
Venda direta é uma das causas do alto preço do carro
A venda direta foi instituída para que a montadora pudesse atender, em caráter excepcional, alguns nichos de mercado, como governo, prefeituras, representações diplomáticas, mas se transformou num grande negócio, pois as fábricas vendem diretamente grande quantidade de carros para as locadoras de veículos e outros frotistas, eliminando a intermediação das concessionárias, que ganham uma pequena porcentagem da venda para fazer a entrega técnica dos veículos.
“As vendas diretas servem hoje para desova dos erros de produção e para fazer a guerra de share”, resumiu o superintendente da Fenabrave, lembrando que cerca de 30% das vendas são feitas diretamente da fábrica para as locadoras, com preços bem abaixo do mercado.
De fato, o preço praticado pelas montadoras nas vendas para as locadoras são prova suficiente da grande margem de lucro existente no setor. Em alguns casos o desconto no preço do carro para as locadoras chega a 35%.
Essa situação criou um mercado paralelo, com altos lucros para os frotistas em prejuízo da rede de revendas e do consumidor.
Muitas locadoras se transformaram em grandes revendedores: após seis meses de uso, o carro pode ser legalmente vendido pela locadora ao consumidor final e assim, esses frotistas renovam constantemente a frota, obtendo altos lucros na revenda e tornando-se o melhor comprador da montadora.
“Se a fábrica pode dar um desconto desse tamanho – raciocina Paulo Engler – pode distribuir essa margem para todo o mercado: a montadora não perderia faturamento, o governo não perderia receita e o consumidor teria um carro mais barato”.
Disposta a colaborar com a discussão sobre os altos preços dos carros no Brasil, a Fenabrave diz que está disponível para dar a sua contribuição na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
“Nós não temos condições de saber se o preço praticado é justo. Mas o governo tem, pois ele pode ter acesso à formação dos custos de produção”, É só querer”, desafiou o dirigente.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/suplementos/auto/online/1.971570
Pessoas com limitações físicas e de saúde podem participar da venda direta