Flame Vicious
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Em alguns tópicos recentes certos users deste Fórum debateram essa questão, e eu resolvi criar este tópico com um intuito informativo. Como seria um Brasil Monárquico hoje?
Primeiramente, eu falo do sistema que é a Monarquia Parlamentarista. Ao contrário da República Presidencialista, onde o Presidente faz a figura de Governo, no Parlamentarismo há Parlamento que elege o Governo(Primeiro-Ministro) e a chefia do Estado que é do Rei/Imperador. As funções de Governo como legislação e aprovação de leis ficam por conta do Primeiro-Ministro. O Imperador/Rei/Etc faz a diplomacia(política externa, chefia das Forças Armadas), além de ter o poder de fiscalizar/derrubar o Parlamento/Primeiro-Ministro em casos de crises/corrupção/etc, e também o direito de ser consultado e opinar sobre a legislação, mesmo que não tenha poder de vetar ou aprovar leis.
Há pequenas variações para mais ou para menos nos níveis de poder que o Imperador e o Primeiro-Ministro possuem se compararmos as Monarquias Parlamentaristas mundo afora, mas pegando a média das funções básicas que Primeiros-Ministros e Reis possuem nessa forma de Governo, podemos resumir da maneira que apontei no segundo parágrafo.
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Agora falando especificamente do Brasil. Quando se pensa em Monarquia ainda temos a ideia do D. Pedro I, do D. Pedro II e da Princesa Isabel em nossas cabeças, afinal foram dentre os membros mais marcantes historicamente na família real brasileira. Mas e hoje? Quem é a atual família real brasileira? Como pensam? Quais são suas ideologias? O que e como iriam fazer se o Brasil voltasse ao sistema? Aqui vai um breve resumo histórico, que nem precisam ler se não quiserem, é apenas para aprofundar os fatos. Deixarei em tag spoiler de qualquer forma.
Deixando a história de lado agora, vamos ver a linha sucessória atual da casa imperial brasileira:
1 - Luís Gastão de Orleans e Bragança:
Chefe da Casa Imperial brasileira e primeiro na sucessão ao trono. Bisneto da Princesa Isabel, é um senhor idoso, com ideias um tanto conservadoras. Formado em Química pela Universidade de Munique, membro da TPF e bastante católico. Gosta de ser tratado como um membro da realeza. Tem dupla nacionalidade, brasileira e francesa, por ter nascido na França durante o exílio da Família Real brasileira.
No Plebiscito de 1993 o Congresso e alguns outros membros da família real chegaram levantar uma suposta questão dinástica, o que fez com que ele concorresse com outros membros da Família Real, o que propositalmente, enfraqueceu a causa monárquica.
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2 - Bertrand Maria José de Orleans e Bragança
Visualizar anexo 21763
Irmão mais novo do D. Luís e segundo na linha de sucessão da Casa Imperial. Alguns anos mais novo que seu irmão, mais ativo nas redes sociais, no entanto igualmente católico e também membro da TPF. Participa de diversas palestras Monárquicas Brasil afora. Formado em direito pela USP, além de ser reservista da FAB. Também é fluente em francês e espanhol. Curiosamente, é um opositor à ideia de Reforma Agrária, sendo que sua bisavó, a Princesa Isabel, era aparentemente a favor, segundo cartas e registros da época que mostram que ela já apelou para que fosse feita a Reforma Agrária no Brasil, sem sucesso. É amigo de fazendeiros e defensor do agronegócio.
Valendo citar que é um defensor do estado mínimo e da propriedade privada. Inclusive, já foi citado pelo Olavo de Carvalho(isso mesmo) como "O Homem mais capaz de chefiar a nação brasileira". Sim! O Olavo de Carvalho falou isso do D. Bertrand.
Ou seja, se você gosta do Olavão ou odeia o Olavão, tenha uma posição no mínimo parecida quanto ao Príncipe.
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3 - Antônio João de Orleans e Bragança
Terceiro na linha de sucessão da Casa Imperial brasileira. Tem 65 anos e é um Engenheiro Civil e Aquarelista brasileiro. Também teve formação católica-conservadora tal como seus irmãos mais velhos, mas não é membro da TPF e apresenta uma postura a primeira vista um pouco mais liberal que a deles. Justamente por não ser membro da TPF, foi considerada a hipótese de que ele viesse a assumir o trono brasileiro numa vitória da Monarquia em 1993, e não D. Luís; o que não veio a ocorrer, como sabemos.
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4 - Rafael Antônio de Orleans e Bragança
Quarto na linha sucessória da Casa e filho de D. Antônio. Tem 29 anos, é formado em engenharia de produção e trabalha na AMBEV. Mesmo tendo tido formação católica, pela própria idade que tem acaba possuindo posturas muito mais liberais que as dos tios e mesmo as de seu pai. Mora no Rio de Janeiro
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* Um ponto a se destacar: seria possível que a Religião Oficial do Brasil voltasse a ser o catolicismo numa volta à Monarquia. Acho difícil que pudesse ser o caso, mas talvez não fosse impossível. De qualquer jeito não haveria perseguição à outros cultos e isso continuaria sendo crime.
* Outro ponto: o conservadorismo do D. Bertrand e do D. Luís, se comparado com outras figuras conhecidas da mídia, estaria mais próximo do espectro político de caras como o Eymael(Democrata Cristão) que de caras como o Bolsonaro e o Levy Fidelix(fãs de Ditadura Militar).
* Alguns conhecem o Laudêmio, imposto sobre propriedades em Petrópolis que é direcionado à Família Real; mas devo especificar que o Laudêmio vai apenas para o Ramo da família real que mora em Petrópolis. Os príncipes citados acima são do ramo de Vassouras, que não recebe o tal Imposto.
* Outra questão, pra quem tem tendências mais liberais e já está pensando "nossa, que gente retrógrada!": se por um milagre extremamente improvável e difícil de acontecer, a Monarquia voltar ao Brasil em pouco tempo(tipo menos de 2 anos), tanto D. Luís quanto D. Bertrand ou mesmo D. Antônio não iriam assumir por um período de tempo muito grande, já que são idosos, e a tendência é que o conservadorismo especialmente dos 2 primeiros não durasse. Na prática, é como se o D. Rafael(que é mais liberal) já estivesse perto do trono, já que todos os antecessores dele na linha sucessória tem mais de 65 anos.
* E mais uma coisa, apenas destacando o que falei no início: o Rei não é o Governante de um país, ele Chefia o Estado tendo alguns poucos poderes enquanto o Primeiro-Ministro tem a chefia do Governo e os poderes do governo. As posições políticas de um Rei podem sim influenciar até certo ponto nos rumos da política, mas não é algo definitivo ou 100% certo. Mesmo com um Rei conservador, leis liberais poderiam ser aprovadas, e o inverso disso também pode ocorrer.
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Basicamente, esses são os primeiros nomes da linha sucessória do Ramo de Vassouras(que é o Dinástico), há alguns descendentes a mais que aumentam a linha sucessória da casa real brasileira, e isso porque nem citei os membros dos ramos paralelos. Mas não preciso me estender muito mais que isso.
Criei este tópico basicamente porque users como o @Mestre Pijama, o @Edu Lopes e o @Agito levantaram algumas dúvidas em outro, sobre o Parlamentarismo e a própria Monarquia, e resolvi expor alguns pontos que podem render uma discussão sobre o assunto. Mesmo porque, o Monarquismo é um dos movimentos políticos que hoje mais crescem(proporcionalmente ao que são) no país. Não que a Monarquia vá voltar ou tenha chances de voltar, mas imagino que nos próximos anos acabe se formando algo como um Partido Monarquista ou outra coisa nesse nível.
Primeiramente, eu falo do sistema que é a Monarquia Parlamentarista. Ao contrário da República Presidencialista, onde o Presidente faz a figura de Governo, no Parlamentarismo há Parlamento que elege o Governo(Primeiro-Ministro) e a chefia do Estado que é do Rei/Imperador. As funções de Governo como legislação e aprovação de leis ficam por conta do Primeiro-Ministro. O Imperador/Rei/Etc faz a diplomacia(política externa, chefia das Forças Armadas), além de ter o poder de fiscalizar/derrubar o Parlamento/Primeiro-Ministro em casos de crises/corrupção/etc, e também o direito de ser consultado e opinar sobre a legislação, mesmo que não tenha poder de vetar ou aprovar leis.
Há pequenas variações para mais ou para menos nos níveis de poder que o Imperador e o Primeiro-Ministro possuem se compararmos as Monarquias Parlamentaristas mundo afora, mas pegando a média das funções básicas que Primeiros-Ministros e Reis possuem nessa forma de Governo, podemos resumir da maneira que apontei no segundo parágrafo.
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Agora falando especificamente do Brasil. Quando se pensa em Monarquia ainda temos a ideia do D. Pedro I, do D. Pedro II e da Princesa Isabel em nossas cabeças, afinal foram dentre os membros mais marcantes historicamente na família real brasileira. Mas e hoje? Quem é a atual família real brasileira? Como pensam? Quais são suas ideologias? O que e como iriam fazer se o Brasil voltasse ao sistema? Aqui vai um breve resumo histórico, que nem precisam ler se não quiserem, é apenas para aprofundar os fatos. Deixarei em tag spoiler de qualquer forma.
Falemos então, da linha sucessória da Casa Imperial Brasileira, que apesar de ter perdido os poderes políticos, continua a existir até os dias de hoje. Antes de mais nada, pra fazer esse tipo de suposição é necessário entender que após o fim da Monarquia no Brasil, a família real se dividiu em cerca de 3 ramos: Orleans e Bragança(Vassouras), Orleans e Bragança(Petrópolis) e Saxe-Coburgo e Bragança.
Primeiro houve a divisão entre os Orleans e Bragança e os Saxe-Coburgo e Bragança; os Orleans e Bragança foram os descendentes da Princesa Isabel, e os Saxe-Coburgo e Bragança os descendentes da irmã mais nova dela, Leopoldina.
Até 1908, o filho mais velho da Princesa Isabel, Pedro de Alcântara, que viria a ser D. Pedro III se a Monarquia não tivesse acabado, casou-se com uma Princesa espanhola que não era a sucessora ao trono. Como a Princesa Isabel não aprovava o casamento, ele abdicou da Chefia da Casa Imperial brasileira e a passou para seu Irmão mais novo, D. Luís Maria Filipe. Foi nesse momento que o então ramo de Vassouras passou a ser o dinástico de fato.
Primeiro houve a divisão entre os Orleans e Bragança e os Saxe-Coburgo e Bragança; os Orleans e Bragança foram os descendentes da Princesa Isabel, e os Saxe-Coburgo e Bragança os descendentes da irmã mais nova dela, Leopoldina.
Até 1908, o filho mais velho da Princesa Isabel, Pedro de Alcântara, que viria a ser D. Pedro III se a Monarquia não tivesse acabado, casou-se com uma Princesa espanhola que não era a sucessora ao trono. Como a Princesa Isabel não aprovava o casamento, ele abdicou da Chefia da Casa Imperial brasileira e a passou para seu Irmão mais novo, D. Luís Maria Filipe. Foi nesse momento que o então ramo de Vassouras passou a ser o dinástico de fato.
Deixando a história de lado agora, vamos ver a linha sucessória atual da casa imperial brasileira:
1 - Luís Gastão de Orleans e Bragança:
Chefe da Casa Imperial brasileira e primeiro na sucessão ao trono. Bisneto da Princesa Isabel, é um senhor idoso, com ideias um tanto conservadoras. Formado em Química pela Universidade de Munique, membro da TPF e bastante católico. Gosta de ser tratado como um membro da realeza. Tem dupla nacionalidade, brasileira e francesa, por ter nascido na França durante o exílio da Família Real brasileira.
No Plebiscito de 1993 o Congresso e alguns outros membros da família real chegaram levantar uma suposta questão dinástica, o que fez com que ele concorresse com outros membros da Família Real, o que propositalmente, enfraqueceu a causa monárquica.
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2 - Bertrand Maria José de Orleans e Bragança
Visualizar anexo 21763
Irmão mais novo do D. Luís e segundo na linha de sucessão da Casa Imperial. Alguns anos mais novo que seu irmão, mais ativo nas redes sociais, no entanto igualmente católico e também membro da TPF. Participa de diversas palestras Monárquicas Brasil afora. Formado em direito pela USP, além de ser reservista da FAB. Também é fluente em francês e espanhol. Curiosamente, é um opositor à ideia de Reforma Agrária, sendo que sua bisavó, a Princesa Isabel, era aparentemente a favor, segundo cartas e registros da época que mostram que ela já apelou para que fosse feita a Reforma Agrária no Brasil, sem sucesso. É amigo de fazendeiros e defensor do agronegócio.
Valendo citar que é um defensor do estado mínimo e da propriedade privada. Inclusive, já foi citado pelo Olavo de Carvalho(isso mesmo) como "O Homem mais capaz de chefiar a nação brasileira". Sim! O Olavo de Carvalho falou isso do D. Bertrand.
Ou seja, se você gosta do Olavão ou odeia o Olavão, tenha uma posição no mínimo parecida quanto ao Príncipe.
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3 - Antônio João de Orleans e Bragança
Terceiro na linha de sucessão da Casa Imperial brasileira. Tem 65 anos e é um Engenheiro Civil e Aquarelista brasileiro. Também teve formação católica-conservadora tal como seus irmãos mais velhos, mas não é membro da TPF e apresenta uma postura a primeira vista um pouco mais liberal que a deles. Justamente por não ser membro da TPF, foi considerada a hipótese de que ele viesse a assumir o trono brasileiro numa vitória da Monarquia em 1993, e não D. Luís; o que não veio a ocorrer, como sabemos.
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4 - Rafael Antônio de Orleans e Bragança
Quarto na linha sucessória da Casa e filho de D. Antônio. Tem 29 anos, é formado em engenharia de produção e trabalha na AMBEV. Mesmo tendo tido formação católica, pela própria idade que tem acaba possuindo posturas muito mais liberais que as dos tios e mesmo as de seu pai. Mora no Rio de Janeiro
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* Um ponto a se destacar: seria possível que a Religião Oficial do Brasil voltasse a ser o catolicismo numa volta à Monarquia. Acho difícil que pudesse ser o caso, mas talvez não fosse impossível. De qualquer jeito não haveria perseguição à outros cultos e isso continuaria sendo crime.
* Outro ponto: o conservadorismo do D. Bertrand e do D. Luís, se comparado com outras figuras conhecidas da mídia, estaria mais próximo do espectro político de caras como o Eymael(Democrata Cristão) que de caras como o Bolsonaro e o Levy Fidelix(fãs de Ditadura Militar).
* Alguns conhecem o Laudêmio, imposto sobre propriedades em Petrópolis que é direcionado à Família Real; mas devo especificar que o Laudêmio vai apenas para o Ramo da família real que mora em Petrópolis. Os príncipes citados acima são do ramo de Vassouras, que não recebe o tal Imposto.
* Outra questão, pra quem tem tendências mais liberais e já está pensando "nossa, que gente retrógrada!": se por um milagre extremamente improvável e difícil de acontecer, a Monarquia voltar ao Brasil em pouco tempo(tipo menos de 2 anos), tanto D. Luís quanto D. Bertrand ou mesmo D. Antônio não iriam assumir por um período de tempo muito grande, já que são idosos, e a tendência é que o conservadorismo especialmente dos 2 primeiros não durasse. Na prática, é como se o D. Rafael(que é mais liberal) já estivesse perto do trono, já que todos os antecessores dele na linha sucessória tem mais de 65 anos.
* E mais uma coisa, apenas destacando o que falei no início: o Rei não é o Governante de um país, ele Chefia o Estado tendo alguns poucos poderes enquanto o Primeiro-Ministro tem a chefia do Governo e os poderes do governo. As posições políticas de um Rei podem sim influenciar até certo ponto nos rumos da política, mas não é algo definitivo ou 100% certo. Mesmo com um Rei conservador, leis liberais poderiam ser aprovadas, e o inverso disso também pode ocorrer.
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Basicamente, esses são os primeiros nomes da linha sucessória do Ramo de Vassouras(que é o Dinástico), há alguns descendentes a mais que aumentam a linha sucessória da casa real brasileira, e isso porque nem citei os membros dos ramos paralelos. Mas não preciso me estender muito mais que isso.
Criei este tópico basicamente porque users como o @Mestre Pijama, o @Edu Lopes e o @Agito levantaram algumas dúvidas em outro, sobre o Parlamentarismo e a própria Monarquia, e resolvi expor alguns pontos que podem render uma discussão sobre o assunto. Mesmo porque, o Monarquismo é um dos movimentos políticos que hoje mais crescem(proporcionalmente ao que são) no país. Não que a Monarquia vá voltar ou tenha chances de voltar, mas imagino que nos próximos anos acabe se formando algo como um Partido Monarquista ou outra coisa nesse nível.
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