Prefeitura de SP prevê 'revolta' de profissionais de saúde por falta de vacina contra covid
A
Prefeitura de São Paulo espera “uma revolta” por parte de profissionais da saúde nos próximos dias diante da pouca quantidade de doses de
vacina contra a
covid-19 enviada ao município. O montante não é suficiente para vacinar nem metade das equipes na linha de frente contra o novo coronavírus. O secretário de Saúde, Edson Aparecido, também diz que locais como o Hospital das Clínicas, por exemplo, têm recebido um número de vacinas proporcionalmente maior do que as redes municipal e privada. O sindicato que representa os médicos critica o fato de não haver planos claros para a vacinação dos profissionais.
A cidade tem cerca de 500 mil funcionários do setor na linha de frente, calcula a Prefeitura. São mais de 6 mil leitos de enfermaria e em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) nas redes pública e privada. Mas a cidade recebeu apenas 203 mil doses da Coronavac, distribuídas pelo
Instituto Butantan. As primeiras doses estão sendo aplicadas mesmo sem a Prefeitura ter recebido os frascos da segunda dose, caso contrário o público protegido seria ainda menor.
“Todos estão revoltados, é uma coisa impressionante”, diz o secretário municipal da Saúde,
Edson Aparecido, que está encarregado de distribuir essas 203 mil doses e que tem ouvido as reclamações. “Se o critério fosse populacional, deveríamos receber dois lotes de 380 mil nesta primeira etapa”, complementa.
“Pode ter uma reação dos profissionais de saúde grande. É um fator de insegurança. Eles estão nessa frente há 12 meses” continua Aparecido. Segundo ele, parte do fator de revolta entre os profissionais de saúde se deve a essa suposta divisão dentro da cidade: no
Hospital das Clínicas, onde a campanha de imunização teve início e onde a gestão é de responsabilidade direta do governo
João Doria (PSDB), toda a equipe estaria vacinada. “Estudantes de quinto ano, médicos que estão em home office há 12 meses”, segue Aparecido.
Diante do número baixo de vacinas, a Prefeitura decidiu adotar a estratégia de usar todo o imunizante disponível para vacinar o máximo de pessoas possível, sem guardar metade do material para a 2ª dose. “Recebemos 203 mil
(doses), vamos vacinar 203 mil pessoas. Daqui a 14, 15 dias, vamos receber mais 203 mil. E aí a gente dá a 2ª dose”, complementa o secretário, que diz ter recebido a garantia do Estado sobre a chegada das futuras remessas.
Remessa enviada para a capital não é suficiente para vacinar nem metade das equipes da linha de frente contra o coronavírus; secretário de SP reclama de nº baixo de doses
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