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Tópico oficial [VALE TUDO] Coronavirus - COVID-19: +41.5 milhões de casos, +1,135 milhão mortes (mundial): +155 mil mortes (Brasil)

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Sgt. Kowalski

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Deu vontade de jogar Plague Inc só pra ver como é :klol

justdoit.jpg
 

Aoshi

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Eu comecei a jogar após esse tópico.

Terminei todos os cenários que vem free e comprei por uns 2 reais o jogo para poder colocar os mutagenicos (The witcher Heheh) e terminei tbm todas as pragas.

Agora estou pensando em pagar mais 10 reais para pegar os outros cenários ou 30 e poucos para pegar os cenários mais o sistema de criação
 


da19x

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o jogo tem um modo criador de cenários com uma comunidade muito ativa.
tem cenários da Skynet, Predadores, Aliens, vampiros, fake news, praticamente qualquer coisa que siga a mecânica de viralizar e dominar o mundo.

Eu nem sabia que havia mudado. Depois vou baixar aqui para ver essas atualizações.
 

Mega_X

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China reduz para 1.380 o número mortos por coronavírus após rever dados


Autoridades de saúde constataram 'estatísticas duplicadas' em Hubei, epicentro da epidemia.



Visualizar anexo 105963
Homem veste saco plástico e máscara de proteção em Sangai, ele tenta se proteger em meio a epidemia de coronavírus na China — Foto: Aly Song / Reuters

Homem veste saco plástico e máscara de proteção em Sangai, ele tenta se proteger em meio a epidemia de coronavírus na China — Foto: Aly Song / Reuters


As autoridades sanitárias da China anunciaram nesta sexta-feira (14) que o número total de mortos devido à epidemia Covid-19 é de 1.380, e não 1.483 como divulgado anteriormente. A Comissão Nacional de Saúde informou que constatou "estatísticas duplicadas" na província de Hubei, epicentro da epidemia, mas não revelou mais detalhes sobre o erro.


As mesmas autoridades também removeram 1.043 casos de pacientes contaminados dos balanços de Hubei.

Com as 116 mortes verificadas em Hubei e outras cinco no resto da China nas últimas 24 horas, o número total de mortes no país é de 1.380, disseram as autoridades.

Por conta desta revisão, o número de pessoas contaminadas na China continental é de 63.851, sendo que no início desta sexta esse total ultrapassava 64.000.

Com a adoção dos novos critérios de contagem de casos, os números subiram na quinta-feira (13) e, apesar de permanecerem altos, houve uma pequena queda nesta sexta em relação ao dia anterior.

O novo método de contagem não exige mais um exame laboratorial que confirme a presença do coronavírus como um resultado positivo, e agora uma radiografia pulmonar é suficiente. A modificação permite, segundo autoridades de saúde, mobilizar recursos mais rapidamente para oferecer tratamento às pessoas doentes.

Se começarem a cremar as provas, podem reduzir mais ainda o número.
 

VanHalenBR

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Até eu que tento acreditar nos números oficiais, não consigo achar uma razão pra tal redução. Sinal que há uma bela manipulação aí mesmo.
Problema é saber qual a realidade, acho que os números não confirmados também são altos demais.

Nem tanto ao céu, nem tanto a terra. Mas a China é muito culpada por tanta suposição e fake news, pois a verdade deles também parece ser fake.

Uso tais números pra ter uma ideia, como sempre falei eles não vão poder falar que tá resolvido e abrir todas regiões. A verdade apareceria na hora.
 

Sgt. Kowalski

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Mais de 1.700 médicos estão infectados pelo coronavírus na China


Maioria dos profissionais atua na frente de combate à doença em Wuhan, epicentro da epidemia


Mais de 1.700 médicos chineses foram infectados pelo coronavírus (Covid-19), sendo que seis morreram até a última terça-feira (11), segundo informações da Comissão Nacional de Saúde da China. A maioria dos médicos infectados é de Wuhan, epicentro da epidemia, e atua na linha de frente do combate à doença, segundo informações do “Nikkei”.

105994
Centro de convenções em Wuhan que recebeu leitos para suspeitos de coronavírus — Foto: Chinatopix via AP

Centro de convenções em Wuhan que recebeu leitos para suspeitos de coronavírus — Foto: Chinatopix via AP

Os dados reforçam a preocupação com o risco de escassez de pessoal médico para atender o crescente número de pacientes infectados com o vírus.


A falta de equipamentos médicos de proteção, como máscaras, luvas e roupas protetoras, deixa médicos e enfermeiros mais vulneráveis a uma contaminação. Além disso, as equipes médicas têm trabalhado ao limite, com turnos estendidos ao máximo para atender os doentes.


Wuhan, cidade de 11 milhões de habitantes, tem 398 hospiais e quase 6 mil postos de saúde. Mas a Comissão Municipal de Saúde designou apenas nove hospitais para tratar os casos de Covid-19 e outros 61 para receber pacientes com febre, um dos sintomas mais comuns da doença, que se assemelha a uma pneumonia.


Em um dos hospitais de Wuhan, cerca de dois terços da equipe médica estavam infectados pelo vírus em virtude da falta de equipamentos básicos de proteção, segundo reportou a rede CNN. O governo municipal reconheceu o problema de falta de suprimentos médicos e os hospitais da cidade têm feito repetidos apelos por meio das mídias sociais por doações de máscaras, óculos e roupas protetoras.


Nesta sexta-feira, a Comissão Nacional de Saúde da China prometeu “melhorar as condições de trabalho das equipes médicas de primeiro atendimento” e melhorar a proteção de seus direitos e interesses.
 

Sgt. Kowalski

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Pastor vende cura milagrosa por 300 dols



Só deixar ele em Wuhan com uma garrafa da cura mágica dele.
O site pra onde ele deu entrevista tem outras pérolas como:


Então podemos enterrar esse maluco de volta no hospício de onde ele veio.
 

VanHalenBR

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Sobre aquela discussão que sempre volta que a China não testa todos doentes e muitos entram na conta de “pneumonia”

Pois bem estava lendo a entrevista da CNN com um doente que se recuperou do Coronavírus.

O cara estava em grave estado de saúde quando foi ao hospital em Whuan, e não queriam fazer o teste nele pois havia um número limitado de kits.

levou 1 semana dele no hospital pra testarem... é uma leitura bem interessante (em inglês)

 

mfalan

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8 aviões em quarentena na Inglaterra!

MUNDO

Reino Unido bloqueia oito aviões em Heathrow por suspeitas de coronavírus
15:16 por Diogo Camilo0

Alerta partiu de voo com origem em San Francisco, nos EUA, que tinha a bordo passageiros a apresentarem sintomas semelhantes aos do vírus com origem na China.

Reino Unido bloqueia oito aviões em Heathrow por suspeitas de coronavírus

Foto: Getty Images

Oito aviões foram bloqueados esta sexta-feira na chegada ao Aeroporto de Heathrow, em Londres, por suspeitas de contaminação do novo surto de coronavírus a bordo.


De acordo com o Daily Mail, o alerta partiu de um voo com origem em San Francisco, nos EUA, com passageiros a bordo a apresentarem sintomas semelhantes aos do vírus mortal. O piloto do avião instrui então as pessoas a permanecerem nos seus lugares, para não espalhar a infeção contagiosa.

O Serviço Nacional de Saúde inglês ainda não prestou qualquer esclarecimento sobre o assunto.

https://www.sabado.pt/mundo/detalhe...ioes-em-heathrow-por-suspeitas-de-coronavirus
 

mfalan

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Perigos na linha de frente em Wuhan: os suprimentos são tão escassos que os médicos estão implorando por máscaras e usando sacolas plásticas como coberturas de sapatos. 1.716 trabalhadores médicos já foram infectados na China até agora. 6 morreram.
 

Set_10

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Perigos na linha de frente em Wuhan: os suprimentos são tão escassos que os médicos estão implorando por máscaras e usando sacolas plásticas como coberturas de sapatos. 1.716 trabalhadores médicos já foram infectados na China até agora. 6 morreram.


Desistiu de fazer o daytrade ?


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Perigos na linha de frente em Wuhan: os suprimentos são tão escassos que os médicos estão implorando por máscaras e usando sacolas plásticas como coberturas de sapatos. 1.716 trabalhadores médicos já foram infectados na China até agora. 6 morreram.


Pessoal dessa foto ta no bico do corvo. Os que dão de ver são idosos.
 

Sgt. Kowalski

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Relato de um dos brasileiros resgatados d China:

Relatos da quarentena: 'Como feijão salgado pensando nos doces em que vão feijão'


ANÁPOLIS - O Estado iniciou nesta semana a publicação de uma série de relatos escritos por Caleb Guerra, de 28 anos, estudante de Literatura que morava em Wuhan. Ele está entre os 34 brasileiros repatriados da província, área mais afetada pela epidemia de coronavírus. Guerra aceitou escrever um diário com suas impressões sobre a quarentena na Base Aérea em Anápolis, em Goiás. Este é o seu segundo texto.
caleb guerra
Caleb Guerra, de 28 anos, é um dos 34 brasileiros repatriados de Wuhan e está cumprindo quarentena em Anápólis Foto: Caleb Guerra/Arquivo pessoal

"Na China, feijão é servido doce. Às vezes, até caramelizado. E tem sido impossível comer feijão salgado todos os dias sem pensar nos doces que vão feijão: feijão com sorvete de menta, por exemplo, é um clássico. Feijão no pão doce, com leite à vapor ou na gelatina de coco. Feijão no leite com chá. Se os chineses descobrirem o quão fascinante sobremesas feitas com leite condensado são, talvez em alguns anos teremos uma versão chinesa de brigadeiro, feito com feijão preto em vez de chocolate.

No livro A Mente Literária e o Esculpir de Dragões, que foi escrito no quinto século, Liu Xie diz que a maior dádiva outorgada pelo universo ao homem se torna também uma das maiores maldições de sua existência: a realidade de que, estando ele parado na beira do rio observando toda sua beleza, ainda assim a sua mente vaga involuntariamente pelos palácios da corte imperial.

Ele atribui toda beleza da existência humana ao fato de que o homem sempre ocupa dois lugares ao mesmo tempo, vivendo duas realidades de uma vez só, experimentando o mesmo mundo de duas formas diferentes, simultaneamente. E a essa capacidade da alma do ser humano, ele dá o nome de “a arte de Esculpir Dragões”. Nossa vida se baseia no esforço do processo criativo de desenhar mentalmente suas escamas, pintar as camadas e ser fiel aos contornos na tentativa de criar algo tão majestoso e sublime. É essa percepção da realidade na mente que dá sentido e beleza ao nosso dia a dia mais natural e vulgar.
Mas enquanto esse dom concedido pelo cosmos trabalha para o bem da humanidade que cria e se desenvolve, paradoxalmente ele se torna a nossa maior sina. E é exatamente essa possibilidade que todo ser humano tem de Esculpir Dragões que me faz comer feijão salgado pensando em feijão doce. Não me leve a mal, sou muito agradecido pelo que tenho aqui. Mas a minha mente perambula.
Eu olho o pão francês servido quentinho pela manhã e me alegro. De repente minha mente me pergunta: “Cadê ovo cozido que passou a noite inteira mergulhado no chá e agora já está da cor marrom e com gosto de cravo?”. Eu vejo as camadas de presunto e mortadela no prato e tento buscar inconscientemente onde está na mesa o pepino ralado, o pimentão cortado, o pãozinho cozido à vapor, o repolho frito com cebola, a sopinha doce de arroz fermentado com milho e por último aquele prato de macarrão com molho de gergelim tão famoso que o povo de Wuhan adora comer às sete da manhã...
Após o café da manhã, os médicos batem na minha porta para medir minha pressão, temperatura e fazer um questionário de perguntas sobre como estou me sentindo. Quando eles saem, a psicóloga chega. Preencho o formulário, digo que está tudo bem. Penso na senhora que mora no apartamento ao lado do meu lá em Wuhan. Será que ela tem alguém perguntando como ela amanheceu todos os dias?

Devolvo o meu prato na cozinha e me lembro dos fins de semana tomando chá com meus amigos chineses e de como a casa ficava vazia quando eles iam embora e eu me sentia tão sozinho novamente lavando a louça suja. Penso no meu colega que acabou de perder o pai para o vírus, mas não pode nem enterrá-lo porque ele mesmo tem passado os últimos dias em uma cama de hospital infectado. Será que ele tem alguém ao lado para dar as mãos e orar junto com ele? E aquela garota americana que toca flauta tão bem e foi confirmado o diagnóstico positivo para o vírus? Acho que vou mandar uma mensagem e perguntar como está o coração dela. Será que ela vai ler? Será que vai responder?
Estar no Brasil agora é um privilégio do qual sou grato. Mas eu não esqueço do feijão doce. Enquanto os dias passam embaixo do céu limpo e azul de Anápolis, minha mente continua esculpindo dragões que voam pelas ruas de Wuhan e é incontrolável o desejo de voar junto com eles batendo de porta em porta oferecendo uma ajuda que eu não tenho nem condições de prestar. Mas fico pensando que consolo um abraço, uma oração ou um sorriso traria às pessoas do outro lado da porta? O povo de Wuhan está de coração partido, e esculpir dragões comendo feijão salgado me faz lembrar disso o tempo todo."
 
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Deleted member 219486

Relato de um dos brasileiros resgatados d China:

Relatos da quarentena: 'Como feijão salgado pensando nos doces em que vão feijão'


ANÁPOLIS - O Estado iniciou nesta semana a publicação de uma série de relatos escritos por Caleb Guerra, de 28 anos, estudante de Literatura que morava em Wuhan. Ele está entre os 34 brasileiros repatriados da província, área mais afetada pela epidemia de coronavírus. Guerra aceitou escrever um diário com suas impressões sobre a quarentena na Base Aérea em Anápolis, em Goiás. Este é o seu segundo texto.
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Caleb Guerra, de 28 anos, é um dos 34 brasileiros repatriados de Wuhan e está cumprindo quarentena em Anápólis Foto: Caleb Guerra/Arquivo pessoal

"Na China, feijão é servido doce. Às vezes, até caramelizado. E tem sido impossível comer feijão salgado todos os dias sem pensar nos doces que vão feijão: feijão com sorvete de menta, por exemplo, é um clássico. Feijão no pão doce, com leite à vapor ou na gelatina de coco. Feijão no leite com chá. Se os chineses descobrirem o quão fascinante sobremesas feitas com leite condensado são, talvez em alguns anos teremos uma versão chinesa de brigadeiro, feito com feijão preto em vez de chocolate.

No livro A Mente Literária e o Esculpir de Dragões, que foi escrito no quinto século, Liu Xie diz que a maior dádiva outorgada pelo universo ao homem se torna também uma das maiores maldições de sua existência: a realidade de que, estando ele parado na beira do rio observando toda sua beleza, ainda assim a sua mente vaga involuntariamente pelos palácios da corte imperial.

Ele atribui toda beleza da existência humana ao fato de que o homem sempre ocupa dois lugares ao mesmo tempo, vivendo duas realidades de uma vez só, experimentando o mesmo mundo de duas formas diferentes, simultaneamente. E a essa capacidade da alma do ser humano, ele dá o nome de “a arte de Esculpir Dragões”. Nossa vida se baseia no esforço do processo criativo de desenhar mentalmente suas escamas, pintar as camadas e ser fiel aos contornos na tentativa de criar algo tão majestoso e sublime. É essa percepção da realidade na mente que dá sentido e beleza ao nosso dia a dia mais natural e vulgar.
Mas enquanto esse dom concedido pelo cosmos trabalha para o bem da humanidade que cria e se desenvolve, paradoxalmente ele se torna a nossa maior sina. E é exatamente essa possibilidade que todo ser humano tem de Esculpir Dragões que me faz comer feijão salgado pensando em feijão doce. Não me leve a mal, sou muito agradecido pelo que tenho aqui. Mas a minha mente perambula.
Eu olho o pão francês servido quentinho pela manhã e me alegro. De repente minha mente me pergunta: “Cadê ovo cozido que passou a noite inteira mergulhado no chá e agora já está da cor marrom e com gosto de cravo?”. Eu vejo as camadas de presunto e mortadela no prato e tento buscar inconscientemente onde está na mesa o pepino ralado, o pimentão cortado, o pãozinho cozido à vapor, o repolho frito com cebola, a sopinha doce de arroz fermentado com milho e por último aquele prato de macarrão com molho de gergelim tão famoso que o povo de Wuhan adora comer às sete da manhã...
Após o café da manhã, os médicos batem na minha porta para medir minha pressão, temperatura e fazer um questionário de perguntas sobre como estou me sentindo. Quando eles saem, a psicóloga chega. Preencho o formulário, digo que está tudo bem. Penso na senhora que mora no apartamento ao lado do meu lá em Wuhan. Será que ela tem alguém perguntando como ela amanheceu todos os dias?

Devolvo o meu prato na cozinha e me lembro dos fins de semana tomando chá com meus amigos chineses e de como a casa ficava vazia quando eles iam embora e eu me sentia tão sozinho novamente lavando a louça suja. Penso no meu colega que acabou de perder o pai para o vírus, mas não pode nem enterrá-lo porque ele mesmo tem passado os últimos dias em uma cama de hospital infectado. Será que ele tem alguém ao lado para dar as mãos e orar junto com ele? E aquela garota americana que toca flauta tão bem e foi confirmado o diagnóstico positivo para o vírus? Acho que vou mandar uma mensagem e perguntar como está o coração dela. Será que ela vai ler? Será que vai responder?
Estar no Brasil agora é um privilégio do qual sou grato. Mas eu não esqueço do feijão doce. Enquanto os dias passam embaixo do céu limpo e azul de Anápolis, minha mente continua esculpindo dragões que voam pelas ruas de Wuhan e é incontrolável o desejo de voar junto com eles batendo de porta em porta oferecendo uma ajuda que eu não tenho nem condições de prestar. Mas fico pensando que consolo um abraço, uma oração ou um sorriso traria às pessoas do outro lado da porta? O povo de Wuhan está de coração partido, e esculpir dragões comendo feijão salgado me faz lembrar disso o tempo todo."

Saudades da China...
 

goiabo

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Relatos da quarentena: 'Como feijão salgado pensando nos doces em que vão feijão'


ANÁPOLIS - O Estado iniciou nesta semana a publicação de uma série de relatos escritos por Caleb Guerra, de 28 anos, estudante de Literatura que morava em Wuhan. Ele está entre os 34 brasileiros repatriados da província, área mais afetada pela epidemia de coronavírus. Guerra aceitou escrever um diário com suas impressões sobre a quarentena na Base Aérea em Anápolis, em Goiás. Este é o seu segundo texto.
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Caleb Guerra, de 28 anos, é um dos 34 brasileiros repatriados de Wuhan e está cumprindo quarentena em Anápólis Foto: Caleb Guerra/Arquivo pessoal

"Na China, feijão é servido doce. Às vezes, até caramelizado. E tem sido impossível comer feijão salgado todos os dias sem pensar nos doces que vão feijão: feijão com sorvete de menta, por exemplo, é um clássico. Feijão no pão doce, com leite à vapor ou na gelatina de coco. Feijão no leite com chá. Se os chineses descobrirem o quão fascinante sobremesas feitas com leite condensado são, talvez em alguns anos teremos uma versão chinesa de brigadeiro, feito com feijão preto em vez de chocolate.

No livro A Mente Literária e o Esculpir de Dragões, que foi escrito no quinto século, Liu Xie diz que a maior dádiva outorgada pelo universo ao homem se torna também uma das maiores maldições de sua existência: a realidade de que, estando ele parado na beira do rio observando toda sua beleza, ainda assim a sua mente vaga involuntariamente pelos palácios da corte imperial.

Ele atribui toda beleza da existência humana ao fato de que o homem sempre ocupa dois lugares ao mesmo tempo, vivendo duas realidades de uma vez só, experimentando o mesmo mundo de duas formas diferentes, simultaneamente. E a essa capacidade da alma do ser humano, ele dá o nome de “a arte de Esculpir Dragões”. Nossa vida se baseia no esforço do processo criativo de desenhar mentalmente suas escamas, pintar as camadas e ser fiel aos contornos na tentativa de criar algo tão majestoso e sublime. É essa percepção da realidade na mente que dá sentido e beleza ao nosso dia a dia mais natural e vulgar.
Mas enquanto esse dom concedido pelo cosmos trabalha para o bem da humanidade que cria e se desenvolve, paradoxalmente ele se torna a nossa maior sina. E é exatamente essa possibilidade que todo ser humano tem de Esculpir Dragões que me faz comer feijão salgado pensando em feijão doce. Não me leve a mal, sou muito agradecido pelo que tenho aqui. Mas a minha mente perambula.
Eu olho o pão francês servido quentinho pela manhã e me alegro. De repente minha mente me pergunta: “Cadê ovo cozido que passou a noite inteira mergulhado no chá e agora já está da cor marrom e com gosto de cravo?”. Eu vejo as camadas de presunto e mortadela no prato e tento buscar inconscientemente onde está na mesa o pepino ralado, o pimentão cortado, o pãozinho cozido à vapor, o repolho frito com cebola, a sopinha doce de arroz fermentado com milho e por último aquele prato de macarrão com molho de gergelim tão famoso que o povo de Wuhan adora comer às sete da manhã...
Após o café da manhã, os médicos batem na minha porta para medir minha pressão, temperatura e fazer um questionário de perguntas sobre como estou me sentindo. Quando eles saem, a psicóloga chega. Preencho o formulário, digo que está tudo bem. Penso na senhora que mora no apartamento ao lado do meu lá em Wuhan. Será que ela tem alguém perguntando como ela amanheceu todos os dias?

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Estar no Brasil agora é um privilégio do qual sou grato. Mas eu não esqueço do feijão doce. Enquanto os dias passam embaixo do céu limpo e azul de Anápolis, minha mente continua esculpindo dragões que voam pelas ruas de Wuhan e é incontrolável o desejo de voar junto com eles batendo de porta em porta oferecendo uma ajuda que eu não tenho nem condições de prestar. Mas fico pensando que consolo um abraço, uma oração ou um sorriso traria às pessoas do outro lado da porta? O povo de Wuhan está de coração partido, e esculpir dragões comendo feijão salgado me faz lembrar disso o tempo todo."
Força guerreiro! :kcopa:klol
 

Crystal

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Relatos da quarentena: 'Como feijão salgado pensando nos doces em que vão feijão'


ANÁPOLIS - O Estado iniciou nesta semana a publicação de uma série de relatos escritos por Caleb Guerra, de 28 anos, estudante de Literatura que morava em Wuhan. Ele está entre os 34 brasileiros repatriados da província, área mais afetada pela epidemia de coronavírus. Guerra aceitou escrever um diário com suas impressões sobre a quarentena na Base Aérea em Anápolis, em Goiás. Este é o seu segundo texto.
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Caleb Guerra, de 28 anos, é um dos 34 brasileiros repatriados de Wuhan e está cumprindo quarentena em Anápólis Foto: Caleb Guerra/Arquivo pessoal

"Na China, feijão é servido doce. Às vezes, até caramelizado. E tem sido impossível comer feijão salgado todos os dias sem pensar nos doces que vão feijão: feijão com sorvete de menta, por exemplo, é um clássico. Feijão no pão doce, com leite à vapor ou na gelatina de coco. Feijão no leite com chá. Se os chineses descobrirem o quão fascinante sobremesas feitas com leite condensado são, talvez em alguns anos teremos uma versão chinesa de brigadeiro, feito com feijão preto em vez de chocolate.

No livro A Mente Literária e o Esculpir de Dragões, que foi escrito no quinto século, Liu Xie diz que a maior dádiva outorgada pelo universo ao homem se torna também uma das maiores maldições de sua existência: a realidade de que, estando ele parado na beira do rio observando toda sua beleza, ainda assim a sua mente vaga involuntariamente pelos palácios da corte imperial.

Ele atribui toda beleza da existência humana ao fato de que o homem sempre ocupa dois lugares ao mesmo tempo, vivendo duas realidades de uma vez só, experimentando o mesmo mundo de duas formas diferentes, simultaneamente. E a essa capacidade da alma do ser humano, ele dá o nome de “a arte de Esculpir Dragões”. Nossa vida se baseia no esforço do processo criativo de desenhar mentalmente suas escamas, pintar as camadas e ser fiel aos contornos na tentativa de criar algo tão majestoso e sublime. É essa percepção da realidade na mente que dá sentido e beleza ao nosso dia a dia mais natural e vulgar.
Mas enquanto esse dom concedido pelo cosmos trabalha para o bem da humanidade que cria e se desenvolve, paradoxalmente ele se torna a nossa maior sina. E é exatamente essa possibilidade que todo ser humano tem de Esculpir Dragões que me faz comer feijão salgado pensando em feijão doce. Não me leve a mal, sou muito agradecido pelo que tenho aqui. Mas a minha mente perambula.
Eu olho o pão francês servido quentinho pela manhã e me alegro. De repente minha mente me pergunta: “Cadê ovo cozido que passou a noite inteira mergulhado no chá e agora já está da cor marrom e com gosto de cravo?”. Eu vejo as camadas de presunto e mortadela no prato e tento buscar inconscientemente onde está na mesa o pepino ralado, o pimentão cortado, o pãozinho cozido à vapor, o repolho frito com cebola, a sopinha doce de arroz fermentado com milho e por último aquele prato de macarrão com molho de gergelim tão famoso que o povo de Wuhan adora comer às sete da manhã...
Após o café da manhã, os médicos batem na minha porta para medir minha pressão, temperatura e fazer um questionário de perguntas sobre como estou me sentindo. Quando eles saem, a psicóloga chega. Preencho o formulário, digo que está tudo bem. Penso na senhora que mora no apartamento ao lado do meu lá em Wuhan. Será que ela tem alguém perguntando como ela amanheceu todos os dias?

Devolvo o meu prato na cozinha e me lembro dos fins de semana tomando chá com meus amigos chineses e de como a casa ficava vazia quando eles iam embora e eu me sentia tão sozinho novamente lavando a louça suja. Penso no meu colega que acabou de perder o pai para o vírus, mas não pode nem enterrá-lo porque ele mesmo tem passado os últimos dias em uma cama de hospital infectado. Será que ele tem alguém ao lado para dar as mãos e orar junto com ele? E aquela garota americana que toca flauta tão bem e foi confirmado o diagnóstico positivo para o vírus? Acho que vou mandar uma mensagem e perguntar como está o coração dela. Será que ela vai ler? Será que vai responder?
Estar no Brasil agora é um privilégio do qual sou grato. Mas eu não esqueço do feijão doce. Enquanto os dias passam embaixo do céu limpo e azul de Anápolis, minha mente continua esculpindo dragões que voam pelas ruas de Wuhan e é incontrolável o desejo de voar junto com eles batendo de porta em porta oferecendo uma ajuda que eu não tenho nem condições de prestar. Mas fico pensando que consolo um abraço, uma oração ou um sorriso traria às pessoas do outro lado da porta? O povo de Wuhan está de coração partido, e esculpir dragões comendo feijão salgado me faz lembrar disso o tempo todo."
Cara de cuck do c***lho vai te fude e agradece essa m**** de feijão, FDP.

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VanHalenBR

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Perigos na linha de frente em Wuhan: os suprimentos são tão escassos que os médicos estão implorando por máscaras e usando sacolas plásticas como coberturas de sapatos. 1.716 trabalhadores médicos já foram infectados na China até agora. 6 morreram.

Fico pensando um pais com a cadeia de produção e distribuição que a China tem, com o dinheiro que eles tem, e ainda sim os recursos são escassos, imagina no reto do mundo... isso sim preocupa, espero que esse virus não saia do controle no resto do mundo (se bem que pra mim o Japão esta perdendo o controle)
 
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