Eu vejo a internet e as redes sócias como ótimas ferramentas para facilitar as nossas vidas, mas a partir do momento em que elas viram mais do que ferramentas, elas podem te destruir completamente.
Em 2017, eu completei 25 anos. Eu parei para fazer uma análise da minha vida e vi que não tinha aproveitado nada, curtido nada, quase não saí de casa, quase não vivi e isso tudo porque fiquei a maior parte da minha vida enfiado na internet.
Parei para pensar quais foram as melhores épocas da minha vida e cheguei a conclusão que foi entre 1998 (quando nem tinha internet direito, era só TV) e 2006 (quando a internet era apenas um acessório que você acessava apenas aos finais de semana e tinha que dividir o PC com um monte de pessoas).
Lembro que na minha infância, os amigos ficavam na rua todos os dias para conversar, jogar bola, vôlei e etc; Existiam festinhas de colégio, bailes; Hoje em dia, ninguém mais fica na rua.
Eu vi que a partir de 2007, quando a banda larga começou a ficar mais acessível e minha família fez um plano, eu praticamente parei de viver. Era só dentro de casa, lendo coisas, entrando no Orkut e nada de mundo real. Antes disso, eu tinha internet, mas eu saía com os amigos, andava de skate ouvindo Charlie Brown, Linkin Park, System of a Down.
Se eu, que fui da geração de transição e ainda peguei um pouco do mundo antigo, já percebi os males que essas tecnologias me causaram, imagina essas próximas gerações? Já estamos vendo o quão dementes são as pessoas da geração 2000, que cresceu com a internet dominando tudo. E já sinto até medo de ver a geração 2010, que cresceu com os smartphones e outras idiotices políticas que não convém falar aqui.
Mas, obvio, que existe coisas positivas. A internet te dá acesso a vários conteúdos que você jamais teria. Pra citar um exemplo, quando eu era criança, eu era muito fã de Power Rangers, meus primos viviam me falando dos desenhos japoneses como Jaspion e Jiyraya, aos quais eu só consegui assistir lá para 2015, graças a internet e banda larga. Além disso, tem o internet banking, apps para solicitar comida e transporte que facilitam bastante e nos livra de enfrentar filas e outras coisas chatas.
Mas esse acesso a tanto conteúdo também tem um lado negativo, pois você quer consumir tudo e não existe tempo o suficiente para isso e você acaba se afundando em um mar de series, filmes, livros, podcast e deixa de fazer as coisas importantes.
Logo quando percebi isso, eu decidi limitar meu uso da internet para apenas aos finais de semana e em algumas situações específicas, deletaria todas as minhas redes sociais e me forçaria a viver a vida real, sair de casa para faze alguma coisa todos os fins de semana. Cheguei a traçar todo um protocolo, mas duas semanas após colocar o plano em prática, eu arrumei uma namorada e ela ficava me cobrando de ficar no whatsapp, então, acabei voltando a estaca zero.
Fiquei solteiro no final de 2019, quando foi em março, decidi que ia colocar o plano em prática de novo, mas aí veio a pandemia, fiquei desempregado. E ficar em casa sem nada para fazer é foda. Então, enquanto as coisas não voltam ao normal, eu continuo com a cara na internet.
